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Os novos caminhos: fluxos e acessos

Como o desenho arquitetônico e as soluções tecnológicas de controle de acesso transformam projetos, promovendo segurança e fluidez nos espaços contemporâneos

 

Na arquitetura contemporânea, o controle de acesso deixou de ser apenas uma demanda técnica e passou a ser parte integrante do projeto arquitetônico. Seja em residências de alto padrão, edifícios corporativos ou empreendimentos multifuncionais, a integração entre forma, função e segurança é cada vez mais estratégica. Neste cenário, o desenho arquitetônico e os sistemas tecnológicos de controle de acesso atuam em sinergia para garantir fluidez nos fluxos de pessoas e veículos, ao mesmo tempo em que asseguram proteção e reforçam a identidade do projeto.

Desde a concepção do layout, o desenho arquitetônico já deve considerar como os usuários acessarão, circularão e se distribuirão nos espaços. Entradas bem-posicionadas, recuos generosos, calçadas acessíveis, antecâmaras e portarias estrategicamente implantadas são elementos que não apenas embelezam o projeto, mas também garantem eficiência nos fluxos e segurança.

Quando o fluxo é pensado desde o início, o próprio edifício ajuda a orientar o comportamento das pessoas, evitando aglomerações ou acessos indevidos. A arquitetura, portanto, passa a ser um elemento ativo de controle, e não apenas um cenário onde a tecnologia será instalada posteriormente.

 

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No Passeio Paulista, com projeto arquitetônico assinado pela aflalo/gasperini arquitetos, o foco são as diretrizes Triple A, que promovem qualidade de vida, sustentabilidade e bem-estar. A própria implantação do edifício já orienta os fluxos, pois o terreno trouxe a oportunidade de criar uma fruição para pedestres, criando um passeio que interliga a Av. Consolação com a Rua Bela Cintra. “É um espaço aberto, ajardinado e iluminado naturalmente que atua como praça interna e como elemento organizador. Esse vazio permite uma leitura intuitiva do percurso e a partir dessa clareza espacial, pedestres e veículos encontram seus acessos sem necessidade de barreiras visuais. A arquitetura, portanto, define e ordena a circulação antes mesmo da presença de equipamentos de controle”, comenta Roberto Aflalo, sócio-diretor do escritório, à CM. Fotos: Daniel Ducci.

 

Mas, se por um lado o projeto físico organiza os fluxos, por outro, a tecnologia garante a segurança de forma cada vez mais discreta e eficaz. Leitores biométricos, reconhecimento facial, QR codes, sensores de presença, portarias remotas, tags veiculares e integração com aplicativos são hoje recursos amplamente utilizados, tanto em residências quanto em ambientes corporativos.

Segundo Silvia Casagrande Barbosa, Gerente de Marketing da IMAB, a marca traz uma linha de produtos digitais, todos gerenciados por um único aplicativo, o App IMAB. “Além do gerenciamento por múltiplos usuários, o App IMAB garante a proteção de dados conforme a LGPD, integrando funcionalidades como registro de acessos, login exclusivo por dispositivo e integração com biometria, PIN ou Face ID do smartphone”, comenta à CM.

 

puxador digital
Da IMAB, O puxador digital é um produto portas de correr e de bater em madeira, aço, alumínio e vidro com espessura de 8,0mm até 60,0mm. Testado e certificado pela ANATEL, fabricado em aço inox da melhor qualidade, oferece alta durabilidade e maior resistência contra agentes corrosivos, ideal para aplicações em alto tráfego de pessoas nos mais diversos ambientes externos.

 

Vale destacar que os elevadores também desempenham papel crucial no controle de acesso e no direcionamento de fluxos. Seu posicionamento estratégico no projeto arquitetônico contribui para a eficiência da circulação e pode ser integrado a sistemas de segurança, liberando o acesso a determinados andares apenas por meio de credenciais, biometria ou reconhecimento facial. Em edifícios corporativos e residenciais de alto padrão, essa integração garante mais privacidade, agilidade e segurança aos usuários.

Fábio Kariya, Gerente de Novas Instalações da Atlas Schindler, esclarece que durante o desenvolvimento do projeto é recomendado que os arquitetos e engenheiros entrem em contato com os consultores técnicos da marca para que sejam orientados no atendimento da norma NBR 5665, que estabelece o tráfego mínimo necessário para cada tipo de edificação em função de sua população. “Para projetos com demandas específ icas de mobilidade, a Schindler também oferece uma ampla gama de soluções de gerenciamento de tráfego inteligente, como o Schindler Metacore e o Schindler PORT – um avançado sistema de gestão de tráfego que planeja viagens nos elevadores na medida exata para cada usuário. Em um terminal com tela touch, sensor de presença e leitor de QR Code, os passageiros são identificados automaticamente e atendidos de maneira rápida e personalizada”, comenta Fábio.

 

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Destinado a empreendimentos de alto ou médio padrão, o Schindler 6000, marca um novo patamar em termos de personalização, tecnologia e design de elevadores. Com capacidade de até 2600 kg e velocidade de até 3 m/s, combina performance excepcional com liberdade de design para edifícios de até 150 metros. O novo modelo também é compatível com todas as tecnologias Schindler. Do Schindler Ahead, solução que conecta os elevadores à internet, às soluções de gerenciamento de tráfego como o Schindler PORT, que calcula a rota ideal para cada chamada e direciona os usuários para o elevador mais adequado, diminuindo o tempo de espera e tornando o transporte no edifício mais rápido, eficiente e seguro. Além disso, atende à norma NBR 168583 de acessibilidade e possui a classificação energética A (ISO 25745-2), a mais eficiente. Imagem: Divulgação.

