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Aplicabilidade do vidro para o conforto acústico e térmico

De acordo com a especificadora técnica Alessandra Ribeiro, não há dúvidas quanto à evolução na tecnologia em vidro na indústria, com qualidade e desempenho acústico e térmico cada vez melhores

 

Por Alessandra Ribeiro*

O vidro é um elemento que costuma ocupar boa parcela das fachadas das edificações e, na maioria das vezes, assume o papel principal na atuação do desempenho acústico e térmico das construções.

No que tange ao desempenho acústico, o vidro laminado costuma apresentar uma vantagem quando comparado ao vidro monolítico simples ou mesmo em comparação a alguns vidros insulados, especialmente quando fazemos a laminação de vidros com espessuras distintas, evitando desta forma a queda no índice de redução sonora devido às ressonâncias de frequência crítica.

Apesar de ocupar a maior área de uma esquadria, o vidro não é o único componente construtivo deste sistema. O mecanismo de abertura da janela, o desenho do caixilho, os elementos de vedação, gaxetas, persianas, acessórios e a qualidade da instalação também interferem diretamente na estanqueidade sonora da esquadria. É justamente por conter tantos elementos, que os fabricantes devem sempre testar o desempenho acústico de seus produtos em um laboratório certificado.

Quanto ao desempenho térmico, vidros insulados costumam apresentar um melhor comportamento. A camada de ar entre os vidros aumenta a resistência e reduz a transmitância térmica do conjunto, logo, quanto maior for a camada de ar, melhor. A cor dos vidros, a espessura e seu índice de refletância irão interferir na propriedade do Fator Solar. Essa propriedade está relacionada à quantidade de calor que penetra em um ambiente. Um vidro com FS=0,60, por exemplo, quer dizer que, de 100% da energia solar que incidiu sobre a superfície, 60% passou para o ambiente interno. Logo, um vidro com menor fator solar deixará entrar menos calor na edificação. Entretanto, devemos lembrar que, em geral, um menor fator solar costuma também estar associado a uma menor transmitância luminosa, o que pode implicar nos estudos de iluminação natural.

Se quisermos unir o desempenho acústico com o desempenho térmico, é interessante pensar no uso de vidros insulados, com maior camada de ar, e compostos por vidros laminados, preferencialmente de espessuras distintas. Mas, esta especificação deve sempre levar em conta o Zoneamento Bioclimático e o nível de ruído incidente nas fachadas, assim como o espectro sonoro, se são sons mais agudos ou mais graves, se trata-se de ruído de tráfego rodoviário, etc.

Não há dúvidas quanto à evolução na tecnologia em vidro na indústria, visando a elementos com qualidade e desempenho acústico e térmico cada vez melhores, aptos para atender às demandas mais comuns ou específicas da construção civil. Por outro lado, devemos refletir, enquanto projetistas, que, por melhor que seja o vidro, o conforto térmico e acústico nasce nas estratégias arquitetônicas adotadas no projeto, desde o estudo do entorno e da implantação no terreno, passando pelo desenho da planta baixa e dos elementos propostos para a fachada e cobertura.

 

*Alessandra Ribeiro é  Especificadora Técnica em Vidros de Alto Desempenho e Conforto Acústico.

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