Na interseção entre criatividade e funcionalidade, feira principais tendências que moldarão o design em 2025
Na 39ª edição da ABIMAD, a principal feira de móveis e acessórios de alta decoração da América Latina, que acontecerá de 04 a 07 de fevereiro, no São Paulo Expo, cores e texturas, que desempenham um papel transformador no universo do design de interiores, estarão em evidência. Reconhecida como um ponto de encontro estratégico para o setor, a ABIMAD apresentará as inovações que moldarão o mercado nos próximos anos.
Entre as cores que marcarão presença em 2025, destacam-se o Sunset Coral, um tom vibrante que inspira alegria e autocuidado, e o Future Dusk, uma tonalidade versátil que combina com diferentes paletas e reflete um design inclusivo e inovador. Já o Sage Green, com seu apelo biofílico, transmite estabilidade e conforto, alinhando-se à busca por conexões com a natureza.
No campo das texturas, os acabamentos táteis e as superfícies irregulares assumem protagonismo, trazendo um toque de acolhimento aos espaços. Materiais que interagem com luz e sombra, criando efeitos translúcidos e dinâmicos, traduzem a união entre tecnologia e naturalidade, promovendo ambientes que evocam sensações de harmonia e criatividade.
O credenciamento já está aberto e deve ser realizado exclusivamente online até o último dia do evento. Para mais informações e inscrições, acesse www.abimad.com.br.
Abimad 2024. Fotografia: Cléber de Paula.
Serviço
Feira ABIMAD – Feira Brasileira de Móveis e Acessórios de Alta Decoração
Data: 04 a 07 de fevereiro de 2025
Local: São Paulo Expo – Rod. dos Imigrantes, s/n. Vila Água Funda, São Paulo – SP
Autor do livro “Morfologia Urbana: um estudo da forma física das cidades”, da PUCPRESS, Vítor Oliveira aponta que a organização espacial das cidades pode auxiliar no enfrentamento das mudanças climáticas
A seca, as queimadas, o aumento nas temperaturas e os altos níveis de poluição são apenas alguns dos sintomas da crise climática que o planeta enfrenta. Uma das soluções pode estar em repensar nossas cidades. “Conhecer nossas cidades e reconhecer os agentes que as moldaram é fundamental para planejar e traçar o futuro. Muitas delas continuam a agravar a crise climática, apresentando elevados consumos de energia. Diferentes formas urbanas podem estar associadas a diferentes níveis de consumo energético – com um conhecimento rigoroso de todas estas dinâmicas, podemos planejar e gerir melhor”, explica Vítor Oliveira, um dos principais pesquisadores contemporâneos em morfologia urbana.
Em visita ao Brasil para participar de uma série de eventos científicos, Oliveira aponta que a morfologia urbana – campo de estudo consolidado desde a década de 1970 no Brasil -, pode contribuir para o debate sobre o futuro das cidades e oferecer uma análise abrangente e aprofundada sobre como a organização espacial delas influencia a vida dos cidadãos. “As cidades brasileiras têm um conjunto de especificidades próprias, mas têm também uma série de forças e fragilidades partilhadas com países da América do Sul e do Sul Global, e também do Norte Global“, afirma.
O pesquisador português é autor do livro “Morfologia Urbana: um estudo da forma física das cidades”, uma tradução inédita da PUCPRESS – editora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) -, referência para o estudo da forma física das cidades no Brasil. Resultado de anos de pesquisa do autor, a obra apresenta uma abordagem inovadora e multidisciplinar, explorando a interação entre a forma urbana e diversos aspectos da vida em sociedade, como o desenvolvimento social, o meio ambiente, a mobilidade urbana e a desigualdade social. “As nossas sociedades e cidades deparam-se com desafios fundamentais. Em algumas localidades, em pleno século XXI, as pessoas não têm acesso àquilo que há de mais básico – alimentação e água“.
Para Oliveira, a morfologia urbana desempenha um papel fundamental ao apontar estratégias para o enfrentamento dessas dificuldades – que ainda se depara com alguns desafios, como a tradução do conhecimento produzido em ações práticas de planejamento e gestão das cidades. “A morfologia urbana nos proporciona uma compreensão rigorosa do modo como a forma física da cidade (o modo como organizamos os sistemas de ruas, padrões de parcelamento e estruturas edificadas) influencia, por exemplo, o consumo de energia. De modo direto, essa influência passa pelos edifícios e pelas suas necessidades de arrefecimento, aquecimento e iluminação. De modo indireto, há uma influência da forma nos fluxos de transporte e nas nossas escolhas modais”, revela.
