Projetos acústicos ganham protagonismo em restaurantes ao equilibrar som, conforto e estética, elevando a experiência gastronômica
Em projetos arquitetônicos contemporâneos, o conforto acústico tem ganhado cada vez mais espaço como um dos pilares do bem-estar e da experiência do usuário. Assim como a iluminação, o layout e a temperatura, o som — ou sua ausência — interfere diretamente na forma como as pessoas percebem e vivenciam um ambiente. Em espaços coletivos, como escritórios, escolas e, especialmente, restaurantes, o controle do ruído é fundamental para garantir conforto, funcionalidade e qualidade na permanência.
Nos restaurantes, o desafio é ainda mais delicado. São espaços onde a socialização e o prazer sensorial se encontram, e o som precisa estar em harmonia com a proposta do lugar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível sonoro ideal para ambientes internos voltados à convivência e à alimentação deve ficar abaixo de 55 decibéis (dB). Acima desse valor, o ruído começa a gerar desconforto, dificultando a comunicação e provocando estresse. No entanto, pesquisas apontam que muitos restaurantes urbanos operam rotineiramente em níveis entre 70 e 80 dB, comparáveis ao barulho constante de um aspirador de pó.
O tratamento acústico surge, portanto, como um aliado essencial na arquitetura contemporânea. Ele vai além do simples isolamento de ruídos externos: envolve a absorção, difusão e controle do som dentro do espaço. O objetivo é equilibrar a reverberação — o tempo que o som leva para se dissipar —, tornando o ambiente mais agradável e promovendo uma comunicação clara, sem esforço auditivo.
Neste restaurante contemporâneo, os baffles acústicos da linha Form, da Trisoft, criam um efeito visual impactante, lembrando estalactites flutuando no teto. Além do apelo estético, os elementos cumprem seu papel técnico com excelência, absorvendo sons e controlando a reverberação. Divulgação Trisoft.
Aliando design, desempenho e sustentabilidade em soluções personalizadas, a Trisoft, referência em soluções acústicas e termoacústicas sustentáveis, tem sido parceira essencial do setor nessa jornada. Seus produtos são feitos com lã de PET reciclada, um material 100% reciclável, livre de aditivos químicos, hipoalergênico e atóxico. Uma escolha consciente para projetos que valorizam não apenas o hoje, mas também o futuro. Se acordo com a marca, o segredo está no equilíbrio entre absorção e difusão, controlando a energia sonora sem eliminar a vitalidade do ambiente.
No Restaurante Nagui, o destaque vai para a composição de escamas acústicas da linha Revest Form e o Tech Felt colado no teto, que além de decorarem a parede com elegância, controlam a propagação do som na área de convivência. O resultado é um espaço aconchegante, sofisticado e funcional. Divulgação Trisoft.
Neste projeto, a solução veio em forma de arte. Os quadros decorativos que revestem a parede do Restaurante Santiago são feitos com o Revest Decor Trisoft, unindo design autoral com absorção sonora eficiente. Um exemplo elegante de como a acústica pode se integrar à identidade visual do espaço. Divulgação Trisoft.
Além do conforto auditivo, o tratamento acústico em restaurantes também reflete em saúde e bem-estar. Estudos da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica) e do Centro de Estudos do Ruído Urbano (USP) indicam que a exposição prolongada a ruídos acima de 70 dB pode causar aumento da frequência cardíaca, irritabilidade, fadiga e até redução na percepção de sabores e aromas — fatores que comprometem diretamente a experiência gastronômica. Para funcionários, os riscos vão além: trabalhar por horas em ambientes ruidosos pode causar perda auditiva gradual e sobrecarga cognitiva.
Mais do que eliminar ruídos, o tratamento acústico é uma ferramenta de design sensorial que transforma o espaço em uma experiência completa, onde som, luz e textura trabalham juntos para despertar sensações. Em restaurantes, ele é o ingrediente invisível que permite saborear cada momento com tranquilidade.
