Governança de Dados 5.0: Como as empresas podem se preparar para a nova Era regulatória global

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“A verdadeira transformação está em enxergar a governança de dados como vetor de valor e confiança”, pontua Patricia Punder, advogada com expertise na implementação de Programas de Governança e Compliance

 

Por Patricia Punder*

Vivemos uma era em que a informação se consolidou como ativo estratégico central para empresas de todos os setores. Com a aceleração das tecnologias digitais e a expansão da economia de dados, surge um novo desafio: alinhar práticas corporativas às exigências de uma regulação global cada vez mais complexa e convergente. Observo que a preparação para essa nova fase passa por um redesenho profundo da governança de dados.

As empresas precisam compreender que as regulações não são mais eventos locais, mas parte de um ecossistema global interconectado. O Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia deu o tom em 2018, seguido por leis como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil, o California Consumer Privacy Act (CCPA) nos Estados Unidos, a Lei Chinesa de Proteção de Dados (PIPL) na China e mais recentemente discussões avançadas sobre uma regulação única na Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e uma revisão do GDPR pela Comissão Europeia. Se trata de uma nova geração de normas que não apenas protegem dados pessoais, mas também impõem regras sobre inteligência artificial, transferência internacional de dados e segurança cibernética.

A Forrester, empresa de pesquisa e consultoria, realizou um estudo que mostrou que 70% das empresas planejam expandir sua governança de dados para abranger responsabilidade algorítmica e ética, além da privacidade, revelando que a governança de dados está deixando de ser apenas uma função de compliance para se tornar parte da estratégia de confiança digital e reputação das marcas. Já uma pesquisa da Gartner, empresa de pesquisa e consultoria em TI e negócios, enfatizou que até 2026, mais de 60% das grandes organizações terão programas formais de governança de IA, impulsionados justamente pela pressão regulatória global.

 

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Diante desse cenário, vejo cinco pilares essenciais para empresas que desejam uma governança de dados resiliente e preparada para o futuro:

Governança global, Compliance local: A governança precisa ser pensada em camadas. No topo, um framework global unificado, que estabeleça princípios gerais de proteção e uso ético dos dados, como transparência, accountability e privacy by design. Em paralelo, deve haver compliance adaptado a cada jurisdição. O segredo está em mapear com precisão onde e como os dados são processados e alinhar essas operações às leis locais, sem perder a visão integrada do todo.

Data Stewardship como cultura corporativa: Não é mais suficiente ter um Data Protection Officer (DPO) ou um comitê de privacidade. A governança de dados precisa ser transversal, envolvendo áreas como TI, jurídico, compliance, recursos humanos e marketing. O conceito de data stewardship, ou seja, responsabilidade compartilhada pela qualidade e segurança dos dados, deve ser incorporado à cultura da empresa. Isso exige treinamento contínuo e métricas claras de responsabilidade.

Arquitetura técnica resiliente: Do ponto de vista tecnológico, as organizações precisam investir em arquiteturas que suportem requisitos regulatórios futuros, como a portabilidade de dados. Isso significa sistemas com capacidade de auditar, manter registros e rastrear dados, além de aplicar políticas de acesso e uso. A adoção de soluções baseadas em zero trust e criptografia avançada será cada vez mais mandatória.

Preparação para auditorias e certificações: As novas regulações indicam uma tendência clara: maior rigor na fiscalização e valorização de certificações internacionais, como ISO 27701 e NIST Privacy Framework. As empresas que desejam operar globalmente precisam estruturar processos para responder prontamente a auditorias regulatórias e conquistar certificações que funcionem como selo de conformidade. Esse preparo inclui desde relatórios automatizados até simulações periódicas de incidentes.

Ética e responsabilidade social dos dados: Mais do que obedecer à lei, a governança de dados do futuro terá que responder às expectativas sociais sobre ética digital. Com o avanço da IA e da análise preditiva, surgem debates sobre discriminação algorítmica, vigilância e manipulação comportamental. As empresas que se posicionarem de forma proativa, com comitês de ética em dados, políticas claras sobre uso de IA e compromissos públicos com a proteção dos direitos fundamentais, terão uma vantagem competitiva e reputacional em relação as suas concorrentes.