Segundo Jeremy Whitehand, geógrafo britânico, autor do prefácio e pesquisador de renome nos estudos em morfologia urbana, o livro “inspira tanto quanto informa”. Para Whitehand, a obra oferece um tratamento sistemático dos atributos básicos da morfologia urbana e, nesse aspecto, é único entre os livros já publicados.
Serviço
Morfologia Urbana: um estudo da forma física das cidades
Organizador/Autor: Vítor Oliveira
Editora: PUCPRESS
Outras informações: www.pucpress.com.br
Com cerca de 1,55°C acima dos níveis pré-industriais, Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou que 2024 foi o ano mais quente já registrado.
Os últimos dez anos estiveram todos entre os dez mais quentes, em uma série extraordinária de temperaturas recordes. A meta de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris ainda não foi perdida, mas corre sério risco. O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatiza que “ainda há tempo para evitar o pior da catástrofe climática. Mas as lideranças políticas devem agir agora. A avaliação prova mais uma vez que o aquecimento global é um fato incontestável“, comenta.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou que 2024 foi ano mais quente já registrado, com base em seis conjuntos de dados internacionais. A temperatura média global da superfície foi 1,55 °C (com uma margem de incerteza de ± 0,13 °C) acima da média de 1850-1900, de acordo com a análise consolidada dos seis conjuntos de dados. Isso significa que, provavelmente, acabamos de vivenciar o primeiro ano com uma temperatura média global superior ao limite de 1,5°C do Acordo de Paris, relativo à média pré-industrial de 1850-1900.
“Os anos individuais que ultrapassam o limite de 1,5 grau não significam que a meta de longo prazo foi ultrapassada. Isso significa que precisamos lutar ainda mais para entrar no caminho certo. Temperaturas altíssimas em 2024 exigem ação climática pioneira em 2025.” – António Guterres, secretário-geral da ONU.
A OMM fornece uma avaliação da temperatura com base em várias fontes de dados para apoiar o monitoramento climático internacional e para fornecer informações confiáveis para as negociações climáticas intergovernamentais facilitadas pela ONU.
Os conjuntos de dados são do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), da Agência Meteorológica do Japão, da NASA, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, (NOAA), da Agência Meteorológica do Reino Unido, em colaboração com a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e do grupo Berkeley Earth, da Universidade de Berkeley.
“A história do clima está se desenrolando diante de nossos olhos. Não tivemos apenas um ou dois anos recordes, mas uma série completa de dez anos. Isso foi acompanhado por condições climáticas extremas e devastadoras, aumento do nível do mar e derretimento do gelo. Tudo isso foi impulsionado por níveis recordes de gases de efeito estufa devido às atividades humanas” – Celeste Saulo. secretária-geral da OMM.
O momento da divulgação dos seis conjuntos de dados de temperatura foi coordenado entre as instituições para para enfatizar as condições excepcionais vivenciadas em 2024. Todos os seis conjuntos de dados colocam 2024 como o ano mais quente já registrado e todos destacam a recente taxa de aquecimento. Mas nem todos mostram a anomalia de temperatura acima de 1,5 °C devido a metodologias diferentes.
Um estudo separado publicado na revista Advances in Atmospheric Sciences descobriu que o aquecimento dos oceanos em 2024 desempenhou um papel fundamental nas altas temperaturas recordes. O oceano está mais quente do que nunca, conforme registrado por humanos, não apenas na superfície, mas também a 2.000 metros de profundidade, de acordo com o Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências. O estudo envolveu uma equipe de 54 cientistas de sete países e 31 institutos. Cerca de 90% do excesso de calor resultante do aquecimento global é armazenado no oceano, tornando o conteúdo de calor do oceano um indicador crítico da mudança climática.
De 2023 a 2024, o aumento global do conteúdo de calor do oceano a 2000 m de profundidade é de 16 zettajoules (1021 Joules), cerca de 140 vezes a geração total de eletricidade do mundo em 2023, de acordo com o estudo, que se baseia no conjunto de dados do Instituto de Física Atmosférica.