Em um bar conhecido pelo agito e pelos bons drinks, o desafio era garantir que a conversa fluísse sem ruídos excessivos. A solução? Nuvens acústicas coladas ao teto, que absorvem o excesso de som e mantêm a energia do ambiente sob controle — sem interferir no visual moderno do projeto. Divulgação Trisoft.
Residência reflete as novas dinâmicas de uma moradia contemporânea e a busca por uma vida mais integrada à natureza
Com a proposta de preservar o verde existente e conceber uma residência compacta e eficiente, o escritório Laurent Troost Architectures assina a Casa Pupunha, situada em um condomínio na zona oeste de Manaus, vizinho a uma área de proteção ambiental permanente. O nome faz alusão à palmeira pupunha que domina o centro do lote — preservada ao longo de toda a obra — e às demais exemplares plantados ao redor, elementos que se tornaram parte essencial do conceito arquitetônico e paisagístico, este assinado por Hana Eto Gall.
Atendendo ao desejo dos proprietários de manter a vegetação original e otimizar os espaços, o projeto foi implantado em dois terrenos de 250 m² cada. A solução estrutural partiu da criação de uma “casa-ponte”, apoiada sobre dois blocos laterais de concreto armado, que concentram as áreas molhadas e técnicas da residência. Essa estratégia possibilitou liberar completamente o espaço central do térreo, resultando em um vão livre generoso, marcado pela integração com o entorno e pela ventilação cruzada permanente
O pavimento térreo concentra as áreas sociais, de serviço e lazer, abertas para o jardim frontal e para a área verde dos fundos, aproveitando ao máximo os visuais do entorno. A cobertura adota um telhado de duas águas, cuja forma favorece a criação de um colchão de ar natural, contribuindo para o desempenho térmico da residência. Seguindo a premissa de baixo impacto ambiental, a obra dispensou qualquer tipo de terraplenagem, preservando o relevo original do terreno.
Na fachada lateral, uma parede flutuante de tijolos cerâmicos artesanais funciona como brise, protegendo o corredor dos quartos, a biblioteca, o banheiro e a suíte master da insolação da tarde e permitindo a entrada de luz filtrada e ventilação constante.
A proposta foi transformar o jardim em protagonista, diminuindo os limites entre vegetação natural e arquitetura. Ao centro, a palmeira pupunha atravessa a construção e se integra ao paisagismo, complementado por espécies frutíferas e trepadeiras que suavizam a arquitetura e ampliam o vínculo com a natureza. Na área frontal, um espelho d’água atua como elemento de transição entre o espaço público e o privado, convidando o olhar e reforçando a atmosfera de serenidade que permeia toda a casa.
Com irrigação automatizada e implantação que respeita o terreno e o ecossistema, a Casa Pupunha reforça a ideia de uma casa que flutua sobre o verde. Isso também se traduz na escolha das espécies, que priorizou plantas nativas e adaptadas ao clima amazônico, como Calatheas, Alocasias, Heliconias, bananeiras e palmeiras.
Obras de artistas brasileiros e internacionais serão apresentadas em espaços de mídia out-of-home em diversas capitais do país
Uma das maiores exposições de arte pública do mundo chega ao Brasil. Sob o tema “Não é fácil ser verde”, o projeto The Gallery traz obras de 16 artistas do Brasil, do Reino Unido e de outros sete países a centenas de painéis e telas de publicidade digitais espalhadas por São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre e Belém, sede da COP30, além de Londres, Margate, Dorking, Manchester, Edimburgo, Belfast, Inverness, Newcastle, Liverpool, Bristol, Exeter, Bournemouth, Cornwall e outras regiões no Reino Unido.
Ao ocupar espaços públicos originalmente dedicados à publicidade, a mostra provoca uma reflexão coletiva sobre a crise climática. The Gallery leva a arte para os lugares onde as pessoas vivem, trabalham e circulam diariamente, transformando ruas e avenidas em museus sem paredes, convidando milhões de pessoas a refletirem sobre responsabilidade social e ambiental.
