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COP 28 define compromisso de triplicar as fontes renováveis

Metas estabelecidas até 2030 têm apoio do setor solar brasileiro e podem abrir caminhos para maior liderança do País na transição energética.

 

O compromisso de triplicar o uso de energias renováveis no mundo e de duplicar a eficiência energética até 2030, conforme documento assinado na COP28, realizado em Dubai, nos Emirados Árabes, traz uma grande oportunidade para o Brasil se posicionar como liderança e protagonista neste processo, a partir de seus vastos recursos naturais renováveis. A capital reuniu líderes mundiais de 30 de novembro a 12 de dezembro para traçar um caminho ambicioso na luta global contra as alterações climáticas.

A avaliação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Para a entidade, que participou de uma série de eventos, encontros e debates ao longo da COP 28, representada pelo seu conselheiro Rodrigo Pedroso, o acordo reconhece o papel estratégico das energias renováveis na redução de emissões de gases de efeito estufa e no combate às mudanças climáticas.

 

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Pnud/Manuth Buth Estudantes plantam manguezais num esforço para mitigar os danos na costa do Camboja

 

Um dos pontos de atenção, segundo a ABSOLAR, é a ausência de um compromisso explícito de eliminação gradativa dos combustíveis fósseis. Na visão da entidade, este cenário não é insuficiente para limitar o aumento da temperatura global, ameaçando intensificar eventos climáticos extremos e os danos decorrentes do aquecimento global.

A entidade espera que os compromissos assumidos pelos países evoluam na COP 29, no Azerbaijão, em 2024. “As fontes renováveis, em especial a solar fotovoltaica, saem muito fortalecidas da COP 28, com um compromisso claro dos governos de 119 países, de ampliar o seu uso ainda nesta década. Sem as renováveis, a meta de manter em 1,5º C o aquecimento do planeta, conforme determinado no próprio Acordo de Paris, de 2015, seria inatingível”, destaca Pedroso.

“Nesta COP 28, ficou evidente que muitos países planejam estar, em décadas, num patamar de desenvolvimento de fontes renováveis que o Brasil já possui hoje. Além disso, foi consenso que a Amazônia é um dos maiores ativos ambientais do Brasil e precisa transformar este potencial em desenvolvimento socioeconômico para a região e suas populações”, complementa.

Para o presidente executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, diante do acordo assinado na COP 28, a entidade e o setor solar brasileiro estão comprometidos e prontos para acelerar a descarbonização do Brasil. “Com a combinação das tecnologias sustentáveis solar fotovoltaica, armazenamento de energia elétrica e hidrogênio verde podemos, em pouco tempo, impulsionar o desenvolvimento social, econômico e ambiental, com a geração de milhares de novos empregos verdes, trazendo mais renda para os trabalhadores e a população”, conclui Sauaia.

 

Indicadores da energia solar no Brasil

O País acaba de ultrapassar a marca de 36 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a 16,3 % da matriz elétrica nacional.

Desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 174,3 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 48,7 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou cerca de 1,1 milhão de empregos acumulados. Com isso, também evitou a emissão de 44 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

 

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O que é uma ‘COP’?

As Cúpulas do Clima da ONU são reuniões anuais de alto nível governamental focadas na ação climática. São também referidas como COPs, Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, Unfccc.

A convenção da Unfccc entrou em vigor em 21 de março de 1994 para evitar interferências humanas “perigosas” no sistema climático. Hoje, ratificada por 198 países, tem adesão quase universal. O Acordo de Paris, adotado em 2015, funciona como uma extensão dessa convenção e desde sua adoção as conferências subsequentes focaram na implementação do seu objetivo principal: Limitar o aumento da temperatura média global para bem abaixo dos 2°C e avançar nos esforços para limitar o aumento a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

 

Como a COP28 contribuirá para a luta global contra as mudanças climáticas?

Quase oito anos após o Acordo de Paris e na metade do caminho da Agenda 2030, a COP28 é uma oportunidade para estabelecer num novo caminho para uma ação climática eficaz. Como mostram vários relatórios da ONU, o mundo não está na direção certa para cumprir os objetivos do Acordo de Paris.

Em 2020, cada país apresentou os seus planos nacionais de ação climática destinados a reduzir as emissões e avançar na adaptação aos impactos das mudanças climáticas. Com a próxima rodada destes planos planejada para 2025, o resultado do processo de Balanço Global poderá encorajar os países a aumentar a ambição e a definir novas metas, indo além das políticas e compromissos existentes.

Com várias questões em jogo, a conferência em Dubai é tida como um momento decisivo para transformar os planos climáticos em ações ambiciosas e virar o jogo contra a crise climática.

 

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ONU/Mark Garten O secretário-geral da ONU, António Guterres (no centro), visita a base Frei Antártica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fontes: Nações Unidas e Absolar
Imagens: OMM/Fouad Abdeladim, Pnud/Manuth Buth, ONU/Mark Garten e Divulgação.

 

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