Para encontros criativos

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Nar Design Studio assina a sede global da Grendene em Wynwood, Miami, em projeto que une a cultura tropical à moda e ao design

 

A sede global da Grendene está localizada no coração de Wynwood, em Miami, e leva a assinatura do escritório brasileiro, Nar Design Studio. O conceito de interiores propõe um ambiente descontraído, que une a cultura tropical à moda e ao design. A paleta de cores inclui o laranja — principal cor da marca — em harmonia com tons de madeira clara e cinza. Além da identidade visual, elementos do contexto industrial local foram incorporados ao projeto, contribuindo para um espaço criativo e autêntico.

O layout foi cuidadosamente planejado para otimizar a funcionalidade e atender às demandas da equipe. Apesar das limitações estruturais do espaço existente, não foi necessário realizar grandes reformas ou demolições. Intervenções cosméticas foram suficientes para transformar o escritório em um ambiente eficiente e contemporâneo. O reposicionamento estratégico de mobiliário, luminárias e revestimentos conferiu ao espaço uma nova identidade.

Com 278m², o escritório ganhou áreas expositivas e uma atmosfera visualmente marcante voltada à apresentação de produtos. Logo na entrada, murais de floresta em grande escala acolhem os visitantes, mergulhando-os na essência tropical da marca. A recepção também funciona como uma vitrine, com as mais recentes coleções de calçados em destaque. Uma área expositiva em formato de “U”, separada por um painel de vidro, reforça a narrativa da marca tanto na entrada quanto na sala de reuniões.

 

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A área de trabalho aberta foi dividida em três seções, atendendo a diferentes estilos de trabalho. Uma mesa colaborativa funciona como ponto central para reuniões e brainstorming; estações rotativas garantem flexibilidade para colaboradores em rodízio; e mesas fixas oferecem estrutura para a equipe fixa. Próximo às janelas, dois lounges com assentos confortáveis e duas cabines acústicas garantem momentos de descanso e privacidade para chamadas.

A identidade da Grendene permeia todo o projeto, presente tanto na paleta de materiais quanto em elementos icônicos, como a meia parede inspirada no padrão de trama do primeiro e mais clássico modelo da Melissa, a sandália “Aranha”, que adiciona um toque de nostalgia e reconhecimento à marca.

 

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Além da área principal, foram criadas três salas de reunião (“huddle rooms”) para encontros privados. Cada uma delas representa uma das submarcas: Ipanema, Rider e Zaxy. Cada sala traz um mural e uma paleta de cores exclusiva, criando ambientes inspiradores e personalizados para encontros criativos.

O projeto valoriza os elementos que promovem bem-estar no ambiente corporativo. Jardins verticais de musgo e vasos suspensos adicionam natureza ao interior, equilibrando a rusticidade do piso de concreto e das paredes de tijolos. Nuvens acústicas foram estrategicamente instaladas para melhorar o conforto sonoro e delimitar setores, reforçando a atmosfera acolhedora e funcional do espaço.

 

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Imagens: Gabriel Volpi

 

Uniflex: uma referência notável

Rolô Balcony Lançamento para varanda () (Foto Carlos Eduardo Costa) Easy Resize com ()

Com portfólio que equilibra funcionalidade e elegância, a Uniflex reafirma seu compromisso diário com a inovação, a sustentabilidade e o bem-estar

 

Marca 100% brasileira, a história da Uniflex tem início com uma família suíça encantada pela riqueza cultural, criatividade e diversidade do Brasil. Dessa conexão, nasceu em 1979 um legado pautado pela inovação, pela gestão de excelência e pela busca constante por qualidade. “Cada etapa de produção passa por protocolos rígidos — testes de resistência, durabilidade dos mecanismos, estabilidade dos tecidos e precisão de medidas”, comenta Silvia Fagundes, Head de Marketing da Uniflex.

Em 1982, a marca já se destacava no mercado de esquadrias e fachadas. Poucos anos depois, em 1991, surpreendia o setor com o lançamento de componentes e acessórios para cortinas. O ponto de virada veio em 1994, com a fundação oficial da Uniflex e a apresentação da cortina Rolô — uma inovação que transformou o mercado nacional de proteção solar.

Hoje, com 66 lojas em operação por todo o país, a Uniflex se consolida como referência no segmento de proteção solar, presente em projetos residenciais, corporativos e comerciais de alto padrão. Há 12 anos consecutivos reconhecida como marca Top of Mind, vai além da entrega de produtos: atua como parceira estratégica de arquitetos e designers, oferecendo soluções personalizadas que aliam conforto térmico e luminoso, estética contemporânea e alto desempenho; agregando valores que permeiam todas as etapas da operação — do desenvolvimento de tecidos inteligentes ao constante aprimoramento de sua planta fabril, considerada uma das mais avançadas da América Latina.

 

Showroom na fábrica da Uniflex Easy Resize com
Na sede da Uniflex, o showroom vai além da exposição de produtos — é um espaço de descoberta sensorial e inspiração. Com ambientações reais e amostras de toda a nossa linha, cada detalhe foi pensado para revelar as infinitas possibilidades que nossas cortinas e persianas oferecem à arquitetura e ao design. Foto: Divulgação.

 

Reconhecida no setor não apenas pela sua infraestrutura moderna, mas pela maneira como combina tecnologia com artesania, a fábrica conta com equipamentos de alta precisão, sistemas de gestão inteligente e processos de controle que garantem qualidade em larga escala, mas sem renunciar à personalização. Silvia comenta que nenhum processo é totalmente automatizado, pois acreditam que mesmo na era da automação o toque humano faz toda a diferença. “Cada peça produzida na Uniflex carrega um cuidado único, resultado da integração entre recursos técnicos e o olhar apurado dos nossos profissionais. Cada cortina e persiana carrega nossa assinatura manual”, pontua.

 

Fábrica Uniflex () Easy Resize com
São em média de 100-150 funcionários, em 8.000 m² de planta fabril. Foto: Divulgação.