A exposição poderá ser vista pelo público brasileiro de 14 de outubro a 18 de novembro e faz parte do Ano Cultural Brasil/Reino Unido 2025-26, promovido pelo British Council, organização internacional do Reino Unido para relações culturais e educacionais, em parceria com o Instituto Guimarães Rosa, o órgão de diplomacia cultural e educacional do governo brasileiro. A mostra britânica se iniciou em 7 de outubro e as obras ficarão disponíveis em espaços públicos de mais de 13 cidades até 4 de novembro.
The Gallery apresenta obras de Ackroyd & Harvey (Reino Unido), Ed Hawkins (Reino Unido), Hayden Kays (Reino Unido), Thiago Rocha Pitta (Brasil), Yinka Shonibare CBE RA (Reino Unido), Arnolt Smead (Holanda/Reino Unido), Uýra Sodoma (Brasil), Hannah Starkey (Reino Unido), Olinda Tupinambá (Brasil), Justin Brice Guariglia (EUA), Muhammad Amdad Hossain (Bangladesh), Chris Jordan (EUA), Deepak Kathait (Índia), The Krank (Grécia), Venâncio Evensen Ulombe (Angola) e Vanessa Wagneur (Bélgica). As obras transitam entre fotografia, performance, escultura, land art e visualização de dados, oferecendo múltiplas perspectivas sobre a emergência climática.
“O Ano Cultural Brasil/Reino Unido é uma celebração do processo criativo que olha para como a cultura é desenvolvida, compartilhada e vivenciada pelas pessoas em todos os lugares. Poucos projetos traduzem tão bem a ideia de que a arte é para todos quanto The Gallery. Após seu sucesso no Reino Unido, agora é a vez do Brasil”, afirma Tom Birtwistle, Diretor do British Council no Brasil. “É inspirador saber que milhões de pessoas, em centenas de locais no Brasil e Reino Unido, terão a oportunidade de refletir coletivamente sobre um tema tão importante quanto a crise climática, motivadas pelo poder da arte pública”, completa.
A curadoria é de Bakul Patki, que destaca a diversidade das respostas artísticas ao tema: “Seja por meio da raiva, resiliência, ironia ou tristeza, cada obra oferece uma perspectiva distinta sobre esse desafio complexo e global. Estou animada e energizada por ver essas criações ganhando o mundo, ocupando o espaço público que lhes pertence, despertando conversas e provocando reflexões nos lugares do dia a dia”.
Serviço
Exposição:The Gallery – Ano Cultural Brasil/Reino Unido 2025–26 Datas: 14 de outubro a 18 de novembro de 2025 (Brasil) | 7 de outubro a 3 de novembro de 2025 (Reino Unido) Locais: painéis e telas digitais em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Manaus, e Belém. Acesso: gratuito, em espaço público. Coleção permanente online: https://thegallery.org.uk/pt-br/
Unindo design, conforto e tecnologia, banheiras ganham protagonismo em projetos que tratam a sala de banho como espaço de saúde e bem-estar
A água atua como um poderoso elemento de reconexão e renovação, capaz de restaurar o equilíbrio físico, mental e emocional. Mais do que um gesto de higiene, o banho tornou-se sinônimo de pausa, autocuidado e qualidade de vida. Em meio à rotina acelerada, o ato de mergulhar em uma banheira ganha novo significado: é um convite ao relaxamento, à desaceleração e ao resgate de rituais ancestrais de bem-estar.
No universo da arquitetura e do design de interiores, as banheiras se transformam em peças centrais do projeto, unindo estética, conforto e tecnologia. Entre preocupações com sustentabilidade, inovação em materiais e a busca por experiências sensoriais mais completas, fabricantes do setor se reinventam e conquistam um espaço de protagonismo no banheiro contemporâneo.
Hoje, cromoterapia, aromaterapia e até aquecimento inteligente da água ampliam a experiência sensorial. A combinação desses recursos cria ambientes que se aproximam de um spa particular, onde luz, aromas e temperatura se ajustam às necessidades de cada usuário. O design ergonômico também evoluiu: formatos anatômicos, assentos integrados e bordas suaves garantem conforto absoluto durante a imersão.
