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CASACOR SP 2024: inteligência artificial

Inteligência Artificial (IA) foi aplicada no design de três projetos da mostra para ampliar as possibilidades de expressão das ideias apresentadas por cada um deles

 

Nesta edição da CASACOR São Paulo, a partir do uso da Inteligência Artificial (IA), os arquitetos dos ambientes Ocupação Terreiro, Acalanto e Encontros e Ristorantino Caffè projetaram e apresentaram novas imagens, texturas, simbologias, efeitos visuais e até sons visíveis, demonstrando que este recurso tecnológico pode ser um aliado da criatividade em projetos de arquitetura e design.

No espaço-instalação artística Ocupação Terreiro, a inteligência artificial foi usada para questionar a distorção da representatividade negra dentro do universo digital. “Os prompts que são gerados por IA têm uma distorção bastante grande do físico e das simbologias negras”, explica Alexandre Salles, líder do Estúdio Tarimba e arquiteto que concebeu o ambiente.

Junto ao designer Indio San, Salles trabalhou para criar no espaço uma imagem que fosse de fato representativa e estabelecesse um contraponto à falta de presença negra nas mídias geradas por IA. O resultado desse processo foi a projeção das Pretas Velhas e dos Orixás do Futuro, imagens que levam consigo uma provocação, conta o arquiteto: “O objetivo foi questionar qual tipo de imagem a gente pensa ou quer para o futuro, especialmente nesse recorte negro”.

 

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Instalação “Ocupação Terreiro” de Alexandre Salles na CASACOR São Paulo 2024. Fotografia: Bia Nauiack.

 

Salles dá continuidade a sua análise metalinguística sobre a IA em uma das paredes do espaço, a qual ele caracteriza como um código do futuro. A parede foi gerada por meio de prompts alimentados da pesquisa realizada pelo arquiteto para projetar o ambiente. “A ideia é ela ser justamente esse código abstrato, como se o futuro estivesse nos trazendo uma mensagem”, afirma. Para isso, Salles centralizou a frase “sem folha, não há orixá” — a qual ele descreve como uma “frase-gatilho” e interpreta como um chamado à questão ambiental e espiritual.

 

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Instalação “Ocupação Terreiro” de Alexandre Salles na CASACOR São Paulo 2024. Fotografia: Bia Nauiack.

 

A Inteligência Artificial também aparece como uma expressão da representatividade no ambiente Acalantos e Encontros, assinado pelo arquiteto Bruno Moraes. Neste caso, a tecnologia marca presença na peça que dá nome ao projeto: o tapete Acalanto, que traz uma inovação ao design por ser uma música indígena congelada em tapeçaria.

O uso da IA foi o que permitiu ao arquiteto e sua equipe do BMA Studio transformar as ondulações sonoras da música em ondulações visuais, para então sobrepô-las e imprimi-las no desenho do tapete. “Depois que foram retirados os fragmentos da música, juntamos as ondulações sonoras em um software para visualizar como ficaria uma onda ao lado da outra, e o modelo foi confeccionado com curvas perfeitas que representam as ondas sonoras separadas”, detalha Bruno.

 

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Bruno Moraes – Acalanto e Encontros. Projeto da CASACOR São Paulo 2024. Fotografia: Guilherme Pucci.

 

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Bruno Moraes – Acalanto e Encontros. Projeto da CASACOR São Paulo 2024. Fotografia: Guilherme Pucci.

 

A capacidade de criar diferentes efeitos visuais a partir do uso da Inteligência Artificial se expande até um dos últimos projetos do percurso da CASACOR, o Ristorantino Caffè. Ao adentrar no ambiente da Guardini Stancati Arquitetura e Design, a arquitetura paramétrica presente no teto é, provavelmente, o primeiro elemento notado pelo visitante.

Para que esse resultado fosse alcançado, recursos de IA foram aplicados em duas etapas. Primeiramente, foram geradas imagens por meio da inteligência artificial para a obtenção de referências de pesquisa, o que permitiu aos arquitetos explorarem um repertório de materiais e volumetrias. “Isso nos alimentou de ideias para a concepção e  criação do nosso projeto”, contam os arquitetos e designers de interiores Dani Guardini e Adriano Stancati.

Mas o efeito 3D provocado no teto veio em um segundo momento, em que a IA foi utilizada na elaboração do projeto do forro, feito pelo software Rhino com o plugin Grasshopper. “Fomos gerando e regulando prompts e códigos de acordo com o efeito visual que estávamos buscando”, explicam Dani e Adriano. Assim, os arquitetos engendraram o projeto volumétrico do grid, que deu origem ao formato icônico do teto do Ristorantino Caffè.

 

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Dani Guardini e Adriano Stancati – Ristorantino Caffè. Projeto da CASACOR São Paulo 2024. Fotografia: MCA Estúdio.

 

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Dani Guardini e Adriano Stancati – Ristorantino Caffè. Projeto da CASACOR São Paulo 2024. Fotografia: MCA Estúdio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: CASACOR – Maria Fernanda Barros

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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