Cerâmica Brennand segue ativa, produzindo peças com base nas técnicas e na iconografia do artista.
A tradição cerâmica no Brasil remonta aos povos originários, que modelavam o barro para criar objetos utilitários: jarros, panelas e potes para armazenar água e comida. Como revestimento, o material passou a ser muito usado no período da colonização, com peças de tamanhos variados, sendo trazidas de Portugal. Na arte, os painéis cerâmicos pintados decoravam igrejas, palacetes e casas. Ao longo da história, cada vez mais artistas foram se dedicando a modelagem da argila, criando, ora esculturas, ora objetos decorativos, de diferentes formatos e estilos. O maior expoente dessa área foi, sem dúvida, o escultor pernambucano Francisco Brennand (1927-2019), que era também pintor, ilustrador, gravador e desenhista.
Além das obras autorais criadas no ateliê, o pernambucano fazia questão de passar seu conhecimento a oleiros e decoradores, dedicados a fabricar ladrilhos cerâmicos e utilitários. São esses experientes artesãos, que desde a morte do mestre, aos 92 anos, mantêm ativa a Cerâmica Brennand, produzindo peças com base nas técnicas e na iconografia do artista. Uma pequena mostra do que vem sendo feito ali foi apresentada, no final de agosto, na feira Rotas Brasileiras, organizada pela SP-Arte, na capital paulista. Vasos, garrafas, fruteiras, pratos, xícaras e travessas, além de esculturas de edições limitadas, formam o importante portfólio deixado pelo pernambucano. Seu legado se perpetua pelas mãos de sua equipe, que não só enaltece a obra do mestre, como também propicia renda para a instituição, visitada o ano todo por brasileiros e estrangeiros, na cidade de Recife. Certamente um lugar no Brasil que merece ser visitado.
Por Regina Galvão
Imagens: Divulgação