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Angelo Bucci adota o conceito do “Quilômetro Zero” em seu primeiro projeto em Curitiba

Expoente da arquitetura modernista, o paulistano concebeu o “blōma” valorizando recursos locais e empregando mão de obra regional, dois dos pilares do conceito de sustentabilidade.

 

O conceito “Quilômetro Zero” está ganhando popularidade na arquiteturasustentável, promovendo abordagens ambientalmente conscientes para reduzir as emissões de carbono. O blōma, idealizado pela L’Espace Incorporadora e projetado pelo renomado arquiteto Angelo Bucci no Ecoville, em Curitiba, é um exemplo dessa abordagem, valorizando os recursos locais e empregando mão de obra regional.

“O conceito de quilômetro zero assume um papel relevante na arquitetura contemporânea, especialmente na construção civil, pelo compromisso na  redução das emissões de carbono através da minimização dos deslocamentos”, afirma Angelo Bucci, arquiteto responsável pelo projeto do blōma. Bucci é um dos principais nomes da arquitetura modernista contemporânea e este é seu primeiro projeto em Curitiba. O arquiteto destaca que a sustentabilidade e as questões relativas ao meio ambiente tornaram-se essenciais para a atividade da arquitetura.

“Os conceitos da construção sustentável e as questões ambientais são o pano de fundo em frente ao qual se desenrolam todas as nossas ações em arquitetura. Poderia dizer, vale para todos como condição atual, inescapável. Pensar sobre os conceitos da arquitetura sustentável na prática profissional dentro dos limites do contexto sociocultural em que atuamos, mais que um compromisso, é motivação da nossa prática.” – Angelo Bucci, arquiteto responsável pelo projeto do blōma.

No blōma, Angelo Bucci buscou trazer alguns dos pontos que são parte do conceito de quilômetro zero. O arquiteto ressalta a importância do uso de recursos locais, afirmando que “é interessante notar que a construção moldada in loco está em boa medida, por definição comprometida com a redução de deslocamento”. Além disso, Bucci destaca que grande parte do projeto é desenvolvido com a participação ativa da mão de obra local, valorizando assim a cultura construtiva e estabelecendo laços mais estreitos com a cidade. “O projeto inclui uma alta qualificação de autonomia técnica e de formação de mão de obra para a execução de uma obra com estas características. No meu modo de ver, o mais valioso do valor local são as pessoas e uma cultura construtiva com traço local. Talvez tenha sido sobretudo esse aspecto que mais teve importância para mim quando, em 2015, visitei pela primeira vez Curitiba por conta deste projeto. Ou seja, queríamos desenhar um edifício que pudesse ser completamente executado pela mão de obra local. Associo este empenho, ao usar mão de obra local, à mesma percepção que me faz crer necessário associar os critérios de sustentabilidade à questão da desigualdade social.”, afirma.

 

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Bucci explica que, ao adotar o conceito, qualquer projeto enfrenta desafios e colhe benefícios significativos. “Quilômetro zero” é uma ideia mais próxima de um parâmetro, quantificável, do que um conceito, abstrato. Que seja mensurável é fundamental, de outro modo não poderia ser normatizado. Reduzir a zero a emissão de carbono pelo transporte de material seria a meta impossível, mas demonstra claramente que a medida objetiva é  a massa de carbono liberado à atmosfera, o que se quer evitar.

Para o arquiteto, o critério de redução de deslocamento é interessante porque valoriza qualidades de materiais que podem ser vistos como comuns. “São materiais que o hábito ofuscou ou que a disseminação conferiu um aspecto comum que o preconceito despreza. Nós, sobretudo, na América Latina, fomos condicionados a olhar pra cima com inveja e para baixo com desdém. Olhar pro lado, nunca. Interessante que haja algo hoje que nos sugere justamente olhar para o lado. Que o saber do nosso vizinho pode contar mais do que o know-how de uma multinacional. Vejo nisso um benefício imenso. É necessário lembrar que a arquitetura nunca desejou o exclusivo. Ao contrário, seu propósito é inclusivo.”

Sobre seu primeiro empreendimento em Curitiba, Bucci observa que “o blōma se destaca como uma referência nesse sentido, proporcionando um  ambiente harmonioso e ecologicamente responsável. O projeto nos mostra que é possível criar espaços arquitetônicos de excelência, levando em consideração não apenas a beleza estética, mas também a sustentabilidade e o bem-estar social”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagens: Divulgação L’Espace Incorporação

 

 

 

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