Roca São Paulo Gallery realiza noite de vernissage

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Para a abertura da exposição Traços e Contextos, o arquiteto e artista plástico paulistano José Ricardo Basiches recebeu importantes convidados no Roca São Paulo Gallery

 

Na noite do dia 7 de fevereiro o Roca São Paulo Gallery,espaço da marca Roca que já alçou o status de ponto de encontro para arquitetos e profissionais da área que apreciam a troca de conhecimentos e a beleza da arte, recebeu o vernissage da exposição Traços e Contextos, assinada pelo arquiteto e artista plástico paulistano José Ricardo Basiches.

Estrela da noite, Basiches distribuiu pelo living, e também na fachada, um recorte expressivo das criações que desenvolveu na última década. Realizados a mão livre, ele propôs uma organização em cinco núcleos que permite uma leitura ainda mais singular de suas obras.

 

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Entre os convidados estavam as empresárias Ester Schattan e Lucila Diniz, o arquiteto João Armentano, Lauro Andrade, idealizador do Design Weekend DW! e Amanda Ferber, fundadora e CEO do Architecture Hunter, entre outros nomes.

 

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José Ricardo Basiches está ao lado de Sérgio Melfi, Managing Director da Roca Brasil.

 

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Ao centro, Basiches é abraçado pelo arquiteto João Armentano e Juliana Santos, gerente do Roca São Paulo Gallery .

 

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O idealizador do Design Weekend DW!, Lauro Andrade.

 

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Da esquerda para direita: João Armentano, a empresária Lucila Diniz, Basiches e Luiz Carlos Trabuco Cappi.

 

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A fundadora e CEO do Architecture Hunter, Amanda Ferber, também prestigiou o artista plástico e arquiteto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagens: Jonatas Marques

 

Testemunhando a passagem do dia

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Embora ladeada por vizinhos, residência desfruta de um certo isolamento em relação a eles, de modo a valorizar-se com o projeto arquitetônico que propõe interação dos espaços internos com os externos

 

Desenvolvida para uma família com dois filhos e muitos amigos, esta casa de campo, localizada em um condomínio residencial privado, tem em sua ampla área de estar o coração deste projeto assinado pela escritório Memola Arquitetura. A contemplação do nascer e do pôr do sol, bem como o favorecimento das vistas para a natureza circundante, são aspectos relevantes do projeto.

A arquitetura está setorizada em três blocos principais: o central, onde está a área de estar, e as duas alas de dormitórios que partem de extremidades opostas da sala para, então, alongarem-se no terreno. Um pergolado com estrutura metálica, ripas de madeira e fechamento superior de vidro circunda a área social, criando-se uma varanda que contorna integralmente o espaço, uma leitura das tradicionais casas de fazenda.

 

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O volume mais alto, de estar, é feito com paredes duplas de tijolo maciço de demolição, enquanto que os volumes mais baixos, dos dormitórios, são revestidos com pedra. A colocação, a paginação e a seleção dos tijolos de demolição, reutilizados na obra com cores e tamanhos diversos, colabora com a aparência rústica da arquitetura. A distinção dos materiais se acomoda à paleta de referências campestres, complementada pelo uso da madeira nos pisos internos de tábua e em elementos das esquadrias, que foram desenhas sob medida para o projeto.

“A contemplação do nascer e do pôr do sol, bem como o favorecimento das vistas para a natureza circundante, são aspectos relevantes do projeto.” – Memola Arquitetura

 

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Nos interiores, o elevado pé-direito do estar é humanizado pelo teto de vidro que conforma a água mais curta e mais inclinada do telhado. Janelas e portas estão posicionadas em pontos estratégicos tanto em termos dos fluxos dos usuários quanto dos enquadramentos da paisagem, priorizando-se a subdivisão dos vãos-luz em requadros de pequenas dimensões. O teto de vidro é revestido com película anti-reflexiva e protegido contra a insolação direta. O prolongamento da outra água da cobertura funciona como uma claraboia que revela a transformação da luz ao longo do dia e permite ver o céu noturno.

O rigoroso traçado das tubulações, todas aparentes, foi desenhado pela equipe de arquitetura. A iluminação está posicionada a meia altura, com eletrocalhas sustentadas por extensores fixados na cobertura e spots ora direcionados para paredes, ora para pisos e ora para o telhado, de modo a valorizar a espacialidade do ambiente.

 

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Da varanda vê-se o pôr do sol e, consequentemente, também os dormitórios conectados à ela. Da piscina vê-se o horizonte e o pátio é banhado pelo sol da manhã. A partir da área social a visão é panorâmica, voltada para a frente e os fundos da propriedade, e a farta luminosidade natural do ambiente testemunha a passagem do dia.

 

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A colocação, a paginação e a seleção dos tijolos de demolição, reutilizados na obra com cores e tamanhos diversos, colabora com a aparência rústica da arquitetura. O mesmo vale para a pedra madeira que reveste as paredes, tendo-se privilegiado a escolha de peças com nuance amarelada, condizente com aquela predominante nos tijolos.