 

Estética e segurança podem caminhar juntas?

Há alguns anos, pensar em segurança era sinônimo de barreiras visuais e elementos pesados. Hoje, graças à evolução tanto da arquitetura quanto da tecnologia, é possível criar projetos leves, integrados ao entorno e esteticamente elegantes — sem abrir mão da proteção.

Portarias envidraçadas, fechaduras embutidas, sistemas camuflados nas fachadas e iluminação inteligente fazem parte de uma nova abordagem onde a segurança é percebida, mas não necessariamente visível. Isso é essencial em residências de alto padrão e sedes corporativas que valorizam uma imagem institucional alinhada à inovação e ao design contemporâneo.

A arquiteta e urbanista Patrícia Anastassiadis, do escritório Anastassiadis Arquitetos, destaca a importância de incorporar a segurança sem comprometer o caráter estético do projeto. “Não existe mais espaço para soluções visivelmente agressivas. Nosso desafio é criar acessos elegantes e discretos, onde a tecnologia esteja presente sem se impor. O conforto, o bem-estar e a percepção de acolhimento são essenciais — mesmo em ambientes com alto controle”, sinaliza Patrícia.

 

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Com projeto de interiores assinado por Patricia Anastassiadis, o Fairmont Rio Copacabana foi inaugurado em 2019 como o primeiro hotel da marca na América Latina. O projeto, um retrofit de um antigo hotel, foi pensado para mostrar aos hóspedes e visitantes o clima fresco e alegre do Rio de Janeiro, criando espaços que proporcionam bem-estar e conforto. Foto: Divulgação.

 

Nos projetos mais avançados, os sistemas de controle de acesso estão tão integrados que desaparecem aos olhos do usuário, mas operam constantemente nos bastidores — com sensores, câmeras, algoritmos e comandos de automação — garantindo segurança sem comprometer a experiência, a estética ou a funcionalidade do espaço. Atenta a isso, os produtos IMAB são desenvolvidos de acordo com a norma NBR 14913, o que garante compatibilidade com portas de medidas padrão, possibilitando a substituição de fechaduras mecânicas por digitais de forma rápida e sem adaptações estruturais. “O design une beleza, performance e personalidade, sendo parte estratégica da experiência do produto, assim como a tecnologia empregada”, informa a gerente da IMAB.

 

E o futuro?

A tendência é que o controle de acesso se torne cada vez mais preditivo, utilizando inteligência artificial e análise de comportamento para identificar padrões e antecipar riscos. Além disso, com a consolidação do conceito de “edifícios inteligentes”, a integração entre segurança, conforto e sustentabilidade será cada vez mais completa.

Para Bruno Moreira, CEO da Construtivo, empresa referência em digitalização de obras e gestão inteligente de edificações, a transformação digital já impacta diretamente o modo como a segurança é implementada. “Estamos vendo a convergência entre BIM, IoT e inteligência artificial aplicada aos sistemas prediais. Um edifício que entende o comportamento do usuário pode antecipar acessos, redirecionar fluxos em tempo real e até ajustar conf igurações conforme o perfil da ocupação naquele horário”, esclarece.

Inclusive, a análise de dados é um avanço significativo no setor. Sistemas modernos registram e interpretam padrões de entrada e saída, apontando anomalias ou sugerindo ajustes operacionais — como ampliar ou reduzir horários de portaria, reprogramar elevadores ou reconfigurar rotas internas em horários de pico. Pura inteligência.

De acordo com o gerente da Atlas Schindler, a marca está em constante desenvolvimento para oferecer o que há de mais moderno no mercado mundial de transporte vertical. “O Schindler Ahead, por exemplo, é uma solução digital que conecta os elevadores, escadas e esteiras rolantes à internet, permitindo o monitoramento remoto dos equipamentos 24 horas por dia, sete dias por semana, realizando assim a coleta de dados que são transformados em informações relevantes, garantindo uma atuação diferenciada. Ahead marca um momento de mudança na mobilidade urbana. Com a digitalização é possível realizar análises de sensores e sintomas, além de contar com a possibilidade de intervenção remota, que permite o restabelecimento do equipamento à distância”, completa Fábio.

Enfim, fica claro que projetar com foco em segurança não é mais apenas uma resposta a riscos — é uma estratégia de valorização do imóvel, de otimização da operação e, sobretudo, de cuidado com a experiência dos usuários. O controle de acesso é, assim, um elo entre arquitetura, tecnologia e qualidade de vida.

 

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Combinando hotel, residências, centro cultural e shopping de luxo, o complexo Cidade Matarazzo, com projeto de Jean Novel com coordenação da Triptyque, no coração de São Paulo, é um exemplo de como o controle de acesso em empreendimentos de uso misto pode ser sofisticado e invisível. Cada zona do complexo possui protocolos distintos de acesso, adaptados ao perfil do usuário (hóspede, morador, visitante ou funcionário). As circulações são separadas fisicamente por estratégias arquitetônicas discretas, como marquises, varandas e passagens controladas, sem criar barreiras visíveis. Toda a gestão ocorre por meio de um centro de comando operacional que integra dados em tempo real com o sistema de segurança. Imagem: Divulgação Triptyque.

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