Sustentabilidade, integração urbana e maneira inovadora de trabalhar em terreno com declive natural são características deste edifício de design marcante.
O edifício Moou, projetado pelo escritório FGMF, é uma nova proposta de integração social, urbanismo e design autêntico na Vila Madalena, São Paulo. O edifício, totalmente residencial, conta com 6477m² de área construída, em um terreno com grande declive natural que orientou a organização dos espaços internos. Composto por 12 andares, há 9 configurações de apartamentos que permitem adaptabilidade à diferentes públicos e perfis de moradia, integrando diversos terraços descobertos ao longo do prédio. Cada apartamento foi arquitetado com amplas janelas e varandas que promovem circulação de ar e luz natural, reduzindo o uso de fontes artificiais.
A fachada é marcada por uma chapa perfurada de plano contínuo com duas lâminas flutuantes acima. A maior, de concreto aparente, se integra ao ambiente proposto pela praça pública, enquanto a menor, branca e mais discreta, se destaca frente à pequena praça elevada do interior do condomínio, criando um espaço de pé-direito duplo, graças a eliminação do primeiro pavimento desta lâmina. Dentro do edifício, o visitante é recebido pela praça elevada coberta, que foi articulada para estar integrada aos demais ambientes, como os pátios modernistas. A torre foi proposta como se fossem duas lâminas encostadas uma na outra, compondo apartamentos com dimensões variadas.
“Na paisagem do pedestre, propusemos um respiro urbano totalmente aberto à calçada, formado por uma pequena praça frontal pública, com bancos e jardins. Uma atitude modesta, mas convicta de seu valor.” – FGMF
Com um recuo no sobressolo maior que o obrigatório, o espaço destinado à garagem foi pensado para não antagonizar o pedestre. Uma pequena praça pública com bancos e forte presença de vegetação foi criada a fim de propor um diálogo entre o condomínio e o meio urbano ao seu redor, incorporando os transeuntes. A praça e os ambientes das áreas comuns foram desenhados em conjunto com o escritório Superlimão. A vegetação da fachada foi escolhida pela paisagista Camila Vica com foco em praticidade, sutileza e utilidade.
O nível +1 tem pé direito duplo e é todo desenvolvido como um espaço aberto, com pilotis, sob metade do prédio. Esse amplo andar intermediário de chegada, tem muita vegetação, mobiliário e um painel desenhado exclusivamente pelo artista Fabio Flaks, visível da rua.
O MOOU conta com áreas de lazer com piscina, área gourmet e ambientes sociais, além de integrar horta comunitária no nível +3, reuso de águas de chuva, aquecimento solar, caixas de retardo, venezianas tipo brise para controle de iluminação, iluminação por led, sistemas inteligentes remotos para o morador, entre outros.
A torre foi proposta como se fossem duas lâminas encostadas uma na outra, a da direita com apartamentos menores, mais baixa, e a da esquerda com apartamentos maiores, mais alta. O tratamento de acabamentos entre as lâminas da torre foi propositalmente contrastante: a secção da direita, branca, conta com venezianas de correr e da esquerda possui uma estrutura aparente com varandas em deck sintético e janelas em quina, com alvenarias em pintura na cor vinho.
Por Redação
Imagens: Fran Parente