 

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Imagens: Fran Parente

A 4ª Bienal de Lagos

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Cerca de 80 participantes exploram o tema “Refúgio” por meio de pavilhões arquitetônicos, instalações de arte, palestras de artistas, exibições de filmes, projeções e performances

 

No dia 3 de fevereiro, a Bienal de Lagos deste ano foi inaugurada na Praça Tafawa Balewa, em Lagos, Nigéria, um local emblemático que já foi palco das celebrações da independência do país em 1960. Como a 4ª edição da feira de arte, ela continua com o objetivo de utilizar a arte para ativar marcos históricos que perderam significado tanto pelo uso funcional quanto pelo significado simbólico para os moradores da antiga capital.

As edições anteriores da Bienal exploraram vários aspectos da arquitetura da cidade, seu significado simbólico, implicações políticas, soberania, propriedade, noções de pertencimento e sua relação com o público. Este ano, o tema “Refúgio” na Praça Tafawa Balewa leva essa exploração ainda mais longe. Os curadores Kathryn Weir e Folakunle Oshun destacam que esse tema faz com que a praça aborde o conceito de um estado-nação. Também reúne artistas e arquitetos de diferentes disciplinas para explorar abordagens alternativas na construção de comunidades renováveis e promoção da justiça ambiental.

A Bienal mostra o trabalho de 80 participantes de 30 países, que exploram o tema por meio de pavilhões arquitetônicos, instalações de arte, palestras de artistas, exibições de filmes, projeções e performances. Ao entrar, você é recebido por uma instalação de portas de madeira fechadas criadas pelo renomado artista Demas Nwoko. Essas portas servem como interface, convidando os visitantes a interagir com os espaços fechados como forma de refúgio. Elas também levantam questões sobre a natureza democrática do local e sua acessibilidade para os moradores da cidade. Muitos visitantes apreciam a Bienal de Lagos enquanto uma oportunidade de visitar a praça e admirar sua estrutura. As instalações da Bienal estão espalhadas pelo piso de concreto da praça e pelos assentos inclinados da estrutura, encorajando os visitantes a explorar livremente e contemplar os temas subjacentes.

 

 

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“Airi: Bone Altar”, do artista Yussef Agbo-Ola.

 

Enquanto você explora a praça, encontrará vários pavilhões arquitetônicos que trabalham materiais locais e incorporam instalações multimídia que exploram a identidade individual e comunitária. Um pavilhão notável é “Traces of Ecstasy”, curado por KJ Abudu e projetado por Oswald Dennis. Essa estrutura modular consiste em espaços curvilíneos sobrepostos que se inspiram nas geometrias fractais do espaço africano indígena. Os espaços são construídos usando tijolos de concreto empilhados de maneira transversal, semelhantes a elementos vazados, e são cobertos com padrões de tecido Adire para criar uma atmosfera específica.

O pavilhão serve como um quadro para instalações de som e vídeo, performances ao vivo e uma rede de navegador digital que explora a história africana, sonhos de liberdade e auto-identidade. Temas semelhantes podem ser encontrados em outras instalações dentro da praça, como a estrutura gradeada de cubos de madeira do arquiteto albanês Endri Marku, que evoca a imagem de uma grade de pixels e é intitulada “Wahala, Freedom, Quantum Leap”. Essa estrutura abriga exposições de vídeo que exploram o corpo como um arquivo, criticam a corrupção pública e abordam as experiências queer na Nigéria. Essas instalações promovem uma reflexão sobre a auto-identidade e a importância de abraçar a pluralidade como forma de refúgio.

 

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“Traces of Ecstasy”, curado por KJ Abudu e projetado por Oswald Dennis.

 

No entanto, uma estrutura em particular adota uma abordagem diferente para explorar a identidade individual e coletiva. Intitulada “Taşlık Kahvesi” e criada pelo artista francês Deniz Bedir, ela serve como um espaço de descanso e um café comunitário, convidando o público, a equipe e os artistas a se servirem e servirem aos outros. Essa estrutura simples de madeira apresenta pinturas internas que retratam paisagens marinhas, criando a ilusão de janelas com vista para um horizonte estático. Com esteiras no chão, ela cria uma atmosfera para trocas informais, encontros, discussões e pessoas que buscam consolo umas nas outras.

 

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“Taşlık Kahvesi”, criada pelo artista francês Deniz Bedir.

 

À medida que o Sul Global nos ensina que a escassez gera inovação, a Bienal de Lagos empresta sua voz por meio de instalações artísticas que exploram a natureza socio-política dos recursos. Na praça, o renomado artista Bruce Onobrakpaeya exibe esculturas gigantes ao ar livre feitas com materiais reciclados, capturando sua atenção com sua colagem de formas e designs interessantes. Esses materiais incluem placas-mãe, peças de computador, motores, peças de reposição para automóveis, ferro, tubos e aço inoxidável obtidos em espaços de Mercados Populares em Lagos. Eles apresentam um caso convincente para reutilização, proteção ambiental e sustentabilidade.

