Novo livro da Olhares reúne quatro nomes de peso no estudo e na documentação do design moderno brasileiro para investigar uma de suas fronteiras de conhecimento com o livro “Anônimos – móvel moderno brasileiro além dos ícones”
Dentre os patrimônios materiais brasileiros, o mobiliário do período moderno se destaca com grande reconhecimento nacional e internacional – e uma série de designers emblemáticos. Entretanto, se esses profissionais se tornaram suas faces mais evidentes, o legado do período vai muito além. Sua intensa atividade de criação, produção, comercialização e consumo incluía dezenas de fábricas e marcenarias de portes diversos, lojas com perfis variados, presença em veículos de mídia, muitos designers independentes e arquitetos que eventualmente projetavam móveis. O livro aborda esse espectro menos reconhecido do design moderno brasileiro, em que figuram móveis de autorias anônimas ou pouco difundidas, buscando debater e dar visibilidade a essa cena mais ampla.
O livro conta com uma vasta iconografia, que inclui um ensaio produzido especialmente por Ruy Teixeira em um galpão histórico do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, e mais cerca de 200 imagens, entre editoriais e publicidades publicados em revistas de época e fotografias recentes de peças do período cedidas por galerias parceiras.
Dividido em três partes, o livro tem início com uma revisão histórica da produção moveleira no Brasil, em texto de Giancarlo Latorraca. Em paralelo ao debate de temas como autoria e reprodutibilidade, Giancarlo e Karen Matsuda contextualizam a inserção local do design moderno e refletem sobre, em que medida, mesmo sendo expressão de um racionalismo global relacionado à simplificação dos modos de morar, ele ganhou, por aqui, características peculiares. Na segunda parte, também assinada por Karen, são repassadas tipologias, características formais e materiais recorrentes da produção em escala que se pretende estabelecer no período, além de suas principais formas de difusão e relação com o público consumidor.
Com autoria de Jayme Vargas, a terceira parte do livro apresenta móveis de dezenas de experiências produtivas da época, de grandes fábricas com histórias mais acessíveis como a Cimo, a Gelli, o Liceu de Artes e Ofícios e a Celina Decorações, a outras sobre as quais praticamente não há informação disponível, identificadas apenas pelo selo em um móvel ou por um anúncio em revista. Por fim, são reunidos exemplares sem qualquer atribuição de procedência disponível. Anônimas?
O festival chega à 9ª edição com programação que propõe mergulhar nos territórios criativos do Brasil, trazendo casas temáticas, instalações em circuito, conexões entre artesãos e designers, homenagens e curadorias colaborativas
A Semana Criativa de Tiradentes chega à sua 9ª edição consolidada como um dos mais relevantes festivais brasileiros dedicados à cultura, design, artesanato, arquitetura, moda e gastronomia. Mais do que um evento, trata-se de um projeto que, ao longo do ano, promove colaborações entre designers e artesãos de diversas regiões do país, com foco na valorização dos saberes manuais e no fortalecimento da cultura e economia criativa local.
Em 2025, o festival acontece entre os dias 16 e 19 de outubro, ampliando seu alcance, diversidade e protagonismo cultural. Com novos espaços, experiências e territórios representados, a Semana se firma como uma verdadeira imersão na criatividade brasileira.
“A cada edição, reafirmamos nosso compromisso com os saberes tradicionais, mas também com a capacidade de inovar sem perder a essência. A Semana Criativa é sobre encontros verdadeiros, trocas que geram transformação e um Brasil que pulsa com criatividade e identidade” – Simone Quintas, uma das idealizadoras do projeto.
Casa Pará, um dos destaques da edição de 2024 está de volta em 2025. Foto: Alberto Lopes.
Como parte do processo de construção das edições anuais, o evento promove imersões criativas que reúnem os designers e artesãos em trocas profundas e afetivas. Participam deste ano os designers Ana Vaz, Bruno Niz, Igor Sabá, Stephanie Ribeiro e Estevão Toledo, ao lado de nomes e coletivos como o Coletivo Construindo Sonhos (bordadeiras de César de Pina), o Ceramistas do Elvas, o cuteleiro Bruno Timochenco, o escultor Michael Ferreira, o marceneiro Beto Romero e a tecelã Silvânia Mendonça Machado. Os resultados dessas colaborações poderão ser conferidos na principal exposição do evento.
“Produzir a Semana Criativa é um exercício contínuo de articulação entre tradição e inovação. Ao longo dos anos, consolidamos um modelo que valoriza os saberes populares, estimula a economia criativa local e constrói pontes entre diferentes territórios e linguagens. Esta edição, em especial, reforça nosso compromisso com a diversidade regional, a formação de redes e o protagonismo de quem faz: artesãos, artistas, designers e toda a comunidade envolvida no processo,” afirma Junior Guimarães, idealizador e produtor do projeto.
