Casa prioriza materiais locais, como pedras da escavação e tijolos guardados por anos de uma antiga olaria da família.
Uma casa com raízes. Essa é a Residência das Pedras, projeto de Albert Koelln e Ingrid Louise de Souza Dahm, da Cubo Verde Arquitetura Sustentável. Com cerca de 352 m² e localizada em Mondaí (SC), a casa foi construída predominantemente com materiais regionais, como a pedra ferro que compõe toda sua fachada. “Os materiais brutos da construção foram oriundos do próprio terreno ou proximidade. As pedras vieram da própria escavação do terreno e os tijolos das bancadas e paredes são de uma antiga olaria desativada, da família”, contam os profissionais. A madeira empregada também foi plantada especificamente para a construção, dez anos antes da construção do projeto. Tais escolhas tiveram impacto positivo, levando a uma redução de até 50 tCO². “Em outras palavras, esse montante equivale a 486 árvores capturando CO² no período de dez anos”, explicam.
Conceitualmente, o projeto é composto por três grandes planos de pedras que estruturam e configuram toda a espacialidade da casa. Além da preocupação com os materiais, os profissionais pensaram em paredes duplas, com camada interna de ar, que garante eficiência no isolamento termo-acústico. As esquadrias de PVC contam com vidro duplo e a construção privilegia a ventilação cruzada. Ainda há o reúso de água da chuva, captada para os vasos sanitários e torneiras do jardim. Destaque da construção, a pedra ferro é típica da região. No projeto, ela é oriunda da própria escavação do terreno, priorizando uma construção sustentável.
“Quando o terreno fornece os principais materiais que irão compor o edifício que sobre ele se erguerá, aí temos um verdadeiro exemplo de Arquitetura Sustentável”- Cubo Verde
O desafio do escritório Cubo Verde foi projetar uma edificação que reforçasse as raízes da família dos proprietários. Residência das Pedras propõe um contraste entre o rústico e o arrojado, combinando em sua fachada pedras típicas da região com estrutura metálica (Biasi). Os profissionais se nortearam pela verdade dos materiais, que prezam pela simplicidade. Como complemento, a madeira (Madeireira Mondaí) e tijolinho compõem a materialidade do projeto.
A casa foi concebida respeitando a inclinação do terreno. Na sólida estrutura, rasgos estratégicos enquadram a paisagem e permitem a entrada de luz natural. Para o controle da umidade e controle da ventilação do subsolo, o contrapiso foi construído 40 cm acima do solo e grelhas foram instaladas em todo seu perímetro.
A construção privilegia ventilação cruzada e higiênica, através do efeito chaminé, e todas as suas esquadrias são de PVC com vidro duplo. A elétrica aparente, por sua vez, foi pensada para que não houvesse rasgos nos tijolos – o que levou a uma diminuição de caliça. A solução também permite fácil adaptação à futuras demandas.
Rústica, traz em seu interior o predomínio dos mesmos materiais de sua estrutura. A madeira e tijolo são protagonistas, reforçando uma estética industrial. Prezando pela sustentabilidade, parte da madeira utilizada nas estruturas foi extraída de árvores do próprio terreno. São paredes duplas, com camada interna de ar, com espessura de 8 cm – o que auxilia no isolamento térmico e acústico.
A residência é composta por três grandes planos de predra, que estruturam e configuram toda sua espacialidade. O plano central de pedra separa a área social da íntima, permitindo que eventos diferentes pudessem acontecer simultaneamente, preservando a privacidade dos moradores.
Por Redação
Imagens: Gabriel Guimarães