 

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“Beautiful Machins”, criação de Bruce Onobrakpaeya.

 

Como a Bienal explora os recursos redistribuídos entre o norte global e o sul global, é importante distinguir entre os recursos importados que impedem o crescimento da economia local e aqueles que contribuem para a circularidade entre as duas regiões. Uma instalação impactante chamada “Re-(t)exHile” mostra uma arquitetura têxtil feita de peças costuradas de várias roupas penduradas em fios divergentes para criar um fechamento. A instalação tem como objetivo abordar o problema dos resíduos têxteis que viajam do Norte para o Sul Global disfarçados de roupas de segunda mão. Isso é feito comprando-as nos mercados de Lagos e reexportando a instalação para o Norte Global. Embora essa instalação critique a durabilidade dessas roupas, ela não consegue entender o papel que o sul global desempenha na economia circular dos têxteis e como o ato de reexportar é uma antítese das necessidades de recursos da região.

 

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“Re-(t)exHile”, por Outsiders.

 

Várias instalações arquitetônicas e artísticas da Bienal exploram os temas da religião e da espiritualidade como um refúgio sociocultural. Uma instalação particularmente impressionante é a “Miracle Central”, do artista Victor Ehikhamenor. Ela retrata uma estrutura simples de igreja com uma fachada coberta por milhares de lenços brancos, que simbolizam o cristianismo pentecostal no país. Em seu interior, a instalação mergulha ainda mais na espiritualidade com elementos suspensos comumente encontrados nessas igrejas e uma instalação sonora evangélica. Na abside do pavilhão, um intrincado trabalho de rosários costurados em tecido de renda exibe figuras humanas de uma congregação e de um pregador, acompanhadas pela mensagem “Expect a Miracle” (Espere um milagre). Essa estrutura explora a interseção de religião, política, história e expressões de pertencimento no país.

 

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“Miracle Central”, do artista Victor Ehikhamenor.

 

Outras instalações da bienal, como “Xtracenstral”, com curadoria do Kukily Afrofeminist Arts Collective, “Airi: Bone Altar”, do artista Yussef Agbo-Ola, e Omi Elu, da artista francesa Tabita Rezaire, também exploram a espiritualidade por meio do exame de práticas religiosas tradicionais. Da mesma forma, as três instalações usam tecidos com motivos e padrões de tintura que representam espíritos, ancestrais e entidades ambientais das quais a vida humana depende, dentro de uma estrutura metálica para criar compartimentos. Coletivamente, essas instalações fazem referência à complexa relação entre as pessoas, as religiões tradicionais e o cristianismo africanizado como um espaço para encontros sobrenaturais e transformadores.

A 4ª Bienal de Lagos apresentou uma gama diversificada de instalações que exploram vários temas, como auto-identidade, escassez de recursos, espiritualidade e as complexas histórias da Nigéria.  Ao questionar a Praça Tafawa Balewa em Lagos, a Bienal reflete a relação entre os residentes da cidade e o estado-nação, fornecendo um espelho contemporâneo que reflete a dinâmica social, cultural e política da Nigéria. Por meio da exploração da arte, da arquitetura e de diversas perspectivas, a Bienal de Lagos cria um espaço para o diálogo crítico e convida os visitantes a se envolverem com questões urgentes de nosso tempo.

 

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“Xtracenstral”, com curadoria do Kukily Afrofeminist Arts Collective,

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Archdaily
Imagens: Dubem Nwabufo

 

Madeira engenheirada: um expoente sustentável

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Aliado à tecnologia de ponta, material oferece pluralidade de aplicações, diminuindo o tempo de obra e minimizando os erros e desperdícios

 

À medida que a busca por soluções inovadoras e ecologicamente corretas ganha destaque, profissionais de arquitetura e engenharia têm se dedicado ao uso de materiais que sejam capazes de unir eficiência estrutural, estética refinada e respeito pelo meio ambiente. É nesse contexto desafiador que a madeira engenheirada se destaca, assumindo o papel de protagonista na transformação de projetos arquitetônicos contemporâneos.

A madeira engenheirada, como o próprio nome diz, é processada industrialmente a fim de otimizar o seu desempenho para uso na construção civil. O material pode ser transformado em pilares, vigas e lages, substituindo o concreto e o aço na construção de edificações estruturalmente mais leve, que demandam fundações menos profundas, com menor impacto no solo. Os projetos arquitetônicos vanguardistas não apenas adotam esse material, mas também o utilizam como peça-chave para redefinir os conceitos de arquitetura sustentável.

Há diferentes tipos de madeira engenheirada. Os mais conhecidos na construção civil é a CLT (sigla para madeira laminada cruzada, Cross Laminated Timber em inglês) e a MLC (sigla para madeira laminada colada, Glue Laminated Timber ou Glulam em inglês). Em linhas gerais, a CLT é um painel estrutural composto por no mínimo três camadas de tábuas empilhadas de forma perpendicular à camada inferior e coladas nas faces largas, sendo utilizado para construir lajes e paredes. Já a MLC é constituída por lâminas de madeira coladas umas às outras e dispostas com as fibras paralelas ao eixo longitudinal da peça, sendo utilizadas principalmente em vigas e pilares.

