Projeto de coleção de mobiliário busca respeitar tantos os conhecimentos tradicionais como as novas tecnologias, resultando em um mix amazônico de tradição e contemporaneidade.
Com o objetivo principal de gerar visibilidade para a carpintaria amazônica e renda para os carpinteiros participantes, o Projeto Pallas é uma coleção de mobiliário feita de forma colaborativa entre grandes designers nacionais e carpinteiros amazônicos, sob a direção criativa da Guá Arquitetura, uma empresa de arquitetura e design que tem orgulho de suas origens amazônica. “Acreditamos no fortalecimento dos carpinteiros e na preservação dos seus saberes tradicionais, levando reconhecimento e oportunidades para as comunidades ribeirinhas, garantindo assim a continuidade da carpintaria tradicional amazônica”, explica Luís Guedes, à frente da Guá Arquitetura junto com Pablo Vale.
O projeto pretende também financiar uma série de ações que objetivam o benefício de comunidades ribeirinhas e promover a difusão de técnicas de carpintaria que vem sendo documentadas pelo projeto Carpinteiros da Amazônia – outro projeto que a Guá Arquitetura vem desenvolvendo com as comunidades ribeirinhas do Pará.
Além disso, a visibilidade trazida pelo projeto pode ser importante para inverter as pressões constantes de aculturação que tem contribuído para a desvalorização do ofício da carpintaria pelo próprio olhar dos ribeirinhos: as singulares construções de madeira da região estão gradativamente sendo substituídas por estruturas de alvenaria brancas e sem personalidade, ao mesmo tempo em que a nova geração demonstra pouco interesse em aprender a arte da carpintaria.
Para o Pallas, a Guá Arquitetura reuniu um time de designers de peso. Bel Lobo (M.O.O.C) Jay Boggo, Gabriel Kogan, Clara Figueiredo e a própria Guá Arquitetura trabalham em colaboração com mestres carpinteiros e são nomes confirmado para a primeira coleção, com lançamento nacional previsto para 2024.
Imprescindível destacar que a origem da madeira é uma prioridade no Projeto Pallas e conta com o suporte da VEDAC, empresa que resgata vestígios de madeiras de lei desprezadas pela indústria tradicional devido a nós e outras características orgânicas que impactam a uniformidade nas peças. Essas ações, ao lado de outras como o combate à monoextração e o uso de manejo sustentável, preservam os ecossistemas da região amazônica, valorizando importância do uso responsável dos recursos naturais.
Imagens: Luis André Guedes, Jefferson Farias e Kauê Barp.