Saúde e relaxamento
O banho de imersão resgata tradições ancestrais — dos banhos termais romanos às práticas orientais — e traz benefícios reconhecidos para corpo e mente. A água aquecida relaxa a musculatura, ajuda na circulação, alivia tensões físicas e mentais, além de favorecer a qualidade do sono. Em tempos em que práticas de autocuidado se consolidam como tendência global, o banho passa a ser encarado como um ritual essencial do viver bem.
E se antes ficavam discretas em um canto, hoje ocupam posições centrais em suítes master, áreas de spa residenciais e até em hotéis que apostam na experiência do hóspede como diferencial. A variedade de formatos, acabamentos e cores permite personalização total, tornando cada peça um elemento de identidade no ambiente. Ao lado de duchas tecnológicas, revestimentos sensoriais e iluminação cênica, a banheira de imersão se transforma em símbolo de um novo estilo de vida.
Segundo Adriana Cabral, gerente comercial da Sabbia, referência nacional na fabricação de banheiras de imersão, a marca trabalha com compostos minerais de alta resistência, materiais naturalmente isolantes, duráveis e de toque agradável, que ajudam a manter a temperatura da água por mais tempo. “Nossas tecnologias exclusivas são o Duraquartz e o Duramatt, ambas desenvolvidas para garantir alto desempenho, durabilidade e sofisticação, oferecendo uma estética sólida e elegante”, comenta Adriana à CM.
Inspirada no charme de Búzios, a nova banheira Sabbia combina leveza, conforto e design sofisticado. A Banheira Búzios nasce desse propósito: oferecer uma experiência de imersão que traduz o equilíbrio entre leveza e aconchego, entre o toque do design contemporâneo e a serenidade da natureza. Foto: Divulgação.
Do ponto de vista emocional, o banho de imersão é também uma prática de autocuidado e pausa mental. Um estudo publicado no Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine (2018) mostrou que o hábito regular de banhos termais e de imersão está associado à redução de sintomas de ansiedade e fadiga, além de aumento na sensação de bem-estar e melhora do humor.
Já a Crioterapia, uma técnica que utiliza o banho de imersão em água em temperaturas muito baixas, auxilia na redução da dor, inflamação e rigidez muscular. O fisioterapeuta Leonardo Goés explica que “a aplicação controlada de frio ajuda na recuperação de lesões e diminui o desconforto muscular após exercícios”.
“Ainda que cada organismo reaja de forma diferente, o banho de imersão pode ser um importante aliado em rotinas de autocuidado, relaxamento, recuperação muscular e equilíbrio físico e mental”, pontua Adriana. E completa: “A banheira de imersão deixou de ser exclusividade de spas e resorts para se tornar um símbolo de bem-estar e refúgio particular. Hoje, vemos uma demanda crescente tanto em residências quanto em hotéis e spas, impulsionada pelo desejo das pessoas de desacelerar e valorizar momentos de autocuidado”.
A Tecnologia da água
Sinônimo de luxo restrito a hotéis e spas, a banheira de hidromassagem é um equipamento de conforto. Na era do autocuidado, a hidro alia tradição e tecnologia. Com sistemas inteligentes de jatos direcionáveis, controle digital de temperatura e até cromoterapia integrada, ela transforma o banho em uma experiência multissensorial.
Outro destaque está na versatilidade de uso e instalação. As banheiras podem acomodar duas ou mais pessoas, criando um ambiente de convivência e relaxamento compartilhado, ideal para experiências em casal, momentos de lazer ou mesmo para pequenos encontros sociais. Além disso, a possibilidade de instalação em áreas externas — como varandas, terraços e jardins — aproxima ainda mais o ritual do banho da natureza. Integradas ao paisagismo ou próximas à piscina, elas ampliam a sensação de liberdade e bem-estar, transformando o espaço em um verdadeiro spa a céu aberto.
No campo do design, as novas coleções combinam ergonomia e estética minimalista, com formatos orgânicos e acabamentos sofisticados — do acrílico premium às superfícies minerais e sustentáveis.