 

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Octothorpe House, de Mork-Ulnes Architects. Fotografia: Jeremy Bittermann

 

Uma das empresas que trouxe inovações neste segmento no Brasil é a Superlimão, cuja trajetória é marcada pelo uso da madeira engenheirada, um material que usa camadas de madeira maciça sobrepostas. Um dos mais recentes projetos do portfólio do escritório foi uma unidade da rede de fast food McDonald’s, localizada no bairro do Paraíso, em São Paulo. O empreendimento, que preza pela sustentabilidade em vários detalhes, traz uma síntese das convicções que norteiam os arquitetos do escritório.

Segundo os arquitetos a ideia surgiu de uma parceria com a Noatech, uma incorporadora especializada em captação, que atua como intermediária entre fornecedores de madeira engenheirada, escritórios de arquitetura e clientes. O projeto usa madeira projetada de cima a baixo, que é visível do lado de fora, por meio de paredes de vidro, construção que também permite visualizar todas as camadas da estrutura interna do local. “No segundo pavimento, pedimos à equipe da obra que criasse uma janelinha física, feita de vidro, revelando a composição das paredes. Queríamos que as pessoas pudessem ver, na prática, que não se trata apenas de um discurso, mas que o prédio é, realmente, construído inteiramente com madeira”, comenta Maria Fernanda Elaiuy, arquiteta e coordenadora de projetos do escritório.

 

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A unidade McDonald’s, no bairro Paraiso, marca um passo significativo na evolução das práticas sustentáveis e projeto configura uma potente ferramenta de educação. Fotografia: Maira Acayaba.

 

Na prática, sua montagem se dá de maneira muito mais ágil e fácil, quando comparada aos métodos de construção tradicional, sendo essa uma das grandes vantagens do sistema. Tanto os painéis quanto vigas e pilares de madeira engenheirada são fabricados fora do canteiro e transportados para a obra com todos os detalhes pré-definidos para receber as instalações mecânicas, elétricas e hidráulicas, diminuindo o tempo de obra e minimizando os erros e desperdícios. A utilização da madeira engenheirada permite a construção por meio de encaixes, resultando em uma obra mais silenciosa do que o habitual, o que também minimiza o impacto sonoro.

O potencial da madeira engenheirada reside não apenas pela sua capacidade de reduzir a pegada de carbono, visto que a madeira absorve CO2 em vez de emiti-lo para a atmosfera, mas também pela flexibilidade no design arquitetônico, possibilitando a criação de estruturas como se fossem peças de Lego, tornando o processo construtivo mais ágil e eficiente. “É possível criar estruturas de maiores dimensões e explorar formatos mais inusitados, curvando e arqueando sem a necessidade de empregar um sistema complexo de diversas bitolas”, explica Maria Fernanda.

Além disso, essa tecnologia construtiva aliada a ferramentas digitais torna o processo ainda mais vantajoso, como é o caso da aplicação do sistema BIM (Building Information Modeling) que permite o desenvolvimento de um VDC (Virtual Design and Construction), ou seja, um modelo virtual que replica o processo construtivo permitindo que a obra seja estudada e analisada antes de iniciar no mundo real.

 

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Mjostarnet The Tower of Lanke Mijosa Voll Arkitekter. Fotografia: Ricardo Foto

 

Embora muitas pessoas tenham a impressão de que há desmatamento envolvido, todo o processo é meticulosamente planejado para ser renovável, sendo o material proveniente de árvores cuja característica é de rápido crescimento, facilitando ciclos de vida mais curtos. Isso possibilita a renovação frequente da fonte, diferentemente de madeiras tradicionais, como cerejeira ou carvalho, que requerem décadas para atingir as dimensões necessárias para estruturas robustas. Ao contrário, na composição da madeira engenheirada, é possível incorporar rigidez durante o desenvolvimento da peça de maneira industrializada, sem depender do tempo de crescimento prolongado das árvores.

Além disso, o material tem sido também tem sido utilizado como caminho para recuperar e desenvolver as tradições de construção ancestrais em diferentes lugares do mundo, trazendo à tona uma interpretação contemporânea de um material presente nas arquiteturas vernaculares. Importante ressaltar que a prática de utilizar madeira na construção é atemporal e possui raízes históricas profundas, sendo a madeira engenheirada uma evolução sofisticada dessa tradição global.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Archdaily e Habitabilit

 

 

Cenário das Cidades Inteligentes

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Investigação evidencia nova direção para centros urbanos brasileiros serem mais sustentáveis e eficazes

 

Um levantamento realizado pela Deloitte e encomendado pela NEC entrevistou representantes dos governos nas esferas municipal, estadual e federal, da indústria e das universidades, com o objetivo de identificar as questões nas quais os municípios mais precisam evoluir. Com base nas entrevistas e nas pesquisas que compõem o material, também foram inseridas recomendações para a viabilização de cidades mais modernas e estruturadas.     

