Tecnologia aplicada à atividade minerária apresenta ao público novos conceitos de sustentabilidade.
Elaborada pelo escritório Gustavo Penna Arquiteto & Associados para a Gerdau, a “Casa Sustentável” é a primeira residência construída a partir de coprodutos da operação de mineração. Com 45 m² e localizada em Ouro Branco, Minas Gerais, a construção trata-se de um projeto piloto e faz parte dos equipamentos de educação ambiental do Programa Gerdau Germinar, que apresenta novos conceitos de sustentabilidade aplicados à atividade minerária e ao conceito de economia circular na habitação. O projeto une sustentabilidade, educação e moradia, buscando a combinação ideal entre o design e o melhor aproveitamento dos recursos naturais.
O projeto promove, além de baixo impacto ambiental, a diminuição do volume de rejeitos junto à natureza e evidencia a viabilidade econômica do aproveitamento de resíduos, temas de imprescindível importância para o setor da construção civil. Com 7 cômodos, a casa seguiu os pré-requisitos do programa federal “Minha casa, Minha vida”, integrando tecnologias ecologicamente corretas já existentes, oferecendo recursos e espaços conectados, como cozinha aberta, sala de estar que se integra com o jardim, sistema de aquecimento solar de água e energia eólica. Tecnologia sustentável que, aliada à processos construtivos planejados, encontra sua máxima no uso de materiais simples transformados pelo conhecimento.
“A nossa CASA SUSTENTÁVEL é feita de matéria e de espírito. A matéria-prima, os subprodutos inutilizados da atividade mineradora, é o principal componente: no uso ecologicamente adequado, aproveitamos suas qualidades e propriedades. Em espírito, a unidade de habitação pretende ser um lar, lugar que, mesmo em sua simplicidade, seja capaz de criar um senso de orgulho e autoestima”- Gustavo Penna.
A Casa conta com sistemas ecologicamente corretos e que já estão acessíveis no mercado, como aquecimento solar, a geração de energia, biodigestores, tanques de compostagem e captação de água pluvial.
A volumetria lúdica e dinâmica da casa desempenha um papel na sua funcionalidade: melhorar sua ventilação natural pela condução dos ventos, sombrear a fachada transparente e possibilitar interessantes combinações de montagem das unidades. O projeto prevê a implementação de painéis fotovoltaicos e turbina eólica.
O Departamento de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Gerdau, desenvolveu a produção de blocos, piso drenante e argamassa a partir da pozolana – substância obtida do processamento dos rejeitos de minério de ferro – uma solução que pode transformar a gestão de resíduos da mineração no futuro. Além do valor de reciclagem e seus benefícios térmicos, o método representa uma nova forma de sustentabilidade social.
As paredes são autoportantes, usando tijolos de 19 x 39 cm. O telhado é leve, construído em chapa metálica ondulada suportada por perfis metálicos. O layout programático possibilita futuras expansões.
Por Redação
Imagens: Jomar Bragança