A OMM fornecerá todos os detalhes dos principais indicadores de mudança climática, incluindo gases de efeito estufa, temperaturas da superfície, calor do oceano, aumento do nível do mar, recuo das geleiras e extensão do gelo marinho, em seu relatório Estado do Clima Mundial 2024, a ser publicado em março de 2025. Esse relatório também fornecerá detalhes de eventos de alto impacto.
Os conjuntos de dados usados pela OMM fornecem um quadro globalmente completo ou quase completo das temperaturas próximas à superfície, usando métodos estatísticos para preencher lacunas em áreas de dados esparsos, como as polares. As análises também fornecem uma análise globalmente completa usando um modelo para estimar temperaturas em todas as regiões.
Para calcular os números consolidados das temperaturas em relação à era pré-industrial, a OMM calcula anomalias relativas a 1981-2010 para cada conjunto de dados e, em seguida, adiciona um deslocamento de 0,69°C, que é a diferença entre 1981-2010 e 1850-1900, conforme estimado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC). A incerteza na compensação é de 0.12°C. A descrição metodológica pode ser encontrada neste link.
Acordo de Paris
Guterres pediu aos governos que apresentem novos planos nacionais de ação climática este ano para limitar o aumento da temperatura global a longo prazo a 1,5°C e ajudar os países mais vulneráveis a lidar com os impactos climáticos devastadores.
Um ou mais anos individuais que excedam 1,5°C não significam que tenhamos perdido a meta de “manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e impactos da mudança climática”, conforme declarado no Acordo de Paris.
Isso se refere a um período prolongado, normalmente décadas ou mais, embora o Acordo não forneça uma definição específica. Picos de temperatura de curto prazo no aquecimento de longo prazo podem ser causados por fenômenos naturais, como o El Niño, que persistiu de meados de 2023 a maio de 2024.
Como o aquecimento global continua, há uma necessidade urgente de rastreamento, monitoramento e comunicação com relação à meta de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris, para ajudar os formuladores de políticas em suas deliberações.
Uma equipe internacional de especialistas criada pela OMM deu uma indicação inicial de que o aquecimento global de longo prazo, conforme avaliado em 2024, é atualmente de cerca de 1,3°C em comparação com a linha de base de 1850-1900.
Fonte/Reprodução/Imagem Capa: Nações Unidas Brasil
Em conexão íntima e constante com a natureza, residência conta com decks externos e recebe luz natural em abundância
Um casal que amava o lugar onde vivia há muitos anos, no Itanhangá, no Rio de Janeiro, deseja uma nova residência, mais simples, prática, sem excessos, com muita beleza e um jardim generoso. O estudo inicial do projeto, assinado pelo escritório be.bo, considerava a construção da casa em CLT (Cross Laminated Timber), onde acabamento e estrutura se integrariam, mas os clientes, preocupados com a durabilidade e manutenção, optaram por uma obra tradicional, mantendo o resultado estético previsto.
A disposição linear da construção, posicionada ao longo do limite longitudinal do terreno, foi planejada para favorecer a entrada principal por um caminho verdejante, maximizando os jardins e preservando quase todas as árvores existentes. O acesso para os carros e as áreas de serviço foram posicionadas na parte frontal do terreno, enquanto os espaços íntimos ficaram ao fundo. No encontro entre esses espaços, está a sala de jantar aberta, celebrando o desejo dos clientes de comer ao ar livre.
No encontro entre espaços, está a sala de jantar aberta, celebrando o desejo dos clientes de comer ao ar livre. Claraboias permitem que o céu se torne parte integrante do dia a dia. A residência recebe luz natural em abundância e interage harmoniosamente com os jardins. Fotografia: Leonardo Costa.
A linearidade se apresenta também na circulação interna responsável pelo acesso a todos os cômodos, com um ritmo marcado pelos montantes intercalados com vidros e seguidos em toda a extensão por um longo banco. A casa de 310 m² de área construída recebe luz natural em abundância e interage harmoniosamente com os jardins, o que garante a experiência de um morar deliciosamente ventilado e solar, algo desejado pelos moradores.
