ForMóbile destaca tendências apresentadas no Salone del Mobile.Milano 2025

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Fuorisalone reafirmou seu protagonismo como território criativo onde o design è uma linguagem de resistência e reinvenção

 

Entre os dias 8 e 13 de abril, Milão foi palco da 63ª edição do icônico Salone del Mobile.Milano, o maior evento global de design e mobiliário. Com mais de 2 mil expositores de 37 países, a feira apresentou inovações que refletem as transformações do setor e antecipam as demandas do mercado contemporâneo.

Sob o tema “Thought for Humans” (Pensamento para Humanos, em tradução livre), o Salone 2025 enfatizou a criação de ambientes que priorizam o bem-estar e a conexão emocional. Materiais naturais e sustentáveis, como madeiras claras e tecidos recicláveis, dominaram os estandes, evidenciando o compromisso da indústria com práticas ecológicas. As formas orgânicas e curvas suaves em móveis e acessórios reforçaram a busca por harmonia e conforto nos espaços.

A adaptabilidade dos móveis foi uma tendência marcante, com soluções que atendem às necessidades de espaços compactos e multifuncionais. Mesas extensíveis, divisórias que se transformam em estantes e designs modulares refletem a dinâmica da vida contemporânea e a importância da versatilidade no mobiliário.

 

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63ª edição do Salone del Mobile.Milano. Imagem: Juliana Pinheiro.

 

O olhar brasileiro sobre Milão

A ForMóbile – Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira – reforça sua conexão com o design global por meio da ForMóbile Digital, plataforma que acompanha de perto os principais movimentos do setor. Nesta edição do Salone, a colunista Fah Maioli destacou, em seu artigo “Fuorisalone em tempos de glocalização”, uma transformação nas relações entre indivíduos e objetos. Para ela, as marcas compreenderam que, mais do que seguir modismos passageiros, precisam propor peças atemporais e modulares, com significado e propósito. Essa percepção conecta-se diretamente ao comportamento da Geração Z e dos millennials mais jovens, que buscam narrativas envolventes, experiências digitais e peças versáteis, trocando o desejo de posse por uma relação fluida, sensorial e adaptável com o design.

Para além da estética superficial, este evento revelou transformações profundas nas dinâmicas econômicas, comportamentais e psicológicas que estão reconfigurando nossa relação com o design contemporâneo. O momento atual – imerso em crises de todos os tipos – transcendeu o simples lançamento de produtos ou a ocupação de espaços visíveis. Aqui, tratou-se fundamentalmente de comunicar um posicionamento, cultivar conexões genuínas e proporcionar experiências que ressoem com a sensibilidade do público — exatamente o que o Fuorisalone tem possibilitado com maior liberdade e expressividade poética. O objeto de design tornou-se um agente de expressão identitária em constante mutação, refletindo valores sociais emergentes“, pontua Fah Maioli.

 

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63ª edição do Salone del Mobile.Milano. Imagem: Juliana Pinheiro.

 

Conexão com o mercado nacional

As inovações apresentadas em Milão têm impacto direto no mercado brasileiro, especialmente na ForMóbile, que ocorrerá de 30 de junho a 3 de julho de 2026, em São Paulo. O evento é referência na América Latina e reúne os principais players do setor para apresentar tendências, tecnologias e soluções para a indústria moveleira.

O Salone del Mobile.Milano é uma vitrine das tendências que influenciarão o design de móveis nos próximos anos. Na ForMóbile, buscamos trazer essas inovações para o contexto brasileiro, adaptando-as às particularidades do nosso mercado e promovendo o desenvolvimento da indústria nacional“, afirma Tatiano Segalin, show manager da ForMóbile.

A ForMóbile 2026 promete ser um espaço de convergência entre as tendências globais e as necessidades locais, impulsionando a inovação e a competitividade da indústria moveleira brasileira.