Entendo que conformidade regulatória é um ponto de partida, não o destino final. A verdadeira transformação está em enxergar a governança de dados como vetor de valor e confiança. As corporações que compreenderem isso hoje, estarão preparadas para navegar com segurança e vantagem estratégica na economia digital global. O futuro da governança de dados não pertence aos que resistem à regulação, mas aos que a antecipam e a transformam em diferencial competitivo.

 

 

 

*Patricia Punder, é advogada e compliance officer com experiência internacional. Professora de Compliance no pós-MBA da USFSCAR e LEC – Legal Ethics and Compliance (SP). Uma das autoras do “Manual de Compliance”, lançado pela LEC em 2019 e Compliance – além do Manual 2020. 

Com sólida experiência no Brasil e na América Latina, Patricia tem expertise na implementação de Programas de Governança e Compliance, LGPD, ESG, treinamentos; análise estratégica de avaliação e gestão de riscos, gestão na condução de crises de reputação corporativa e investigações envolvendo o DOJ (Department of Justice), SEC (Securities and Exchange Comission), AGU, CADE e TCU (Brasil).

 

 

 

 

 

 

 

 

Fundação Bienal de São Paulo apresenta (RE)INVENÇÃO na Bienal de Arquitetura de Veneza 2025

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Exposição que ocupa o Pavilhão do Brasil reflete sobre recentes descobertas arqueológicas do território amazônico e as condições socioambientais da cidade contemporânea

 

A Fundação Bienal de São Paulo apresenta a participação do Brasil na 19a Exposição Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia com (RE)INVENÇÃO, que ocupa o Pavilhão do Brasil de 10 de maio a 23 de novembro de 2025, em parceria com o Ministério da Cultura e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Com curadoria dos arquitetos Luciana Saboia, Eder Alencar e Matheus Seco, do grupo Plano Coletivo, o projeto explora a relação dinâmica entre natureza, infraestrutura e prática arquitetônica, abordando as urgências socioambientais da vida urbana contemporânea, propondo um olhar para o Brasil atual, explorando como a arquitetura pode ressignificar territórios urbanos e fomentar práticas mais sustentáveis.

A exposição se desenvolve em dois atos. O primeiro investiga as infraestruturas ancestrais da Amazônia, revelando como as populações indígenas moldaram paisagens há mais de 10 mil anos por meio de técnicas que integravam conhecimento técnico e manejo ambiental. Essas práticas representam uma ocupação equilibrada do território, oferecendo caminhos para repensar as infraestruturas urbanas atuais.

O segundo ato desloca o foco para o Brasil contemporâneo, explorando as nuances das relações entre arquitetura e infraestrutura, assim como as possibilidades de ressignificação da cidade a partir de uma curadoria de pesquisas, processos e práticas em arquitetura. Dessa forma, foca-se o olhar para a possibilidade de reconhecimento e valorização de estratégias e operações projetuais “encapsuladas” na engenhosa produção existente, herdada e apropriada.

 

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Geoglifos encontrados no estado do Acre, Brasil, 2022, Diego Gurgel / © cortesia do fotógrafo.

 

“Hoje, sabemos que os povos ancestrais da Amazônia se organizavam em populações muito maiores do que se imaginava anteriormente. As florestas da região são, em grande parte, resultado direto da ação humana, fruto de uma ocupação equilibrada e do manejo cuidadoso da vegetação, em contraste com o modelo predominante na Amazônia atualmente, que com frequência reduz a paisagem a um cenário de devastação.” – Matheus Seco, Plano Coletivo.

A Plataforma-Jardim, uma das estratégias na exposição, retrata como uma estrutura linear com jardim em toda a sua extensão, que anteriormente necessitava de constante irrigação, foi substituída por espécies nativas ou adaptadas à temporalidade do Brasil Central. O jardim naturalista de flores, capins e plantas savânicas nasce, cresce, floresce e seca acompanhando a sazonalidade do bioma do Planalto Central em uma grande plataforma existente de estrutura pré-moldada em concreto protegido. Seguindo essa lógica, outras estratégias são expostas como ações projetuais inventivas que se apropriam do existente, criam identidades e fazem do espaço construído uma oportunidade para se reinventar como realidade.

“Propomos um entendimento de infraestrutura que vai além de sua dimensão física e utilitária, considerando também seu caráter simbólico e social. Na curadoria, destacamos estratégias de projeto que possibilitam múltiplos usos e adaptações ao contexto, buscando transcender a análise de casos específicos para refletir sobre soluções aplicáveis a diferentes realidades” – Eder Alencar, Plano Coletivo. 