Destaques de 2025
Casarões históricos continuam sendo ocupados com oficinas, exposições e conversas intimistas. Esta edição fortalece os laços com o Norte e Nordeste. Tem a estreia da Casa Paraíba, que traz seu artesanato, música, arte e gastronomia. Além do retorno da Casa Pará, com novos artistas, artesãos e projetos da vibrante cena criativa paraense. Entre as exposições, merecem atenção especial o trabalho das benzedeiras do Jequitinhonha.
As instalações ganham ainda mais destaque nesta edição, formando um circuito com obras de Renato Imbroisi, Ana Vaz, Pietro Oliveira, André Ferri, Marcus Camargo com as Coralinas entre outros.
O homenageado da edição 2025 é o artista popular Fábio Francino, conhecido por suas esculturas em papel machê.
Dois grandes palcos abrigarão palestras e bate-papos, entre eles o Palco Artesão, que estreia no Espaço Festivo com mais lugares, reforçando o protagonismo dos fazeres manuais e das vozes populares.
O Espaço Festivo, antes dedicado principalmente à programação noturna, se torna agora também um ponto central durante o dia, abrigando o Palco Artesão e o Mercado, com experiências que misturam tradição, inovação e afeto.
Entre os destaques desta edição está o Cortejo das Encantarias – O Canto Orfeônico, que percorrerá as ruas do centro histórico com música, dança, artes plásticas e cênicas, promovendo uma celebração vibrante dos saberes da tradição brasileira.
Outro ponto alto da programação é o foco no Vale do Jequitinhonha, com a presença de bordadeiras, benzedeiras, artistas, artesãos e representantes da culinária local, que trazem a força simbólica e espiritual dessa região para o centro do festival.
A sustentabilidade segue como um dos pilares da Semana. Entre as ações, destaque para o uso de copos reutilizáveis e a ampliação do Carona Criativa, serviço gratuito de transporte entre os pontos do evento, que agora também funcionará na madrugada.
Casa Pará, um dos destaques da edição de 2024 está de volta em 2025. Foto: Cacá Bratke.
Números que inspiram
A força da Semana Criativa de Tiradentes se revela também nos números. Em 2024, mais de 14 mil visitantes circularam por Tiradentes durante os quatro dias do festival — um crescimento de 40% em relação à edição anterior. Pessoas de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, além de países como Argentina, Canadá, Colômbia, Finlândia e Noruega, participaram das mais de 100 atividades oferecidas, entre palestras, exposições, oficinas, passeios e apresentações culturais.
Mais de 3.150 pessoas acompanharam os bate-papos e lançamentos de livros presencialmente ou online, enquanto 498 pessoas participaram das oficinas e do Agulhaço. Já o Espaço Festivo, um dos pontos altos da programação, reuniu mais de 2 mil pessoas em suas três festas.
A programação completa será divulgada em setembro. Até lá, prévias e bastidores das atividades podem ser acompanhados pelo Instagram do festival: @semanacriativadetiradentes.
A Semana Criativa de Tiradentes é um movimento cultural e social, que acontece em Tiradentes, MG, com o objetivo de divulgar e valorizar saberes de tradição, evitando que se percam e levem consigo a nossa história. O projeto é realizado por Simone Quintas e Junior Guimarães. Ao longo do ano, a SCT promove imersões entre designers e artesãos para que troquem conhecimentos, levando frescor ao artesanato e brasilidade aos projetos de design. O resultado destes encontros são produtos criativos e cheios de histórias, exibidos no festival Semana Criativa de Tiradentes, uma verdadeira maratona de conteúdo e de experiências em torno do artesanato, que acontece sempre no mês de outubro.
Em colaboração com coletivos artesanais do extremo sul brasileiro, o designer articula objeto, espírito e território, estabelecendo pontes entre tradição e contemporaneidade em peças de forte identidade cultural
Com direção criativa do artista e designer Tiago Braga, a Oiamo participa da exposição Héritage Culturel et Savoir-Faire, de 3 a 5 de setembro de 2025, na Embaixada do Brasil em Paris. O evento integra o circuito oficial da Paris Design Weeke celebra os200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e França.
Sob a curadoria de Pat Monteiro Leclercq e produção do projeto bref, design & art, a mostra Héritage Culturel et Savoir-Faire reúne iniciativas autorais que evidenciam a excelência do saber-fazerartesanal, da arte e do design como expressões vivas das culturas brasileira e francesa.
A presença de Tiago Braga, com edições colecionáveis desenvolvidas pela Oiamo, dialoga de forma natural com a proposta curatorial, uma vez que o ateliê se dedica a mapear, revitalizar e preservar a memória das comunidades originárias do extremo sul brasileiro. Suas criações articulam objeto, espírito e território, estabelecendo pontes entre ancestralidade e contemporaneidade em peças de identidade cultural marcante.
Em sua terceira participação na bref, design & art, Tiago Bragaapresenta Sentinelas Douradas, série limitada, assinada e numerada. Criadas especialmente para a mostra, as luminárias-escultura foram desenvolvidas em parceria com as artesãs gaúchas, entrelaçando o design contemporâneo a saberes tradicionais de referência cultural.