 

Essa abordagem garante um controle de qualidade mais rigoroso, maior atenção aos detalhes e a possibilidade de adaptar cada solução às necessidades do projeto, já que, de acordo com a Head, absolutamente tudo é feito sob medida. “Trabalhamos a partir das especificações dos arquitetos e designers, adaptando tecidos, mecanismos e acabamentos de acordo com a linguagem de cada projeto. A equipe técnica de nossa rede de lojas acompanha desde a especificação até a instalação, garantindo que cada cortina ou persiana esteja em sintonia com o ambiente ao qual se destina”, esclarece Silvia.

Em se tratando de inovações tecnológicas, os destaques ficam por conta da alta tecnologia dos tecidos — que oferecem proteção solar avançada, com amplo desempenho térmico, sem bloquear a luminosidade natural nem interferir na conexão visual com o exterior — e da automação, hoje um dos pilares do portfólio da marca. “Desenvolvemos sistemas que integram as cortinas a soluções de smart home, permitindo controle remoto, por voz e por aplicativos. Um dos nossos diferenciais é o sistema Sun Tracking, que move as cortinas de forma automática conforme a posição do sol, otimizando o conforto térmico e a iluminação natural”, declara a profissional.

 

Rolô Balcony Lançamento para varanda () (Foto Carlos Eduardo Costa) Easy Resize com ()
A Linha Balcony é a primeira cortina rolô translúcida do Brasil, que protege sem esconder, perfeita para varandas e grandes janelas. Desenvolvida com a tela solar de alta tecnologia da Uniflex, a linha reduz significativamente a entrada de calor, mas mantém a paisagem visível, leve e presente, porque proteção solar também pode ser sinônimo de conexão com o exterior. Foto: Carlos Eduardo Costa.

 

Importante lembrar que tecidos com bloqueio UV, aliados aos sistemas automatizados da marca, reduzem significativamente o aquecimento dos ambientes e diminuem a necessidade de iluminação artificial e ar-condicionado. Para além disso, a Uniflex adota uma abordagem sustentável em diferentes aspectos, priorizando matérias-primas com certificações ambientais e fornecedores comprometidos com práticas sustentáveis.

“Nossos tecidos possuem certificações internacionais, como a Greenguard, que garante baixas emissões de compostos voláteis e melhoria comprovada na qualidade do ar interno. A marca também implementa ações como o reaproveitamento de resíduos têxteis, uso otimizado de matérias-primas e investimentos em eficiência energética”, garante a Head.

 

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O projeto de Rodra Arquitetura para a CASACOR SP chamado “Estúdio Potiguar”, executado por Uniflex Gabriel, utiliza Cortina Uni Plana. Foto: Valentin Studio.

 

E como a Uniflex prevê o mercado de proteção solar nos próximos anos? “Enxergamos um mercado em expansão, cada vez mais atento à eficiência energética, ao bem-estar e à integração entre design e tecnologia. Em um cenário de cidades densas e construções inteligentes, a proteção solar deixa de ser apenas funcional e passa a ser estratégica — colaborando para o desempenho térmico, o conforto dos usuários e a estética da arquitetura. Nesse contexto, a Uniflex está pronta para liderar a transformação, unindo inovação, sustentabilidade e sofisticação em cada solução”, finaliza Silvia, que com olhar sensível e foco em inovação lidera iniciativas que conectam tecnologia, estética e relacionamento com o mercado especificador.

 

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O projeto de José Ribeiro do estúdio Dois Arquitetura para a CASACOR Piauí chamado “Apartamento Dois”, executado por Uniflex Teresina, utiliza Persiana de Madeira Exotic Bision. Foto: Murano Creative.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Redação

ABUP Show movimenta os negócios no setor de decoração

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Com foco no setor de B2B, segunda edição do ano da ABUP SHOW reúne quase 200 expositores no PRO MAGNO Centro de Eventos, em São Paulo

 

Entre os dias 12 e 15 de agosto, a cidade de São Paulo recebe a segunda edição da ABUP SHOW em 2025, desta vez no PRO MAGNO Centro de Eventos, localizado na Zona Norte da capital paulista. O evento B2B, que revela as tendências e novidades do setor, tem como foco um público formado por lojistas, compradores e profissionais do segmento de decoração (como arquitetos, designers e personal organizers). Referência nos segmentos decoração, design autoral, artesanato, mesa posta, utilidades domésticas, têxteis e presentes, a feira – promovida pela Associação Brasileira das Empresas de Utilidades e Presentes (ABUP) – representa uma excelente oportunidade para a geração de negócios entre os visitantes compradores e os expositores presentes. Participam quase 200 empresas expositoras vindas de todas as partes do país.

“Depois do grande sucesso da ABUP SHOW, em fevereiro, a feira retorna no segundo semestre com nova proposta e a fim de movimentar o cenário comercial. A realização do evento em agosto é uma decisão estratégica, pois empresas e lojistas estão se programando para datas fortes no varejo, como Dia das Crianças, Natal e Réveillon, que precisam ser trabalhadas com antecedência” – Jamil Rima, presidente da ABUP.

 

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Peças das marcas Riva, Casa Bonita, Modali Design e Bella Vita / Divulgação ABUP.

 

Entre os exemplos estão nomes como 6F Decorações, A Menor Loja do Mundo, Acqua Aroma, Aho, Angela Maria Atelier, Appel Home, Aurora Decor, Baci Milano, Bella Vita, Casa Bonita, Cejana Pires, Ceyla Lacerda, Cristais Tavares, Decortrico, DZT Objetos, Estúdio Dentro, Herbo, Fernanda Moreira Objetos de Design, Frynea Art, Gabriela Dias Design, Greghi Design, Iludi Design, Imeltron, LENVIE, Luca Millani, Luli Ateliê, M.Victoria, Mameg Home, MCassab, Marco500, Mercatto Casa, Mimo Galeria, Modali Design, Nao Yuasa, Nidos Design, ÓKÁ por Sandra Barreiro, Old Compton, Priscila Vannucchi, Resimetal, RicMelo Design, Riva, Santa Luzia Redes e Decoração, Santo Torno, St. James, Strauss, Studio SALP, Sui Objetos, Traço Um, Vanessa Lazzari etc.