 

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“Plataforma Jardim” – Jardim de Sequeiro – ICC, realizado por Julio Pastore e Oscar Niemeyer, 2021, Joana França / © cortesia da fotógrafa.

 

Jardim de Sequeiro Instituto Central de Ciências Universidade de Brasília Brasil Julio Pastore © cortesia do fotógrafo Easy Resize com
Jardim de Sequeiro, Instituto Central de Ciências, Universidade de Brasília, Brasil, 2023, Julio Pastore / © cortesia do fotógrafo.

 

O espaço da exposição foi projetado pela equipe curatorial a partir de elementos mínimos que se utilizam da estrutura do Pavilhão do Brasil como suporte para reconfigurar seus espaços internos. Na primeira sala, todos os elementos da instalação se apoiam no chão. Na segunda, a instalação é construída a partir do equilíbrio de painéis de compensado, pedras usadas como contrapesos e cabos de aço que formam um sistema que, percorrido por forças de ação e reação, mantém-se suspenso e estável. Dessa forma, os materiais da instalação podem ser remontados ou reciclados em novas formas de aproveitamento após a exposição.

Já Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, aponta que o conceito curatorial e o projeto arquitetônico de Saboia, Seco e Alencar trazem uma reflexão fundamental sobre a urgência climática e a necessidade de repensarmos nossa relação com o meio ambiente. “(RE)INVENÇÃO nos convida a aprender com as práticas ancestrais, explorando a simbiose entre humanos, terra e natureza como um caminho para um futuro mais sustentável. A participação do Brasil na Bienal de Veneza, fruto de uma parceria frutífera com o Governo Federal, destaca a importância de estratégias que conciliam um compromisso real com o planeta.”

 

Arrimo Habitado Restaurante Coati realizado por Lina Bo Bardi e João Filgueiras Lima Joana França © cortesia da fotógrafa Easy Resize com
Arrimo Habitado – Restaurante Coati, realizado por Lina Bo Bardi e João Filgueiras Lima, 2014, Joana França © / cortesia da fotógrafa.

 

A mostra dialoga diretamente com o tema geral desta edição, intitulada Intelligens. Natural. Artificial. Collective., proposto pelo curador italiano Carlo Ratti, que convida os países participantes a refletirem sobre a intersecção entre inteligência natural e artificial, compreendendo esses dois eixos como parte de uma esfera expandida que integra arte, engenharia, biologia, ciência de dados, ciências sociais e políticas, ciências dos sistemas planetários e outras disciplinas – ligando cada uma delas à materialidade do espaço urbano. A proposta brasileira responde a essa provocação ao examinar como as diferentes formas de conhecimento – tanto ancestrais quanto contemporâneas – moldam os territórios e as dinâmicas urbanas.

A prerrogativa da Fundação Bienal de São Paulo na realização da representação oficial do Brasil nas bienais de arte e arquitetura de Veneza é fruto de uma parceria de décadas com o Governo Federal, que outorga à Fundação Bienal a responsabilidade pela nomeação da curadoria e pela concepção e produção das mostras em reconhecimento à excelência de seu trabalho no campo artístico-cultural. Organizadas com o intuito de promover a produção artística brasileira no mais tradicional evento de arte do mundo, as exposições ocorrem no Pavilhão do Brasil, projetado por Henrique Mindlin e construído em 1964. A Fundação Bienal de São Paulo agradece seus patrocinadores máster: Itaú, Bloomberg, Bradesco, Petrobras, Instituto Cultural Vale, Citi e Vivo.

 

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Vista da instalação no Pavilhão do Brasil na 19ª Bienal de Arquitetura de Veneza, parte da exposição (RE)INVENÇÃO © ReportArch / Andrea Ferro Photography / Fundação Bienal de São Paulo.