A situação de mais da metade da população mundial vivendo atualmente em áreas urbanas faz com que as grandes cidades estejam inchadas e, consequentemente, enfrentam enormes desafios no sentido de atender às necessidades dos seus habitantes. Ao analisar as perspectivas para o futuro, é possível encontrar dados indicando que, até 2050, esse índice alcançará os 68%, quando 2,5 bilhões de pessoas adicionais vão popular nas metrópoles. No Brasil, 84% dos 210 milhões de habitantes vivem, atualmente, distribuídos em áreas urbanas. Tendo em vista que são organismos complexos, ligados a ações das iniciativas públicas e privadas, os municípios precisam contar cada vez mais com recursos tecnológicos a fim de tentarem solucionar problemas nas mais diferentes vertentes, como mobilidade, energia, saneamento e, principalmente, segurança.

 

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O planejamento urbano é o ponto central de discussões sobre o futuro das cidades e da mobilidade urbana no século 21. O planejamento urbano moderno, como o de Brasília, é preconizado pela carta de Atenas. Fotografia: Divulgação.

 

Com um olhar analítico junto aos municípios que já introduziram as diversas ferramentas de tecnologia em suas rotinas, a Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, elaborou um estudo, a pedido da NEC, no intuito de fazer um Raio-X desse segmento: o de Cidades Inteligentes (Smart Cities). O material intitulado “Insights sobre Cidades Inteligentes no Brasil para formuladores de políticas e gestores públicos | Alavancando tecnologias para o desenvolvimento sustentável” ouviu profissionais da área pública e da indústria, como fabricantes, fornecedores, prestadores de serviços e associações, além de acadêmicos, para entender quais são as dores e as carências no âmbito das cidades brasileiras e como elas podem evoluir para serem mais modernas e eficientes.

O estudo também se baseou em pesquisa documental, fonte que trouxe muitas informações sobre as práticas de sucesso no país e no exterior. Os casos de sucesso de centros urbanos, como os municípios de Tigre e Buenos Aires, na Argentina, de La Reina (distrito de Santiago), no Chile, e de Santander, na Espanha, mostram que é possível conseguir uma melhora consistente em áreas nas quais as respectivas administrações enfrentavam grandes desafios. A cidade da argentina de Tigre, por exemplo, tinha problemas com a segurança da população e, por isso, implantou um sistema de segurança, composto por mais de 2 mil câmeras estrategicamente instaladas nas ruas, sistemas de inteligência artificial, detecção de comportamento e reconhecimento facial, tudo isso interligado no Centro de Comando e Controle. Desde o início do projeto, que foi implantado pela NEC, no papel de integradora, em 2011, foi possível reduzir cerca de 80% da taxa de roubos de veículos e o turismo no local cresceu 20%. 

“A segurança de uma cidade inteligente se faz com tecnologia, integração da vizinhança, inclusão social, soluções urbanísticas, espaços compartilhados e ocupação das áreas públicas, gerando pertencimento ao lugar. Adotando diversas soluções inovadoras, como análise de dados, é possível proporcionar ambientes mais harmoniosos, facilitando as tomadas de decisão mais claras sobre os desafios urbanos. Iniciativas como essa só podem ser elaboradas com um olhar mais amplo, dentro de um ciclo de planejamento com diagnóstico e análise, metas e projetos em todas as escalas da cidade” –  Alberto Boaventura, gerente-sênior para a indústria de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte.

 

Foto do Release NEC

 

Em La Reina, por sua vez, a substituição da infraestrutura pública de iluminação por lâmpadas de tecnologia (LED) e o monitoramento das luminárias em tempo real melhorou a eficiência energética na vizinhança e também a percepção de segurança, por tornar o lugar mais bem iluminado. A segurança, inclusive, é um ponto importante no estudo, uma vez que se trata do tema mais recorrente apontado entre as cidades da América Latina. A oferta de serviços de saúde vem em seguida, entre as preocupações dos latinos. 

A apuração realizada pela Deloitte traz um conteúdo subdividido em seis domínios, sendo eles Transporte e Mobilidade, Indústria e RH, Qualidade de vida (segurança pública, saúde, gerenciamento de espaços urbanos e controle de poluição), Recursos e Energia, Governança e Construção e Infraestrutura.  Tendo em vista esse contexto, foi adicionado um capítulo exclusivamente dedicado às barreiras para implantação das Cidades Inteligentes, agrupadas de acordo com a natureza de cada uma delas, como: ordem político-administrativa; conhecimento e capacitação; econômica; jurídica ou tecnológica. Com relação às barreiras político-administrativas, por exemplo, os entrevistados destacaram a falta de planejamento e de foco que existe no Brasil. O desafio neste quesito, segundo os depoimentos, é dissociá-lo do ciclo eleitoral de quatro anos, colocando em prática uma visão de longo prazo, que saiba onde se deseja chegar e contenha um plano de ação com etapas a serem cumpridas. 

