Mobiliário charmoso, paleta cromática acolhedora e predomínio de materiais naturais marcam projeto que buscou enfatizar arquitetonicamente os atributos e qualidades de restaurante interiorano.
A unidade de Barueri do Camponesa, restaurante de comida caseira que tem o parmegiana como prato-chefe, foi a primeira com arquitetura idealizada para interpretar a sua história de cozinha de boa qualidade, genuína e para toda a família. Com projeto assinado pelo escritório Memola Estudio, capitaneado pela arquiteta colombiana radicada no Brasil, Verônica Molina, a unidade de 620 m², localizada Iguatemi Alphaville Shopping, deveria abarcar os atributos da marca, originária de um empório com lanchonete inaugurado em 1998 na beira da Rodovia Castelo Branco, no município de Pardinho, interior de São Paulo.
Os eixos conceituais do projeto giram em torno do ideário de comida caseira e interiorana, traduzido arquitetonicamente na paleta cromática – com presença do vermelho em tonalidades terrosa e carmim – e no predomínio de materiais naturais, como a madeira e o tijolo aparente. As demolições das paredes pré-existentes deram origem à planta em L do ambiente, que contorna a cozinha e os espaços funcionais restritos aos funcionários, no térreo e mezanino, antecedido por uma sala de espera conectada ao shopping através de caixilharia de madeira e vidro e com porta de correr.
“Arquitetura idealizada para interpretar a história de cozinha de boa qualidade, genuína e para toda a família.” – Verônica Molina
No salão principal, há uma série de padrões de revestimentos derivados da paleta do projeto e coordenados com o layout, cuja diversidade ajusta a grande dimensão do espaço à sensação de acolhimento. O piso do novo restaurante assume papel estratégico por causa da sua longa extensão e visibilidade, revestido com cerâmica quadrada vermelha. O ladrilho hidráulico aplicado na fachada se assemelha em forma e cor à cerâmica do piso. Da entrada, é possível ter ampla visualização dos interiores com estética que remete às casas de fazenda, modulado em quadros envidraçados, à meia altura, e com tela perfurada, ao alto.
Os revestimentos das paredes, assumem papel de destaque, demarcando os sofás fixos através da aplicação de uma faixa a meia altura, inspirada nas tradicionais casas de fazenda, mas com visualidade sintonizada com a identidade arquitetônica. A faixa muda de cor, para branco, no trecho entre as duas janelas da fachada posterior, enfatizando a presença das jardineiras, e depois volta a assumir a cor carmim, destacando as peças de mobiliário e objetos de garimpo.
A cozinha, apartada do público graças a novas paredes feitas com drywall, é o ponto de contato com bastidores do restaurante, com sua grande dimensão enfatizada pela linearidade do balcão, das suas molduras de madeira e pelas reflexões da luz no azulejo branco e brilhante.
Por Redação
Imagens: Alexandre Disaro