 

Serviço
Pavilhão do Brasil na 19a Mostra Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia
Comissária: Andrea Pinheiro, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo
Curadoria: Luciana Saboia, Eder Alencar e Matheus Seco [Plano Coletivo]
Colaboradores: André Velloso, Carolina Pescatori, Cauê Capillé, Daniel Mangabeira, Guilherme Lassance,
Henrique Coutinho, Sérgio Marques [Plano Coletivo]
Local: Pavilhão do Brasil
Endereço: Giardini Napoleonici di Castello, Padiglione Brasile, 30122, Veneza, Itália
Data: 10 de maio a 23 de novembro de 2025
Pré-abertura: 8 e 9 de maio

 

 

 

 

WolyCasa: conheça a nova identidade da marca

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Sob o slogan “Sua Casa, o Melhor Lugar do Mundo!”, a WolyCasa inaugura uma nova fase, mais aspiracional e conectada às necessidades do consumidor moderno

 

Grupo Rojemac dá mais um passo estratégico para consolidar sua posição como um dos principais importadores de utilidades domésticas, presentes e decoração do Brasil. Detentora das marcas Wolff e Lyor, a empresa anuncia o rebranding do seu e-commerce Woly, que agora passa a se chamar WolyCasa.

A nova identidade está mais alinhada com os desejos e intenções do consumidor contemporâneo. O novo nome simboliza estilo, conveniência e confiança, tornando cada escolha única e marcante. A mudança vai além da logomarca ou da paleta de cores, representando uma transformação completa na identidade visual e na experiência digital da marca. O site aposta em uma navegação mais intuitiva, que facilita a localização dos produtos e ainda traz inspirações para os clientes.

WolyCasa segue com a missão de oferecer um mix completo de produtos para todos os momentos e estilos de vida. Com mais de 8 mil itens selecionados, reúne a sofisticação da Wolff e a praticidade da Lyor, abrangendo categorias como Mesa Posta, Bebidas Quentes, Bar em Casa, Faqueiros & Talheres, Panelas & Frigideiras, Utensílios de Cozinha, Decoração, Mobiliário, Organização, Acessórios, Limpeza do Lar e Utilidades de Uso Pessoal.

 

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Além da variedade de produtos, a excelência operacional continua sendo um diferencial da marca. Com um Centro de Distribuição exclusivo em São Paulo e uma equipe dedicada, a WolyCasa assegura qualidade e eficiência em cada entrega, proporcionando uma experiência de compra simples, rápida e descomplicada.

O rebranding reafirma o compromisso da marca em ser referência em utilidades domésticas, presentes e decoração no Brasil. A nova identidade reforça a visão da WolyCasa de inspirar pessoas em seu dia a dia e em ocasiões especiais, trazendo mais praticidade e elegância para os lares brasileiros.

Com o slogan “Sua Casa, o Melhor Lugar do Mundo!”, a WolyCasa inaugura uma nova fase, mais aspiracional e conectada às necessidades do consumidor moderno. Este é um novo capítulo na trajetória da marca, que continua a evoluir e a oferecer uma curadoria exclusiva para transformar cada casa em um espaço único e cheio de personalidade.

 

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Imagens: Divulgação WolyCasa

 

ForMóbile destaca tendências apresentadas no Salone del Mobile.Milano 2025

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Fuorisalone reafirmou seu protagonismo como território criativo onde o design è uma linguagem de resistência e reinvenção

 

Entre os dias 8 e 13 de abril, Milão foi palco da 63ª edição do icônico Salone del Mobile.Milano, o maior evento global de design e mobiliário. Com mais de 2 mil expositores de 37 países, a feira apresentou inovações que refletem as transformações do setor e antecipam as demandas do mercado contemporâneo.

Sob o tema “Thought for Humans” (Pensamento para Humanos, em tradução livre), o Salone 2025 enfatizou a criação de ambientes que priorizam o bem-estar e a conexão emocional. Materiais naturais e sustentáveis, como madeiras claras e tecidos recicláveis, dominaram os estandes, evidenciando o compromisso da indústria com práticas ecológicas. As formas orgânicas e curvas suaves em móveis e acessórios reforçaram a busca por harmonia e conforto nos espaços.

A adaptabilidade dos móveis foi uma tendência marcante, com soluções que atendem às necessidades de espaços compactos e multifuncionais. Mesas extensíveis, divisórias que se transformam em estantes e designs modulares refletem a dinâmica da vida contemporânea e a importância da versatilidade no mobiliário.

 

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63ª edição do Salone del Mobile.Milano. Imagem: Juliana Pinheiro.

 

O olhar brasileiro sobre Milão

A ForMóbile – Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira – reforça sua conexão com o design global por meio da ForMóbile Digital, plataforma que acompanha de perto os principais movimentos do setor. Nesta edição do Salone, a colunista Fah Maioli destacou, em seu artigo “Fuorisalone em tempos de glocalização”, uma transformação nas relações entre indivíduos e objetos. Para ela, as marcas compreenderam que, mais do que seguir modismos passageiros, precisam propor peças atemporais e modulares, com significado e propósito. Essa percepção conecta-se diretamente ao comportamento da Geração Z e dos millennials mais jovens, que buscam narrativas envolventes, experiências digitais e peças versáteis, trocando o desejo de posse por uma relação fluida, sensorial e adaptável com o design.