 

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Peças Mundinho Nino e Mundinho A Beira Mar / Divulgação DZT Objetos e ABUP.

 

Como uma associação que atua no crescimento das empresas participantes, a ABUP possui uma área especial no evento para projetos com foco no design e artesanato brasileiros, que visam abrir o mercado para novos e pequenos expositores, assim como profissionais em ascensão. O Projeto Célula, sob a curadoria de Cristiane Rosenbaum, dedica uma área com a proposta de dar visibilidade aos designers com produção independente e em escala reduzida. A Alma Brasileira, também sob a curadoria de Cristiane Rosenbaum, é uma iniciativa de design autoral que destaca marcas e designers independentes que valorizam a arte e a cultura nacionais.

 

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Peças de artistas variados / Divulgação MARCO500 e ABUP.

 

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Cachepôs e vasos, na 6F Decorações / Divulgação ABUP.

 

 

 

 

 

 

 

 

A real prática das hortas urbanas

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Hortas urbanas ganham cada vez mais espaço e impactam diretamente a cidade, ressignificando seus espaços em prol da transformação alimentar.

 

Hortas urbanas nada mais são do que o plantio de plantas, frutas e hortaliças em espaços públicos localizados em zonas periféricas ou em grandes centros urbanos. Chamadas de comunitárias, quando plantadas em espaços coletivos, ou domésticas, quando cultivadas dentro de casas e apartamentos, as hortas providenciam inúmeros benefícios, fortalecendo a biodiversidade. Dentre os principais estão fornecer alimento e abrigo para a fauna local, regenerar o solo e restaurar sua capacidade de absorção de água, abastecer os lençóis freáticos e melhorar a umidade do ar, contribuir para o aumento de áreas verdes aberta aos cidadãos, promover educação ambiental e comunitária, restabelecer o sentido da partilha do espaço, do trabalho, da colheita e do cuidado com o território, reconectar o homem com a natureza e a produção de alimentos, e desenvolver a real prática de compostagem, gestão de resíduos e, consequentemente, redução de lixo orgânico e emissão de gases na atmosfera. 

Segundo dados do instituto de pesquisas ambientais Worldwatch Institute (WWI), algo entre 15% e 20% dos alimentos consumidos no mundo são produzidos em hortas urbanas. A agricultura urbana tem, inclusive, sido apontada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), como estratégia fundamental para a segurança alimentar, para a estabilidade social e para a preservação do meio ambiente nos grandes centros urbanos do planeta. De acordo com a plataforma Sampa Rural, a cidade de São Paulo tem mais de 1.000 hortas urbanas e esse número não para de crescer, tendo sua expansão relacionada diretamente no combate à fome que, conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), atinge cerca de 200 milhões de pessoas no mundo.

Cultivar uma horta então é, sem dúvida, uma forma de contribuição para o desenvolvimento sustentável em vários níveis, desde promover serviços ambientais e maior conscientização sobre a importância de consumir alimentos frescos e livres de agrotóxicos, até suprir necessidades e demandas sociais, incentivando uma participação pública colaborativa. Diante disso, o engenheiro agrônomo Antônio Elisandro fala sobre uma Lei estadual que existe em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, “A própria Emater-RS, com o advento da Lei estadual de 2017, dispõe fornecer assistência no processo de acompanhamento, orientação e a técnica no processo de cultivo das hortas urbanas”, explica. 

 

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O telhado do Shopping Eldorado abrange projeto sustentável multifuncional: compostagem com o objetivo de dar destino ecologicamente correto ao lixo orgânico gerado diariamente em suas praças de alimentação, produção de legumes e verduras destinados ao abastecimento dos próprios restaurantes e reuso da água que escorre dos ares- condicionados para irrigar a horta.

 

O Projeto Hortas Urbanas SSA em Salvador, Bahia, conta à CM que no seu estado não existem Leis sobre essa prática na Câmara de Vereadores ou dos Deputados, mas reforça a importância do cultivo urbano e seus impactos à sociedade. “Uma contribuição que fornece mudanças no comportamento nutricional da população e na integração com universidades, grupos sociais e escolas infantis, ajudando de forma efetiva na formação educacional dos envolvidos e na conscientização humana para uma sociedade mais justa e equilibrada”, comentam. 

Já em Curitiba, há uma Proposta de Lei em discussão na Câmara Municipal, que sugere a criação de um incentivo às hortas e jardins urbanos, nos quais a própria comunidade é responsável pelo plantio e manutenção. O projeto prevê a remissão de multas aplicadas pelo Poder Executivo pela má conservação, abandono e falta de manutenção dos terrenos baldios, contanto que o proprietário concorde em destinar o espaço à implantação de uma horta ou um jardim urbano. 

Aliás, a transformação do espaço, mudando práticas individuais para coletivas, carrega consigo um comportamento mais holístico e integrado. Para a bióloga Luisa Haddad, que trabalha com o projeto Pé de Feijão, que objetiva ressignificar a relação das pessoas com a comida através de ações que informem e orientem, tendo as hortas urbanas, a cozinha e a compostagem como plataformas centrais de trabalho, o principal benefício oferecido pelas hortas urbanas está conectado com a educação e conscientização. “Uma horta é lugar de aprendizado para adultos e crianças sobre agricultura, nutrição, sustentabilidade e meio ambiente. Ali é onde se conectam de uma forma afetiva com a comida, tornando capaz de mudar radicalmente a aceitação que uma pessoa tem de consumir mais frutas, legumes e verduras, porque ela se envolveu no processo”, comenta. 

