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Construtech: a inovação no mercado da construção civil

Oferecendo soluções inteligentes para problemas históricos da construção civil, as construtechs vem ganhando mais espaço no mercado brasileiro

 

A consultoria McKinsey & Company chegou a definir o segmento da construção civil como de “baixíssima digitalização nos canteiros de obras e com excessivos métodos artesanais”. Mas o cenário mudou: de mercado engessado, ele agora entrega soluções inovadoras, que vão do planejamento ao pós-obra com as construtechs.

E está crescendo, viu? De acordo com o Mapa de Construtechs e Proptechs publicado em 2021 pela Terracotta Ventures, os últimos cinco anos apresentaram um aumento de 235% no número de startups ativas atuando no setor. No ano do levantamento, eram 839 construtechs atuando ao longo de todo ciclo de projetos, construção, aquisição e propriedades em uso.

 

O QUE É CONSTRUTECH?

As construtechs identificam possibilidades de melhoria no campo da construção civil, dentro e fora da obra, e desenvolvem tecnologias, inovações e soluções para atender esses pontos específicos. E mais do que isso: “as startups na construção civil, as construtechs, vêm questionar o modo como as coisas são feitas na construção civil já há muito tempo”, explica Iago de Oliveira, sócio fundador e consultor de sustentabilidade da Bloco Base, empresa que entrega soluções em eficiência e sustentabilidade na construção civil.

E o impacto delas é imenso. Por trabalharem com toda a cadeia, elas atingem as construtoras e outras organizações que trabalham no mercado civil: mineradoras, empreiteiras, incorporadoras, profissionais liberais — como arquitetos e engenheiros — e, até mesmo, o consumidor final, que deseja administrar seu novo imóvel. Dessa forma, elas ganham espaço para ressignificar o modo como o mercado agiu durante tanto tempo.

Para o especialista, é exatamente isso que une grande parte desses negócio: questionar o status quo. “Por que? O que a Bloco Base oferece, por exemplo, que é democratizar a cultura da construção sustentável, já existe em algum nível, mas para um público muito rico. Então a gente percebe que isso existe e tem que ser ampliado, melhorado e mais pessoas têm que ter acesso. No fim, muitas desse segmento acabam democratizando, por intenção ou não, mas acabam por fazer.”

Algumas olham para eficiência, outras para segurança no canteiro de obra, outras olham para gerenciamento de processo, outras para sustentabilidade, mas, de alguma forma, elas se encaixam em uma das 4 principais divisões do ciclo da construção:

  • Projetos e viabilidade: engloba startups com soluções para a fase pré-obra.
  • Construção: envolve as soluções em torno do ambiente de obra.
  • Aquisição: envolve aplicações ao longo da jornada de compra, venda ou locação do imóvel
  • Propriedades em uso: envolvendo soluções destinadas às edificações comerciais, industriais ou residenciais em uso.

 

COMO AS CONSTRUTECHS IMPACTAM O SETOR?

As construtechs trazem uma mudança de paradigma, apresentando ao setor novas formas de atuar em um meio tão tradicional.  Isso não só por meio de tecnologias e serviços, como também por processos e modelos de gestão inovadores. Inclusive, para Iago, além da cultura, um dos destaque das construtechs é a inovação e a possibilidade de escalabilidade dessa inovação – mais do que a tecnologia envolvida.

Dessa forma, é possível transformar a experiência do cliente e criar relações mais próximas com eles. Descobrindo seus gostos, desejos e dificuldades, utilizando-os para oferecer um serviço que realmente condiz com suas expectativas e orçamento, fidelizando a ponto de conquistar recomendações. Para o cliente, isso mostra novos níveis de transparência e, para os colaboradores, um ambiente mais colaborativo, de fato, e inclusivo.

 

5 CONSTRUTECHS PARA VOCÊ FICAR DE OLHO

Como a gente já comentou, o mercado vem crescendo e, por incrível que pareça, foi um setor que se manteve bem mesmo durante a pandemia. E por mais que São Paulo ainda seja o polo com maior número de startups desse segmento, contando com mais de 339 ativas, as duas startups brasileiras entre as 20 maiores startups da construção civil do mundo são a catarinense Brasil ao Cubo e a paranaense TecVerde. Por isso, separamos 4 construtechs para você conhecer e se inspirar:

BRASIL AO CUBO

A Brasil ao Cubo desenvolve projetos de construção modular offsite, nos quais edifícios são erguidos em módulos individuais pré-fabricados e depois montados no canteiro de obras. O método permite obras prontas 4 vezes mais rápido do que no método tradicional com controle de custos, redução do desperdício e facilidade na gestão do tempo.

TECVERDE

A Tecverde foi pioneira em trazer o modelo de construção industrializada em woodframe para o Brasil. Agora eles estão focando em 3 principais frentes: Residencial para casas térreas; Negócios Corporativos para obras comerciais (varejo e franquias); e TecHome para loteamentos.

ÂMBAR

A Âmbar é uma startup que começou com uma proposta de construção modular e hoje atua em duas vertentes – industrialização e digitalização – a partir da plataforma de soluções criada em 2018, integrando novas soluções para o cliente.

DATALAND

A empresa oferece soluções inteligentes para coleta, catalogação e clusterização de dados que gerem informações e facilitem a tomada de decisões dos seus clientes. Dessa forma, ela busca transformar e direcionar a ocupação urbana a partir da ciência de dados (data science) diante do grande volume de informações disponíveis.

BLOCO BASE

A Bloco Base é uma consultoria em construção sustentável, eficiência e conforto. Eles entregam de maneira assertiva soluções viáveis em sustentabilidade para o ambiente construído.

 

POR QUE IMPORTA?

Essas startups são fundamentais para ajudar construtoras, empreiteiras, empresas de arquitetura, indústria de materiais, imobiliárias, mineradoras e governos a reduzirem custos, duração do projeto, mão de obra e desperdício de materiais. Para isso, elas apostam em tecnologias verdes, impressão 3D, materiais sustentáveis e um olhar aguçado para as novas possibilidades do mercado.

Isso faz diferença em tempos de ESG, onde o consumidor quer saber mais sobre a obra, o impacto para o meio ambiente e as funcionalidades (como a escolha por janelas que iluminem mais o ambiente e exijam menos iluminação artificial ou a priorização de espaços para gestão de resíduos no condomínio, por exemplo). Como exemplifica Iago, “a gente olha pra uma edificação e pensa ‘não, não pode. a gente [construção civil] não pode mais continuar a ser responsável por gerar mais de 50% dos resíduos sólidos urbanos.’”

Isso significa que por maior que tenha sido o crescimento das construtechs nos últimos anos, ele é um mercado em ascensão, com espaço para o desenvolvimento de novas tecnologias, soluções e inovações em um setor que cresce tanto como o da construção civil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte e imagens: Startse

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