Modelos generativos de IA pode incentivar designers a explorar um maior número de possibilidades de design a partir de uma nova perspectiva, pois reduz o tempo entre a intenção e a execução.
O recente influxo e crescimento do aprendizado de máquina e da inteligência artificial levanta questões sobre a maneira como os processos criativos evoluem e se desenvolvem por meio da tecnologia. Sistemas como DALL-E, DALL-E 2 e Midjourney são programas de IA treinados para gerar imagens a partir de descrições de texto usando um conjunto de dados de pares texto-imagem. O conjunto diversificado de capacidades inclui a criação de versões antropomorfizadas de animais e objetos, a combinação de conceitos não relacionados de maneiras plausíveis e a aplicação de transformações a imagens existentes.
DALL-E e sistemas similares são capazes de criar imagens plausíveis para uma grande variedade de sentenças que exploram a estrutura composicional da linguagem. O DALL-E tem alguns dos recursos de um mecanismo de renderização 3D, mas a diferença está na natureza das entradas. Para renderização 3D, a entrada deve ser especificada em detalhes completos, enquanto DALL-E é muitas vezes capaz de “preencher os espaços em branco”. Ele também pode controlar independentemente os atributos de um pequeno número de objetos.
Uma das características mais interessantes é a capacidade de combinar conceitos não relacionados. Essa habilidade pode ter implicações para os campos da arquitetura e do design, como para a arquitetura e o design de produto se inspirarem em conceitos aparentemente não relacionados. Os modelos generativos de IA incentivam os designers a explorar um maior número de possibilidades de design a partir de uma nova perspectiva, pois reduz o tempo entre a intenção e a execução. Eles oferecem uma maneira acessível de brincar com dados e gerar variações imaginativas de soluções para problemas criativos.
Alguns pesquisadores estão chamando isso de “serendipidade artificial”, sistemas que maximizam a oportunidade de serendipidade, abrindo o leque de capacidades criativas além dos métodos clássicos. Os arquitetos já estão experimentando essas ferramentas para explorar questões complexas como o planejamento urbano e as possibilidades dos espaços existentes. Outros estão combinando palavras-chave arquitetônicas com clichês de design contemporâneo, referências à cultura pop e vários estilos de arte para projetar edifícios ou simplesmente explorar a natureza das tendências de design e tecnologia.
Embora esses modelos tenham limitações, o campo está evoluindo a uma taxa sem precedentes. Recentemente, a Apple lançou Gaudi, um “arquiteto neural” que leva esse processo um passo adiante, criando cenas 3D a partir de prompts de texto como “subir” ou “passar pelo corredor”. É difícil prever para onde esses desenvolvimentos nos levarão, mas seu impacto já pode ser sentido. Nos campos da arquitetura e do design, eles podem ser entendidos como ferramentas poderosas para explorar, otimizar e testar projetos criativos rapidamente.
Fonte: Archdaily – Maria-Cristina Florian