De acordo com a Pretty Jet, fabricante nacional especializada em soluções para banho de alto padrão, a hidromassagem é reconhecida como uma terapia auxiliar eficaz na recuperação física. “Temos o verdadeiro assento anatômico, com design ergonômico que é fundamental para garantir conforto e eficácia terapêutica. Pesquisas indicam que a aplicação de jatos de água morna pode melhorar a recuperação muscular pós-exercício, reduzindo a fadiga percebida e parâmetros cardiovasculares. Além disso, a hidromassagem tem sido utilizada no tratamento de condições como insuficiência venosa crônica”, explicam os representantes da marca.
O deck de madeira sustenta uma banheira de hidromassagem embutida nessa cobertura executada pela arquiteta Cristiane Schiavoni. Foto: Carlos Piratininga.
Muitas versões contam com recursos de automação residencial, conectividade via app e iluminação cênica ajustável, que reforçam a atmosfera de spa dentro de casa, desde a integração com a alexa, até o acionamento pelo celular a longa distância. “A integração com automação residencial para cenas e rotinas alinhan o banheiro ao restante da casa inteligente”, ressaltam os representantes. E completam: “entregamos soluções personalizadas para layouts contemporâneos. Somos a única empresa que tem os produtos com o certificado de segurança do Inmetro, com ergonomia e apoios para todas as idades — do atleta à pessoa idosa — favorecendo autonomia e prevenção de quedas”.
Outro destaque é a atenção crescente à eficiência energética e ao uso racional da água. Fabricantes investem em tecnologias de recirculação, aquecimento otimizado e isolamento térmico, que reduzem o consumo sem comprometer a experiência. A economia de água de fato se dá por alguns fatores: redução no uso de químicos agressivos que demandam trocas frequentes, melhor retenção da qualidade da água por mais tempo, filtragem eficiente, sistemas que evitam desperdícios (como drenagens automáticas e tubulações que não retêm água residual).
Há também tecnologias como drenagem automática de tubulações, que evita que água fique retida em canos, reduzindo riscos de crescimento biológico. A Jacuzzi®, multinacional referência global em produtos de bem-estar, relaxamento e tecnologia da água, utiliza sistemas como Active Oxygen™ via CLEARRAY® (que combina ozônio + UV-C), filtros multiescalares, tiras de filtragem ProCatch™, etc. Eles ajudam a manter a água limpa, clarificada e com contaminação reduzida.
Com soluções que equilibram design, eficiência e consciência ambiental, essas empresas mostram que é possível transformar o banho em uma experiência sensorial completa — um momento de pausa, conforto e renovação, em sintonia com os novos hábitos de morar e autocuidado.
A combinação de soluções naturais e tecnológicas cria uma atmosfera estável, que favorece o equilíbrio fisiológico e emocional em projetos que primam pelo bem-estar
Na arquitetura do bem-estar, o conforto térmico é um dos pilares fundamentais. Ele vai além da temperatura ideal: envolve sensação, acolhimento e saúde. Um ambiente equilibrado termicamente promove relaxamento, melhora o humor, favorece o sono e estimula a produtividade. Por isso, paisagismo e tecnologia vêm se tornando aliados estratégicos para criar espaços que se adaptam às estações e às sensibilidades humanas.
O paisagismo, nesse contexto, é a primeira camada de conforto. As plantas agem como filtros vivos, regulando naturalmente a temperatura e a umidade do ar. Árvores e jardins verticais protegem fachadas da radiação solar direta, enquanto espécies tropicais em varandas e interiores ajudam a refrescar o ambiente e a manter a sensação de leveza. Além de seu papel estético e simbólico, o verde contribui para a bioclimatização natural, criando uma transição suave entre dentro e fora.
Já paisagismo urbano desempenha papel estratégico na construção do conforto térmico e do bem-estar nas cidades. Árvores em calçadas, praças sombreadas, jardins de ruas e telhados verdes ajudam a reduzir a ilha de calor urbana, filtrando a radiação solar e refrescando o ar ambiente. Além da regulação térmica, esses espaços verdes proporcionam sensação de alívio e conexão com a natureza, criando microclimas agradáveis mesmo em meio ao concreto e ao tráfego.
O paisagismo é protagonista no complexo Matarazzo: conecta construções históricas e contemporâneas por meio de jardins densos, áreas de convivência e recantos de contemplação. Fotografia: Edu Castello.