Inspirados pelo animismo, que reconhece espírito em todos os elementos da natureza, os totens evocam uma força vital e guardam histórias que atravessam gerações. Escultóricos, conectam o presente a um tempo mítico. Na concepção do artista, “Como marcos ancestrais,as Sentinelas Douradaserguem-se como guardiãs silenciosas, preservando técnicas e memórias que desafiam o tempo”.
Com estruturas orgânicas, que remetem às formas presentes na paisagem do extremo sul brasileiro, os artefatos luminosos são recobertos pelo trabalho minucioso do tricô e do crochê, técnicas quase extintas que concentram a atenção plena e o cuidado de quem os tece. Em contraste com o ritmo acelerado do mundo, convidam ao toque e à pausa contemplativa.
Tecidas em lã de ovelha, recurso renovável e biodegradável, as peças mantêm vivo o vínculo com o Pampa, bioma de campos abertos, onde a vegetação herbácea e arbustiva desenha a paisagem dos Campos Sulinos. A fibra, fiada em rocas após a tosquia responsável, valoriza o bem-estar animal, o ciclo da matéria-prima e a economia circular, preservando o equilíbrio entre a natureza e o fazer artesanal das comunidades.
O tingimento com a macela, flor símbolo do estado do Rio Grande do Sul, conhecida pelo aroma suave e propriedades medicinais, imprime o tom dourado característico da região. Livre de compostos sintéticos e metais pesados, o processo reduz a poluição das águas, protege ecossistemas e assegura o ciclo regenerativo.
A presença de Tiago Bragana Héritage Culturel et Savoir-Faire reforça o compromisso da Oiamo com a valorização do patrimônio cultural brasileiro e a difusão de práticas sustentáveis. Ao integrar o circuito oficial da Paris Design Week, o artista amplia sua projeção internacional e contribui para o reconhecimento do design autoral como expressão legítima de identidade, memória e inovação.
SERVIÇO
Héritage Culturel et Savoir-Faire Data: 03 a 05 de setembro de 2025 Local: Embaixada do Brasil em Paris | Sala Villa-Lobos Endereço: 34, Cours Albert 1er – 75008 Paris, França Em exibição: Sentinelas Douradas
Evento integrante da Paris Design Week 2025
Ainda, Tiago Braga estreia na Maison&Objet Paris 2025, um dos mais prestigiados eventos de design internacional, integrando a exposição Amuleto, projeto da ApexBrasil com curadoria de Bruno Simões. Parte do circuito oficial da Paris Design Week, o evento será realizado de 4 a 8 de setembro, no Parc des Expositions Paris Nord Villepinte.
Nesta edição, a Maison&Objet adota o tema “New & Now”, reafirmando sua vocação como vitrine global de novos talentos e tendências internacionais. A mostra Amuleto ecoa esse espírito ao reunir designers que exploram o diálogo entre identidade, tradição e inovação, território no qual a pesquisa de Tiago Braga encontra ressonância.
Coleção Vento Pampo
Criada especialmente para a mostra, a coleção Vento Pampo nasce da travessia pelo território do extremo sul do Brasil, uma região de fronteira onde o vento molda a paisagem e a memória floresce no ritmo do campo.
Produzida em algodão reciclado e lã natural, a série traduz a linguagem autoral de Tiago Braga, expressa em paisagens têxteis representadas em tapeçarias e almofadas. Os relevos orgânicos e bordados livres exploram combinações cromáticas inesperadas e texturas que evocam colinas, arroios, campinas e charcos. Para o artista “Cada ponto é como o passo firme de um cavalo pampa sobre o solo aberto; cada cor, um sopro do vento minuano.”
A coleção traduz em gestos têxteis a força da natureza e a memória coletiva de comunidades locais Ao reaproveitar fibras e técnicas manuais de referência cultural, práticas em gradual desuso e cada vez menos transmitidas às novas gerações, Tiago reafirma o vínculo com saberes tradicionais e com o ciclo regenerativo da natureza.
SERVIÇO
Maison&Objet Paris 2025 Exposição Amuleto Data: 04 a 08 de setembro de 2025 Local: Parc des Expositions Paris Nord Villepinte | Hall 05 | Paris, França Obra em exibição: Coleção Vento Pampo
Evento integrante da Paris Design Week 2025
Intitulada “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”, a 36ª Bienal de São Paulo reúne 120 participantes no Pavilhão da Bienal e mais cinco na Casa do Povo, propondo uma reflexão urgente sobre humanidade, natureza e escuta
A Fundação Bienal de São Paulo anuncia a lista dos participantes da 36ª Bienal de São Paulo – Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática, que acontecerá de 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, em São Paulo, com visitação gratuita.
Com conceito criado por Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, ao lado dos cocuradores Alya Sebti, Anna Roberta Goetz e Thiago de Paula Souza, da cocuradora at large Keyna Eleison e da consultora de comunicação e estratégia Henriette Gallus, a próxima edição se inspira no poema “Da calma e do silêncio”, da poeta Conceição Evaristo, e tem como um dos principais alicerces a escuta ativa da humanidade enquanto prática em constante deslocamento, encontro e negociação.