A linearidade se apresenta também na circulação interna, com um ritmo marcado pelos montantes intercalados com vidros e seguidos em toda a extensão por um longo banco. Fotografia: Leonardo Costa.
Cada ambiente conta com decks externos que promovem uma conexão íntima e constante com a natureza, e claraboias posicionadas na sala de jantar e banheiros permitem que o céu se torne parte integrante do dia a dia.
Os decks externos reforçam a uma conexão com o entorno. Fotografia: Leonardo Costa.
Ripas de concreto que imitam tábuas de madeira carbonizadas foram aplicadas na fachada e, para conservar o mesmo contraste acolhedor, algumas paredes internas foram revestidas com chapas de compensado naval de pinus. Os toques de cor ficaram reservados aos elementos decorativos de total curadoria do cliente.
Ripas de concreto que imitam tábuas de madeira carbonizadas foram aplicadas na fachada. Na visita ao terreno, uma grande surpresa: a posição escolhida da casa trazia com ela um enqua¬dramento perfeito da Pedra da Gávea, um deleite para os olhos dos moradores. Fotografia: Leonardo Costa.
Casa e Mercado registra as marcas mais lembradas por arquitetos e designers de interiores em 2024
Em face de significativas alterações no comportamento de compra por parte dos consumidores, percebe-se, já neste início de era digital, certa indiferença quanto à escolha de marcas. Os motivos são vários: diversidade de produtos similares, a não percepção dos diferenciais das marcas, falta de informações sobre tecnologias disponíveis e inovações. Em ambiente de comoditização, onde produtos tornam-se massificados e não diferenciados, a priorização por parte do consumidor são o preço e a entrega rápida. Zero fidelidade, quando as marcas não criam vínculos com os consumidores.
Daí o objetivo da pesquisa anual exclusiva para Casa e Mercado continuar o mesmo: identificar as marcas do setor mais lembradas por arquitetos e designers de interiores, especificadores capacitados para as melhores escolhas em seus projetos. Este ano, foi realizada pela Yes Pesquisas, abrangendo 60 categorias.
Metodologia quantitativa, por meio de abordagem telefônica e questionário estruturado, a pesquisa, desta vez, for realizada com 20 minutos em média de duração, a partir da pergunta, simples e objetiva, “Qual a primeira marca que lhe vem à cabeça quando se fala em…?”. Com nível de confiabilidade de 95%, são registradas, assim, por vezes, mais de uma marca contemplada em uma mesma categoria, em face da proximidade de percentuais constatados.
O Top of Mind Casa e Mercado, pode-se dizer, acaba por premiar estratégias em branding junto ao público especificador da arquitetura e do design de interiores. Comunicação, engajamento e comprometimento das marcas são os diferencias que as destacam no mercado e na memória afetiva dos profissionais” – Náiade Nunes, Editora Executiva de Casa e Mercado.
O evento de premiação do Top of Mind Casa e Mercado 2024 foi realizado em novembro de 2024 e contou com os patrocínios de RINNAI e ZETAFLEX e apoio de BRETON, HUNTER DOUGLAS, SILIGRAM e STACCATO. Confira abaixo a pesquisa na íntegra e as marcas destacadas!
Celebrando 30 anos de trajetória, feira abre o calendário 2025 e apresenta lançamentos de utilidades domésticas, decoração e mesa posta
A ABUP – Associação Brasileira de Empresas de Utilidades e Presentes abre o oficialmente o calendário de negócios no setor de casa com a realização do evento, que contará com mais de 300 expositores de todo o país, que ocuparão os 70 mil m² do recém-inaugurado Distrito Anhembi, na capital paulista. Já estão confirmadas as participações de grandes empresas como 6f Decorações, Casa Bonita, Corttex, Grupo Brinox, Imeltron, Invicta, Karsten, Mcassab, Nadir, Oxford, Plasútil, Sanremo, Tramontina, Riva, entre muitas outras.
Com o novo formato de feira que conectará todos os segmentos em um mesmo local, o evento também marcará o início das celebrações do aniversário de 30 anos da ABUP. Diante de um mundo pujante e repleto de mudanças, o marco das três décadas inspirou a associação a realizar o rebranding da marca. Com a assinatura “Conectando talentos com sucesso”, a mensagem robustece o compromisso a que se propõe: ser o elo que conecta seus associados – fabricantes, importadores, distribuidores, designers e artesãos –, com lojistas e profissionais da área.
