O movimento ESG vem ganhando tração nas empresas do setor da construção!
Na dimensão da responsabilidade ambiental do ESG, alguns aspectos merecem atenção das empresas, em todas as fases do processo do negócio: incorporação, projetos, fabricação de materiais, execução de obras e uso e operação, ao longo da vida útil dos empreendimentos.
Entre esses aspectos, é possível citar a preservação dos recursos naturais, eficiência no uso de água e energia, atenção às emissões de poluentes e à geração de resíduos, preservação da biodiversidade, redução da geração de gases de efeito estufa e prevenção de acidentes ambientais.
Logo no início do desenvolvimento de um empreendimento, durante a seleção de um terreno, é necessário avaliar os impactos ambientais (positivos e adversos) tanto na fase de construção, quanto na fase de uso e operação dos empreendimentos.
No desenvolvimento dos produtos e dos projetos é importante definir soluções construtivas que potencializem os impactos positivos e mitiguem os negativos. Isso pode se dar, por exemplo, com a especificação de materiais sustentáveis, a previsão de reuso de água, a adoção de métodos construtivos de baixo impacto e a instalação de sistemas eficientes de energia. Além da incorporação de tecnologias digitais, visando monitorar o desempenho sustentável do empreendimento.
Durante a obra, deve-se atentar para os impactos causados pelas atividades de obra e por toda a cadeia de abastecimento. A emissão de poluição e a geração de resíduos sólidos e líquidos pode ser evitada com soluções construtivas industrializadas. Já os consumos de energia e água podem ser reduzidos com a seleção de equipamentos de baixo consumo e com um planejamento minucioso das atividades. Descartes adequados e legalizados são fundamentais para evitar contaminações inapropriadas. Além disso, cuidados com a biodiversidade local têm que ser previstos logo no início das atividades no canteiro.
No uso e operação dos edifícios, é importante estabelecer processos para garantir a eficiência das tecnologias digitais incorporadas no projeto e disponibilizadas para os usuários. O monitoramento sistemático de consumos via softwares, pode proporcionar mais eficiência e, consequentemente, reduzir demandas e reduzir os custos de operação ao longo da vida útil.
Como é possível perceber, ao longo do ciclo da construção, cada solução contribui para alinhar a empresa ao ESG e consolidar sua responsabilidade ambiental. As certificações ambientais têm um papel extremamente importante nessa jornada, pois atestam, via auditoria de um órgão independente, que essas práticas sustentáveis, são efetivamente adotadas pelas empresas.
Hoje no Brasil temos uma vasta oferta de certificações para a empresa, para os empreendimentos e para os materiais. Para a empresa destacam-se a certificação ISO 14.000 focada na avaliação do sistema de gestão ambiental da empresa, e a certificação do Sistema B, focada na avaliação dos princípios e práticas ESG das empresas.
Para os empreendimentos, os selos ambientais prevalentes no Brasil, são o LEED, AQUA, EDGE, Well, Fitwell, GBC Casa e Condomínio, PBE Edifica, Sustainable Sites e Casa Azul da CAIXA. E para os materiais temos a Declaração Ambiental do Produto com base na Análise do Ciclo de Vida e a certificação Cradle to Cradle, focado na economia circular na produção de materiais.
Para as empresas que estão implementando a Jornada ESG e querem adotar alguma certificação, recomenda-se analisar qual o valor que cada certificação agrega ao seu negócio, ao seu Propósito, e aos seus stakeholders. Quanto aos empreendimentos, hoje a recomendação é selecionar o selo ambiental que se adeque à tipologia do empreendimento (residencial, comercial, logística, industrial, varejo, loteamento e empreendimentos mistos) e que crie um diferencial competitivo, percebido pelos clientes desse empreendimento.
Por Por Roberto de Souza, presidente do CTE – Centro de Tecnologia de Edificações (roberto@cte.com.br)