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Canteiro Bioséptico: uma opção para o saneamento

Opção ecológica, saiba como é possível realizar a filtragem natural do esgoto doméstico

 

Cerca de 100 milhões de brasileiros não têm acesso à rede de coleta de esgoto. De acordo com o Instituto Trata Brasil, são mais de 5.522 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejadas na natureza diariamente. Em áreas rurais, esta alarmante situação é mais evidente e, por isso, soluções ecológicas e de baixo custo podem ser boas alternativas para amenizar o problema. É o caso do canteiro bioséptico, também conhecido como “fossa de bananeiras”.

O canteiro bioséptico é um sistema de filtragem que trata naturalmente o esgoto doméstico usando plantas. O método é pensado para limpar as chamadas “águas negras”, que são provenientes do vaso sanitário, reaproveitando-as para o cultivo de plantas.

O canteiro bioséptico funciona da seguinte forma: a água sai do banheiro e das fossas da casa, atravessa o subsolo e vai em direção ao canteiro onde uma estrutura física separa os dejetos do líquido enquanto microorganismos digerem o material orgânico e o utilizam para “adubar” uma área. No canteiro, para absorver a água produzida, deve haver alguma espécie de planta que tenha alto consumo de água, como uma bananeira.

Entre os benefícios, o saneamento ecológico reduz a propagação de doenças, uma vez que evita o descarte incorreto de dejetos. Este fato fica evidente com as informações do DATASUS que apontam que houve quase 130 mil hospitalizações em decorrência de doenças de veiculação hídrica em 2021. Entre os impactos na saúde que podem ocorrer estão as infecções gastrointestinais e doenças transmitidas por mosquitos e animais.

 

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Construindo canteiros biosépticos

Buscando promover o saneamento rural no entorno da Reserva Natural Serra das Almas, canteiros biosépticos foram construídos para 75 famílias do Ceará e Piauí. A unidade de conservação está localizada justamente entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI) e é gerida pela Associação Caatinga.

“Antes de conhecer a tecnologia, as pessoas achavam que a água do vaso sanitário não serviria mais para nada e chegaram até a duvidar, mas ao longo das capacitações que realizamos elas foram percebendo as inovações do canteiro bioséptico”, explica Gilson Miranda, coordenador de conservação da Associação Caatinga.

Antonia Lúcia da Silva, moradora da comunidade de Queimadas, em Crateús, compartilha sua surpresa ao entender o funcionamento da fossa ecológica. “Fiquei encantada como é possível reaproveitar a água da descarga do vaso sanitário e, por meio do acompanhamento dos técnicos, pude compreender melhor o funcionamento do canteiro. E agora posso usar a água dessa tecnologia para cultivar frutas que nem a banana”, destaca.

A ação é patrocinada pelo Programa Petrobras Socioambiental, através do projeto No Clima da Caatinga. Também estão sendo construídos 12 banheiros em residências que não contam com o cômodo, mas que mesmo assim irão receber o canteiro bioséptico, visto que essa tecnologia só pode ser aplicada em casas que já possuem banheiro estruturado e fossa comum.

Como parte integrante do Programa de Tecnologias Sustentáveis do Projeto No Clima da Caatinga, foi desenvolvida uma cartilha digital com as fases de construção, funcionamento e como fazer um bom uso da tecnologia social. A cartilha possui 54 páginas e traz informações importantes, que vão desde a norma regulamentadora da fossa bioséptica até a ilustração de como colocar a mão na massa e construir seu próprio canteiro bioséptico.

Baixe a cartilha gratuitamente aqui!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: CicloVivo
Imagem: Associação Caatinga

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