“Nosso desígnio sempre foi o de fomentar as negociações B2B dos nossos associados. Muito mais que realizar as feiras que se efetivaram como uma vitrine que revela as tendências para toda a casa, carregamos a expertise de unir e valorizar essas pontas tão importantes do mercado” – Jamil Rima, presidente da ABUP.
Com um mercado aquecido e que segue em ascensão, a ABUP vê boas perspectivas de crescimento. Em geral, o brasileiro segue ávido por viver novas experiências e está sempre em busca de novos itens que facilitem a vida cotidiana e que ativem a satisfação e bem-estar.
Com foco no B2B, as inscrições para profissionais do setor e imprensa podem ser feitas através do site: https://bit.ly/AbupShowPress
Produtos que estarão presentes na feira das empresas Bella Vita, Bella Janela, Oxford, Cortbrás e Brinox / Divulgação ABUP.
Serviço
ABUP SHOW Home · Gift · Têxtil · Décor
De 2 a 4 de fevereiro, das 9h às 19h.
Dia 5 de fevereiro, das 9h às 17h.
Local: Distrito Anhembi – Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana / São Paulo – SP
Resistente à água e ideal para aplicações decorativas e arquitetônicas, solução criativa lida com as cerca de 1 milhão de toneladas de caroços de tâmaras produzidas anualmente
A sustentabilidade nunca esteve tão em evidência como nos últimos anos. Com a crescente conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas e a necessidade urgente de reduzir as emissões de carbono, cientistas, engenheiros e designers de diferentes continentes unem forças para reinventar materiais tradicionais, buscando alternativas que combinam funcionalidade, estética e que tenham um impacto ambiental reduzido.
As inovações na impressão 3D continuam a abrir caminho para alternativas sustentáveis na fabricação. Um desses avanços foi apresentado no ano passado na Dutch Design Week, um importante evento de design de nove dias focado no futuro do design, com forte ênfase na experimentação, inovação e cross-overs.
O coletivo de design Nawa, de Omã, criou um filamento ecológico para impressão 3D usando sementes de tâmaras desperdiçadas. Chamado RePit, uma brincadeira com a palavra ‘repetir’, o material composto foi projetado para oferecer uma alternativa mais sustentável aos filamentos termoplásticos tradicionalmente usados por impressoras 3D e impulsiona uma indústria mais verde no seguimento.
Para fabricar o material sustentável, a equipe da Nawa obtém sementes de tâmaras de suas fazendas em Omã durante a temporada de colheita de Al Qaidh. As sementes residuais de tâmaras são então trituradas e misturadas com argila natural de Omã e fibras de palma que, juntas, formam uma variação de uma argamassa de cal tradicional resistente à água conhecida como Sarooj. Este antigo composto tem sido usado em Omã para construção há séculos e seu uso destaca o alinhamento do projeto com o patrimônio local e o design sustentável.
Na Dutch Design Week, Nawa trouxe o RePit apresentando 15 ladrilhos de design intrincado com padrões inspirados nas dunas de areia de Omã. Os ladrilhos foram impressos em 3D, queimados e esmaltados da mesma forma que qualquer outra cerâmica.
A inovação pode desempenhar um papel fundamental na redução da dependência da indústria de plásticos e na promoção de práticas ambientalmente responsáveis. Isso ocorre porque a substituição do plástico por compósitos de sementes de tâmaras pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa, apoiar uma economia circular e desviar toneladas de resíduos dos aterros sanitários.
À medida que trabalham para refinar e expandir essa tecnologia de filamento sem plástico, a Nawa está estabelecendo um precedente inspirador para materiais sustentáveis na indústria de impressão 3D. Além disso, o uso inovador de sementes de tâmaras reflete a tradição árabe de hospitalidade, onde as tâmaras simbolizam generosidade e posiciona p coletivo na vanguarda do design sustentável.
Vertical farming não é apenas uma tendência, mas uma necessidade em um mundo que busca soluções sustentáveis e urbanas para a segurança alimentar
A vertical farming, ou agricultura vertical, está transformando a maneira como produzimos alimentos, combinando eficiência tecnológica e sustentabilidade. Em 2025, essa prática avança significativamente, com inovações que prometem enfrentar os desafios da produção agrícola tradicional em um mundo em rápida urbanização e sujeito a mudanças climáticas.