Implantação de passarelas entre prédios pode impulsionar revitalização do Centro, segundo Secovi-SP Campinas

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Decreto foi publicado no final do mês de abril pela Prefeitura e abre oportunidade para que Campinas se torne referência na região

 

No dia 30 de abril a Prefeitura de Campinas publicou decreto que regulamenta a implantação de passarelas entre prédios no centro de Campinas-SP. As estruturas, agora autorizadas oficialmente, permitirão a interligação de edifícios por meio de passagens aéreas, voltadas exclusivamente ao uso de pedestres.

Para Carina Cury, diretora de Assuntos Legislativos e Urbanismo Metropolitano da Regional Secovi-SP em Campinas, a medida pode impulsionar a revitalização do centro e atrair novas empresas e novos investimentos, especialmente de clínicas, hospitais, entre outros interesses. “A medida é um benefício urbanístico que trará mais conveniência, acessibilidade e modernização, além de valorizar os imóveis da região”, ressalta Carina.

A norma define que as passarelas devem ter no máximo seis metros de largura e seguir as exigências de acessibilidade. “Há algumas questões muito importantes no decreto, como não permitir superfícies espelhadas, para não refletir e não atrapalhar o trânsito”, destacou.

Carina também comenta que esse modelo é comum em cidades como Nova York, Detroit, Curitiba e São Paulo. “Se for bem-feita e bem planejada, pode ser algo inovador e passível de ser replicado em outros municípios”.

Sobre a possibilidade de aplicação em edifícios existentes, a diretora explica que no caso de um retrofit, se a estrutura suportar, poderia ser feito, desde que siga as normas, como a ABNT NBR 9050. “É importante ressaltar que essas passagens não poderão ter pontos de vendas de produtos, pois serão restritas apenas à circulação das pessoas.”

Carina afirmou que o setor já utiliza esse tipo de estrutura em outros municípios e que o decreto abre oportunidade para que Campinas se torne referência. “A Prefeitura oferece estímulos nesse sentido, e o Secovi-SP apoia o decreto e todas as recomendações que têm sido colocadas para revitalizar o centro da cidade”, afirma a diretora.

A diretoria da Regional Secovi-SP em Campinas, desde sua inauguração, dialoga com os poderes público e privado na região, tornando-se, assim, um importante elo do setor imobiliário. Dentre as inúmeras iniciativas realiza, anualmente, o Encontro do Mercado Imobiliário, importante evento que proporciona informações e dados para a melhoria e desenvolvimento do setor junto aos seus principais representantes e autoridades dos governos Municipal e Estadual.

 

Guia UIA para a Agenda 2030

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A União Internacional de Arquitetos convida arquitetos do mundo todo a participar da seleção de projetos para o Guia de 2026

 

A União Internacional de Arquitetos (UIA), por meio da Comissão dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDGC) das Nações Unidas, convida arquitetos do mundo todo a participar da seleção de projetos para o Guia da UIA de 2026 para a Agenda 2030.

A iniciativa tem como objetivo oferecer uma perspectiva global abrangente sobre a produção arquitetônica, extraindo de diversas geografias e contextos culturais; promover práticas responsáveis ​​em arquitetura, urbanismo e planejamento territorial alinhadas aos ODS; e servir como referência confiável para estudantes, profissionais, formuladores de políticas e educadores em busca de soluções de design sustentáveis ​​e de alta qualidade.

Serão considerados nas categorias Projetos arquitetônicos, Projetos de design e Planos urbanos, paisagísticos e territoriais.

 

ELEGIBILIDADE

  • Arquitetos individuais e coletivos;
  • Escritórios de arquitetura, cooperativas, grupos de pesquisa ou extensão;
  • Órgãos públicos, entidades privadas e ONGs, desde que pelo menos um arquiteto qualificado seja autor ou coordenador técnico.

