KAS ARQ assina projetos da rede Greenjoy e cria manual arquitetônico com padrões e acabamentos a fim de assegurar que todas as unidades transmitissem o DNA jovem da marca.
Ambientes minimalistas com predomínio do branco, concreto aparente, marcenaria clara e inserções em serralheria marcam os restaurantes da rede Greenjoy assinados por Klaus Schmidt e equipe, à frente do escritório KAS ARQ, com colaboração da arquiteta Daniela Garcia. Ter uma atmosfera descontraída, com manutenção simples e que transmitisse o DNA jovem da marca, pautada na alimentação saudável, estavam entre as premissas para a concepção dos projetos. “Tínhamos que encontrar um equilíbrio entre o fast-food e o restaurante casual, um modelo que os fundadores batizaram de fast-casual”, conta Klaus.
Nas lojas, o paisagismo é espartano e suficiente para trazer vida aos espaços, sem excessos, também não há decorações intimistas, nem uso de meias-luzes. “O restaurante deveria ser despretensioso, bem iluminado e confortável na medida certa, afinal poltronas muito aconchegantes estimulariam longa permanência, o que prejudicaria o giro de mesas pretendido”, explica Schmidt. Cinco unidades já foram entregues com o novo conceito: Jardins (450 m²), Anália Franco (370 m²), Vila Olímpia (860 m²), Faria Lima (390 m²) e Moema (330 m²). Há outras duas já em desenvolvimento.
A unidade do Jardins foi a loja-piloto e a primeira a receber o novo conceito que, segundo Klaus, funcionou super bem e foi rapidamente validado. “Passamos então a implementar o projeto nas demais unidades, sempre respeitando os pilares da marca. Mesas próximas à calçada, por exemplo, é uma das exigências: isso torna a loja mais convidativa ao pedestre e gera um efeito ganha-ganha, pois o movimento da rua traz vida para o salão e o movimento do salão torna-se um convite para o público que passa pela rua.” Na loja da Vila Olímpia, maior restaurante da rede, booths no mezanino maximizam o aproveitamento do andar superior e convidam os clientes a se sentarem próximos à janela, sempre buscando integrar os ambientes interno e externo.
Para seguir o conceito em todos os outros projetos, foi preciso criar um manual arquitetônico com padrões e acabamentos, para ser usado como base das novas unidades. Porém, como cada ponto comercial é único, adaptações do manual são sempre necessárias e a cada loja o projeto é revisitado e aprimorado, e novos itens vão sendo adicionados. É o caso da lojinha com produtos da marca e a área de pick-up, dedicada para retirada de refeições encomendadas pelo aplicativo, ambas as novidades foram inauguradas na loja da Faria Lima, a quarta a ser construída.
O escritório adotou bancos corridos no perímetro dos salões, para maximizar o número de assentos sem encher o espaço com cadeiras soltas, o que dificultaria a rotina de organização e daria ao restaurante aquele ar de “restaurantão pouco charmoso”, brinca Daniela ao explicar que o formato curvo dos bancos ajuda a quebrar a tradicional monotonia desses ambientes. Outro ponto de destaque é acerca da materialidade, contam os arquitetos. “Brincamos com as texturas, mais do que com as cores. O piso e os bancos em concreto aparente são lisos, contrastando com a aspereza dos tijolinhos aparentes. A chapa expandida, presente da fachada ao mobiliário, traz curvas delicadas que decoram o ambiente ao mesmo tempo que o protegem do sol. O granilite claro utilizado no piso para setorização de áreas, alegra o espaço quebrando a frieza do concreto. E a cerâmica verde, único revestimento colorido do restaurante, foi escolhida para dar destaque ao balcão de retirada dos pedidos.”
Entre as soluções implementadas, destacam-se os totens de autoatendimento, que substituíram os tradicionais caixas de cobrança, contribuindo para a experiência dos clientes e reduzindo o tamanho das filas. Como os restaurantes operam com um grande volume de clientes, principalmente no horário do almoço, o preparo dos pratos deve ser extremamente ágil. “O estudo de fluxos e o desenho da cozinha é um verdadeiro quebra-cabeças e, sem dúvidas, a parte mais complexa dos projetos. A cozinha e as áreas de apoio representam mais de 50% da área dos imóveis”, diz Klaus e finaliza. “Fico muito feliz em ver nossa arquitetura sendo valorizada pelos clientes; o ganho de movimento para os restaurantes é evidente e isso é muito gratificante.”
Unidades
Moema – Alameda dos Nhambiquaras, 1315 – Moema
Pinheiros – av. Brigadeiro Faria Lima, 1247
Jardins – Alameda Santos, 1119
Vila Olímpia – Rua Funchal, 345
Anália Franco – Rua Emília Marengo, 870
Por Ju Vilela Press
Imagens: Felco