Automação e IA: O Pilar da Eficiência
As tecnologias de automação e inteligência artificial (IA) estão otimizando os sistemas de cultivo vertical. Sensores avançados, drones e robôs estão sendo integrados para monitorar o crescimento das plantas em tempo real, ajustando automaticamente fatores como iluminação, irrigação e nutrição. Isso não só melhora a eficiência energética, mas também aumenta a produtividade, reduzindo o desperdício de recurso.
Sistemas de Iluminação e Economia de Energia
Avanços em LED de espectro completo estão permitindo o crescimento de culturas além das folhas verdes tradicionais, incluindo tomates e morangos. Essas soluções reduzem significativamente o consumo de energia em comparação com tecnologias mais antigas, tornando a vertical farming uma alternativa economicamente viável, mesmo em regiões onde a energia é mais cara. Sistemas que combinam aquaponia (cultivo de plantas e peixes em simbiose) e hidroponia (cultivo em soluções líquidas de nutrientes) estão ganhando espaço. Esses métodos reduzem a necessidade de solo e consomem até 90% menos água em comparação com a agricultura convencional, oferecendo uma solução sustentável e adaptável a áreas urbanas densas.
Expansão Global
Regiões como a América do Norte, Europa do Norte e o Golfo estão liderando o crescimento do setor, impulsionadas por políticas públicas favoráveis, redução de custos de energia e a necessidade de sistemas resilientes às mudanças climáticas. Grandes projetos estão se consolidando nesses locais, aproveitando infraestrutura moderna e incentivo à produção local.
Desafios e Perspectivas
Embora as perspectivas sejam promissoras, os desafios persistem. O custo inicial elevado e a necessidade de demonstrar viabilidade econômica e escalabilidade ainda limitam a adoção massiva. Contudo, investimentos crescentes e a colaboração entre empresas, governos e acadêmicos estão impulsionando o setor, tornando a tecnologia mais acessível e confiável.
Texto: UGREEN Brasil
Imagem: Divulgação/Eden Green
A tendência do design sensorial cresceu após a pandemia e pode ser executada pela variação de materiais e texturas
O senso comum, muitas vezes, faz com que o conceito de design se limite ao prazer estético que um ambiente ou produto podem proporcionar. Porém, o desenvolvimento de projetos pode explorar outras possibilidades associadas aos demais sentidos do corpo humano. Um revestimento, por exemplo, pode não apenas ser visualmente agradável, mas também proporcionar sensações por meio do toque, da temperatura e até mesmo do olfato.
O trabalho com os sentidos é o que se convenciona chamar de Design Sensorial, uma tendência que vem ganhando destaque no ramo de arquitetura e interiores, especialmente após a pandemia – período em que o isolamento social levou as pessoas a transformarem suas casas em verdadeiros refúgios de acolhimento emocional. Contudo, a demanda não é necessariamente nova, ainda que a demanda dos clientes não utilizasse tal denominação para explicar o que precisava.
De acordo com o designer de interiores Fabio Galeazzo – que desenvolveu o revestimento Color da marca de pisos de madeira Akafloor –, o design sensorial nem sempre é uma solicitação direta dos clientes. “Muitas vezes, as demandas aparecem de forma subjetiva, derivadas de memórias afetivas que eles não conseguem articular com clareza”. Para o profissional, contudo, é fundamental que os designers utilizem os princípios do design sensorial em seus projetos. “Ao provocar os sentidos, criamos uma conexão mais profunda entre as pessoas e o espaço, considerando também o aspecto cognitivo dessa interação”, explica.
O uso de materiais naturais é o mais recorrente na promoção da sensorialidade em projetos. Madeiras, tecidos naturais, pedras variadas e plantas cumprem a função de estimular os sentidos por meio das texturas, dos visuais e até dos aromas. “A biofilia, por exemplo, é uma presença constante, conectando o interior ao exterior com a suavidade das plantas e a organicidade das formas naturais”, explica o arquiteto e designer de interiores Jorge Elmor. Para o profissional, a iluminação tem também um papel essencial. “Não apenas para clarear, mas para contar histórias ao longo do dia, mudando a atmosfera conforme a luz toca os materiais”.