 

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

  • As propostas a serem submetidas devem estar associadas e responder a pelo menos um dos 17 ODS da ONU por meio de soluções arquitetônicas.
  • Serão selecionadas até cinco (05) das propostas mais votadas em cada um dos 17 ODS.
  • As propostas selecionadas serão incluídas em uma publicação online e impressa, com base nas informações solicitadas na Seção 4 deste edital.
  • O Conselho Editorial terá a prerrogativa de alterar a classificação dos ODS indicada pelo(s) autor(es).
  • O Conselho Editorial reserva-se o direito de selecionar menos de cinco propostas, ou nenhuma, caso considere que nenhum projeto ou plano representa adequadamente os objetivos e metas da Agenda 2030.

 

CRONOGRAMA

Prazo para perguntas: 23 de junho de 2025, 17:00 (CEST)
Prazo final para submissão: 30 de julho de 2025, 17:00 (CEST)
Validação das Propostas: Agosto de 2025
Processo de seleção: setembro-novembro de 2025
Anúncio de Resultados: Dezembro de 2025
Preparação da Publicação: Janeiro-Maio de 2026
Lançamento do Guia: Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2026, Barcelona (28 de junho a 2 de julho de 2026)

 

Para participar, o participante deverá preencher o formulário de inscrição.

Para ler os termos completos de participação, clique aqui.

As perguntas serão respondidas pelo Comitê Organizador por e-mail.

Ponto de encontro paulistano

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O retrofit do Edifício Renata, símbolo da arquitetura modernista, transformou um prédio comercial em um complexo multiuso no centro da cidade

 

Próximo à estação República do metrô de São Paulo (SP) está o Edifício Renata, projeto arquitetônico de Oswaldo Bratke que simboliza a imponência do movimento modernista na década de 1950. Porém, ainda que preserve os elementos vazados da construção original, o edifício hoje está visivelmente renovado – passou de empreendimento comercial a um complexo cultural, gastronômico e residencial, graças ao retrofit encabeçado pelo escritório METRO Arquitetos, comandado por Martin Corullon e Gustavo Cedroni.

 

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A intervenção proposta pela METRO buscou não apenas restaurar o Edifício Renata, como também recuperar um modo de vida tipicamente paulistano, que reúne em um único espaço as mais variadas atividades. Com 7640 m², o edifício conta com apartamentos, que variam de 26 a 240 m², para curta ou longa estadia, restaurantes, bar, café e espaços de eventos, além de áreas de lazer no pavimento intermediário, também acessíveis ao público. A METRO ainda acrescentou áreas condominiais que não existiam no projeto original, como academia, sauna e até mesmo uma piscina, que tem vista privilegiada para o Edifício Copan.

 

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O Parador, localizado no terraço do edifício Renata, emerge como um ponto de encontro que harmoniza o charme de décadas passadas com a efervescência dos novos empreendimentos do centro da cidade. Este espaço multifuncional, dotado de piscina, restaurante e sauna, promete uma experiência única que transcende as expectativas tradicionais. A piscina é a intervenção mais perceptível no retrofit, agregando experiência contemporâneas para os moradores e visitantes.

 

Na arquitetura, apesar da preservação da estética original, houve uma importante melhoria com a instalação de caixilhos recuados das fachadas com cobogós, criando um espaço intermediário avarandado, ensolarado e multifuncional para os residentes.

 

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Os elementos vazados das faces sul e norte foram reproduzidos com o mesmo material da época para substituição das peças quebradiças, assim como os azulejos da face leste.

 

Os interiores também foram projetados pela METRO, com apartamentos que incorporam a simplicidade do modernismo e o minimalismo da marcenaria nipônica. Além disso, a METRO Objetos, braço do escritório focado em design, desenvolveu uma linha de produtos exclusiva para o edifício, como cômodas, estantes, aparadores e mesas de cabeceiras feitas de peças moduláveis, que podem ser adaptadas às demandas dos usuários.

 

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A transformação compreendeu a adaptação das lajes de escritório para criar 93 unidades residenciais de diferentes tipologias (de 25m² a 284m²). A nova configuração valoriza a história do bairro, que possui bons exemplos de edifícios com múltiplas tipologias, como o Copan e o Louvre.