“O conteúdo traz recomendações de priorização de políticas públicas, focadas em políticas que propiciem o desenvolvimento de aplicações TIC (tecnologia da informação e comunicação) e investimentos associados. Entre as prioridades sugeridas estão: coordenação de políticas em todas as esferas do poder público; planos de longo prazo; padronização de um modelo de acesso e unificação de dados; padronização na gestão pública digital; arquitetura padronizada; criação de desenvolvimento e inovação; viabilização da infraestrutura de conectividade; promoção e ampliação das parcerias público-privadas (PPPs);  Modelo de concessão pública exclusiva para a exploração de serviços da Cidade Inteligente; acesso ao financiamento de projetos de Cidade Inteligente e, finalmente, Segurança pública como grande promotora do bem-estar social” – Márcia Ogawa, sócia líder da indústria de Tecnologia, Media e Telecomunicações da Deloitte.

 

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Segundo o Ranking Connected Smart Cities 2022, um sistema que mapeia o nível de conexão e tecnologia das cidades brasileiras, Curitiba, Florianópolis, São Paulo, São Caetano do Sul e Campinas são os municípios que mais se destacam no quesito indicadores de cidade inteligente. Fotografia: Yes Drone

 

Sobre a questão das tecnologias mais facilitadoras no contexto das Cidades Inteligentes existentes, é possível destacar Internet das Coisas (IoT), Plataformas de Gestão para Cidades Inteligentes, Big Data, Analytics e Inteligência Artificial, Identificação Biométrica, Blockchain, conectividade e 5G; Realidade Virtual, Digital Twin e Metaverso, cada um em seu respectivo estágio de maturidade. O capítulo que se dedica às tecnologias, como IoT, Big Data, Analytics, IA, Blockchain e 5G, se aprofunda na utilização dessas ferramentas no contexto das cidades.

“Como um dos principais players mundiais desse mercado, atuando no fornecimento de soluções e integração de projetos, a NEC encomendou esse estudo com o objetivo de trazer à luz as necessidades que ainda existem no nosso país e que, muitas vezes, podem ser melhoradas com a utilização da tecnologia. Esse estudo pode servir como um farol a nos indicar o caminho por onde seguir na estruturação de cidades mais modernas, justas e preparadas para atender às necessidades dos cidadãos com a ajuda de ferramentas que já existem e estão trazendo excelentes frutos ao redor do mundo” – José Renato de Mello Gonçalves, presidente da NEC no Brasil.

 

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Tendo em vista todos os desafios que se desenham à nossa frente, incluíndo as mudanças climáticas e a dificuldade cada vez maior de acesso à moradia, a inteligência artificial – se utilizada da maneira certa –, pode ser um dos nossos principais aliados para transformar um potencial futuro distópico e um mundo habitável e sustentável. Imagem: Cortesia de Bjarke Ingels Group

 

 

 

 

Archtrends Portobello abre inscrições para o concurso de arquitetura

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Concurso visa dar visibilidade para boas histórias envolvendo arquitetura e design. Vencedores participarão de experiência exclusiva no estande da Portobello durante a Expo Revestir

 

O Archtrends, portal de arquitetura e design da Portobello, abriu inscrições para a 4º edição de seu concurso de arquitetura. Os interessados devem criar projetos dentro da temática “Projetos que contam histórias” e publicar no site do Archtrends até 23 de fevereiro. Os autores das 10 melhores iniciativas ganham convites para uma experiência exclusiva com a equipe do Archtrends no estande da Portobello no dia 22 de março, durante a Expo Revestir, maior feira de revestimentos da América Latina, que acontece em São Paulo, além da divulgação das propostas no site do Archtrends.

Podem participar profissionais ou estudantes das áreas de Arquitetura, Design de Interiores, Design ou Engenharia de qualquer região do Brasil. As sugestões devem ter pelo menos um produto da coleção atual da Portobello. Como se trata de um exercício criativo e lúdico, serão aceitas apenas imagens 3D, não valendo fotos ou empreendimentos já realizados. É possível participar com mais de um projeto e nessa edição, só serão aceitos projetos residenciais unifamiliares.

“Em alinhamento com a Coleção Portobello 2024, os projetos do concurso devem contar histórias. As histórias dos moradores da residência, ou do imóvel, ou da cidade, ou do próprio autor. Queremos ver criatividade na interpretação do tema” -Maria Silvia Ferraz, editora do Archtrends.

 

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Para participar do concurso, a ideia deve ser publicada no perfil do candidato no site do Archtrends, até o dia 23 de fevereiro, às 12h, com a tag #PROJETOSQUECONTAMHISTÓRIAS, marcando devidamente os produtos da Portobello utilizados na mesma. Se o autor for parceiro da marca, pode marcar a loja Portobello Shop que mantém relacionamento.

A comissão julgadora, composta por Lufe Gomes, fotógrafo de arquitetura e criador de conteúdo, Lilian Santos, designer de interiores e CEO da plataforma de arquitetura Revestindo a Casa, e Maria Silvia Ferraz, editora do Archtrends, será responsável por avaliar os projetos inscritos. Os nomes dos vencedores serão divulgados no perfil do Archtrends no Instagram, a partir das 12h, no dia 1º de março.