 

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De acordo com Antônio Elisandro, parceiro do Espaço Ecópolis, que atua voluntariamente desde 2011 na Horta Comunitária Lomba do Pinheiro e desde 2021 faz parte da equipe de organização e coordenação da fase inicial do Fórum de Agricultura Urbana de Porto Alegre (FAUPOA), diz que “Os primeiros elementos fundamentais para se iniciar uma horta urbana coletiva, é ter pessoas dispostas chamadas de âncoras que vão disponibilizar os processos coletivos, de preferência que já tenham alguma familiaridade, seja na sua residência ou na sua história de vida rural com o processo de plantio e cultivo. Toda a presença vegetal altera o clima do seu entorno. Mesmo em espaços pequenos, chamados de microclima”, analisa. 

O paisagista Benedito Abbud nos conta que a demanda de hortas nos seus projetos arquitetônicos têm sido solicitada com frequência. De acordo com ele, os condomínios organizam essas hortas e as pessoas fazem uso principalmente quando as cultivam em ambientes gourmets com churrasqueiras, casas de campo, varandas e gazebos. “Em empreendimentos, como prédios e loteamentos, temos solicitado que se façam hortas orgânicas que são maiores e organizadas por agrônomos. Assim, acaba sendo como um elemento de encantamento para o empreendimento”, relata. 

 

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Segundo Isaque Bressan, técnico em agronomia com 41 anos de experiência na área e gestor na empresa Líder Agro: Hortas Urbanas, o primeiro passo para se iniciar um projeto de horta urbana é saber aproveitar os espaços disponíveis e ter as ferramentas básicas para ajudar no plantio e manutenção, como disponibilidade de água para regas diárias, saber o que plantar e cultivar, e fazer uso de insumos corretos para a manutenção, como fertilizantes e protetores para controle de insetos, fungos e bactérias. Patricia Galbo, que é engenheira agrônoma e está há 7 anos empreendendo a agricultura urbana, também discorre sobre o assunto:Deve-se levar em consideração a incidência de luz solar e estilo de vida da pessoa. É preciso fornecer nutrientes e água da forma adequada, observar o desenvolvimento da planta faz toda a diferença quando se fala de cuidados e manutenção”.

E de fato, a forma de plantar e cuidar depende de uma ação coletiva e de vários fatores como temperatura, chuva, quantidade de luz, estação do ano, lua e cultiva escolhida. “A profundidade do solo é que determina a formação das raízes. O ajuste de ph, é necessário para que os nutrientes presentes no solo sejam disponibilizados de forma inteligente para as plantas”, explica Isaque Bressan. É preciso atentar que existe uma maneira correta de intercalar as espécies entre hortaliças e legumes pois existem plantas que são companheiras e outras que são antagônicas. A bióloga Luisa, comenta que “Para as hortas urbanas são indicadas espécies de ciclo curto, por geralmente se tratar de espaços pequenos”. E, de acordo com ela, a forma indicada para nutrir uma horta é ter uma composteira, levando resíduos orgânicos, restos de cascas de frutas e restos de comida. “O composto vindo da compostagem é o melhor adubo existente”, afirma. 

Salvo às questões ambientais e de alimentação, a presença de hortas urbanas traz ainda benefícios mentais e emocionais, contribuindo para a diminuição da ansiedade e depressão. Nos Estados Unidos existem projetos que recomendam frequentar hortas por 4 meses, duas vezes por semana, para casos de depressão leve, técnica chamada de horta terapia. Patricia Galbo comenta que “Consumir alimentos frescos e sem agrotóxicos com certeza é ter mais qualidade de vida. Manter as áreas urbanas das cidades mais esverdeadas de forma produtiva traz uma melhora tanto mental quanto física”. 

Está constatado que o sentimento de colaboração para com a natureza e para com o outro é plena, e não só bem alimenta ao corpo, mas à alma. Muitos dos problemas relacionados à qualidade de vida nas cidades concerne à forma de como elas se desenvolveram. O ambiente urbano se caracteriza pelo concreto, pela velocidade, pelo oposto à natureza, características acentuadas graças ao crescimento intenso e desordenado, sem planejamento adequado. A prática da agricultura urbana sugere superar o distanciamento entre espaços públicos e privados, vegetação e concreto, individual e coletivo, promovendo o respeito às regras locais e aos outros usuários. “Acabam também sendo como um refúgio da fauna. Quando possuímos uma horta urbana temos um micro ecossistema, com abelhas, joaninha, minhocas, entre tantos outros. Estes espaços se tornam um respiro e fornecem a conservação da biodiversidade urbana”, conclui Luisa Haddad. 

 

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Por Redação
Imagens: Divulgação

Arquitetos brasileiros estão entre os finalistas do WAF

vencedores e finalistas brasileiros world architecture festival

Fundado em 2008, o WAF ganhou destaque por reconhecer projetos em mais de 30 categorias, como o World Building of the YearFuture Project of the Year e World Interior of the Year

 

Entre os dias 12 e 14 de novembro, Miami, nos Estados Unidos, será palco da 16ª edição do World Architecture Festival (WAF), um dos prêmios mais prestigiados da arquitetura mundial. A programação reunirá expoentes do setor e contará com a presença de arquitetos brasileiros entre os finalistas!

Na categoria “Comercial misto” deste ano, dois projetos brasileiros chegam à final: o Leaf Loefgren, assinado pela Perkins&Will, e o WTC Biotic, da Architects Office — este último com uma proposta de urbanismo contemporâneo que preserva áreas naturais e integra arquitetura e paisagem de forma harmoniosa.

 

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Com projeto assinado pela Perkins&Will, o Leaf Loefgren foi concebido para promover o bem-estar dos usuários, incorporando referências nacionais e internacionais e oferecendo espaços versáteis, pensados para diferentes usos. Foto: Neorama/Divulgação.

 

Na categoria “Saúde”, o destaque brasileiro é o projeto do Hospital Infantil Sabará, assinado pela Perkins&Will. Já na categoria “Casa e Vila Rural/Costeira”, entre os finalistas está a PAB House, do SAAG Arquitetura.

 

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O projeto da Casa PAB, assinada por SAAG arquitetura, visou criar um ambiente que reflita tranquilidade, com foco no conforto e na serenidade do interior. Foto: Fran Parente.