 

O Edifício Renata Sampaio Ferreira foi inaugurado em 1956 e, juntamente a construções como o Copan e o antigo Hilton Hotel, integra um grupo de seis edificações tombadas em 2012 pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) da chamada “São Paulo Moderna”, conjunto urbano de grande valor histórico e arquitetônico no centro da cidade de São Paulo. Em 2024, a METRO Arquitetos recebeu um prêmio da revista britânica The Monocle Design pelo seu trabalho na revitalização do Edifício Renata, na categoria “Melhor Retrofit”.

O edifício é operado pela multinacional Blueground e os apartamentos estão disponíveis para aluguel na plataforma Tabas. As unidades são locadas já mobiliadas, com um mínimo de dois dias de permanência, abrangendo todas as despesas de consumo, aluguel e taxas condominiais. O espaço também está aberto a visitações, especialmente para frequentadores do espaço gastronômico e dos eventos culturais.

 

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Texto: Victor Hugo Felix
Fotos: Fran Parente

Maior estrutura de madeira do mundo é inaugurada no Japão

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Passarela foi idealizada para oferecer uma experiência confortável e prática ao público ao longo dos seis meses de Expo 2025 Osaka

 

Uma imensa passarela circular de madeira com 2 quilômetros de extensão, tornou-se uma das principais atrações da Expo Osaka 2025, no Japão. Projetado pelo escritório Sou Fujimoto Architects, o Grand Ring é a principal via de circulação de visitantes no local da Expo, permitindo um fluxo suave pelo espaço e protegendo as pessoas do vento, da chuva e da luz solar.

Com aproximadamente 2 km de circunferência, esta é a maior estrutura em madeira já construída no mundo. No total, a construção tem uma largura de 30 metros, além de um diâmetro de borda externa de aproximadamente 675 metros, e foi oficialmente certificada como a maior estrutura de madeira do mundo pelo Guinness World Records.

 

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Fotografia: Divulgação Guinness World Records.

 

O método construtivo utilizado combina técnicas modernas com a tradicional técnica japonesa de juntas Nuki. Essa técnica, usada em santuários e templos, permite a união das peças de madeira sem o uso de pregos ou parafusos, reforçando o caráter cultural da obra.

Feito, em sua maioria, de cedro e cipreste japoneses locais, além de uma pequena quantidade de pinheiros escoceses importados, tem como destaque a “Sky Walk”, uma área elevada a 12 metros de altura, decorada com flores, que permite uma visão panorâmica da Expo e de seus arredores.

 

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A organização da Expo afirmou que o Grand Ring simboliza o conceito de “Unidade na Diversidade”, um dos temas centrais do evento. A estrutura, além de funcionar como a principal artéria de tráfego de visitantes, reforça o espírito de integração e respeito às tradições.

Embora tenha sido inicialmente planejado para ser desmontado após o encerramento da Expo em 13 de outubro de 2025, as autoridades japonesas estão avaliando a possibilidade de mantê-lo permanentemente.

 

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Fotografia: Divulgação Expo 2025 Osaka.

 

 

Galeria de Arte André abre exposições dos artistas Augusto Marx e Raquel Taraborelli

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Cerca de 50 obras dos dois pintores fazem parte da nova fase do projeto Monográficas, concebido pelo curador Mario Gioia 

 

Galeria de Arte André abre, no dia 26 de abril, sábado, como parte do projeto Monográficas, duas exposições simultâneas. Monográficas 6 é dedicada a Antonio Augusto Marx (1919-2008), e Monográficas 7, a Raquel Taraborelli (1957-2020). Com curadoria de Mario Goia, as exposições trazem cerca de 30 pinturas de Marx e mais de 20 de Taraborelli. O projeto foi idealizado por Gioia com o objetivo de exibir com mais fôlego a obra de artistas de reconhecido valor (e que, por vezes, estão com visibilidade menos ostensiva dentro do circuito) que se relacionam com a própria história da galeria, já com 66 anos de atividade na cidade de São Paulo. As mostras anteriores do programa foram dedicadas a Carlos Scliar, Enrico Bianco, Iracema Arditi, Armando Sendin e José Moraes.