Para além da estética superficial, este evento revelou transformações profundas nas dinâmicas econômicas, comportamentais e psicológicas que estão reconfigurando nossa relação com o design contemporâneo. O momento atual – imerso em crises de todos os tipos – transcendeu o simples lançamento de produtos ou a ocupação de espaços visíveis. Aqui, tratou-se fundamentalmente de comunicar um posicionamento, cultivar conexões genuínas e proporcionar experiências que ressoem com a sensibilidade do público — exatamente o que o Fuorisalone tem possibilitado com maior liberdade e expressividade poética. O objeto de design tornou-se um agente de expressão identitária em constante mutação, refletindo valores sociais emergentes“, pontua Fah Maioli.

 

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63ª edição do Salone del Mobile.Milano. Imagem: Juliana Pinheiro.

 

Conexão com o mercado nacional

As inovações apresentadas em Milão têm impacto direto no mercado brasileiro, especialmente na ForMóbile, que ocorrerá de 30 de junho a 3 de julho de 2026, em São Paulo. O evento é referência na América Latina e reúne os principais players do setor para apresentar tendências, tecnologias e soluções para a indústria moveleira.

O Salone del Mobile.Milano é uma vitrine das tendências que influenciarão o design de móveis nos próximos anos. Na ForMóbile, buscamos trazer essas inovações para o contexto brasileiro, adaptando-as às particularidades do nosso mercado e promovendo o desenvolvimento da indústria nacional“, afirma Tatiano Segalin, show manager da ForMóbile.

A ForMóbile 2026 promete ser um espaço de convergência entre as tendências globais e as necessidades locais, impulsionando a inovação e a competitividade da indústria moveleira brasileira.

Implantação de passarelas entre prédios pode impulsionar revitalização do Centro, segundo Secovi-SP Campinas

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Decreto foi publicado no final do mês de abril pela Prefeitura e abre oportunidade para que Campinas se torne referência na região

 

No dia 30 de abril a Prefeitura de Campinas publicou decreto que regulamenta a implantação de passarelas entre prédios no centro de Campinas-SP. As estruturas, agora autorizadas oficialmente, permitirão a interligação de edifícios por meio de passagens aéreas, voltadas exclusivamente ao uso de pedestres.

Para Carina Cury, diretora de Assuntos Legislativos e Urbanismo Metropolitano da Regional Secovi-SP em Campinas, a medida pode impulsionar a revitalização do centro e atrair novas empresas e novos investimentos, especialmente de clínicas, hospitais, entre outros interesses. “A medida é um benefício urbanístico que trará mais conveniência, acessibilidade e modernização, além de valorizar os imóveis da região”, ressalta Carina.

A norma define que as passarelas devem ter no máximo seis metros de largura e seguir as exigências de acessibilidade. “Há algumas questões muito importantes no decreto, como não permitir superfícies espelhadas, para não refletir e não atrapalhar o trânsito”, destacou.

Carina também comenta que esse modelo é comum em cidades como Nova York, Detroit, Curitiba e São Paulo. “Se for bem-feita e bem planejada, pode ser algo inovador e passível de ser replicado em outros municípios”.

Sobre a possibilidade de aplicação em edifícios existentes, a diretora explica que no caso de um retrofit, se a estrutura suportar, poderia ser feito, desde que siga as normas, como a ABNT NBR 9050. “É importante ressaltar que essas passagens não poderão ter pontos de vendas de produtos, pois serão restritas apenas à circulação das pessoas.”

Carina afirmou que o setor já utiliza esse tipo de estrutura em outros municípios e que o decreto abre oportunidade para que Campinas se torne referência. “A Prefeitura oferece estímulos nesse sentido, e o Secovi-SP apoia o decreto e todas as recomendações que têm sido colocadas para revitalizar o centro da cidade”, afirma a diretora.