Antonio Társis – Vista da instalação Storm in a Teacup, Carlos/Ishikawa, Londres (20 de setembro – 19 de outubro de 2024). Cortesia do artista; Carlos/Ishikawa, Londres; e Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo / Foto: Damian Griffiths.
Os artistas participantes da 36ª Bienal de São Paulo são:
Adama Delphine Fawundu; Adjani Okpu-Egbe; Aislan Pankararu; Akinbode Akinbiyi; Alain Padeau; Alberto Pitta; Aline Baiana; Amina Agueznay; Ana Raylander Mártis dos Anjos; Andrew Roberts; Antonio Társis; Behjat Sadr; Berenice Olmedo; Bertina Lopes; Camille Turner; Carla Gueye; Cevdet Erek; Chaïbia Talal; Christopher Cozier; Cici Wu; Cynthia Hawkins; Edival Ramosa; Emeka Ogboh; Ernest Cole; Ernest Mancoba; Farid Belkahia; Firelei Báez; Forensic Architecture; Forugh Farrokhzad; Frank Bowling; Frankétienne; Gê Viana; Gervane de Paula; Gōzō Yoshimasu; Hajra Waheed; Hamedine Kane; Hamid Zénati; Hao Jingban; Heitor dos Prazeres; Helena Uambembe; Hessie (Carmen Lydia Đurić); Huguette Caland; I Gusti Ayu Kadek Murniasih (Murni); Imran Mir; Isa Genzken; Joar Nango com a equipe de Girjegumpi; Josèfa Ntjam; Juliana dos Santos; Julianknxx; Kader Attia; Kamala Ibrahim Ishag; Kenzi Shiokava; Korakrit Arunanondchai; Laila Hida; Laure Prouvost; Leiko Ikemura; Leila Alaoui; Leo Asemota; Leonel Vásquez; Lidia Lisbôa; Lynn Hershman Leeson; Madame Zo; Madiha Umar; Malika Agueznay; Manauara Clandestina; Mansour Ciss Kanakassy; Mao Ishikawa; Márcia Falcão; Maria Auxiliadora; María Magdalena Campos-Pons; Marlene Almeida; Maxwell Alexandre; Meriem Bennani; Metta Pracrutti; Michele Ciacciofera; Ming Smith; Minia Biabiany; Moffat Takadiwa; Mohamed Melehi; Moisés Patrício; Myriam Omar Awadi; Myrlande Constant; Nádia Taquary; Nari Ward; Nguyễn Trinh Thi; Noor Abed; Nzante Spee; Olivier Marboeuf; Olu Oguibe; Oscar Murillo; Otobong Nkanga; Pélagie Gbaguidi; Pol Taburet; Precious Okoyomon; Raukura Turei; Raven Chacon com Iggor Cavalera & Laima Leyton; Rebeca Carapiá; Richianny Ratovo; Ruth Ige; Sadikou Oukpedjo; Sallisa Rosa; Sara Sejin Chang (Sara van der Heide); Sérgio Soarez; Sertão Negro; Sharon Hayes; Shuvinai Ashoona; Simnikiwe Buhlungu; Song Dong; Suchitra Mattai; Tanka Fonta; Thania Petersen; Theo Eshetu; Théodore Diouf; Theresah Ankomah; Trương Công Tùng; Tuần Andrew Nguyễn; Vilanismo; Werewere Liking; Wolfgang Tillmans; Zózimo Bulbul.
Outros cinco participantes integram a 36a Bienal como parte do programa de Afluentes na Casa do Povo, com curadoria de Benjamin Seroussi e Daniel Blanga Gubbay: Alexandre Paulikevitch; Boxe Autônomo; Dorothée Munyaneza; Marcelo Evelin; MEXA.
Christopher Cozier – Turbulence (Version 2), 2021. Tinta sobre papel e ripas de madeira. Dimensões variáveis. Vista da instalação no The Stavanger Art Museum. Cortesia do artista / Foto: Markus Johansson.
A equipe conceitual inspirou-se nos fluxos migratórios das aves como guia metodológico para a seleção dos participantes, incluindo os trajetos do gavião-de-cauda-vermelha entre as Américas, do pássaro combatente entre Ásia Central e Norte da África, ou do trinta-réis-ártico em seus longos percursos polares. As trajetórias dessas aves, que cruzam continentes e zonas climáticas com precisão, servem como metáfora para a própria curadoria: assim como as aves, também carregamos memórias, experiências e linguagens ao cruzar fronteiras. Migramos não apenas por necessidade, mas como forma de transformação contínua.
“Este processo metodológico nos ajudou a evitar as classificações a partir dos Estados-nação e das fronteiras. Por meio dos sentidos de navegação dos pássaros, de seu impulso de deslocamento por terras e águas, de seu senso de sobrevivência, de sua compreensão expandida de espaços e tempos, assim como de suas urgências e agências, pudemos nos envolver com práticas artísticas em diversas geografias, enquanto refletimos sobre o que significa unir a humanidade, no contexto da 36ª Bienal de São Paulo” – Bonaventure Soh Bejeng Ndikung.