O projeto paisagístico do complexo de uso misto Cidade Matarazzo, assinado pelo escritório Benedito Abbud Arquitetura Paisagística, teve como desafio equalizar a paisagem de um conjunto arquitetônico heterogêneo, composto por edificações do início do século XX e novas construções de diferentes tipologias. De acordo com o escritório, o projeto, que integrou quase mil árvores e espécies selecionadas, foi responsável por costurar espaços fragmentados, criando áreas de convívio, lazer e contemplação em meio a vegetação exuberante.
Fotografia: Edu Castello.
Quando o clima exige mais controle, entram em cena os recursos tecnológicos. O ar-condicionado de nova geração evoluiu para ser mais do que um aparelho de resfriamento: hoje, ele é sinônimo de bem-estar inteligente. Modelos com sensores de presença, filtros purificadores e sistemas inverter permitem climatizar de forma eficiente e sustentável, garantindo temperatura agradável com menor consumo energético e melhor qualidade do ar.
Para auxiliar na escolha quando o assunto é ar-condicionado, a Daikin Brasil criou o projeto Concept Store Daikin, com espaços desenhados que permitem ao cliente uma experiência completa de conforto e conectividade. Deivid Oliveira, Coordenador de Marketing da Daikin, explica que o investimento tem o intuito de facilitar a tomada de decisão do cliente. “Queremos que o cliente adquira seu sistema de climatização com consciência. Sabemos que, ao ter a experiência na prática e a oportunidade de tirar quaisquer dúvidas, ele vai não só entender funcionalidades, mas compreender necessidades de instalação e manutenção que vão guiar sua compra, sem desperdiçar seu investimento”, afirma o coordenador.
Vivenciar uma Concept Store Daikin é uma oportunidade para o cliente saber com segurança qual a melhor opção de acordo com suas necessidades. Fotografia: Divulgação.
Já o aquecedor, seja a gás, elétrico ou integrado ao sistema de climatização, completa o ciclo de conforto térmico. Banheiros aquecidos e sistemas híbridos capazes de alternar entre frio e calor revelam como o design contemporâneo busca bem-estar sob medida, adaptando-se ao ritmo e às sensações de quem habita o espaço.
Importante também destacar a importância, em eficiência energética, dos sistemas relativos a coletores solares para aquecimento da água. De acordo com o gerente de marketing da Rinnai, Leonardo Abreu, o “aquecimento de água é uma atividade que demanda uma quantidade considerável de energia e está ligada a algumas das mais importantes necessidades diárias das pessoas. Sistemas de aquecimento de água devem ser capazes de fornecer a quantidade de água demandada, à temperatura requerida, com o menor consumo energético possível e dentro de parâmetros de segurança adequados. Um sistema que utiliza energia solar tem potencial para ser a solução mais eficiente, quando bem dimensionado, projetado e instalado, afinal, o sol é uma fonte energética renovável e gratuita e a recuperação do investimento em equipamentos e serviços é quantificável”.
Juntas, essas estratégias criam ambientes que equilibram corpo e mente, promovendo saúde, produtividade e qualidade de vida. O cuidado com o ar que respiramos, a temperatura que sentimos e a harmonia que nos cerca deixa de ser luxo e se consolida como elemento essencial da arquitetura contemporânea voltada para o bem-estar.
Caracterizado por sua pintura seletiva a base de titânio que potencializa a absorção dos raios solares, o Coletor Titanium Plus XE da Rinnai tem estrutura feita em alumínio, vidro tem¬perado prismático de alto rendimento e isolamento térmico, aumentando o seu potencial de aquecimento. Fotografia: Divulgação.
Inspiradas na canção “Roda Viva”, de Chico Buarque, as novas peças traduzem o valor do tempo em formas que unem delicadeza e movimento
O tempo gira, avança, roda, escapa. É breve e, ao mesmo tempo, eterno. Desse sopro entre o efêmero e o permanente nasceu a Coleção Instante, fruto da colaboração entre três nomes que traduzem diferentes dimensões do design brasileiro contemporâneo.
