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Vem aí a COP27 2022

A 27ª sessão da Conferência das Partes da ONU reunirá os líderes de todas as nações para debater sobre o clima. Brasil terá papel chave nas discussões.

 

O balneário de Sharm El-Sheihk, no Egito, será o palco do principal encontro climático deste ano: a 27ª sessão da Conferência das Partes, a COP27, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento, realizado desde 1995, reunirá os líderes de praticamente todos os países globais. Nos últimos anos, as COPs resultaram em alguns dos acordos mais importantes da história, como o Acordo de Paris, na COP21, e a criação do mercado global de carbono, na COP26.

A chamada COP27 estava originalmente prevista para ocorrer de 8 a 20 de novembro de 2021, mas por conta da pandemia de covid-19, a 26ª edição ocorreu em novembro do ano passado, deixando a 27ª edição para 7 a 18 de novembro de 2022. É possível esperar a participação de autoridades, como do alto escalão da ONU, entre eles Antonio Guterres, secretário-geral da ONU e Sanda Ojiambo, diretora-executiva do Pacto Global. Presidentes e representantes nacionais dos ministérios de clima, meio ambiente e sustentabilidade também são esperados.

 

O que é a COP?

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.

Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas.

Para além disto, líderes empresariais e a sociedade civil se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da do Pacto Global ONU Brasil, organização das Nações Unidas que congrega o setor privado. Veja a linha do tempo e entenda como esse debate vem se desenvolvendo ao longo dos anos:

 

LINHA DO TEMPO ESG COP

LINHA DO TEMPO ESG COP

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COP26: a COP das empresas

COP26, realizada em novembro de 2021 na cidade de Glasgow, Escócia, terminou com um acordo histórico que cria um mercado global de carbono. O documento, assinado por todos os países presentes, regulamentou as últimas cláusulas do Acordo de Paris e, dessa forma, permite aos países comercializar créditos de carbono entre si, um passo fundamental para fazer a transição para a economia de baixo carbono e conter o aquecimento global.

Essa conferência também ficou marcada pela participação decisiva do setor empresarial, que marcou presença em número recordo — por isso, a COP26 ficou conhecida como a “COP das empresas”. O resultado foi muito comemorado pelos empresários e executivos.

“A pressão do setor empresarial, que se posicionou de maneira contundente nesta COP — reunindo em um posicionamento 119 CEOs e 14 instituições do setor privado em torno dos principais pontos da pauta —, junto à expressiva participação da sociedade civil, academia, ambientalistas, indígenas e jovens, produziu resultados positivos”, afirmou, na ocasião, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), entidade que reúne quase metade do PIB brasileiro.

Sobre os fatos ocorridos em Glasgow, na Escócia, e as expectativas de futuro, os executivos Cristiano Teixeira, CEO da Klabin, Guilherme Weege, CEO da Malwee, Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade de Marfrig e Mariana Oiticica, co-head ESG & Impacto no BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) conversaram em painel mediado por Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global. Em um dos compromissos, por exemplo, países anunciaram acordo para reduzir emissões de metano em 30% até 2030, estando o Brasil incluso.

“Para a pecuária, quando a gente fala de desmatamento, isto se complementa com o acordo do metano. Na Marfrig, desde o início de 2020, já vinhamos trabalhando no desafio de redução do metano, com critérios baseados na ciência. Assim, temos a informação de todos os fornecedores de como ele está para colhermos amostras e quantificar isto”, diz Pianez.

Para o mercado de carbono, criado a partir da COP26, também será preciso metrificação de informações. “O mercado de carbono, do qual somos a favor, tem um papel de punir o que não investe e premiar o que investe, mas a gente sempre defendeu a contabilidade fidedigna do que for comercial em crédito de carbono”, diz Teixeira.

Para a transformação dos mercados, o setor financeiro precisa estar altamente incluído. “A gente ajuda os clientes a investir ou fazer a transição para uma economia mais limpa. Para isto, identificamos os que as empresas têm de enfrentar, quais são os desafios e os melhores caminhos”, diz Oiticica.

 

EX DIGITAL MAT COP

 

COP26: os desafios dos países para transformar promessas em ações

As consequências desse acordo deverão ser amplas. A existência de uma bolsa mundial para compra e venda de títulos atrelados às emissões de carbono precifica uma substância com valor pouco mensurado até agora.

No longo prazo, o mercado global deve incentivar países poluidores a transferir recursos para países com florestas e tecnologias capazes de compensar a poluição alheia — e servir de pauta para a próxima COP, esperada para novembro de 2022 no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh. O acordo assinado em Glasgow cria um mecanismo financeiro global aos moldes do já existente em algumas regiões do planeta, como a União Europeia, a China e o estado americano da Califórnia.

O alcance mundial do mercado de carbono e as metas cada vez mais ambiciosas contra o aquecimento global têm tudo para forçar uma valorização crescente desses títulos. Na prática, o sistema deve trazer uma avalanche de investimentos em alternativas aos combustíveis fósseis emissores de carbono, como carvão e petróleo.

As minúcias desse mercado deverão ficar para a COP do ano que vem. Restam dúvidas sobre pontos fundamentais, como os padrões de transparência a ser respeitados por todas as partes envolvidas nesse tipo de negociação. “Daqui para a frente, o debate será sobre implementação e resultado”, diz Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, entidade ligada à ONU para reunir o setor empresarial na pauta climática.

 

 

 

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