A tonalidade vivaz do revestimento Oriba, da linha Color, confere uma essência jovial e descolada ao ambiente. Fotografia: Divulgação.
Deivid de Almeida, designer que desenvolveu a coleção Raízes para a marca de móveis Ancezki, explica que seu estilo pessoal envolve processos afetivos, e por isso o design sensorial surge de forma natural e intuitiva. “No meu ponto de vista, podemos ter ambientes sensoriais e produtos sensoriais, mas o auge só é atingido quando existe perfeita harmonia entre os dois. Claro que com uma iluminação adequada e a pintura das paredes favorecendo já se pode colher grandes benefícios. Agora, se somarmos cheiro agradável, música com frequência favorável e mobília confortável, podemos até transportar um ser humano a outros lugares, só pelos sentidos”, pondera.
A relação de Deivid com o design sensorial se deu, principalmente, por uma questão pessoal. “Sou pai de autista, portanto a sensorialidade tem um peso muito alto e é coisa séria. Após a paternidade, consegui distinguir claramente casa de lar e é aí que tudo começa a fazer sentido. Antes, esse assunto não era relevante para mim. Pensamos que é sobre matéria, mas no final é sempre sobre o indivíduo e o meio que ele vive”, conclui.
A cadeira Raízes contêm linhas, composição de materiais e técnicas de produção que remetem ao aprendizado de Deivid desde o seu início como designer. A linha explora a leveza, o conforto, a ergonomia e a atemporalidade. Fotografia: Moresco Studio.
Relação com o cliente
Jorge Elmor explica que, para o sucesso do projeto, é necessário conhecer bem as intenções dos clientes. “Realizamos uma pesquisa profunda para entender quais sentimentos eles gostariam de experimentar no espaço – seja paz, aconchego ou inspiração. A partir dessas respostas, construímos o conceito do projeto, pensando em cada detalhe que possa evocar essas emoções. Embora isso possa ser aplicado também em interiores e décor, é ideal que essa abordagem já faça parte da concepção arquitetônica para que o espaço realmente reflita essas intenções desde sua essência”, diz.
Para Fabio Galeazzo, a relação custo-benefício de um projeto baseado em design sensorial pode variar, mas os benefícios superam os custos na maioria dos casos. “Embora a aplicação de materiais sensoriais e a atenção aos detalhes possam aumentar o investimento inicial, os resultados em termos de conforto, bem-estar e satisfação dos usuários tornam o custo justificado”. De acordo com o designer, ambientes que promovem uma conexão sensorial tendem a causar um impacto emocional positivo, o que pode aumentar o valor percebido do espaço ao longo do tempo. “Essa abordagem também pode contribuir para a sustentabilidade, ao promover uma relação mais duradoura e significativa entre os indivíduos e seu ambiente”, afirma.
Linda Martins, designer que assina a coleção Cecília para a DonaFlor Mobília, opina que os principais benefícios do design sensorial estão na criação de uma conexão mais profunda e emocional com o usuário. “Ativa os sentidos de forma sutil, proporcionando conforto e satisfação que vão além da estética. Produtos e espaços que levam em consideração os sentidos tendem a ser mais memoráveis e a oferecer uma experiência mais imersiva, o que é particularmente importante em ambientes residenciais e de hospitalidade”.
A linha Cecília teve seu início como uma poltrona projetada para ambientes internos, uma homenagem à avó de Linda, Erna Cecília, que era uma grande apaixonada por trabalhos artesanais. Fotografia: Ana Pacheco.
Desenvolvimento de produtos
Para que os projetos de arquitetura e interiores tenham uma sensorialidade refinada, é preciso que os fornecedores entreguem produtos alinhados com tais demandas. Segundo Daniel Mosa, arquiteto e analista de marketing da Formica, a diversificação dos revestimentos permite que o design sensorial seja bem executado. “Os projetos de arquitetura e decoração estão cada vez mais personalizados, então é natural que especificadores e consumidores nos tragam demandas que não raro avançam ao nível do detalhe, como é o caso das texturas. Por isso, entregamos possibilidades que vão além da cor”, afirma.
