De acordo com o cronograma geral para a reconstrução do Museu, o projeto executivo e detalhamentos de arquitetura e restauro serão concluídos até o final deste ano, já agregando recomendações técnicas do Iphan.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (Iphan-RJ) aprovou em junho o Anteprojeto de Restauração e Arquitetura do Paço de São Cristóvão, a sede do Museu Nacional/UFRJ. O documento registra o acordo com o conceito geral do projeto e a disponibilidade da instituição de seguir colaborando com o desenvolvimento do projeto executivo para as intervenções no palácio e no seu entorno.
A proposta contou com o envolvimento de diversos especialistas multidisciplinares e apresenta um forte compromisso de conectar ainda mais o Museu aos jardins da Quinta da Boa Vista, garante todas as premissas de acessibilidade e sustentabilidade; e busca preservar a maior quantidade possível de elementos artísticos e históricos do palácio.
Uma das intervenções sugeridas e que já conta com o aval do Iphan é a instalação de uma cobertura transparente no pátio da escadaria monumental, o que vai garantir maior proteção e seguir permitindo a entrada de luz natural na área histórica do palácio. Todo o Paço de São Cristóvão será dedicado a exposições e atividades educativas, enquanto o prédio anexo Alípio de Miranda Ribeiro receberá salas técnicas, um auditório multiuso e terá sua estrutura revitalizada.
O anteprojeto apresentado ao Iphan em agosto de 2022 foi desenvolvido pelo consórcio H+F Arquitetos e Atelier de Arquitetura, contratado pelo Projeto Museu Nacional Vive (cooperação entre UFRJ, UNESCO e Instituto Cultural Vale), que conta com apoio financeiro do BNDES e patrocínio platina do Bradesco e da Vale.
Em fevereiro deste ano, o presidente do Iphan, Leandro Grass, visitou as obras no palácio. Desde então, representantes do órgão federal tem participado do Comitê Institucional do Projeto e de um grupo de trabalho para acompanhamento e contribuições aos projetos de arquitetura, restauração e complementares, que seguem em desenvolvimento.
O recente parecer do órgão apresenta recomendações para as diversas frentes de atuação e destacam, de modo especial, a importância do restauro de ornamentos que resistiram ao incêndio, da revelação de marcas deixadas pelo fogo no antigo auditório, e da incorporação de achados arqueológicos aos projetos de arquitetura, engenharia, museografia e comunicação visual.
O monitoramento arqueológico do Paço foi iniciado em 2021 e já tem revelado um conjunto de artefatos e estruturas arquitetônicas de interesse. Entre eles, partes da estrutura de uma antiga capela, que foram encontradas em bom estado de preservação e vestígios de pisos e calçamentos que ligavam o pátio principal do palácio ao Jardim das Princesas. Um minidocumentário audiovisual do Projeto Museu Nacional Vive sobre o trabalho dos especialistas está disponível aqui.
Fonte e imagens: Museu Nacional Vive – Museu Nacional/UFRJ – IPHAN