 

Entre os finalistas da categoria “Residencial/Habitação única” estão o Angra House, do Studio Arthur Casas, e dois projetos do Studio MK27 — o Flat Fasano e o Patios House. Já na categoria “Projetos Futuros – Casa”, o destaque brasileiro é a Cliff House, criação da arquiteta Fernanda Marques.

 

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A Cliff House teve como princípio a sustentabilidade, preservando a vegetação existente e conectando as áreas sociais, privadas e de lazer. Projeto da arquiteta Fernanda Marque. Foto: Estúdio DoisDois/Divulgação

 

Em 2009, o arquiteto Isay Weinfeld foi o vencedor da categoria “Edifícios Concluídos”, pelo Espaço Havaianas, em São Paulo. O profissional também foi premiado em “Projetos Futuros”, pelo Edifício 360º.

No ano de 2011, o Studio MK27 foi reconhecido na categoria “Edifícios Concluídos” pelo Decameron, em São Paulo. Já em 2012, Isay Weinfeld foi coroado pela terceira vez na categoria “Edifícios Concluídos”, com a Fazenda Boa Vista.

Em 2024, o Studio mk27 recebeu outro destaque pelo Fasano Itaim na categoria “WAF Interiores: Hotéis”, com liderança do arquiteto Márcio Kogan.

 

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Projeto do arquiteto Márcio Kogan, o Fasano Itaim conta com luminosidade natural difusa, layouts sobrepostos e mobiliário que incentiva a permeabilidade visual. Foto: Fran Parente/Divulgação

Exposição “Tudo que Cabe num Instante”

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Com curadoria de Lavinia Góes, a artista visual Viviana Ximenes inaugura exposição coletiva em seu Ateliê Casa Um, nos Jardins

 

A primeira exposição coletiva “Tudo que Cabe num Instante” acontece no Ateliê Casa Um – espaço concebido pela artista Viviana Ximenes – até dia 23 de agosto de 2025. Com curadoria de Lavinia Góes, a mostra reúne aproximadamente 50 obras de 24 artistas contemporâneos, cujas pesquisas se apresentam em diferentes suportes.

“Sem se restringir a um tema único, a exposição se constrói como um campo de convivência entre poéticas autônomas e heterogêneas. A proposta curatorial parte da ideia de que o instante do gesto, da percepção e da decisão pode ser compreendido como unidade de sentido. Nesse jogo de tempos e presenças, a mostra se revela como espaço de escuta, onde o dissenso é celebrado como potência criativa” – Viviana Ximenes.

 

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Obra Amor de Zenilda, por Viviana Ximenes. Foto: Divulgação.

 

Entre os participantes, artistas de trajetórias múltiplas como: Renata Padovan, Gabriel Nehemy, Fabiana Preti, Loro Verz, Marina Schroeder, Sandro Akel e André Passos, Flavia Renault, Daniela Schiller, Mari Porto e a própria Viviana Ximenes, que abre as portas do seu ateliê para receber esse encontro de investigações singulares e sensíveis sobre o presente.

“A exposição nasce da tentativa de captar o tempo como matéria sensível, como suspensão, como abertura. Cada obra aqui reunida é fragmento de um percurso sensível, onde tempos distintos — de criação, de percepção, de relação — se entrelaçam. A casa, nesse contexto, é mais que abrigo físico: é espaço simbólico de escuta e encontro”, afirma a curadora Lavínia Góes.

 

Lista Consolidada dos Artistas da mostra:

Ana Berganton (@ana.berganton), Ani Cuenca (@anicuenca), Beatriz Bilker (@beabilker), Bia Távora (@eubiatavora), Daniela Schiller (@danischiller), Fabiana Pretti (@fabianapreti), Fabio Naranno (@fabionaranno), Flavia Fabiana (@flaviafabiana), Flavia Renault (@flaviarenault_), Gabriel Nehemy (@gabrielnehemy.art), Jackie Hatys, Lavinia Góes (@lavinia.goes.art), Loro Verz (@loroverz), Lulu Aguiar (@luluaguiar), Marina Schroeder (@marina.schroeder.art), Marcus Paschoalin (@marcispaschoalin), Mariana Porto (@marianaportoart), Paulo Gnecco (@paulognecco.art), Renata Padovan (@renatapadovan), Sandro Akel (@sandroakel),  André Passos (@andrepassosfoto), Simone Dutra (@simonekdutra), Shay Marias (@shaymarias), Tereza Perman (@ttperman), Viviana Ximenes (@viviximenes) e Zenilda Cardozo (@zenildacardozo).

 

SERVIÇO

EXPOSIÇÃO TUDO QUE CABE NUM INSTANTE
Visitação: até dia 23 de agosto de 2025
Segunda a sexta, das 14h às 18h I Sábado, das 11h às 15h
Ateliê Casa Um
Rua José Maria Lisboa, 873 – casa 01, Jardim Paulista – São Paulo/SP
Estacionamento conveniado: Prime Parking (ao lado da vila)

Morre o arquiteto e professor Carlos Lemos

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Referência na história da arquitetura brasileira, Carlos Lemos foi coautor de obras icônicas de SP – junto à Niemeyer – como Copan, Eiffel e Oca

 

Aos 100 anos, o arquiteto e professor emérito Carlos Alberto Cerqueira Lemos faleceu nesta quarta-feira (6), em São Paulo. A notícia foi divulgada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, que não informou a causa da morte. Titular aposentado da instituição, Lemos dedicou quase 60 anos à história da arquitetura brasileira e à preservação do patrimônio cultural.

A FAU-USP manifestou sentimentos à família de Lemos e exaltou a excepcionalidade de sua trajetória. O arquiteto começou como assistente de aulas práticas da cadeira de Teoria da Arquitetura e passou a atuar na área de História da Arquitetura com a reforma curricular de 1962 e a criação do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto em 1969, conforme relembrou o professor Hugo Segawa.

 

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Carlos Lemos. Foto: Divulgação.

 

Reconhecido pela atuação na preservação do patrimônio cultural, ele foi autor de diversas obras e referência sobre a história urbana e arquitetônica do Brasil. Entre seus livros mais lembrados estão Como nasceram as cidades brasileirasO que é patrimônio histórico e A História do Edifício Copan.