Primeiro laminado termofundido produzido no país, o Formplac® TFL, que pode ser usado para revestir paredes, armários, cabeceiras, painéis, entre muitas outras aplicações, conta com a exclusiva tecnologia FormiClean, capaz de eliminar até 99,68% de partículas virais e bacterianas. Na imagem, o modelo MD26 Castanheira Rip 4cm reveste o painel e 2cm reveste o móvel.
A design Karol Suguikawa, que assina o Sofá Bacio da Breton, diz que há situações em que os clientes pedem que os produtos despertem sensações que vêm de formas sinestésicas – ou seja, misturam os sentidos –, e tocam profundamente as memórias visuais e afetivas de cada um. Isso exige o uso de soluções específicas. A curva suave do Sofá Bacio remete ao formato dos lábios, criando uma sensação tátil de conforto. O tecido drapeado traz textura e uma experiência refinada. Esses elementos não só atraem visualmente, mas também proporcionam uma conexão emocional e sensorial”.
Segundo a profissional, a pandemia impactou a forma como as pessoas se relacionam com os produtos. “Antes as pessoas compravam sofá pela cor. Hoje o tecido e composição dele importam e muito. Também foi depois da pandemia que o desejo por sofás acinzentados aumentou claramente, pela proximidade dos moletons que tanto usamos naquele período”, analisa.
Segundo a designer, para a linha Bacio o desejo foi criar peças que não apenas fossem funcionais, mas que também trouxessem uma sensação de acolhimento e carinho, refletidos nas formas orgânicas e nos detalhes de alta costura. A linha foi inspiradas nas formas orgânicas e na delicadeza de um beijo.
Para o arquiteto Rodrigo Ohtake, o usuário não deveria precisar dizer o que espera de uma peça ou projeto, mas indicar a usabilidade desejada. “A nossa função é entender e entregar mais, o inesperado, o inusitado, de modo que a pessoa receba e se surpreenda por desconhecer que realmente precisava daquela entrega”. O profissional cita como exemplo as cubas que assina para a coleção Ohtake das cerâmicas Roca: “O que entregamos além da funcionalidade é uma questão visual também, para que a pessoa, ao entrar no espaço, tenha orgulho do banheiro onde a peça está instalada. Além da usabilidade, a beleza, o inusitado e a surpresa, para nós, são muito importantes.”
Cubas de Rodrigo Ohtake para a Coleção Ohtake, das cerâmicas Roca. Fotografia: : Ruy Teixeira.
A comunhão entre design e tecnologia pode ser um diferencial na hora de proporcionar uma experiência sensorial mais completa, permitindo, por exemplo, que um mobiliário tenha opções de ajustes em altura e angulação que expandem as possibilidades de uso. É o que defende Pasquale Junior Natuzzi, diretor criativa da Natuzzi, marca italiana de móveis: “A síntese desse conceito é que quando falamos em conforto não estamos falando apenas de ergonomia e conforto físico, mas também de conforto espacial. Estamos atentos à micro mobilidade, ao impacto na posição, ao impacto na respiração. Refletir e conceber um produto é imaginar como ele responderá a um certo movimento, a um certo espaço”
Matéria e espaço tomam forma em Melody, sofá modular projetado para Natuzzi Itália por Simone Bonanni. A peça de estrutura linear possui um design pensado para transmitir uma percepção de facilidade e conforto, fruto de um estudo pontual não só na definição criteriosa dos volumes, mas sobretudo nas emoções que o sofá pode despertar, mesmo visualmente.
Gisele Bettiol Passos, designer da DOM DAQUI Tapetes, afirma que a combinação de texturas, a mesclas de materiais naturais, como lã e algodão, o uso de cores vibrantes e o design em alto relevo são estratégias utilizadas para estimular os sentidos, o que se conecta com as novas demandas do público. “Com o aumento do trabalho remoto, há uma maior demanda por tapetes confortáveis para pisar e deitar. Os consumidores apreciam a multifuncionalidade desses produtos, que podem ser usados para exercícios, meditação ou relaxamento. Embora muitos já conheçam essas opções, ainda há espaço para educar novos consumidores sobre os benefícios do design sensorial”, finaliza.
Tapete DOM DAQUI de taboa, algodão e pelo de bode na mostra Artefacto B&C.