Programação “Nós” inclui ainda lançamento de catálogo e exposição na Comunidade Cultural Quilombaque.
No próximo dia 03 de junho, acontecerá o seminário Campo ampliado da arquitetura: experiências e futuros possíveis, no Instituto de Arquitetos do Brasil (IABsp). O evento faz parte da programação “Nós”, que inclui lançamento de catálogo, também no dia 03, e exposição, aberta até dia 18 de junho na Comunidade Cultural Quilombaque, em São Paulo. Todos gratuitos.
O seminário – das 14h às 18h – será composto por nomes representativos como Amanda Castilho e Fernando Maculan membros do Coletivo Levante, que é um modelo para a realização de projetos e obras pela formação de redes e relações afetivas, ativando culturas e potências latentes através da arquitetura. Ana Carolina Macêdo, arquiteta, bolsista de mestrado em arquitetura, com dissertação etnocídio indígena no contexto urbano, autista integrante do podcast Introvertendo, que discute a vivência de adultos no espectro autista. Gisele Brito, jornalista e mestre em planejamento urbano, foi pesquisadora do LabCidade e hoje é coordenadora da área de Direito a Cidades Antirracistas do Instituto de Referência Negra Peregum. Kleber Pagú, artista, provocador, produtor, graduado nos cursos de Sociologia e Política e Museologia e criou o Museu de Arte a Céu Aberto, instituição designada à memória e valorização dos movimentos culturais no espaço público. Wanessa Fernandes, filha de assentados da reforma agrária, graduada em Pedagogia da Terra e militante do MST da Grande São Paulo, setor de Educação. Participam, ainda, Karina de Souza e Carolina Piai Vieira. É necessário fazer inscrição.
No mesmo dia, sábado, e local, às 18h30, acontecerá o lançamento do catálogo da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (BIA), realizada em 2022. Na época, vozes como as de Arquitetura na Periferia, comunidade Guarani Mbya, Dele Adeyemo, Francis Kéré, entre tantas outras, levantaram questionamentos e ofereceram pistas de como é possível reconstruir um mundo pós-pandemia, sem apagamentos históricos ou culturais. Foi uma edição histórica, que estabeleceu novos padrões ao apresentar curadoria coletiva formada por 10 integrantes. Teve, pela primeira vez, curadores negros e profissionais vindos de outras áreas de formação ou atuação além da arquitetura, como jornalismo, ciências sociais e geografia. Isso foi possível graças à realização de um concurso de curadoria desenvolvido pelo IABsp que reforçou o caráter democrático do processo de recortes temáticos. Essa formação pioneira contribuiu para a potencialização dos questionamentos sobre práticas preexistentes na arquitetura e urbanismo, consolidando a edição como uma plataforma para vozes antes silenciadas.
Um ano após a abertura, Travessias — 13ª BIA continua a ter importantes desdobramentos. Na exposição “Nós”, a curadoria da 13ª BIA apresenta pesquisas – por meio de textos, fotos, mapas e áudios – sobre localidades em São Paulo que sofreram ou que ainda enfrentam desafios para resistir a apagamentos. Ao destacar as narrativas de resistência e resiliência, pretende-se chamar atenção para a importância de preservar e valorizar a rede de memórias que forma o território brasileiro, muitas vezes negligenciada pela história oficial. A expectativa é mostrar, através dos mais variados suportes de representação, os processos, bem como os agentes e os recursos envolvidos nesses processos. A visitação pode ser feita até dia 18 de junho, de segunda, terça e quinta, das 9h às 12h, e sextas das 9h às 17h.
Alguns profissionais que participaram da 13ª BIA, – como Francis Kéré, Coletivo Cartografia Negra, Dele Adeyemo, Coletivo Banga – participam também da recém- inaugurada Bienal de Arquitetura de Veneza. O evento italiano tem, de forma inédita, como curadora geral uma arquiteta negra, Lesley Lokko. Nesta edição, Gabriela de Matos, primeira curadora negra em um pavilhão brasileiro, ao lado de Paulo Tavares, pesquisador com foco na cultura indígena, idealizaram o espaço a partir da presença e da resistência indígena e afro-diaspórica na cultura arquitetônica brasileira. “Terra” foi premiado com o Leão de Ouro, o que evidencia a importância de pesquisas profundas e multidisciplinares no debate da arquitetura contemporânea. “Um reconhecimento relevante que demonstra que as bienais de arquitetura são eventos de cunho social, político e cultural com potencial catalisador para discussões mais amplas sobre arquitetura, cidade, memória, identidade e justiça social”, ressalta a equipe curatorial.
Seminário Nós – Campo ampliado da arquitetura: experiências e futuros possíveis – Entrada Gratuita
Quando: 03 de junho de 2023
Horário: das 14h às 18h
Onde: Instituto de Arquitetos do Brasil (IABsp) – Rua Bento Freitas, 306 – 1º andar – Vila Buarque, São Paulo/SP
Inscrições: linktr.ee/
Lançamento do Catálogo da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo – Entrada Gratuita
Onde: Instituto de Arquitetos do Brasil (IABsp) – Rua Bento Freitas, 306 – 1º andar – Vila Buarque, São Paulo/SP
Quando: dia 03 de junho de 2023
Horário: 18h30
Distribuição exemplares – limitada
Mais informações: bienaldearquitetura.org.br
Exposição Nós – Entrada Gratuita
Até 18 de junho de 2023
Comunidade Cultural Quilombaque – Tv. Cambaratiba, 05 – Perus, São Paulo/ SP
Horários de visitação: segunda, terça e quinta, das 9h às 12h, e sextas das 9h às 17h