Em 2022, Lemos recebeu da instituição o título de professor emérito e parte significativa de sua produção bibliográfica está disponível na biblioteca da faculdade. Já no setor de materiais iconográficos, há destaque para o emblemático projeto do Edifício Copan, com 1.189 pranchas. Também integram o acervo o anteprojeto do MAC-USP (1983), o projeto do Edifício Bradesco na Avenida Ipiranga (1964) e cerca de 4 mil registros fotográficos produzidos por ele, disponíveis como diapositivos (slides).

 

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Edifício Copan em construção: Projetado em 1951, suas formas sinuosas elevam-se na paisagem da Avenida Ipiranga, quebrando os ângulos retos dos prédios ao redor. Foto: Divulgação.

Cobogós: o jogo definitivo de luz e sombra

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Nascidos no Recife na década de 1920, esses blocos decorativos dançaram ao longo da história da arquitetura e representam uma ponte entre a tradição e a modernidade

 

Os Cobogós não surgiram do nada. Eles são uma homenagem elegante ao passado, inspirando-se nos Muxarabis do mundo árabe. Essas intrincadas treliças de madeira tratavam de privacidade e ventilação muito antes do conceito de ar condicionado. Avançando para a década de 1920, três mentes inventivas no Brasil – Amadeu Oliveira Coimbra, Ernesto August Boeckmann e Antônio de Góis – fundiram seus sobrenomes e sua genialidade para criar o que hoje conhecemos como cobogós.

Imagine um mundo onde a arquitetura encontra a arte da forma mais funcional possível. É aí que entra o cobogó, um elemento de design tão brasileiro quanto o samba e tão versátil quanto a paisagem do país. Lúcio Costa viu potencial nesses blocos, não só pela praticidade, mas pelo apelo estético. Ele e outros como Oscar Niemeyer os entrelaçaram na estrutura do modernismo brasileiro, provando que a funcionalidade não precisa ser feita às custas da beleza. Os cobogós eram mais do que apenas blocos; eram símbolos de um Brasil moderno, abraçando sua identidade tropical e ao mesmo tempo marcando presença no cenário internacional do design.

 

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O escritório STArq assina projeto residencial implantado em L, que valoriza o revestimento cobogó, em Jaguariúna, no interior de São Paulo / Fotografia: Maíra Acayaba

 

No diálogo em evolução sobre design sustentável, os cobogos destacam-se como um testemunho do valor duradouro da integração de elementos naturais nos nossos ambientes construídos. Estas características arquitetónicas não são apenas esteticamente agradáveis; eles incorporam princípios de responsabilidade ecológica e eficiência energética, tornando-os perfeitos para o movimento de construção verde.

São inerentemente sustentáveis, projetados para maximizar a ventilação e iluminação naturais. Isto reduz a dependência de sistemas artificiais de refrigeração e iluminação, levando a poupanças de energia significativas. Ao permitir que o ar e a luz fluam livremente pelos espaços, os cobogós contribuem para um ambiente interior mais saudável, reduzindo a pegada de carbono dos edifícios e melhorando o bem-estar dos seus ocupantes.

A evolução de materiais usado em cobogós – desde concreto e cerâmica tradicionais até opções mais sustentáveis, como plástico reciclado, bambu e compósitos ecológicos – reflete um compromisso com a gestão ambiental. Esses materiais não apenas reduzem o impacto ecológico dos processos produtivos, mas também oferecem maior durabilidade e reciclabilidade, contribuindo ainda mais para a sustentabilidade dos cobogós.

Os Cobogós alinham-se perfeitamente com os princípios do design de edifícios verdes, como os delineados pelos sistemas de certificação LEED e BREEAM. A sua utilização em projetos pode contribuir para a obtenção de créditos em áreas como eficiência energética, materiais e recursos e qualidade ambiental interior. Ao incorporar cobogós em edifícios verdes, arquitetos e designers podem ir além do design sustentável, criando espaços que não são apenas bonitos, mas também gentis com o planeta.

 

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No projeto da Casa dos Tijolos Brancos, assinado por BLOCO Arquitetos, o assentamento vazado de tijolos encomendados especificamente para essa obra reinterpreta o cobogó e conferem aparência modernista ao projeto / Fotografia: Joana França.

 

Um catalisador para inovação ecológica

A história dos cobogós é um exemplo convincente de como os elementos de design tradicionais podem ser reinventados para enfrentar os desafios do século XXI. À medida que enfrentamos a necessidade urgente de soluções sustentáveis ​​em todas as áreas da vida, os cobogós lembram-nos que a inovação e a tradição podem andar de mãos dadas. Eles nos inspiram a olhar para o passado em busca de lições sobre como viver em harmonia com o meio ambiente, usando o design como ponte para um futuro mais sustentável.

Concluindo, os cobogós são muito mais que uma tendência arquitetônica; eles são um farol de sustentabilidade no mundo do design. A sua capacidade de harmonização com a natureza, aliada à utilização inovadora de materiais sustentáveis, posiciona os cobogós como um elemento-chave na procura de edifícios mais ecológicos e resilientes. À medida que continuamos a explorar formas de reduzir o nosso impacto ambiental, o humilde cobogó destaca-se como um símbolo de esperança – um lembrete de que um design cuidadoso pode abrir caminho para um mundo mais verde e sustentável.

 

Aplicações Arquitetônicas dos Cobogós

Os cobogós são o jogo definitivo de luz e sombra, criando padrões dinâmicos que mudam com o movimento do sol. Eles são como murais vivos em sua casa ou escritório, oferecendo um cenário em constante evolução que é tão funcional quanto bonito.

No mundo de hoje, o equilíbrio entre abertura e privacidade é uma linha tênue. Os cobogós caminham nessa linha com graça, oferecendo reclusão sem isolamento e conexão sem exposição. Eles permitem que os espaços respirem, misturando em harmonia os mundos interior e exterior. Na era dos escritórios abertos, os cobogós oferecem uma solução elegante para a necessidade de espaços de trabalho privados que não pareçam fechados. Eles permitem o fluxo de luz e ar, reduzindo a sensação claustrofóbica que pode advir das divisórias tradicionais.