 

Antonio Augusto Marx

Para o curador Gioia, Antonio Augusto Marx é “indubitavelmente um dos maiores pintores do gênero paisagem na história da arte no Brasil”. Arquiteto e urbanista nascido no Rio de Janeiro e que se radicou em São Paulo, retratou em décadas passadas lugares hoje radicalmente transformados, como Paraisópolis, Diadema e outras paisagens antes rurais e hoje intensamente urbanizadas. Assim, essas obras se tornam “quase uma arqueologia”, segundo Gioia.

Mas a mostra atual não se prende ao tom nostálgico. Apresentar as pinturas de Marx hoje atesta “a persistência de um labor contínuo e que não se prendeu a ondas novidadeiras e superficiais”, afirma o curador. Na Galeria de Arte André, Marx expôs em numerosas coletivas e ganhou individual em 1986, com texto de Jacob Klintowitz.

 

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Diadema acesso à Imigrantes, Antonio Augusto Marx – óleo sobre tela.

 

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Paisagem, Antonio Augusto Marx – óleo sobre tela.

 

Raquel Taraborelli

Nascida em Avaré (SP), Raquel Taraborelli também tem um relacionamento longevo com a Galeria de Arte André, e sua prolífica produção de tom neoimpressionista continua a fazer sucesso entre o público. Para Mario Goia, a força motriz do trabalho da pintora é a harmonia. “Talvez um dos maiores atributos do corpus de obra de Taraborelli tenha sido a fidelidade. Então as numerosas paisagens campestres, as marinhas, os exuberantes e diversos vasos e as portas são abundantes em realização pela pintora”, explica o curador.

Gioia considera a nova exposição uma oportunidade de descobrir novas conexões com outros artistas, inclusive Marx. “Ao examinarmos o recorte de agora, contudo, talvez cenas de mar e o intimismo de dependências cotidianas nos traga elos com outras produções para além do que são citadas com frequência acerca da obra. Ou talvez o apuro das naturezas-mortas de vasos (lembremos o desafio recente imposto por Hockney, por exemplo, para renovar tais registros)”.

 

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Parati, Raquel Taraborelli – óleo sobre tela.

 

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Canto com vista da cozinha, Raquel Taraborelli – óleo sobre tela.

 

Com 66 anos de atuação no circuito das artes, a Galeria de Arte André foi fundada em 1959 pelo romeno André Blau.  É considerada a maior galeria de arte da América Latina, tendo se tornado uma referência no mercado de arte brasileira. Atualmente dirigida por Juliana Blau, a casa ajudou a forjar o mercado de arte no Brasil e passou por diversos endereços até se consolidar na Rua Estados Unidos, entre a Avenida Rebouças e a Alameda Gabriel Monteiro da Silva.

Conhecida pelo seu acervo de esculturas e obras de artistas como Aldemir Martins, Alfredo Volpi, Bruno Giorgi, Carlos Araujo, Carlos Scliar, Cícero Dias, Clóvis Graciano, Di Cavalcanti, Frans Krajcberg, Guignard, Hector Carybé, Manabu Mabe, Orlando Teruz, Roberto Burle Marx, Sonia Ebling e Tomie Ohtake, entre muitos outros, a casa oferece ao público exposições periódicas e projetos educacionais e culturais.

 

Serviço

Abertura das exposições Monográficas 6: Antonio Augusto Marx, e Monográficas 7: Raquel Taraborelli
Dia 26 de abril, sábado, das 11h às 15h
Curadoria: Mario Gioia
Período expositivo: de 26 de abril a 31 de maio de 2025

Eficiência Energética: O Impacto das Pontes Térmicas

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Tecnologia, conhecimento técnico e boas práticas construtivas são aliados fundamentais na busca por edificações mais sustentáveis e eficientes

 

A eficiência energética na construção civil visa reduzir o consumo de energia sem comprometer o conforto dos usuários, por meio de soluções arquitetônicas, sistemas inteligentes e materiais de alta performance. Edificações bem projetadas e executadas não apenas consomem menos, como também agregam valor ao imóvel e contribuem para a mitigação dos impactos ambientais.