Os participantes desta Bienal também vêm de regiões perpassadas por rios, mares, desertos e montanhas, cujas águas e margens acompanham histórias de migração, resistência e convivência. Rios como o Tâmisa, o Amazonas, o Hudson, o Limpopo ou o Essequibo, e a Baía de Matanzas orientam o mapeamento simbólico da origem e das rotas dos artistas, valorizando práticas de múltiplos territórios e em suas águas compartilhadas.
Edival Ramosa – Título desconhecido [Studi per il sole], 2004. Acrílico e tinta acrílica. Dimensões: 14 x 23 x 23 cm / Foto: Estúdio em Obra.
“Foi por esses caminhos que conseguimos reunir artistas de todas as regiões do mundo para a 36ª Bienal de São Paulo. A água é fundamental para a existência humana e a base da vida. Os temas das Invocações da Bienal são organizados ao redor desses múltiplos corpos d’água — oceanos, mares, lagos, rios e córregos — e suas confluências, como os estuários. Eles servem de metáforas para os encontros entre culturas, seres humanos, outros seres animados e inanimados, e para o que podemos aprender uns com os outros. Apesar dos esforços da humanidade para controlar os fluxos das águas e os voos dos pássaros, todas as águas se conectam e os pássaros ainda migram sem passaportes e vistos. Os humanos poderiam ser melhores se aprendessem com os outros seres”, conclui Ndikung.
A lista inclui participantes que exploram linguagens como performance, vídeo, pintura, som, instalação, escultura, escrita e experimentações coletivas e musicais, entre outras. Muitos participantes também propõem investigações baseadas em práticas comunitárias, ecologias, oralidades e cosmologias não ocidentais.
A 36ª Bienal de São Paulo iniciou-se com o programa das Invocações, que percorreu diferentes continentes entre novembro de 2024 e abril de 2025 e estabeleceu diálogo com saberes e práticas locais em Marrakech, Guadalupe, Zanzibar e Tóquio.
Song Dong – Vista da instalação no Ennova Art Museum, Langfang, 2021–2022. Cortesia do artista.
A expografia da 36ª Bienal de São Paulo
O projeto arquitetônico e expositivo é assinado por Gisele de Paula e Tiago Guimarães. “Inspirado pela fluidez dos rios e pela imagem do estuário presente na proposta curatorial, o espaço expositivo está sendo desenhado como um percurso sensorial, trazendo margens sinuosas que convidam à escuta, ao encontro e à pausa. A proposta valoriza o vazio como força e o espaço como paisagem em constante movimento. Como viandantes, não repete o caminho, mas se reinventa ao seguir num rito contínuo de transformação e presença”, afirmam os arquitetos.
A expografia da 36ª Bienal de São Paulo evoca a natureza fluida e transformadora dos rios. Como um corpo em movimento, que atravessa, contorna e reinventa o espaço, a exposição se constrói em diálogo com a ideia de travessia. Formas orgânicas e estruturas leves compõem uma paisagem sensorial. Mais do que delimitar percursos, a expografia propõe modos de estar e de se mover, entendendo o fluxo como forma de existência. O projeto contou também com consultoria inicial de arquitetura da Agence Clémence Farrell.
“A 36ª Bienal de São Paulo coloca-se como um marco na história da instituição por sua duração expandida de quatro meses, de setembro de 2025 a janeiro de 2026. A iniciativa tem como objetivo ampliar o acesso do público, promovendo cultura e educação para uma quantidade maior de visitantes. Nossos frequentadores contam, ainda, com a possibilidade de usufruir de um programa educativo que é referência mundial, e que também foi ampliado nesta edição, reforçando o nosso compromisso com o caráter educacional da mostra.” – Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo.
A Fundação Bienal de São Paulo agradece seu parceiro estratégico Itaú, seus patrocinadores máster Bloomberg, Bradesco, Petrobras, Instituto Cultural Vale, Citi e Vivo, e sua transportadora oficial Royal Air Maroc.
Emeka Ogboh – Ámà: The Gathering Place, 2021. Vista da instalação no Gropius Bau, Berlim. Cortesia do artista / Foto: Luca Girardini.
Serviço
36ª Bienal de São Paulo – Nem todo viandante anda estradas / Da humanidade como prática [Not All Travellers Walk Roads / Of Humanity as Practice]
Curador geral: Bonaventure Soh Bejeng Ndikung / Cocuradores: Alya Sebti, Anna Roberta Goetz, Thiago de Paula Souza / Cocuradora at large: Keyna Eleison / Consultora de comunicação e estratégia: Henriette Gallus.
