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Descubra a importância de desenvolver habilidades de gerenciamento de projetos desde a infância

Ricardo Triana, diretor-geral do Project Management Institute para a América Latina, explica quais são os benefícios de incluir essas práticas no desenvolvimento de crianças a partir dos cinco anos de idade.

 

Gerenciar projetos arquitetônicos, pequenos ou grandes, já é algo desafiador em circunstâncias normais. Quando falamos de projetos inovadores ou megaprojetos, o tamanho desse desafio aumenta exponencialmente. Algo visionário, nunca antes realizado, demanda pesquisa extensa e planejamento minucioso. Obras grandiosas, que envolvem um número enorme de pessoas e equipes, requerem excelente comunicação e organização. Se acrescentarmos em meio a isso uma pandemia, quando o trabalho passou a ser remoto em sua maior parte e a humanidade teve de aprender a viver constantemente com o medo, incertezas e sofrimentos, esse desafio parece impossível de ser realizado.

Desde então, tivemos de aprender novas formas de gerenciar projetos. Mas não foi só isso o que mudou. Para que possamos criar transformações profundas a partir de tudo o que temos vivido, precisamos começar a enxergar o trabalho de outra forma também. É necessário que sejamos mais do que bons profissionais técnicos. Temos de refletir sobre o legado que nosso trabalho deixará e tornar projetos de impacto social uma prioridade estratégica, uma forma de espalhar o bem. É isso o que podemos ver na lista dos 50 Projetos Mais Influentes de 2021, publicada anualmente pelo Project Management Institute (PMI). A partir das cinco obras de arquitetura contempladas, podemos refletir sobre como a arquitetura e o gerenciamento de projetos podem e devem ser usados como catalisadores de ações sociais e culturais que vão deixar uma herança para a sociedade.

A primeira dessas obras é a de reconstrução do complexo da mesquita Al-Nouri, em Mossul, Iraque, que existia há quase 850 anos e foi destruído em 2017 pelo grupo extremista Estado islâmico (EI). Muito mais do que construções, os prédios que compunham o complexo eram símbolos de identidade e resiliência para os iraquianos. Reconstruí-los, além do esforço técnico, a cargo de um comitê que inclui especialistas em engenharia, restauração, arquitetura, paisagismo e arqueologia, tem exigido sensibilidade e diálogo entre a UNESCO, responsável por gerenciar o projeto, e a população local, que terá na reconstrução a oportunidade de promover reconexão com a própria identidade, cultura e história.

Já a Expo 2020 Dubai, como está sendo chamada a mais recente edição das já tradicionais World Expos, reúne pela primeira vez na história do evento mais de 190 países, cada um com seu pavilhão próprio, que, somados entre si e aos pavilhões centrais do evento, resultam em mais de 200 prédios conectados por linhas próprias de transporte público e rodovias que ligam os diferentes espaços, distribuídos em uma área de 4.400 quilômetros quadrados. Um imenso desafio de gerenciamento de projetos, com o objetivo de promover um grande encontro cultural: nesses espaços, cada nação mostra o que há de mais importante em sua cultura e história, e exibe, por meio das construções dessas áreas, as últimas novidades da tecnologia e inovação, conectando passado, presente e futuro em um único evento. E, para além dessa reunião cultural onde os visitantes terão a oportunidade inédita de conhecer, em um único lugar, os destaques de cada um desses países, ao longo das 10 semanas de evento também estão sendo realizados painéis para discutir e encontrar propostas de solução e inovação para os assuntos de grande urgência para a humanidade, uma forma de deixar um patrimônio para a sociedade, mesmo após o término da Expo 2020.

Em outro continente, no projeto do Museu Edo de Arte da África Ocidental, tudo começou pela escavação, ou seja, pelo resgate da história do povo nigeriano, que ficou soterrada nas ruínas da antiga capital do Reino de Benin. Apesar de o início da obra ter como foco recuperar objetos que ajudem a contar essa história, o propósito do projeto é humanizar a arte africana e mostrar como o passado tem impacto no presente. Para conseguir isso, utiliza-se da arqueologia para resgatar elementos históricos que serão restaurados e incorporados na arquitetura do museu, criando muito mais do que um espaço, um local onde pessoas poderão conhecer e apreciar uma cultura antiga que esteve escondida durante tanto tempo.

Criar um prédio com design inovador, futurista, onde serão realizadas exposições e outros eventos com um propósito bem definido: encontrar soluções para problemas atuais como forma de desenhar o futuro – essa é a proposta do Museu do Futuro, em Dubai. Por meio das diversas inovações aplicadas no projeto e na construção, como um modelo de energia 3D que exigiu mais de 50 soluções de design sustentáveis – entre elas, arquitetura solar passiva e tecnologias de reúso de água e energia, mostra-se que o futuro começa a ser definido agora, pelas ações que todos nós decidimos pôr em prática com pensamentos que vão além do momento presente.

Por último e certamente não menos importante, gostaria de destacar o projeto Thinking Huts, de uma jovem de apenas 21 anos que tem o propósito de transformar a realidade de crianças, aumentando o acesso delas à educação. Maggie Grout pretende criar escolas de baixo custo e tempo de construção por meio da impressão 3D em concreto, algo até o momento inédito no mundo. A unidade-piloto está sendo feita em Madagascar e utilizará material local como forma de reduzir o custo e a pegada de carbono, assim como mão de obra da região, tornando o projeto socialmente sustentável também.

Entre todos os projetos mencionados acima, podemos perceber a importância da tecnologia e inovação para torná-los realidade. Segundo o relatório Global Megatrends 2022 do PMI, a disruptura digital é uma das tendências para este ano – não há quase nenhum campo de esforço que esteja livre do constante impulso da mudança tecnológica.

A transformação digital estava em curso antes do advento da pandemia da Covid-19, com muitas organizações a redefinirem os seus principais modelos de negócio para ganharem vantagem competitiva num mercado de produtos e ideias em constante mudança. Nesse período, a transformação se tornou agora uma atividade normal e necessária.

Nesse período, tivemos muitos aprendizados do ponto de vista técnico-profissional, sem dúvida. No entanto ouso dizer que os aprendizados mais importantes que tiramos são os humanos, que, espero, levaremos para sempre conosco e colocaremos em prática em todos os âmbitos da vida.

 

Sobre o PMI

O Project Management Institute (PMI) é a principal associação do mundo para os profissionais que consideram o gerenciamento de projetos, programas e portfólios a sua profissão. Por meio da defesa de direitos, colaboração, educação e pesquisa globais, o PMI trabalha para preparar mais de três milhões de profissionais em todo o mundo para a The Project Economy: a economia do futuro, em que o trabalho e as pessoas são organizados em torno de projetos, produtos, programas e fluxos de valor. Com um histórico de 50 anos, o PMI trabalha em quase todos os países do mundo para promover carreiras, melhorar o sucesso empresarial e amadurecer ainda mais a profissão de gerenciamento de projetos com padrões reconhecidos globalmente, certificações, comunidades, recursos, ferramentas, pesquisa acadêmica, publicações, cursos de desenvolvimento profissional e oportunidades de networking. Como parte da família PMI, o site interativo ProjectManagement.com® cria comunidades globais online que oferecem mais recursos, ferramentas melhores, redes maiores e perspectivas mais amplas.

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