No ano passado, o Archtrends já promoveu um concurso pré-Revestir, levando os vencedores para uma experiência exclusiva na feira, com direito a visita guiada pelo estande da Portobello e distribuição de brindes. Participaram arquitetos, designers de interiores e estudantes de todo o Brasil, em uma rica oportunidade de networking entre eles e de aproximação com a Portobello.

Concurso de Arquitetura “Projetos que contam histórias”
Inscrições de 24 de janeiro a 23 de fevereiro
Regulamento completo no site do Archtrends

 

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Projeto “Cabana Stones” destaca a integração com natureza

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Tendência: para 2024, os ambientes planejados para criar conexão com a natureza continuarão em alta

 

Com o corre-corre do dia a dia, cada vez mais as pessoas procuram se integrar à natureza em busca de bem-estar e qualidade de vida. E esta integração com a natureza – seja através de jardins internos, de paredes verdes ou até mesmo de elementos de design inspirados na flora e fauna – continuará muito forte em 2024 de acordo com o arquiteto Diego Müller, do escritório Müller & Antunes Arquitetura e Engenharia.

Uma boa dica para quem deseja ter tranquilidade, seja nas férias ou num fim de semana, é a Cabana Stones, localizada em Manoel Ribas, uma pequena cidade do estado do Paraná, que se tornou refúgio para quem preza por bons momentos em meio ao verde.

 

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Foi pensando em preservar e enaltecer a natureza do espaço, que o arquiteto Diego A. Müller, do escritório Müller & Antunes, projetou a Cabana Stones. Idealizada em uma encosta rochosa, ao lado de uma cachoeira exclusiva, o arquiteto aproveitou, ao máximo, os 63 metros de área construída, a energia e os elementos naturais do local, buscando proporcionar aos hóspedes uma imersão imediata na natureza.

A Cabana foi projetada com uma entrada de acesso relativamente pequena, em uma parede escura. Ao adentrar, o ambiente se abre, gerando uma sensação de descoberta e evidenciando os traços elegantes emoldurados por uma paisagem natural única.

E para dar aquele toque especial de sofisticação, elegância, luxo e amplitude, utilizamos porcelanatos da Villagres”, ressalta o arquiteto. Na fachada e no piso externo, o porcelanato Black Stone foi o destaque. Toda linha é inspirada na pedra ardósia, em nuances de grafite profundo, e traz a força de um material consagrado para projetos de personalidade.

Na na área da piscina, o porcelanato Ibirapuera foi a protagonistaEste produto é uma homenagem à marquise projetada por Oscar Niemeyer e ao próprio Parque Ibirapuera e apresenta um terrazzo, tendência veneziana resgatada dos anos de 1940, um concreto com fragmentos de diversas rochas.

 

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Para o arquiteto, o projeto tem que estar todo em sintonia – desde iluminação, mobília, vegetação, revestimentos, cores, etc. “É um desafio compor o projeto sem perder o conceito! Mas os porcelanatos escolhidos, além de trazerem amplitude e conceito de natureza, proporcionam uma aparência refinada e elegante, contrastando com os elementos em ferro e madeira utilizados”, explica Müller.

A Cabana Stones é um verdadeiro oásis!  “O barulho da água da cachoeira, o paredão de rocha, o verde das árvores, o ar puro, o canto dos pássaros e o isolamento total são elementos que fazem da estada uma experiência sensorial para revigorar as energias”, finaliza Müller.

 

 

De caráter local

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Assentamento vazado de tijolos encomendados especificamente para essa obra reinterpreta o cobogó e conferem aparência modernista ao projeto

 

Construída de maneira artesanal em um conjunto residencial na região do Lago Sul em Brasília, a Casa dos Tijolos Brancos, idealizada pelo escritório BLOCO Arquitetos, configura em si uma complexidade construtiva que exige precisão e apuro construtivo, elementos muito presentes nos edifícios representativos da capital. Edificada em um processo lento e preciso de assentamento de blocos maciços por pedreiros-artesãos, a residência de 600m2 fez uso abundante de tijolos maciços aparentes, dispostos de forma que, espaçados, reinterpretam um dos mais relevantes objetos arquitetônicos de Brasília, o cobogó. Dentre outros elementos, o minimalismo e a horizontalidade atribuem caracterização modernista ao projeto.

 

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Localizada em um terreno de esquina, a casa conta com duas fachadas principais, de frente para as duas ruas do lote, sendo uma bem extensa e outra menor. O programa foi distribuído ao redor do perímetro do terreno para que todos os principais ambientes da casa pudessem ficar voltados à área central, que abarca uma grande área verde e uma piscina de raia semiolímpica. 

Na face mais extensa, o acesso se dá por uma passarela que separa a parede em dois blocos.  À esquerda, bem espaçada, e, à direita, completamente unificada, garantindo maior privacidade. Já entrando pela rampa, na outra face da casa, o morador é conduzido à sala de estar, passando pelo corredor principal da morada, formado por duas paredes de tijolos brancos. O corredor ganhou portas de vidro de correr que completam as amenidades relacionadas à ventilação e ruídos sonoros. 

