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Cores e confortos

As cores promovem confortos vários, como térmico, lumínico e, enquanto linguagem arquitetônica, também psicológico.

 

O arquiteto deve obviamente considerar as condições climáticas locais em que se insere a edificação-alvo de seu projeto, assim como sua função (tipologia), seu modo de ocupação. Objetivos? Com coerência, um deles é proporcionar conforto ambiental com reduzido consumo de energia. Logo em início de projeto, deve decidir a adequada aplicação de elementos sombreadores em fachada, por exemplo, adotar soluções em sistemas para iluminação e ventilação naturais (neste caso, a partir de características dos ventos da região, avaliando fatores como sua intensidade e direção).

 

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Expansão do Vale – Studio Heya / Foto: Camila Cossio.

 

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Casa Senses – UP3 Arquitetura / Foto: Denilson Machado – MCA Estúdio.

 

Alto desempenho e eficiência energética promovem conforto térmico aos usuários dos espaços construídos, tendo, como consequência, redução de impactos ambientais e criação de ambientes saudáveis. Imprescindível, assim, a utilização de materiais adequados para cada superfície. Conhecer as características dos materiais construtivos possibilita selecionar aqueles de melhor desempenho em isolamento térmico, por exemplo. Daí a priorização das cores a serem projetadas.

A princípio, edificações com fachadas de baixa absorção com cores claras refletem maior radiação solar, reduzindo índices de calor nos ambientes internos, por exemplo. Porém, o arquiteto Maurício Roriz, quando então professor da Universidade Federal de São Carlos- São Paulo – com forte atuação em pesquisa sobre desempenho térmico em edificações -, destacou ser preciso cautela na hora de escolher tonalidades quanto às cores. Pesquisas, sob sua orientação, indicaram que a cor branco gelo, por exemplo, reflete menos luz do que cores como marfim, pérola, palha (tons de amarelo-claro) e erva-doce (verde-claro). “É preciso ficar atento, porque a coloração das tintas pode enganar. Em ambientes externos, nem sempre as cores mais claras absorvem menos luz solar, uma vez que mais da metade do espectro da radiação solar está na região do infravermelho, que não é visível a olho nu. Com isso, uma superfície visualmente clara pode concentrar mais calor do que uma superfície um pouco mais escura”, disse Roriz à Agência Fapesp.

 

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A Casa dos Tijolos Brancos – Bloco Arquitetos / Foto: Joana França.

 

A tese de doutorado da arquiteta Kelen Dornelles, também destacada junto à Agência Fapesp, demonstra que as cores que mais absorvem calor em superfícies (paredes ou telhados) são o preto (98%), cinza-escuro (90%), verde-escuro (79%), azul-escuro (77%), amarelo-escuro (70%), marrom e vermelho-escuro (70%); o branco absorve 20% do calor solar. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp é uma instituição pública de fomento à pesquisa acadêmica, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do governo do Estado de São Paulo.

Os materiais e cores aplicados nas superfícies externas de uma edificação agem como um filtro das radiações solares, determinando as condições térmicas das áreas internas, conforme o índice de reflexão da cor utilizada. O calor que atravessa a envoltória da edificação, por condução térmica, é determinado pelo índice de absorção da radiação solar de uma determinada cor. Quanto maior o índice de absorção, maior será a temperatura superficial externa e maior o calor que atravessará a envoltória da edificação. Portanto, o conhecimento dos índices de reflexão e os coeficientes de absorção de cada pigmento torna-se necessário quando da escolha das cores em projeto. Segundo Gratia, E. e Herde, A. de (2003, in design of law energy office building), pode-se dizer, em geral, que, se o fator de reflexão das paredes internas de um cômodo qualquer em uma edificação for menor que 50%, a luz penetrará com dificuldade em seu interior; ou seja, para melhor iluminação no interior de um ambiente é preferível o uso de pisos e superfícies relativamente claras, com reflexão superior a 50%.

 

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Central St. Giles Court – Renzo Piano + Fletcher Priest Architects / Foto: Michel Denance.

 

Além de considerar os aspectos fisiológicos das cores, a determinar confortos térmico e lumínico, há também de verificar-se os psicológicos e estéticos, escolher os melhores pigmentos para cada usuário (em face de suas projeções pessoais, individuais), já que estes irão influenciar diretamente seus campos sensoriais na percepção dos espaços projetados.  A cor é vetor de linguagem na concretização do espaço construído e relaciona-se com diferentes elementos: forma, dimensão, textura, luz. E sombra.

 

 

 

 

 

 

 

 

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