A busca por eficiência energética nas edificações ganhou status de prioridade global frente aos desafios das mudanças climáticas. No centro dessa discussão está um vilão silencioso, muitas vezes negligenciado: a ponte térmica. Responsável por perdas significativas de energia e desconforto térmico, esse fenômeno quando há uma interrupção na continuidade do isolamento térmico de um edifício, permitindo que o calor (ou frio) “vaze” por meio de materiais com alta condutividade térmica, como concreto, aço ou alumínio. Segundo estudos técnicos, elas podem representar até 30% das perdas de calor em uma edificação, comprometendo o desempenho de sistemas de climatização e, por consequência, elevando os custos operacionais. Essa falha pode até favorecer o surgimento de condensações e mofo, prejudicando a saúde dos usuários.

Para Tatiane Luz, arquiteta e consultora em conforto ambiental, “a eficiência energética começa no projeto. A eliminação de pontes térmicas deve ser considerada desde a concepção arquitetônica, com detalhamentos precisos e materiais adequados.” Ela destaca o uso de mantas térmicas, blocos isolantes, sistemas de fachada ventilada e o BIM como ferramentas essenciais para prever e mitigar esses pontos críticos.

 

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Imagem termográfica. Fotografia: Divulgação.

 

O combate às pontes térmicas é fundamental em um cenário onde edifícios respondem por cerca de 40% do consumo global de energia, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA). A atenção a esses detalhes construtivos alinha-se aos compromissos climáticos globais e à busca por cidades mais resilientes.

Normas como a ABNT NBR 15575 e os critérios de certificações ambientais, como o LEED e o AQUA-HQE, reforçam a importância da análise térmica dos elementos construtivos. Em muitos países europeus, o controle de pontes térmicas já é obrigatório para obtenção do certificado de eficiência energética.

“Identificar e eliminar as pontes térmicas é essencial em projetos que buscam atingir padrões como o Selo Procel Edifica ou as certificações internacionais LEED e Passive House”, destaca a arquiteta e especialista em eficiência energética Marina Leal. “Trata-se de um detalhe construtivo muitas vezes negligenciado, mas com enorme impacto no desempenho global do edifício”.

Com o avanço de tecnologias construtivas e o amadurecimento do mercado, a expectativa é que o combate às pontes térmicas deixe de ser uma recomendação técnica para se tornar uma premissa básica em qualquer projeto comprometido com desempenho, conforto e sustentabilidade.

 

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Para auxiliar no planejamento, o TerMus BRIDGE é um software para o Cálculo Pontes Térmicas com análise de elementos finitos de acordo com as normas técnicas EN ISO 10211:2017, EN ISO 14683:2008 e EN ISO 13788:2013. Graças à entrada gráfica e ao modelador de cálculo numérico, a ferramenta da ACCA (buildingSMART Multinational Member) permite desenhar estruturas iguais às condições reais e obter resultados confiáveis. Importar detalhes construtivos em formato DXF/DWG para desenhar mais rapidamente qualquer ponte térmica.

O software ainda possui integração com o TerMus PLUS, o software ACCA para análise e simulação energética da construção. A ACCA também é conhecida pela sua BIM collaboration platform equipada com todas as principais ferramentas e recursos para gerenciar o processo BIM.

O BIM pode ter êxito apenas se todos os intervenientes da indústria da construção conseguirem colaborar facilmente para criar e atualizar o modelo de informação. Trabalhamos tendo por objetivo mudar substancialmente o processo BIM para que seja centrado no uso do modelo de informação e não no uso de softwares específicos, como acontece hoje. Acreditamos que o BIM não exista sem o openBIM e transformar o BIM em openBIM® é a nossa missão”, declara Guido Cianciulli, CEO da ACCA software.