 

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Quartos, salas, varandas, cozinha e garagem ficam direcionados para o ambiente amplo de jardim, que funciona como um pátio central, com paisagismo de Fábio Camargo. Os dormitórios ganharam portas de vidro de correr que transformam o espaço verde em uma grande varanda.

 

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Assim como na porção externa, o interior da casa é minimalista. A cozinha foi inteiramente projetada em tons de branco e cinza, tem poucos elementos visíveis e um toque sutil de cor, dado pela mesa e cadeiras em madeira. Todos os cômodos ganharam grandes vãos, que permitem a entrada generosa de luz natural. Na sala de estar, o branco do minimalismo no design é compensado pelo toque de cor no mobiliário — em especial, a Poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, e o tapete laranja no centro.

O projeto é vencedor do 1º prêmio na Categoria Arquitetura do Prêmio Internacional Kioskedia (Irã 2023) e vencedor do 1º prêmio na Categoria Edificações e Projeto do Prêmio IAB 2023 – Seção DF.

 

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Imagens: Joana França

IA e o hedonismo tecnológico na CES 2024

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CES 2024 apresentou a internet das coisas que leva a experiência para além da conexão de ecossistemas e trouxe inovações comprometidas com bem-estar comunitário

 

Tecnologia boa de verdade a gente nem percebe. Para usar um dos termos do momento, a experiência acontece sem fricção – é fluída. Foi por aí que o boom das Inteligências Artificiais (IAs) reverberou na última edição da CES – a maior feira tech do planeta, que acontece tradicionalmente nos primeiros dias do ano, em Las Vegas. Neste ano, sobretudo, existia uma certa disputa sobre quem conseguiria proporcionar as experiências mais intuitivas, convenientes e menos intrusivas para as pessoas. Vamos lembrar que há mais de uma década se ouve falar sobre design thinking e que, para ser relevante de fato, as marcas precisam colocar o cliente no centro da experiência.

A Inteligência Artificial, com todos os clichês que orbitam em torno do tema, definiu a cara de 2023, assim como a COVID19 definiu o tom dos últimos anos. E, de fato, este é o avanço tecnológico com mais chances de se tornar um marco geracional em diferentes esferas da sociedade. O lado sombrio disso continua assustando e faz parte do imaginário coletivo construído no cinema, seja a partir do futuro distópico de Ridley Scott em Blade Runner, ou na franquia Exterminador do Futuro, de James Cameron, que catapultou Arnold Schwarzenegger para o estrelato de Hollywood. A narrativa das máquinas assumindo o controle de tudo e a humanidade frágil, refém de um colapso do sistema, converge para perguntas sobre o extermínio de milhares de empregos e uma possível crise econômica. Prato cheio para estratégias de comunicação que visam reposicionar a IA, agora não mais como uma vilã, mas como nossa grande aliada.

A IA em TVs, smartphones e eletrodomésticos – entre muitos outros equipamentos – não é uma realidade distante e a CES deu um salto de foco se comparada à edição anterior, de 2023. Para citar um projeto da casa, a Samsung apresentou o robô Ballie, um simpático gerente doméstico multifuncional em formato de esfera que traz um projetor embutido transformando paredes em telas. Ele realiza chamadas de vídeo por comandos básicos de voz, monitora os pets, controla dispositivos inteligentes, como luzes e aparelhos de ar-condicionado, e até atende ligações. Sua capacidade de projeção permite que ele exiba vídeos para entretenimento de animais de estimação ou para exercícios físicos dos usuários.

A CES apresentou a internet das coisas que leva a experiência para além da conexão de ecossistemas, como automação ou preparação de ambientes à distância. O protótipo de um smartphone com uma tela que dobra ao contrário em 360º, um “táxi robô” dirigido por Inteligência Artificial, que poderá ser acionado em uma dinâmica similar à dos aplicativos de transporte; e até uma fazenda inflável – a primeira do mundo – que oferece produção de alimentos a qualquer momento e em qualquer lugar, convertendo a umidade do ar em água em tempo real e reduzindo em 99% as necessidades de água em comparação com a agricultura tradicional. Todas essas inovações ganham ainda mais valor quando estão comprometidas com bem-estar comunitário e abrem novas oportunidades de negócios para o futuro.

Não se deixar levar pelas inúmeras possibilidades que a IA está abrindo é praticamente impossível. A última edição da CES deixou este ar hedonista tecnológico, com promessas de ganhos de eficiência no trabalho, otimização de tempo para lazer e descanso. Nada melhor após anos sisudos de pandemia. Dessa vez o convite é trocar o céu nublado de Blade Runner e a guerra entre máquina e humano de Exterminador do Futuro por uma tecnologia mais próxima. Quem souber capturar este novo espírito do tempo certamente já larga à frente de sua área.

 

*Por Thiago Cesar Silva, Diretor de marketing para a divisão de Consumer Electronics da Samsung Brasil.