A valorização da vista para o Vale do Quilombo e a utilização da madeira e da pedra de forma ampla e inovadora são pontos de destaque neste projeto de revitalização.
Valorizar as características naturais da região e as arquitetônicas presentes neste prédio histórico com traços modernos foi o ponto de partida do projeto de retrofit do Laje de Pedra, em Canela. Adquirido pelo grupo LDP Canela S/A em 2020, o local passa por um processo de remodelação e ampliação que culminará no Kempinski Laje de Pedra. Além de ser o primeiro na América do Sul sob a bandeira da rede de hotéis de luxo mais antiga da Europa, o local promete inaugurar um novo momento na hotelaria brasileira também através da arquitetura.
Com projeto original do arquiteto gaúcho Edgar Graeff, o hotel foi inaugurado em 1978 e refletiu, durante mais de 40 anos, sua época. O escritório Perkins&Will ficou responsável por reinserir o hotel entre os destinos mais cobiçados no Brasil, levando em conta que o prédio é um dos poucos exemplares do modernismo no Sul. O processo de concepção do novo Laje de Pedra partiu de um resgate da memória; nas visitas ao espaço e no estudo dos desenhos e documentos originais foram encontradas, inclusive, pistas de como o projeto poderia se reinventar sem perder a essência.
Os traços originais são mantidos, mas adquirem outro significado. O concreto, produto símbolo da arquitetura do século XX, ganha a companhia da madeira, material que vem conquistando espaço entre as construções mais disruptivas no mundo hoje e que, na região, é encontrado em grande parte das casas, inclusive as mais tradicionais datadas no início da colonização europeia no RS. Inovador, o método construtivo adotado no novo Laje de Pedra emprega, dentre outras técnicas, a madeira laminada cruzada, que dialoga perfeitamente tanto com o concreto quanto com as pedras de basalto – amplamente utilizadas no Estado e trazidas à tona com destaque. “A vista para o canyon é a nova vista para o mar”, diz o arquiteto responsável pelo projeto, Douglas Tolaine.
“Percebemos a presença marcante das linhas horizontais e verticais, do concreto e dos arcos, muito encontrados nos palácios de Brasília. O Laje de Pedra lembra muito o Palácio do Itamaraty, por exemplo. Toda a estrutura do hotel estava de costas para o Vale do Quilombo. A ideia agora, é voltar-se à natureza e incorporá-la ao projeto”
Perkins&Will
A madeira é tendência e aponta para um novo caminho da arquitetura, focando no consumo consciente e menor emissão de carbono. O material escolhido é o pinus, produzido e extraído de acordo com critérios de responsabilidade ambiental e social.
De frente para o cânion, uma deslumbrante vista para o Vale do Quilombo: falésia de 400 metros em uma das regiões mais bonitas do sul do Brasil.
As áreas comuns ganham vista para o vale. Uma das piscinas incorpora a laje de pedra que dá nome ao hotel e que contém propriedades terapêuticas e energéticas.
Madeira, concreto e basalto: O espaço em total sintonia com a natureza conta com muita iluminação natural ao longo do dia.Todos os processos carregam consigo a preocupação com o meio ambiente, com métodos construtivos de baixo impacto e aproveitamento ao máximo da infraestrutura e insumos já presentes no local.
Por Redação
Imagens: Divulgação Perkins&Will