Artista plástica ítalo-brasileira será homenageada na 60ª edição da Bienal de Arte de Veneza em 2024!
Pelo conjunto da obra, aartista plástica ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino irá receber o Leão de Ouro na próxima edição da Bienal de Arte de Veneza, em 2024. Nascida na Itália e radicada no Brasil, Anna Maria Maiolino vive e trabalha em São Paulo, onde, aos 81 anos, desenvolve obras em poesia, xilogravura, fotografia, cinema, performance, escultura, instalação e desenho. Ao lado de Maiolino, também receberá o Leão de Ouro na 60ª edição da Biennale a artista turca radicada em Paris Nil Yalter. Ambas as artistas participarão da Bienal de Arte pela primeira vez.
“Algo particularmente significativa dado o título e o enquadramento da minha exposição, centrada em artistas que viajaram e migraram entre o Norte e o Sul, a Europa e mais além, e vice-versa” – Adriano Pedrosa, curador da Bienal de Arte de Veneza e também diretor artístico do MASP.
Nascida em 1942 em Scalea, no sul da Itália, Anna Maria Maiolino e família emigrou para a Venezuela quando ela tinha 12 anos – único país que, na época, aceitava migrantes após a Segunda Guerra Mundial. Desde então, viveu uma vida nômade entre Rio de Janeiro, Nova York, Buenos Aires e São Paulo, onde vive e trabalha desde 2005.
No Rio de Janeiro, por volta dos anos 60, Maiolino entra em contato com outros artistas insurgentes e participa da Nova Figuração, movimento artístico de reação ao então atual cenário político brasileiro.Seu interesse pelas gravuras de folhetos de cordel a aproxima da cultura popular, e Anna Maria Maiolino passa a aplicar essa estética a temáticas sociais e políticas, em suas obras. Em 1964, faz sua primeira exposição individual de xilogravuras, em Caracas.
Em 1967, integra a mostra Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, assinando o manifesto Declaração de Princípios Básicos da Vanguarda ao lado de grandes artistas como Hélio Oiticica, Lygia Clark e Rubens Gerchman.
Sua prática artística explora as noções de subjetividade por meio de desenho, gravura, poesia, filme, performance, instalação e escultura. Durante mais de seis décadas, ela abordou temas universais de fragilidade, fome, migração, maternidade, resistência, amor e saudade. Assim como a dicotomia entre tradição e renascimento, simbolismo de vida e morte e antropofagia cultural.
Seu trabalho consta no acervo de mais de 30 museus, como o Instituto Tomie Ohtake e o MASP, em São Paulo; o MoMA, em Nova York; o Tate Modern e a Galeria Whitechapel, em Londres; o Centre Pompidou, em Paris; o Reina Sofia, em Madri; e o Malba, em Buenos Aires. Na Bienal de Veneza, ela apresentará um novo trabalho de grandes dimensões que dará sequência a uma série de esculturas e instalações em argila.