Quando: 6 set 2025 – 11 jan 2026
Onde: Pavilhão Ciccillo Matarazzo Parque Ibirapuera · Portão 3 · São Paulo, SP entrada gratuita
Projeto buscou criar um ambiente flexível e dinâmico, capaz de se adaptar aos ritmos da família, oferecendo fluidez e privacidade ao mesmo tempo
Localizado no 20º andar de um edifício próximo ao Parque Ibirapuera, o Apartamento AEG, com 515m², se abre para a cidade com um horizonte de cerca de 270 graus, da Zona Oeste, Norte ao ABC Paulista. A partir dessa premissa – a disponibilidade de um horizonte generoso – o projeto assinado pelo Studio MEMM foi concebido para valorizar tanto a contemplação quanto a convivência, oferecendo soluções que equilibram integração e privacidade, fluidez e introspecção.
O foco principal do design de interiores foi a área social do apartamento, o coração da vida cotidiana da família e o principal cenário para encontros. A proposta buscou criar um ambiente capaz de se adaptar aos ritmos da família: momentos em que se deseja total integração entre estar, jantar e home theater, e outros em que privacidade, foco ou intimidade tornam-se essenciais.
Essa flexibilidade é possibilitada por painéis de madeira pivotantes que articulam os espaços com elegância e fluidez. Quando fechados, definem limites visuais e criam uma atmosfera mais intimista. Quando abertos, dissolvem as barreiras espaciais e ampliam a percepção do ambiente, oferecendo uma sensação de continuidade e abertura.
A parceria com o Toitoitoi Studio acrescentou refinamento aos interiores. Um toque de contraste é introduzido pela presença de elementos metálicos, luminárias, detalhes do mobiliário e ferragens, que acrescentam brilho e refletem a luz natural que preenche o apartamento ao longo do dia. O resultado é uma atmosfera sofisticada e ao mesmo tempo sutil. Um equilíbrio entre o natural e o urbano, entre o permanente e o transformável. O aconchego da materialidade abraça e se reforça ao enquadrar a cidade através de suas janelas.
A varanda se destaca como espaço de respiro, tanto pela vista privilegiada quanto pelo desenho sensível. Voltada para o pôr do sol, ela precisava filtrar o calor da tarde e garantir privacidade em relação ao prédio vizinho. A solução veio com uma estrutura de jardineiras de oito metros de comprimento desenhada pelo Studio MEMM que articula o ambiente. As jardineiras metálicas em tom cobre recebem o paisagismo assinado por Bia Abreu.
Vasos neutros e vegetação criam uma barreira natural sutil, que protege visualmente os moradores sem bloquear a luz. No centro, uma tora de madeira sustenta um banco de cinco metros de extensão, que funciona como assento e apoio, reforçando a fluidez do espaço. Entre os destaques do ambiente, uma poltrona assinada por Niemeyer contribui para que a varanda fuja do rigor ortogonal do interior. Pode-se dizer que o espaço se abre como uma pausa visual e sensorial, acolhendo a paisagem da cidade com suavidade.
A cozinha, embora pensada prioritariamente para a equipe de apoio, também atende com praticidade ao uso cotidiano da família. A composição aposta em marcenaria em madeira, armários em vidro cinza ora fosco, ora brilhante e porcelanato em tom bege acinzentado, preservando a elegância e a harmonia com a área social.
Nos quartos, o piso original em espinha de peixe foi mantido, valorizando a materialidade da madeira e reforçando a elegância atemporal do projeto. O dormitório principal segue o mesmo olhar sensível: aqui, a vista da cidade é protagonista, emoldurada pelas amplas aberturas do edifício. Cortinas voil, tapetes claros e enxoval em tons suaves criam uma atmosfera sofisticada e serena.
Entre os ambientes íntimos, o quarto infantil e a brinquedoteca trazem cor, funcionalidade e diversão. São espaços pensados para brincar e relaxar, em diálogo com a estética do restante do projeto e integrados à rotina da família. Enquanto o quarto as cores são mais suaves para garantir a tranquilidade no momento de dormir, já a brinquedoteca traz cores mais fortes, gavetas, caixas, escadas e beliches com redes. Tudo para colaborar com a formação infantil tanto criativa, quanto organizacional e motora.
Ao todo, 120 criações artesanais que revelam a miscigenação e a potência simbólica do Brasil profundo celebram os 10 anos do programa com protagonismo na Paris Design Week 2025
Comemorando uma década de valorização do artesanato alagoano, a exposição CABOCO + ALAGOAS FEITA À MÃO desembarca na Paris Design Week 2025, marcando presença em uma das maiores vitrines internacionais do design contemporâneo. Com curadoria de Marco Aurélio Pulchério, curador e galerista à frente da Marco500, a participação alagoana celebra a criação de seus mestres e artesãos, assim como os 10 anos do Programa Alagoas Feita à Mão, criado para estruturar, fortalecer e projetar a produção artesanal popular do estado para o mundo
Após passar por Miami, Nova York, Lisboa e Milão, é a vez de Paris ser impactada pela força expressiva das peças artesanais alagoanas — criações que unem tradição, identidade e excelência estética. A exposição acontece entre os dias 04 e 08 de setembro de 2025, com destaque para o estande na renomada Feira Maison & Objet e outras exibições em pontos estratégicos da capital francesa.