A diretoria da Regional Secovi-SP em Campinas, desde sua inauguração, dialoga com os poderes público e privado na região, tornando-se, assim, um importante elo do setor imobiliário. Dentre as inúmeras iniciativas realiza, anualmente, o Encontro do Mercado Imobiliário, importante evento que proporciona informações e dados para a melhoria e desenvolvimento do setor junto aos seus principais representantes e autoridades dos governos Municipal e Estadual.

 

Guia UIA para a Agenda 2030

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A União Internacional de Arquitetos convida arquitetos do mundo todo a participar da seleção de projetos para o Guia de 2026

 

A União Internacional de Arquitetos (UIA), por meio da Comissão dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDGC) das Nações Unidas, convida arquitetos do mundo todo a participar da seleção de projetos para o Guia da UIA de 2026 para a Agenda 2030.

A iniciativa tem como objetivo oferecer uma perspectiva global abrangente sobre a produção arquitetônica, extraindo de diversas geografias e contextos culturais; promover práticas responsáveis ​​em arquitetura, urbanismo e planejamento territorial alinhadas aos ODS; e servir como referência confiável para estudantes, profissionais, formuladores de políticas e educadores em busca de soluções de design sustentáveis ​​e de alta qualidade.

Serão considerados nas categorias Projetos arquitetônicos, Projetos de design e Planos urbanos, paisagísticos e territoriais.

 

ELEGIBILIDADE

  • Arquitetos individuais e coletivos;
  • Escritórios de arquitetura, cooperativas, grupos de pesquisa ou extensão;
  • Órgãos públicos, entidades privadas e ONGs, desde que pelo menos um arquiteto qualificado seja autor ou coordenador técnico.

 

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

  • As propostas a serem submetidas devem estar associadas e responder a pelo menos um dos 17 ODS da ONU por meio de soluções arquitetônicas.
  • Serão selecionadas até cinco (05) das propostas mais votadas em cada um dos 17 ODS.
  • As propostas selecionadas serão incluídas em uma publicação online e impressa, com base nas informações solicitadas na Seção 4 deste edital.
  • O Conselho Editorial terá a prerrogativa de alterar a classificação dos ODS indicada pelo(s) autor(es).
  • O Conselho Editorial reserva-se o direito de selecionar menos de cinco propostas, ou nenhuma, caso considere que nenhum projeto ou plano representa adequadamente os objetivos e metas da Agenda 2030.

 

CRONOGRAMA

Prazo para perguntas: 23 de junho de 2025, 17:00 (CEST)
Prazo final para submissão: 30 de julho de 2025, 17:00 (CEST)
Validação das Propostas: Agosto de 2025
Processo de seleção: setembro-novembro de 2025
Anúncio de Resultados: Dezembro de 2025
Preparação da Publicação: Janeiro-Maio de 2026
Lançamento do Guia: Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2026, Barcelona (28 de junho a 2 de julho de 2026)

 

Para participar, o participante deverá preencher o formulário de inscrição.

Para ler os termos completos de participação, clique aqui.

As perguntas serão respondidas pelo Comitê Organizador por e-mail.

Ponto de encontro paulistano

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O retrofit do Edifício Renata, símbolo da arquitetura modernista, transformou um prédio comercial em um complexo multiuso no centro da cidade

 

Próximo à estação República do metrô de São Paulo (SP) está o Edifício Renata, projeto arquitetônico de Oswaldo Bratke que simboliza a imponência do movimento modernista na década de 1950. Porém, ainda que preserve os elementos vazados da construção original, o edifício hoje está visivelmente renovado – passou de empreendimento comercial a um complexo cultural, gastronômico e residencial, graças ao retrofit encabeçado pelo escritório METRO Arquitetos, comandado por Martin Corullon e Gustavo Cedroni.

 

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A intervenção proposta pela METRO buscou não apenas restaurar o Edifício Renata, como também recuperar um modo de vida tipicamente paulistano, que reúne em um único espaço as mais variadas atividades. Com 7640 m², o edifício conta com apartamentos, que variam de 26 a 240 m², para curta ou longa estadia, restaurantes, bar, café e espaços de eventos, além de áreas de lazer no pavimento intermediário, também acessíveis ao público. A METRO ainda acrescentou áreas condominiais que não existiam no projeto original, como academia, sauna e até mesmo uma piscina, que tem vista privilegiada para o Edifício Copan.

