Projetos de acústica e luminotecnia para a sustentabilidade das edificações.
A área da construção tem buscando reduzir o impacto ambiental de suas atividades por meio do atendimento de critérios estabelecidos em diversas certificações, como o LEED, GBC Condomínio, Aqua-HQE, Well, EDGE, Fitwel, entre outros, e também as recomendações previstas na Norma de Desempenho. Nesse sentido, tanto o projeto de acústica quanto o de luminotécnica são importantes para cumprir os requisitos, mas também para levar bem-estar e conforto aos usuários desses empreendimentos. O tema foi tratado no workshop Abordagens sustentáveis nos projetos de Acústica e Luminotecnia no Brasil e na Europa, durante a BW Expo, Summit e Digital 2020, que terminou nesta quinta (19).
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Para Paula Longato, líder da equipe de iluminação em Berlim e na Europa da BuroHappold Engineering, a sustentabilidade na área luminotécnica significa combinar e integrar a luz natural com o planejamento inteligente da luz elétrica, baseado em procedimentos simples e claros. Isso significa introduzir a luz do dia no interior dos espaços, aproveitando todos os benefícios desse recurso natural, aplicando a eletricidade quando necessário.
“O projeto deve criar uma infraestrutura flexível de luminotécnica, sendo adaptável para que possa ser usado em um mesmo ambiente, para diferentes usos, sem a necessidade de reformar todo o espaço. O objetivo é criar soluções que permita reutilizar os equipamentos de iluminação em boas condições e não os usar apenas uma única vez. Além de sustentável, é uma forma excelente de poupar recursos. Essa modalidade reduz o investimento dos usuários e fornece manutenção enquanto o contrato estiver em vigor.” – Paula Longato, líder da equipe de iluminação em Berlim e na Europa da BuroHappold Engineering.
Paula comentou sobre a evolução da indústria de iluminação nas últimas décadas, que desenvolveu produtos mais sustentáveis, ampliando seu ciclo de vida. Por isso, em sua apresentação, ela reforçou a necessidade de reparar e reutilizar esses equipamentos ou dar uma destinação adequada para quando chegar ao final do seu ciclo de vida. Outra possibilidade seria transformar o produto em serviço, por meio do aluguel desses produtos.
Já na área de acústica, Andrea Destefani, Sócia e Líder de Acústica da Ca2 Consultores Ambientais Associados, ponderou que a maioria dos edifícios não está preparado para fornecer a experiência auditiva que o usuário gostaria de ter. O motivo é que as três principais fontes sonoras – externas, empreendimento e interna – precisam ser avaliadas em conjunto para fornecer o desempenho acústico correto, observando os pontos críticos depois da ocupação dos empreendimentos.
Segundo Andrea, a abordagem deve ser multidisciplinar, porque ele possui, por exemplo, interface com os facilities, a fachada, a luminotécnica e o conforto térmico. Um exemplo é quando há uma academia nos andares superiores do edifício, que pode gerar impacto vibracional ou de ruído em pavimentos inferiores. Já na questão da luz natural, a escolha do vidro precisa também ser pensada do ponto de vista acústico, assim como se a abertura das janelas emitirá muitos ruídos externos. Outro ponto tratado por Andrea foi quanto as certificações, que exigem um desempenho acústico adequado para a edificações.
“O arquiteto responsável pelo projeto da acústica precisa estar bastante envolvido com várias disciplinas para dar suporte e argumentações quando for necessário, além de verificar se tudo o que é requisitado na certificação está sendo atendido. O ideal é que o projeto seja integrado para obter um melhor resultado.” – Andrea Destefani, Sócia e Líder de Acústica da Ca2 Consultores Ambientais Associados
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Por Mecânica Comunicação Estratégica
Imagem: Divulgação e Sustentativa