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O impacto dos projetos comerciais na marca e na cultura organizacional

Da imersão no universo da marca à escolha de materiais e soluções sustentáveis, a arquitetura comercial se consolida como ferramenta estratégica para negócios

 

Projetar um espaço comercial ultrapassa a dimensão do layout, da estética ou das tendências do momento. A arquitetura, quando pensada de forma estratégica, pode ter a função de traduzir a identidade da marca em experiência para quem ocupa e circula pelo espaço.

É essa a visão do escritório Afetto Lab – Laboratório Criativo, que defende como ponto de partida um mergulho profundo no universo do cliente. Antes mesmo de rabiscar uma planta, a equipe busca conhecer a história da empresa, visitar unidades já existentes, conversar com funcionários e mapear o posicionamento digital. “Entender a empresa é peça chave para ser assertivo no projeto”, Vitor Guimarães, arquiteto e sócio da Afetto.

 

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Na N&C Planejados, a sala de reuniões foi equipada com recurso de realidade virtual a partir de uma demanda da loja, permitindo aos clientes visualizar seus projetos com experiência imersiva em um telão gigante. Foto: Luiz Franco.

 

Essa imersão, contudo, exige uma postura de escuta. Ao contrário do que se imagina, o arquiteto não é o protagonista: o cliente é quem carrega o conhecimento sobre seu produto, seu público e suas dores. Ao arquiteto cabe o papel de parceiro estratégico, quase um sócio temporário, que identifica potencialidades e fragilidades e, a partir daí, propõe soluções.

 

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No Koyama Sushi, em Santos (SP), o projeto de interiores foi desenvolvido para dialogar com a identidade da marca e com a cidade, proporcionando ambientes acolhedores, descontraídos e convidativos aos clientes. Foto: Luiz Franco.

 

No desenho do layout, peça central em qualquer projeto, o exercício é duplo: atender às solicitações da empresa e, ao mesmo tempo, pensar como usuário final. “Nos enxergamos como possíveis clientes, analisando a experiência de compra e buscando formas de melhorá-la. Um erro de organização espacial pode comprometer o acolhimento e até impactar as vendas”, destaca Giullia Resende, arquiteta e sócia da Afetto.

A mesma lógica se aplica à escolha de materiais e acabamentos. Rapidez de entrega, durabilidade, segurança e custo aparecem como critérios inegociáveis, especialmente porque no setor comercial os prazos são curtos e os recursos precisam ser otimizados.

 

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No Concept Garden do Lar Center (SP), a iluminação delimita os espaços e guia o cliente em sua trajetória pela loja. Foto: Mauricio Moreno.

 

E a sustentabilidade?

O debate ainda engatinha quando o assunto são projetos comerciais. Mas, aos poucos, pequenas escolhas começam a mostrar força. Reaproveitar móveis, especificar materiais reciclados ou adotar sistemas de baixo consumo já fazem diferença. Mais do que certificados ou slogans, a sustentabilidade nasce da longevidade: um espaço bem planejado não se torna descartável, permanece útil por mais tempo e pode até ganhar novas funções em fases futuras do negócio.

 

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No restaurante Braza 5, em Mogi das Cruzes (SP), cobogós foram incorporados às paredes para favorecer a ventilação e iluminação natural, reduzindo custos com energia e deixando o ambiente mais fresco e convidativo. Foto: Luiz Franco.

 

Esse olhar traz a sustentabilidade para perto da vida real. É pensar em ambientes que acompanham a trajetória das empresas e das pessoas, que carregam histórias e não precisam ser substituídos a cada ciclo.

Outro ponto de virada é a automação. Se antes soava como luxo, hoje já é sinônimo de eficiência e economia. Climatização inteligente, iluminação dimerizável, sensores de fachada e até painéis solares tornaram-se recursos cada vez mais acessíveis. No fundo, automação não é apertar um botão a mais, é deixar a tecnologia trabalhar a favor do conforto e da racionalização de custos.

Mesmo com o avanço do home office, a procura por projetos comerciais cresceu. Empresas que recebem clientes presencialmente lideram essa demanda, mas escritórios também buscam ambientes mais acolhedores e inspiradores para seus colaboradores.

E, se existe uma palavra que sintetiza as tendências atuais, ela é autenticidade. Cores, plantas, elementos lúdicos e formas inusitadas passaram a ser bem-vindos. O medo de ousar perdeu espaço para a vontade de criar lugares que traduzam a identidade da marca e gerem conexão com quem está ali.

 

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No Niigata Sushi, na Vila Leopoldina (SP), o bar em formato de espinha de peixe traduz a essência da gastronomia japonesa para a arquitetura do espaço. Foto: Mauricio Moreno.

 

O Afetto Lab nasceu em 2018 da iniciativa de um grupo de jovens arquitetos dispostos a romper com o convencional. Desde então, o escritório vem se destacando ao projetar espaços que ressoam no emocional das pessoas, traduzindo memórias e sentimentos em arquitetura.

Com um olhar sensível e foco no design afetivo, o Afetto entende que cada projeto é uma história única. Do residencial ao comercial, passando por projetos de mobiliário e visual merchandising, a equipe cria experiências que conectam pessoas a espaços que refletem suas identidades. Em sua trajetória, foi reconhecido com o 2º lugar no concurso internacional promovido pelo Núcleo Casa em Miami, alavancando ainda mais seu trabalho no cenário do design nacional e internacional.

 

 

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