 

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O Parador, localizado no terraço do edifício Renata, emerge como um ponto de encontro que harmoniza o charme de décadas passadas com a efervescência dos novos empreendimentos do centro da cidade. Este espaço multifuncional, dotado de piscina, restaurante e sauna, promete uma experiência única que transcende as expectativas tradicionais. A piscina é a intervenção mais perceptível no retrofit, agregando experiência contemporâneas para os moradores e visitantes.

 

Na arquitetura, apesar da preservação da estética original, houve uma importante melhoria com a instalação de caixilhos recuados das fachadas com cobogós, criando um espaço intermediário avarandado, ensolarado e multifuncional para os residentes.

 

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Os elementos vazados das faces sul e norte foram reproduzidos com o mesmo material da época para substituição das peças quebradiças, assim como os azulejos da face leste.

 

Os interiores também foram projetados pela METRO, com apartamentos que incorporam a simplicidade do modernismo e o minimalismo da marcenaria nipônica. Além disso, a METRO Objetos, braço do escritório focado em design, desenvolveu uma linha de produtos exclusiva para o edifício, como cômodas, estantes, aparadores e mesas de cabeceiras feitas de peças moduláveis, que podem ser adaptadas às demandas dos usuários.

 

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A transformação compreendeu a adaptação das lajes de escritório para criar 93 unidades residenciais de diferentes tipologias (de 25m² a 284m²). A nova configuração valoriza a história do bairro, que possui bons exemplos de edifícios com múltiplas tipologias, como o Copan e o Louvre.

 

O Edifício Renata Sampaio Ferreira foi inaugurado em 1956 e, juntamente a construções como o Copan e o antigo Hilton Hotel, integra um grupo de seis edificações tombadas em 2012 pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) da chamada “São Paulo Moderna”, conjunto urbano de grande valor histórico e arquitetônico no centro da cidade de São Paulo. Em 2024, a METRO Arquitetos recebeu um prêmio da revista britânica The Monocle Design pelo seu trabalho na revitalização do Edifício Renata, na categoria “Melhor Retrofit”.

O edifício é operado pela multinacional Blueground e os apartamentos estão disponíveis para aluguel na plataforma Tabas. As unidades são locadas já mobiliadas, com um mínimo de dois dias de permanência, abrangendo todas as despesas de consumo, aluguel e taxas condominiais. O espaço também está aberto a visitações, especialmente para frequentadores do espaço gastronômico e dos eventos culturais.

 

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Texto: Victor Hugo Felix
Fotos: Fran Parente

Maior estrutura de madeira do mundo é inaugurada no Japão

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Passarela foi idealizada para oferecer uma experiência confortável e prática ao público ao longo dos seis meses de Expo 2025 Osaka

 

Uma imensa passarela circular de madeira com 2 quilômetros de extensão, tornou-se uma das principais atrações da Expo Osaka 2025, no Japão. Projetado pelo escritório Sou Fujimoto Architects, o Grand Ring é a principal via de circulação de visitantes no local da Expo, permitindo um fluxo suave pelo espaço e protegendo as pessoas do vento, da chuva e da luz solar.

Com aproximadamente 2 km de circunferência, esta é a maior estrutura em madeira já construída no mundo. No total, a construção tem uma largura de 30 metros, além de um diâmetro de borda externa de aproximadamente 675 metros, e foi oficialmente certificada como a maior estrutura de madeira do mundo pelo Guinness World Records.

 

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Fotografia: Divulgação Guinness World Records.

 

O método construtivo utilizado combina técnicas modernas com a tradicional técnica japonesa de juntas Nuki. Essa técnica, usada em santuários e templos, permite a união das peças de madeira sem o uso de pregos ou parafusos, reforçando o caráter cultural da obra.

Feito, em sua maioria, de cedro e cipreste japoneses locais, além de uma pequena quantidade de pinheiros escoceses importados, tem como destaque a “Sky Walk”, uma área elevada a 12 metros de altura, decorada com flores, que permite uma visão panorâmica da Expo e de seus arredores.

 

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A organização da Expo afirmou que o Grand Ring simboliza o conceito de “Unidade na Diversidade”, um dos temas centrais do evento. A estrutura, além de funcionar como a principal artéria de tráfego de visitantes, reforça o espírito de integração e respeito às tradições.

Embora tenha sido inicialmente planejado para ser desmontado após o encerramento da Expo em 13 de outubro de 2025, as autoridades japonesas estão avaliando a possibilidade de mantê-lo permanentemente.

 

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Fotografia: Divulgação Expo 2025 Osaka.