Ao todo, serão 120 criações artesanais produzidas com apuro técnico e rigor artístico, que revelam a miscigenação e a potência simbólica do Brasil profundo. O projeto, fruto do trabalho contínuo do Programa Alagoas Feita à Mão, lançado em 2015 pelo Governo do Estado de Alagoas, locado na Secretaria de Estado de Relações Federativas Internacionais (SERFI), é referência nacional na valorização do fazer artesanal como política pública estruturada.
Adailton de Dedé I O artista tem como sua principal característica esculpir santos católicos. Foto: Rodrigo Marinho Mariano.
Alagoas foi o primeiro estado do Brasil a transformar o artesanato em um programa de governo, com ações permanentes voltadas à profissionalização, preservação cultural e geração de renda. Uma iniciativa pioneira que, ao completar 10 anos, exibe maturidade, impacto social e reconhecimento internacional.
A participação em Paris será marcada por peças criadas em madeira, barro e outras matérias-primas tradicionais do estado, esculpidas, modeladas e pintadas à mão por 23 artesãos criteriosamente selecionados de diferentes regiões do estado — incluindo mestres da Ilha do Ferro, do núcleo do Mestre João das Alagoas, e de diversas localidades do Médio Sertão.
Além do estande na Maison & Objet, o artesanato alagoano ocupará lugares de destaque na programação oficial da semana. Na Mostra Amuleto, promovida pela Apex-Brasil e curadoria de Bruno Simões, o artesão Salvinho da Ilha do Ferro apresenta um conjunto de cabeças com pássaros multicoloridos inspirado pelo Rio São Francisco, sua assinatura artística. Já a mestra Sil da Capela exibe a obra “Jaqueira com meninos soltando pipa” na exposição “Héritage Culturel et Savoir-Faire”, promovida pela Bref, Design Art e curadoria de Pat Monteiro Leclercq, sediada na Embaixada do Brasil em Paris, de 3 a 5 de setembro, como parte das celebrações do Ano Cultural Brasil – França. Em cada peça, cores singelas, temas afetivos e traços carregados de tradição revelam as narrativas do povo alagoano — expressões autênticas de memória, identidade e pertencimento, que atravessam gerações e agora ganham o mundo.
Mestres e artesãos:
Adriana Siqueira
Amilton
Ass. Artesãs do Pontal do Coruripe
Boró Sandes
Cicinho
Claudio da Capela
Clemilton
Família Antonio de Dedé – Adailton
Família Antonio de Dedé – Antônio José
Família Antonio de Dedé – Ismael
Irailda da Capela
Jailton e Jamile
Jose Francisco Afranio
Leonilson Arcanjo
Mestra Irineia
Mestra Nena da Capela
Mestra Sil da Capela
Mestre Aberaldo
Mestre Chico Cigano
Mestre Jasson
Mestre Petrônio
Mestre Zezinho de Arapiraca
Salvinho
Curadoria e Direção de Arte: Marco Aurélio Pulchério
Coordenação e Produção: Marco500/Caboco
Realização: Governo de Alagoas – SERFI / Alagoas Feita à Mão
Agente comercial: Caboco
Adriana Siqueira e suas Jacas, esculpidas em barro vermelho, fazem parte da identidade da nova geração do artesanato alagoano I Foto: Carlos Guerriero.
Serviço
“CABOCO + ALAGOAS FEITA A MÃO ”
Paris Design Week
Feira Maison & Objet
04 a 08 de setembro 2025
Mostra Amuleto
Feira Maison & Objet
04 a 08 de setembro 2025
● Exposição “Héritage Culturel et Savoir-Faire” | Ano Cultural Brasil – França
Embaixada do Brasil em Paris 3 a 5 de setembro de 2025
Casa e Mercado promove encontro entre profissionais e fornecedores, destacando a relevância da tecnologia e do design na criação de soluções para o morar contemporâneo
A convite do Conexão Setorial Casa e Mercado, um seleto grupo de arquitetos e designers puderam conhecer de perto algumas inovações das marcas Fischer e Lorenzetti, em uma noite que uniu sofisticação, inovação e sabor, no showroom da Fischer, em São Paulo. O encontro, que ocorreu na última terça-feira, teve como objetivo aproximar profissionais e indústria, apresentando novidades em produtos que aliam tecnologia e design.
Reconhecida por seus eletrodomésticos de alto desempenho e design contemporâneo, a Fischer abriu as portas de seu espaço para apresentar soluções pensadas para cozinhas modernas e funcionais. Durante o encontro, os profissionais exploraram os diferenciais de produtos da marca, compreendendo como a tecnologia Fischer se integra aos projetos de arquitetura de interiores.