 

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Se a ponte térmica é padrão, graças ao Assistente da ACCA é possível selecioná-la em Categoria (EN ISSO 14863), personalizar os dados geométricos e térmicos dela e obter imediatamente o esquema a ser calculado.

 

Tipos mais comuns de pontes térmicas e como resolvê-los

  • Junções parede-chão: Isole a junção entre a parede e o piso usando isolamento contínuo ou adicionando isolamento como uma ruptura térmica.
  • Junções parede-telhado: Certifique-se de que o isolamento é contínuo na junção entre a parede e o telhado. Isso pode ser obtido usando SIPs e ICFs ou detalhando cuidadosamente o isolamento.
  • Molduras de janelas e portas: Escolha caixilhos de janelas e portas com isolamento térmico integrado ou use caixilhos isolados para minimizar a transferência de calor. Além disso, certifique-se de que a instalação de janelas e portas esteja devidamente vedada e isolada para evitar lacunas que possam levar a pontes térmicas.
  • Varandas e Estruturas em Balanço: Use rupturas térmicas estruturais, como conectores de ruptura térmica, para minimizar a transferência de calor entre o interior e o exterior do edifício na varanda ou nas conexões da estrutura em balanço.
  • Penetrações e Aberturas: Isole e vede em torno de penetrações, como tubos, dutos e tomadas elétricas, para evitar pontes térmicas. Considere o uso de tubos e dutos pré-isolados ou a adição de isolamento ao redor das penetrações.
  • Estrutura de aço e metal: Estruturas de aço e metal podem criar pontes térmicas significativas. Considere o uso de materiais de estrutura alternativos, como madeira ou painéis de metal isolados, para mitigar isso. Se for necessária estrutura de aço ou metal, considere adicionar isolamento contínuo externo para minimizar as pontes térmicas.

 

Ativos para a cidade

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Bem integrados ao espaço público, empreendimentos com fachada ativa qualificam a experiência de morar e valorizam a circulação urbana, privilegiando acessos e melhorando a qualidade de vida local.

 

Edifícios com pavimento térreo destinado a comércios, serviços, espaços culturais e livre circulação configuram um modelo de empreendimento cada vez mais crescente, que promove valorizar o espaço público e a convivência entre as pessoas, prevendo interação ativa com o espaço urbano ao seu redor.

Apesar de não ser uma novidade – vide o Conjunto Nacional, projetado pelo arquiteto David Libeskind, e o Copan, assinado por Oscar Niemeyer, ambos em São Paulo – foi em 2014 que o novo Plano Diretor passou a estimular o recurso urbanístico das fachadas ativas ao torná-las áreas não computáveis nos novos empreendimentos, fomentando assim um novo desenho urbano e transformando a maneira como as pessoas circulam e se veem no espaço público. Não somente, ao inserir fachadas ativas em um empreendimento, a incorporadora ganha o benefício de mais área, lucrando ainda com a venda ou aluguel dos imóveis que ocupam o térreo do edifício, estimulando o comércio qualificado.

Não à toa, trazer às calçadas lojas, restaurantes, mercados, farmácias e galerias, é algo que se alinha à ideia da “Cidade de 15 minutos”, um dos grandes conceitos do urbanismo atual, criado pelo pensador franco-colombiano Carlos Moreno. Resumidamente, significa planejar o tecido urbano de maneira que os habitantes encontrem o que precisam (escola, trabalho, serviços, compras, lazer) a uma distância de 15 minutos a pé ou de bicicleta. Ainda, a facilidade de acesso à serviços essenciais diminui a necessidade do carro, algo que vai de encontro a sustentabilidade e impacta diretamente a qualidade de vida urbana.

 

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O térreo permeável ao pedestre do ARQ Vila Mariana by You com projeto da Perkins&Will, propõe a releitura de uma praça pública, mais resguardada por oferecer abrigo da chuva. Com abundante ventilação natural, bancos e canteiros, o espaço recebeu uma arquibancada que serve de passagem e de espaço de permanência. Fotografia: Pedro Mascaro.