Esta exploração dos cobogós revela o seu apelo intemporal, mostrando como estes elementos de design transcenderam as suas origens funcionais para se tornarem ícones de beleza arquitetónica e inovação. À medida que nos aprofundamos em suas aplicações contemporâneas e no potencial DIY, lembre-se de que os cobogós são mais do que apenas uma parte da arquitetura brasileira; eles são uma celebração da luz, do ar e das possibilidades ilimitadas de design.

Não apenas funcionais; eles são uma declaração, um ponto de partida para uma conversa. Eles incorporam a estética de “menos é mais”, provando que a simplicidade pode realmente ser complexa. Seus padrões e designs – que vão do geométrico ao abstrato – adicionam uma camada de textura e profundidade a qualquer espaço, tornando-o vivo e em constante mudança. E representam uma ponte entre a tradição e a modernidade, provando que o design inovador pode de facto honrar as suas raízes ao mesmo tempo que se adapta às necessidades e estéticas contemporâneas.

 

 

 

Os novos caminhos: fluxos e acessos

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Como o desenho arquitetônico e as soluções tecnológicas de controle de acesso transformam projetos, promovendo segurança e fluidez nos espaços contemporâneos

 

Na arquitetura contemporânea, o controle de acesso deixou de ser apenas uma demanda técnica e passou a ser parte integrante do projeto arquitetônico. Seja em residências de alto padrão, edifícios corporativos ou empreendimentos multifuncionais, a integração entre forma, função e segurança é cada vez mais estratégica. Neste cenário, o desenho arquitetônico e os sistemas tecnológicos de controle de acesso atuam em sinergia para garantir fluidez nos fluxos de pessoas e veículos, ao mesmo tempo em que asseguram proteção e reforçam a identidade do projeto.

Desde a concepção do layout, o desenho arquitetônico já deve considerar como os usuários acessarão, circularão e se distribuirão nos espaços. Entradas bem-posicionadas, recuos generosos, calçadas acessíveis, antecâmaras e portarias estrategicamente implantadas são elementos que não apenas embelezam o projeto, mas também garantem eficiência nos fluxos e segurança.

Quando o fluxo é pensado desde o início, o próprio edifício ajuda a orientar o comportamento das pessoas, evitando aglomerações ou acessos indevidos. A arquitetura, portanto, passa a ser um elemento ativo de controle, e não apenas um cenário onde a tecnologia será instalada posteriormente.

 

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No Passeio Paulista, com projeto arquitetônico assinado pela aflalo/gasperini arquitetos, o foco são as diretrizes Triple A, que promovem qualidade de vida, sustentabilidade e bem-estar. A própria implantação do edifício já orienta os fluxos, pois o terreno trouxe a oportunidade de criar uma fruição para pedestres, criando um passeio que interliga a Av. Consolação com a Rua Bela Cintra. “É um espaço aberto, ajardinado e iluminado naturalmente que atua como praça interna e como elemento organizador. Esse vazio permite uma leitura intuitiva do percurso e a partir dessa clareza espacial, pedestres e veículos encontram seus acessos sem necessidade de barreiras visuais. A arquitetura, portanto, define e ordena a circulação antes mesmo da presença de equipamentos de controle”, comenta Roberto Aflalo, sócio-diretor do escritório, à CM. Fotos: Daniel Ducci.

 

Mas, se por um lado o projeto físico organiza os fluxos, por outro, a tecnologia garante a segurança de forma cada vez mais discreta e eficaz. Leitores biométricos, reconhecimento facial, QR codes, sensores de presença, portarias remotas, tags veiculares e integração com aplicativos são hoje recursos amplamente utilizados, tanto em residências quanto em ambientes corporativos.

Segundo Silvia Casagrande Barbosa, Gerente de Marketing da IMAB, a marca traz uma linha de produtos digitais, todos gerenciados por um único aplicativo, o App IMAB. “Além do gerenciamento por múltiplos usuários, o App IMAB garante a proteção de dados conforme a LGPD, integrando funcionalidades como registro de acessos, login exclusivo por dispositivo e integração com biometria, PIN ou Face ID do smartphone”, comenta à CM.

 

puxador digital
Da IMAB, O puxador digital é um produto portas de correr e de bater em madeira, aço, alumínio e vidro com espessura de 8,0mm até 60,0mm. Testado e certificado pela ANATEL, fabricado em aço inox da melhor qualidade, oferece alta durabilidade e maior resistência contra agentes corrosivos, ideal para aplicações em alto tráfego de pessoas nos mais diversos ambientes externos.

 

Vale destacar que os elevadores também desempenham papel crucial no controle de acesso e no direcionamento de fluxos. Seu posicionamento estratégico no projeto arquitetônico contribui para a eficiência da circulação e pode ser integrado a sistemas de segurança, liberando o acesso a determinados andares apenas por meio de credenciais, biometria ou reconhecimento facial. Em edifícios corporativos e residenciais de alto padrão, essa integração garante mais privacidade, agilidade e segurança aos usuários.

Fábio Kariya, Gerente de Novas Instalações da Atlas Schindler, esclarece que durante o desenvolvimento do projeto é recomendado que os arquitetos e engenheiros entrem em contato com os consultores técnicos da marca para que sejam orientados no atendimento da norma NBR 5665, que estabelece o tráfego mínimo necessário para cada tipo de edificação em função de sua população. “Para projetos com demandas específ icas de mobilidade, a Schindler também oferece uma ampla gama de soluções de gerenciamento de tráfego inteligente, como o Schindler Metacore e o Schindler PORT – um avançado sistema de gestão de tráfego que planeja viagens nos elevadores na medida exata para cada usuário. Em um terminal com tela touch, sensor de presença e leitor de QR Code, os passageiros são identificados automaticamente e atendidos de maneira rápida e personalizada”, comenta Fábio.