Já a Lorenzetti, marca celebrada por seu investimento contínuo em pesquisa e inovação, destacou seu portfólio de soluções que aliam design, eficiência e sustentabilidade, reforçando seu protagonismo no mercado nacional. Durante o evento, os profissionais puderam conhecer de perto lançamentos e produtos que refletem as demandas de projetos arquitetônicos e de interiores, além de explorar como a tecnologia aplicada pela marca contribui para maior conforto, economia e qualidade de vida.
Mais do que uma vitrine de produtos, a noite foi marcada pela troca de experiências e pelo diálogo entre profissionais e fornecedores, evidenciando a relevância da inovação no desenvolvimento de soluções para o morar contemporâneo.
“Tive a oportunidade de participar, a convite da Casa e Mercado e da Fischer, de uma visita para conhecer de perto a linha de produtos da Lorenzetti, o que mais me chamou a atenção foi a diversidade de acabamentos disponíveis para peças já consagradas no mercado. É interessante perceber como a marca, além de consolidar produtos reconhecidos, amplia constantemente suas possibilidades estéticas, atendendo diferentes estilos e propostas de projeto. Além disso, surpreendeu-me que a marca vai muito além dos chuveiros e aquecedores a gás pelos quais já é tradicionalmente conhecida” – Thiago Meleski, arquiteto.
Ainda, os convidados desfrutaram de uma noite de pizzas com receitas autorais preparadas pela Chef Ana Chapela, responsável pela gastronomia da casa. A combinação entre alta culinária, design e inovação proporcionou aos convidados uma vivência sensorial completa, reafirmando o papel do arquiteto como curador de experiências dentro dos espaços que projeta.
Da esquerda para a direita, Flavio Bravalhieri (Lorenzetti), Jan Ariel (Lorenzetti), Renato Marin (Casa e Mercado), Aline Silva (Lorenzetti), Veronica Monaci (Lorenzetti) e Edson Suguino (Lorenzetti).
“O evento foi muito prazeroso, descontraído e amigável. Pude explorar as marcas Fischer e Lorenzetti e aprender um pouco mais sobre os produtos com informações diretas do seus representantes e fiz boas descobertas. Uma noite de pizzas feitas no local pelas mãos da Ana fez com que nos sentíssemos recebidas na casa de uma amiga, além disso, fazer novas amizades fez toda a diferença.” – Yara Elias, arquiteta fundadora do Lynhas Arquitetura.
“Adorei participar do encontro! Pude conhecer linhas incríveis de metais com acabamentos lindos! Os detalhes em outras cores em chuveiros elétricos e as louças que também entraram no portfólio foi uma surpresa bem positiva. Enfim, me surpreendi com os detalhes e as novidades!” – Bruna Hildago, arquiteta.
Ellen Varja e Adriana Costa – DK Interiores
Letícia Teixeira Figueiredo e Priscila Minematsu Sunao – Traço8 Arquitetura
Inserido em um local de cotidiano tranquilo e calçamento de paralelepípedos, edifício propõe arquitetura que dialoga constantemente com quem mora e com quem passa
Em Porto Alegre, a Av. Soledade conecta importantes vias a estimados espaços na vizinhança, da Praça da Encol ao Instituto Ling. Suas árvores cinquentenárias se enfileiram em um charmoso corredor verde que desacelera a passagem do tempo. Como uma manifestação atemporal que se relaciona de diferentes maneiras com o contexto nasce o Edifício S&R VOZ, assinado pelo escritório Stemmer Rodrigues.
Uma extensa onda esculpida no concreto da fachada principal flerta com o olhar. Linhas leves e orgânicas atualizam traços da arquitetura modernista brasileira e emolduram, num painel recortado a laser, em lâminas de aço cortén, contornos abstratos. As folhagens desenhadas pela artista Carol Petersen acrescentam uma pitada extra de natureza à narrativa do projeto. O empreendimento conta com 14 pavimentos e 23 unidades, e a construção priorizou fornecedores regionais.
A relação com a rua fica ainda maior graças ao cercamento em vidro, ampliando a permeabilidade do projeto com o entorno. Amplas janelas panorâmicas de peitorial baixo proporcionam excelente ventilação cruzada, descortinando vistas e gerando economia para aquecimento e resfriamento dos espaços. As janelas trazem vidros de alto desempeno térmico e acústico.
A área de convívio de generosos espaços foi elevada ao terceiro pavimento com projeto de interiores assinado por Ingrid Stemmer. No Foyer Voz, os espaços gourmet, jantar e living integrados proporcionam encontro entre vizinhos ao som do piano.
O mobiliário destaca ícones do design nacional, como Aristeu Pires e Guilherme Wentz. Áreas de lazer como brinquedoteca, espaço zen, academia e playground também estão localizadas no 3º pavimento, que abriga uma piscina aquecida com raia de 25 metros.
Brinquedoteca montessoriana, playground ao ar livre, amplos gramados e um recanto exclusivo para os animas de estimação engrandecem a área de convívio e possibilitam um espaço protegido e seguro para a saúde, fora de casa.
Por Redação
Imagens: Gabriel Konrath Fotografia de Arquitetura