 

Outro aspecto crucial que se destaca nas ruas com edifícios que possuem fachadas ativas é a qualidade do caminhar. Calçadas largas, arborizadas ou sombreadas, valorizadas como espaços de interação e descanso, trazem benefícios para a saúde pública, estimula o comércio local e reforça a identidade de bairros urbanos, além de contribuir para uma experiência mais aprazível, incentivando a convivência e proporcionando um refúgio em meio ao cenário urbano.

O fomento a presença contínua de transeuntes é também uma crítica aos conceitos modernistas predominantes nos anos 1960, que defendiam a construção de edifícios elevados sobre pilotis, recuados e murados, de modo que os espaços públicos permeassem toda, e somente, a vizinhança. A escritora e ativista social norte-americana Jane Jacobs é referência quando o assunto é o desenho dos municípios e em seu livro Morte e Vida de Grandes Cidades (1961) defende construções que permitam o contato visual entre seus interiores e os espaços públicos, possibilitando a atuação dos “olhos das ruas”: observadores urbanos que exercem uma forma de vigilância natural sobre as atividades locais, gerando maior segurança uma vez que desencoraja confrontos e distúrbios graças a sua presença ativa e circulação dinâmica.

 

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O Passeio Paulista, edifício de uso misto assinado pelo escritório aflalo/Gasperini, com foco nas diretrizes Triple A – qualidade de vida, sustentabilidade e bem-estar – uniu o centro de São Paulo e ressignificou o deslocamento por essa região. A praça arborizada no térreo do empreendimento liga a rua da Consolação à rua da Bela Cintra, construindo um ambiente que favorece a fruição urbana, inovador, democrático e ligado às artes. Fotografia: Daniel Ducci.

 

Dentre incorporadoras que inovaram e viraram uma tendência de mercado, a Idea!Zarvos revolucionou o cenário urbano ao apostar justamente em prédios residenciais e corporativos que miram um consumidor que valoriza a qualidade arquitetônica e a relação do edifício com o entorno, sendo responsável pela idealização de empreendimentos emblemáticos com alto potencial de valorização, de projetos únicos assinados por arquitetos e escritórios premiados, como Isay Weinfeld, Marcio Kogan, Nitsche Arquitetos, Andrade Morettin, FGMF, Jacobsen, Gustavo Utrabo e Carvalho Araújo.

“Fachadas ativas são um valor e uma prioridade para a Idea!Zarvos, mesmo antes de serem formalizadas no Plano Diretor em 2014. Essa é uma das formas que arquitetura pode contribuir para uma cidade mais generosa e humana”, explica Otavio Zarvos, sócio fundador da incorporadora. O pioneirismo, inclusive, é marca registrada de Otavio: foi dele a ideia de incluir a relação com a cidade nos croquis dos projetos, solicitando aos colaboradores que os prédios com a sua marca fossem bonitos, funcionais e gentis com o entorno imediato. “Vale destacar que as fachadas ativas contribuem para a vitalidade urbana, uma vez que ajudam a manter a cidade viva e fortalecem a comunidade. Esses espaços incentivam a inclusão social ao proporcionar pontos de encontro acessíveis para diferentes grupos da sociedade”, contextualiza Zarvos.

 

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Localizado no Itaim Bibi, um dos bairros mais desejados de cidade, o Damata, décimo primeiro empreendimento concebido por Isay Weinfeld para a Idea!Zarvos, está estrategicamente situado numa região que abraça o epicentro comercial e financeiro da cidade. Além disso, faz parte do importante circuito gastronômico do país e está próximo das principais instituições de ensino. O projeto contempla uma grande praça pública que se integra harmoniosamente à cidade, formando uma fachada dinâmica propícia para a instalação de lojas e restaurantes. Uma contribuição valiosa para o enriquecimento do bairro. Imagens: Cortesia Idea!Zarvos.