Cité, Escritório Burle Marx e Maneco Quinderé integram equipe responsável pela transformação de empreendimento.
O antigo Hotel Paysandu, um dos clássicos empreendimentos cariocas localizado no bairro de Flamengo, passou por uma reforma que transformou o hotel em um residencial com 50 apartamentos, contemplando espaços coletivos e uma área de lazer no rooftop.
A Cité Arquitetura, responsável pelo projeto de retrofit – reforma e adaptação a um novo uso – mantém e destaca elementos que o definem, como o notável estilo Art Decó da fachada. O novo empreendimento da Piimo contará também com paisagismo do Escritório Burle Marx e iluminação de Maneco Quinderé.
“É sempre um grande desafio e uma honra trabalhar a memória e conectá-la de maneira inovadora com os tempos atuais, vislumbrando o futuro. Esse foi o grande motivador para o projeto do Paysandu 23, o antigo Hotel Paysandu. Imóvel tombado, torna-se substrato para mais um desafio que busca entrelaçar as linhas do passado e do futuro” – arquiteto Fernando Costa, sócio da Cité Arquitetura.
Para o escritório, o espaço assume importância simbólica pois permite o diálogo entre as épocas, revelando os interiores ao espaço externo em um lugar pensado para se olhar a cidade e para seu desenvolvimento. No projeto, a memória está presente em vários elementos, e com diversos significados, servindo de suporte para a inserção na contemporaneidade. A fachada tombada conta com um especial cuidado no processo de recuperação, resgatando o brilho de sua arquitetura em estilo Art Déco pela iluminação de Maneco Quinderé.
Em relação aos interiores, ao atravessar a porta, revelam-se o uso de diversos elementos importantes do projeto original, como luminárias, painéis, portas, entre outros, porém ressignificados assumindo novos usos e funções dentro do espaço. “Desta feita, podemos apropriar da memória como suporte para as necessidades do mundo contemporâneo”, prossegue
O projeto também apresenta uma evolução no conceito dos espaços de coworking, ao projetar com um olhar contemporâneo das novas formas de trabalhar. “Ao invés de se constituir em um único lugar, os espaços de trabalho se desenvolvem pelos pavimentos, aproximando e facilitando ao morador ter mais conforto em sua nova rotina. Assim se constitui o Paysandu 23, um projeto que se veste da memória sempre buscando novas interpretações para tratar da contemporaneidade e do futuro do morar”, conclui o arquiteto Celso Rayol, sócio da Cité Arquitetura.
Imagens: Pedro Vannuchi