 

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Destinado a empreendimentos de alto ou médio padrão, o Schindler 6000, marca um novo patamar em termos de personalização, tecnologia e design de elevadores. Com capacidade de até 2600 kg e velocidade de até 3 m/s, combina performance excepcional com liberdade de design para edifícios de até 150 metros. O novo modelo também é compatível com todas as tecnologias Schindler. Do Schindler Ahead, solução que conecta os elevadores à internet, às soluções de gerenciamento de tráfego como o Schindler PORT, que calcula a rota ideal para cada chamada e direciona os usuários para o elevador mais adequado, diminuindo o tempo de espera e tornando o transporte no edifício mais rápido, eficiente e seguro. Além disso, atende à norma NBR 168583 de acessibilidade e possui a classificação energética A (ISO 25745-2), a mais eficiente. Imagem: Divulgação.

 

Estética e segurança podem caminhar juntas?

Há alguns anos, pensar em segurança era sinônimo de barreiras visuais e elementos pesados. Hoje, graças à evolução tanto da arquitetura quanto da tecnologia, é possível criar projetos leves, integrados ao entorno e esteticamente elegantes — sem abrir mão da proteção.

Portarias envidraçadas, fechaduras embutidas, sistemas camuflados nas fachadas e iluminação inteligente fazem parte de uma nova abordagem onde a segurança é percebida, mas não necessariamente visível. Isso é essencial em residências de alto padrão e sedes corporativas que valorizam uma imagem institucional alinhada à inovação e ao design contemporâneo.

A arquiteta e urbanista Patrícia Anastassiadis, do escritório Anastassiadis Arquitetos, destaca a importância de incorporar a segurança sem comprometer o caráter estético do projeto. “Não existe mais espaço para soluções visivelmente agressivas. Nosso desafio é criar acessos elegantes e discretos, onde a tecnologia esteja presente sem se impor. O conforto, o bem-estar e a percepção de acolhimento são essenciais — mesmo em ambientes com alto controle”, sinaliza Patrícia.

 

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Com projeto de interiores assinado por Patricia Anastassiadis, o Fairmont Rio Copacabana foi inaugurado em 2019 como o primeiro hotel da marca na América Latina. O projeto, um retrofit de um antigo hotel, foi pensado para mostrar aos hóspedes e visitantes o clima fresco e alegre do Rio de Janeiro, criando espaços que proporcionam bem-estar e conforto. Foto: Divulgação.

 

Nos projetos mais avançados, os sistemas de controle de acesso estão tão integrados que desaparecem aos olhos do usuário, mas operam constantemente nos bastidores — com sensores, câmeras, algoritmos e comandos de automação — garantindo segurança sem comprometer a experiência, a estética ou a funcionalidade do espaço. Atenta a isso, os produtos IMAB são desenvolvidos de acordo com a norma NBR 14913, o que garante compatibilidade com portas de medidas padrão, possibilitando a substituição de fechaduras mecânicas por digitais de forma rápida e sem adaptações estruturais. “O design une beleza, performance e personalidade, sendo parte estratégica da experiência do produto, assim como a tecnologia empregada”, informa a gerente da IMAB.

 

E o futuro?

A tendência é que o controle de acesso se torne cada vez mais preditivo, utilizando inteligência artificial e análise de comportamento para identificar padrões e antecipar riscos. Além disso, com a consolidação do conceito de “edifícios inteligentes”, a integração entre segurança, conforto e sustentabilidade será cada vez mais completa.

Para Bruno Moreira, CEO da Construtivo, empresa referência em digitalização de obras e gestão inteligente de edificações, a transformação digital já impacta diretamente o modo como a segurança é implementada. “Estamos vendo a convergência entre BIM, IoT e inteligência artificial aplicada aos sistemas prediais. Um edifício que entende o comportamento do usuário pode antecipar acessos, redirecionar fluxos em tempo real e até ajustar conf igurações conforme o perfil da ocupação naquele horário”, esclarece.

Inclusive, a análise de dados é um avanço significativo no setor. Sistemas modernos registram e interpretam padrões de entrada e saída, apontando anomalias ou sugerindo ajustes operacionais — como ampliar ou reduzir horários de portaria, reprogramar elevadores ou reconfigurar rotas internas em horários de pico. Pura inteligência.

De acordo com o gerente da Atlas Schindler, a marca está em constante desenvolvimento para oferecer o que há de mais moderno no mercado mundial de transporte vertical. “O Schindler Ahead, por exemplo, é uma solução digital que conecta os elevadores, escadas e esteiras rolantes à internet, permitindo o monitoramento remoto dos equipamentos 24 horas por dia, sete dias por semana, realizando assim a coleta de dados que são transformados em informações relevantes, garantindo uma atuação diferenciada. Ahead marca um momento de mudança na mobilidade urbana. Com a digitalização é possível realizar análises de sensores e sintomas, além de contar com a possibilidade de intervenção remota, que permite o restabelecimento do equipamento à distância”, completa Fábio.

Enfim, fica claro que projetar com foco em segurança não é mais apenas uma resposta a riscos — é uma estratégia de valorização do imóvel, de otimização da operação e, sobretudo, de cuidado com a experiência dos usuários. O controle de acesso é, assim, um elo entre arquitetura, tecnologia e qualidade de vida.

 

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Combinando hotel, residências, centro cultural e shopping de luxo, o complexo Cidade Matarazzo, com projeto de Jean Novel com coordenação da Triptyque, no coração de São Paulo, é um exemplo de como o controle de acesso em empreendimentos de uso misto pode ser sofisticado e invisível. Cada zona do complexo possui protocolos distintos de acesso, adaptados ao perfil do usuário (hóspede, morador, visitante ou funcionário). As circulações são separadas fisicamente por estratégias arquitetônicas discretas, como marquises, varandas e passagens controladas, sem criar barreiras visíveis. Toda a gestão ocorre por meio de um centro de comando operacional que integra dados em tempo real com o sistema de segurança. Imagem: Divulgação Triptyque.