Da dua.dsg vem o olhar autoral e digital, que transforma conceito em forma; da Una Ambientes, a tradição artesanal que molda a argila com sensibilidade e técnica apurada; e da By Poli, a experimentação e a inovação em resina de poliéster, trabalhada manualmente em cada detalhe. Juntas, as marcas dão corpo a uma coleção que une matéria e simbolismo, tecnologia e gesto, solidez e leveza.
Inspirados na potência poética da canção “Roda Viva”, de Chico Buarque, os vasos e centros de mesa refletem sobre a passagem do tempo, sua relação com a liberdade, a memória e o movimento. Se, nos anos 1960, a música ecoava a ausência de liberdade sob uma ditadura explícita, hoje sua melodia ressoa nas micro ditaduras invisíveis que permeiam a vida cotidiana — a obrigação de corresponder, justificar, explicar escolhas e desejos.
A coleção surge, assim, como um manifesto silencioso, uma ode à reconexão com o que é verdadeiramente precioso. Cada peça é um suspiro de liberdade, um instante suspenso entre memória e movimento, um convite para brincar com o tempo e perceber que, embora efêmero, ele guarda em si toda a eternidade.
O tempo como forma
Instante apresenta três linhas de objetos autorais concebidos pelos designers Ále Alvarenga, Marina Grapiuna e Tetê Moreira, da dua.dsg; materializados em argila por meio de uma técnica egípcia milenar de fabricação, estudada, aprimorada e patenteada por Alessandra Busto, da Una Ambientes; e finalizados com a aplicação da resina de poliéster da By Poli, que acrescenta precisão, leveza e acabamento artesanal às peças. A colaboração entre as marcas traduz um encontro de saberes — design, argila e resina —, que se complementam em equilíbrio e expressão. Confira!
Rodamoinho
Disponíveis em três versões, os vasos e centros de mesa exploram a cerâmica revestida na textura Recife e a resina de poliéster como base. São redemoinhos que materializam o fluxo contínuo do tempo, sempre em transformação.
Roda Pião
Disponíveis em dois tamanhos, os centros de mesa, que combinam cerâmica revestida na textura Areia Oceano e hastes de resina transparente, evocam a infância, o brincar e o prazer de contemplar o tempo em movimento.
Tempo
Disponíveis em duas versões, os vasos e centros de mesa cristalizam um instante, onde galhos carbonizados repousam eternos dentro de resina âmbar ou transparente, transformando a memória da natureza em poesia tangível.
O manifesto do movimento
Quando não se brinca com o tempo, ele congela, mas, ao permitir o jogo, percebe-se que a vida é feita de instantes fugazes e preciosos. Instante convida a viver o movimento, acolher a impermanência e descobrir no efêmero sua verdadeira beleza.
Entre resina e cerâmica, transparência e textura, formas lúdicas e memórias suspensas, a coleção transcende o design e se transforma em poema silencioso, um convite à liberdade de existir, sentir e habitar cada momento.
O tempo passa e, ainda assim, o instante, vivido em plenitude, permanece, girando leve e eterno, como um sussurro que habita o presente.
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
Canção “Roda Viva”, de Chico Buarque
Inaugurada em 2025, obra de forte simbolismo transforma o local em um espaço de memória, reflexão e resistência coletiva
Seis anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Minas Gerais, o Memorial Brumadinho foi inaugurado, em 25 de janeiro de 2025. Projetado pelo escritório Gustavo Penna Arquiteto & Associados (GPA&A) e erguido no próprio cenário da tragédia, o espaço foi concebido em colaboração com os familiares das vítimas, com o propósito de preservar memórias, acolher o luto e promover a reflexão sobre o ocorrido.
A obra, que abriga um bosque com 272 ipês amarelos (plantados em homenagem a cada uma das vítimas fatais), um espaço meditativo, uma escultura-monumento, uma drusa de cristais, duas salas de exposição (Memória e Testemunho), além de um espaço dedicado à guarda digna e honrosa dos segmentos corpóreos das vítimas, foi contemplada recentemente com o prêmio internacional Architecture Hunter Awards 2025, na categoria Projeto Social. O projeto já integrou como finalista no Dezeen Awards 2024, um reconhecimento que também reflete a relevância do trabalho realizado pelo escritório em nível internacional.
