Biomimética: Observando a natureza!

ICDITKE Research Pavilion

Você sabe o que é biomimética?

 

“Bio”, significa vida, e “mimética” significa imitar. A biomimética consiste basicamente em buscar soluções inspirando-se na natureza.

Um design inteligente muitas vezes é fruto de uma sequência de versões que não deram tão certo, ele vai sendo aprimorado e novos produtos vem com melhorias baseadas nas imperfeições da versão anterior, de acordo com feedbacks. É na busca por um design inteligente que a natureza aparece. Afinal, ela nada mais é que um sistema formado por anos de evolução e ciclos de feedback.

A biomimética é uma das principais tendências de design dos próximos anos, ela busca entender mecanismos da natureza para aplicar na tecnologia. Observar e aprender é um bom caminho. Na arquitetura, explorar a biomimética absorvendo as formas da natureza e compreendendo a função dos elementos naturais é um caminho para construções mais orgânicas. Essa função pode ser uma estratégia, um sistema ou uma estrutura, e sua aplicação pode resolver praticamente qualquer problema! A biomimética garante que a solução encontrada seja uma solução sustentável. Afinal, a natureza é a própria sustentabilidade.

 

Um bom exemplo é o The Gherkin, um dos edifícios mais icônicos da Inglaterra. Ele foi um dos primeiros a adotar conceitos modernos de biomimética em sua concepção. A torre de 180 metros de altura possui sistema de ventilação de ar semelhante a esponjas do mar e anêmonas, essas espécies se alimentam direcionando o fluxo da água do mar através de seus corpos. Da mesma forma, o Gherkin é apoiado por uma estrutura de exoesqueleto e é projetado para que a ventilação flua por todo o edifício.

 

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esponja de mar

 

 

Exemplos de biomimética também são aplicados na tecnologia. A moda dos prédios espelhados causou um grave problema ambiental nas cidades. Essas fachadas provocam ilusões de ótica nos pássaros, eles não conseguem visualizar o vidro, que para eles reflete o céu, e acabam esbarrando. Ao observar o comportamento de pássaros na natureza, cientistas perceberam que eles desviavam das teias de aranha. Contudo, as teias de aranha também são praticamente transparentes, mas analisando as características de uma teia de aranha, percebeu-se que elas refletiam raios ultravioletas e os pássaros eram capazes de enxergar esses reflexos e, então, desviavam da teia. A solução encontrada foi desenvolver uma película de vidros que reflete raios ultravioletas. Com essa película, evita-se que os pássaros esbarrem em edifícios com fachadas espelhadas.

 

vidros na arquitetura

 

 

Outro bom exemplo é a de determinada textura, que evita a proliferação de bactérias. Embora a água do mar esteja repleta de microorganismos a pele dos tubarões está sempre limpa e isso ocorre porque sua pele possui uma textura que impede que bactérias se comuniquem e deste modo elas não se reproduzem. A partir da observação desse fenômeno, pesquisadores criaram uma textura que inibe o crescimento de bactérias. A Sharklet se tornou uma ótima opção para substituir o uso excessivo de produtos químicos em hospitais, por exemplo.

 

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Por fim, considerando que a natureza possui milhões de espécies, sistemas e estratégias, a biomimética leva sempre a uma solução original. Cada vez mais, empresas que adotam estratégias sustentáveis têm vantagens competitivas no mercado. Além disso, elas apostam na coexistência harmônica das pessoas com o meio natural e garante uma visão sistêmica.

É a busca por soluções em um sistema que é fruto de muitos anos de evolução: a natureza, que se regenera e utiliza recursos de maneira estratégica. Não existe modelo mais eficiente de reciclagem que uma planta que morre e serve de adubo para que outra planta cresça em seu lugar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Ugreen: www.ugreen.com.br
Imagens: Divulgação

Arquitetura Orgânica

Em equilíbrio, design elaborado une artesanato ancestral às técnicas modernas de construção.

 

The Arc é o novo edifício do campus da Green School em Bali, Indonésia. Primeira edificação do tipo já feita, foi construída a partir de uma série de arcos de bambu de 14 metros de altura que abrangem 19 metros, interligados por grades anticlásticas que derivam sua força de curvar-se em duas direções opostas. A estrutura de 760 m² foi idealizada pela IBUKU, uma equipe de jovens designers, arquitetos e engenheiros que exploram formas inovadoras de usar o bambu para construções, em parceria com Jörg Stamm e Atelier One. 

 

 

O projeto exigiu meses de pesquisa e desenvolvimento nos detalhes sob medida e servirá como referência construtiva para estruturas leves. O design refinado foi inspirado pela natureza: dentro de uma caixa torácica humana, uma série de costelas trabalhando na compressão são mantidas no lugar por uma camada flexível tensa de músculo e pele, criando um fino, mas forte encosto para os pulmões. A orquestração contraintuitiva da geometria do The Arc traz a estrutura para um estado de equilíbrio, diminuindo consideravelmente a necessidade de material estrutural, conferindo um volume interno sem precedentes e sem quaisquer treliças sustentadoras. 

“As grades formam o gabinete do telhado e fornecem resistência aos arcos parabólicos. Os dois sistemas juntos criam uma estrutura única e altamente eficiente, capaz de flexionar sob carga permitindo que a estrutura redistribua peso, facilitando forças localizadas nos arcos”, explica Neil Thomas, diretor do Atelier One. As grades parecem ser penduradas nos arcos, mas elas, de fato, os seguram.

 

 

“The Arc da Green School entra em uma nova era para a arquitetura orgânica, um novo espaço de bem-estar comunitário e ginásio para o campus extraordinário. Embarcar em um projeto nunca antes executado exigiu alguma bravura e otimismo. Fomos criativos e teimosos o suficiente para pesquisar e desenvolver as respostas necessárias para o sucesso do projeto” – IBUKU

 

Feita em Bambu, The Arc emprega estratégias da natureza para criar grandes espaços com estrutura mínima. Para garantir a máxima precisão, os artesãos trabalharam dentro de um sistema de coordenadas tridimensional que permitiu uma adesão confiável das curvaturas das grades a requisitos específicos de engenharia. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Redação
Imagens: Tommaso Riva