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Brasil possui mais de 1,5 mil barragens com alto risco e potencial de dano em caso de rompimento

Dados da pesquisa informam que, no ano passado, aconteceram 50 ocorrências de acidentes ou incidentes nas barragens, em grande parte relacionados a chuvas intensas e acúmulo de água.

 

Mesmo após os desastres ocorridos em Mariana e Brumadinho, o cenário das barragens brasileiras ainda é alarmante. É o que indica o RSB 2023 (Relatório de Segurança de Barragens), divulgado em junho deste ano pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), que revela que 1.591 estruturas de todo o país podem ser classificadas como de alto risco e com potencial de dano em caso de rompimento, equivalente a 6% do total. Segundo o documento, apenas 5.916 das mais de 25 mil áreas avaliadas estão enquadradas na PNSB (Política Nacional de Segurança de Barragens).

Para Rogério Neves, CEO da CPE Tecnologia, empresa que atua no mercado de soluções para geotecnologia, este é um cenário extremamente preocupante. “Estamos falando de um estudo que avaliou quase 26 mil estruturas com função de barragem ao longo de todo o ano de 2023. Se desse montante, mais de 1,5 mil estão em grau de alto risco, significa que o poder público e a iniciativa privada devem agir rapidamente para prevenir novas catástrofes, como houve em Mariana e Brumadinho”, pontua o executivo, que acrescenta ainda que “os dois casos já deveriam ter sido o suficiente para que os locais em situação de risco fossem desativados e para outras áreas passarem a ser monitoradas com mais afinco e com o uso de tecnologias mais avançadas”.

Um dos caminhos enxergados por Neves é a inclusão dos investimentos em tecnologias no Novo PAC do Governo Federal. Segundo ele, “é essencial que os aportes feitos contemplem não apenas a construção, mas o monitoramento frequente e a modernização de estruturas já existentes por todo o país para atender demandas de diversos segmentos, inclusive as barragens. Esses recursos devem, inclusive, contemplar o uso de ferramentas tecnológicas capazes de auxiliar os profissionais na tomada de decisões por meio do mapeamento e concepção de cenários precisos”.

Outros dados da pesquisa informam que, no ano passado, aconteceram 50 ocorrências de acidentes ou incidentes nas barragens, em grande parte relacionados a chuvas intensas e acúmulo de água. Além disso, 229 estruturas foram classificadas como prioritárias para revisão de segurança, sendo que em 170 delas já foram constatados os mesmos problemas em anos anteriores. “Praticamente todos os números desse levantamento nos revelam um cenário alarmante, por isso, precisamos muito de ação, tanto do poder público quanto das empresas. Temos tecnologia para isso e expertise dos profissionais do setor, então temos que ir em frente e agir”, finaliza o executivo da empresa que atua no mercado de soluções para geotecnologia desde 1974 e é pioneira na implantação de algumas tecnologias no mercado brasileiro.

 

 

 

 

 

 

Imagem: Victor Oliveira

 

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