A entrada conta com um pavilhão de concreto pigmentado com rejeitos da mineração, que remete às consequências do rompimento. No interior, uma drusa de cristais simboliza as vítimas, chamadas de “joias” por seus familiares. No dia 25 de janeiro, às 12h28, um feixe de luz atravessa o espaço e ilumina os cristais, marcando o momento exato da tragédia.
O percurso principal consiste em uma fenda de 230 metros, direcionada ao ponto do rompimento da barragem. Ao longo do trajeto, os nomes das 272 vítimas estão gravados nas paredes laterais. No ponto central, uma escultura quadrada de 11m x 11m se eleva como uma cabeça suspensa sobre o percurso. Sua forma inclinada e instável representa a fragilidade da condição humana diante da tragédia. De seus olhos geométricos, a água escorre pelas paredes de concreto, formando um véu líquido. Esse fluxo segue até um espelho d’água sob um mirante, onde a paisagem transformada pelo desastre pode ser contemplada.
O memorial inclui ainda o Espaço Memória e o Espaço Testemunho, concebidos em colaboração com os familiares. Esses ambientes guardam registros da tragédia, como fotos e objetos pessoais das vítimas. Também abrigam os segmentos corpóreos recuperados, em um espaço projetado para garantir respeito e dignidade.
Segundo Gustavo Penna, o projeto busca preservar a memória da tragédia e impedir que ela seja esquecida. O memorial convida à reflexão sobre as consequências do rompimento da barragem e a importância da preservação da vida e do meio ambiente. Com uma abordagem direta, sem excessos formais, propõe estabelecer uma conexão entre arquitetura, luto e justiça histórica.
A presença feminina na construção civil vem crescendo e traz diferenciais como atenção aos detalhes, qualidade de execução e sensibilidade no atendimento ao cliente
A Blindex, em parceria com o IMEC (Instituto da Mulher em Construção), está promovendo de 7 a 10 de outubro um curso de capacitação voltado exclusivamente para mulheres, com o objetivo de ampliar a presença feminina no mercado da construção civil e fortalecer a formação de mão de obra qualificada no setor. O treinamento está acontecendo na sede da FIESP, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Nesta primeira turma, participam 12 mulheres com faixa etária em torno dos 40 anos, demonstrando força, determinação e vontade de aprender. O curso é dividido em módulos teórico e prático, com foco na instalação de boxes Blindex: Box Blindex Aluminium, Box Blindex Chromus (ambos de correr) e Box Blindex Open (de abrir). Além da prática com os produtos, as alunas têm acesso a uma introdução completa sobre vidros, abordando temas como:
Produção e processamento do vidro
Tipos de vidro e suas aplicações
Normas técnicas e segurança
Boas práticas de instalação
Com carga horária total de 28 horas, o curso tem como objetivo preparar novas profissionais para atuar de forma segura e qualificada em um mercado que está em constante expansão. A formação é totalmente gratuita e voltada para mulheres interessadas em desenvolver ou aperfeiçoar habilidades técnicas para atuar como instaladoras.
A presença feminina na construção civil vem crescendo e se consolidando, rompendo barreiras históricas e trazendo diferenciais como atenção aos detalhes, qualidade de execução e sensibilidade no atendimento ao cliente. A Blindex acredita que iniciativas como esta são fundamentais para abrir oportunidades reais e fortalecer a cadeia produtiva.
“Queremos criar caminhos e ampliar as oportunidades para mulheres nesse mercado. A presença feminina contribui para elevar a qualidade técnica e ampliar a diversidade no setor, gerando mais inovação e profissionalismo”, destaca Glória Cardoso, Gerente Geral Pilkington e Blindex.
Para muitas participantes, o curso representa mais do que aprendizado, é um passo importante para novas conquistas. “A hora que eu vi eu pensei: é aqui que eu quero entrar. Meu intuito é gerar conexões e aprender muito mais”, relata Amanda Benante, engenheira civil, empreendedora da área técnica e aluna do curso.