Trisoft, revestimentos funcionais: menor impacto no meio ambiente

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Soluções sustentáveis com altos desempenhos térmico e acústico

 

Comprometida com condutas sustentáveis visando significativa diminuição de impacto em meio ambiente, a Trisoft já reciclou mais de 5,5 bilhões de garrafas PET, as quais, após passarem por processo de seleção, lavagem, moagem e secagem, resultam em insumo denominado Flake, matéria prima para a fabricação das fibras que compõem todos os seus produtos.

Para se ter uma ideia do que representa esse volume todo de garrafas PET, esse seria o equivalente a mais de 30 voltas completas no planeta Terra com garrafas PET enfileiradas, uma atrás da outra. Ou alinhadas, uma em cima da outra, perfazendo uma altura equivalente a mais 40 milhões de Cristos Redentores.

 

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Flake, matéria prima para a fabricação das fibras que compõem todos os produtos da Trisoft.

 

São mais de 30 mil m2 de plantas fabris (em Itapevi-SP, Blumenau-SC e Fortaleza-CE), adequando seus produtos para cada projeto, de acordo com as especificações do consultor acústico ou do escritório de arquitetura. A Trisoft, assim, consegue moldar, cortar, vincar, estampar, adequar quaisquer soluções para o melhor desempenho possível de seus produtos, sem alterar o projeto arquitetônico.

Todos os produtos da Trisoft são elaborados a partir de fibra de PET. E não apenas a matéria prima de seus produtos é originalmente reciclada. O produto final também é 100% reciclável. A empresa adota o conceito de economia circular, o que a torna responsável não somente pela produção de um bem sustentável, mas também por maior desempenho em seu ciclo de vida e pela reciclagem do próprio produto final ao término de seu uso, com implementação de programa de logística reversa.

 

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Versátil, a lã de Pet é utilizada como base para as soluções térmicas e acústicas da marca.

 

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Todo o processo de fabricação dos produtos não envolve água.

 

Sustentabilidade é também performance. Todos os produtos Trisoft são de alto desempenho acústico e térmico, o que promove maior eficiência energética. São atóxicos e não permitem proliferação de fungos ou bactérias, o que proporciona maior saudabilidade. São leves, de fácil instalação e autoextinguíveis (certificado II A do corpo de bombeiros). São muito duráveis, pois não se deterioram com o tempo.

A fabricação dos produtos Trisoft ocorre sem adição de água ou qualquer aditivo químico em seu processo produtivo. Em produtos coloridos, as fibras são tingidas separadamente por cores, para não haver contaminação. No que diz respeito à emissão de Co2, comparando-se a lã de PET com a de vidro, por exemplo, a pegada de carbono é pelo menos três vezes menor.

“A Trisoft sempre alia seu desenvolvimento à sustentabilidade e responsabilidade social e isso para nós é fundamental”, ressalta Maurício Cohab, CEO da Trisoft.

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Um forro não precisa ser constituído apenas por materiais rígidos como os tradicionais baffles, nuvens e placas de forro mineral. Para aplicações internas ou externas, o Sky Flow é flexível e complementado por sua especificação com base na gama de cores, tamanhos, comprimento e altura. | Projeto: Moema Wertheimer Arquitetura. Imagem: Divulgação Trisoft.

 

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O NOT Paper é respirável, não mofa, facilita a detecção de vazamentos, possui juntas perfeitas que não se separam ou descolam com o tempo e possibilita a remoção e reinstalação da mesma folha, uma característica revolucionária no mercado.

 

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Na Expo Revestir 2024, além da apresentação de amplo portfólio, a Trisoft lançou um produto Reciclado, feito a partir do pós consumo de seus próprios materiais, reforçando a responsabilidade com o meio ambiente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagens: Divulgação Trisoft

 

 

 

 

 

Mostra 100% Minas está com inscrições abertas para sua 4ª edição

Mostra Minas Foto Fábio Gomides

Evento criado pela Multicult seleciona participantes da próxima edição da mostra criada para destacar o trabalho de designers, artesãos e arquitetos mineiros

 

Criada em 2016, a Mostra 100% Minas nasceu com tem o objetivo de apresentar uma seleção criteriosa de peças, a partir de um minucioso olhar curatorial, que se destaquem por representar um olhar sobre a produção da atual geração de criadores do estado. Dessa forma, a mostra 100% Minas nada mais é do uma celebração da produção do design feito em Minas Gerais, proporcionando um espaço para valorizar, divulgar e difundir as mais recentes criações do estado. A seleção dos trabalhos reforça o diálogo entre o conceito e concepção do design, trazendo inspirações de áreas variadas, além de apresentar um panorama de experimentações que inclui formas, acabamentos e o uso de materiais convencionais de forma inovadora e surpreendente.

A quarta edição da 100% Minas será realizada entre os dias 26 de julho e 15 de setembro, integrando pelo segunda vez a programação oficial da CASACOR Minas, que acontecerá no Espaço 356. A novidade desta edição é a segmentação da mostra em 3 categorias distintas, possibilitando apresentar um panorama atual do segmento. São elas:

– Impacto (ambiental e/ou social)
– Profissionais em início de carreira
– Profissionais estabelecidos

Podem participar qualquer designer, arquiteta/o, artista, artesã, artesão ou profissional de outra área que tenha desenvolvido alguma peça de mobiliário, objeto, acessório ou têxtil para casa que ainda seja considerada inédita para o público da capital mineira.

Em função do conceito, a mostra é exclusiva para pessoas nascidas em Minas Gerais ou pessoas que moram no Estado há mais de 10 anos. A data limite para envio das propostas será dia 20 de junho de 2024. Todos os envios serão analisados e o resultado será informado para todas as pessoas inscritas.

 

4ª Mostra 100% Minas recebe inscrições de trabalhos até 20/06, pelo formulário no link abaixo:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc8eR00NkE69E_DyIJgobpRoSjV4uK-Sy6E0n-iLRXN6lUzjg/viewform

Mostra Minas Foto João Diniz

 

 

 

 

 

 

 

Imagens: João Diniz

ONU-Habitat e Rio de Janeiro lançam projeto de resiliência climática para municípios

Petropolis Rio Inclusivo Sustentavel

Iniciativa pioneira em parceria entre Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade e ONU-Habitat irá construir planos de ação coletivos envolvendo os 92 municípios fluminenses

 

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), lançou, na quarta-feira (5/6), Dia Mundial do Meio Ambiente, o projeto Rio Inclusivo e Sustentável. A iniciativa, inédita no Brasil, tem como objetivo fortalecer a resiliência urbana e climática em todo o estado, planejando ações de prevenção e adaptação a fenômenos climáticos intensos. Planos de ação são apenas uma das entregas previstas na parceria. Iniciativa é dividida em três trilhas de atuação, todas baseadas na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O programa, realizado por meio da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, tem previsão de que os planos sejam realizados e entregues até o final do próximo ano. Os nove municípios foram escolhidos por serem mais vulneráveis aos eventos climáticos extremos observados nos últimos anos. Além de Petrópolis, participam Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, Nova Friburgo e Teresópolis.

De acordo com o representante regional para América Latina e o Caribe, Elkin Velásquez, as cidades brasileiras precisam se preparar para enfrentar os impactos crescentes da mudança do clima, e isso só acontece através de um planejamento urbano baseado em dados e da participação da população, priorizando grupos historicamente mais afetados.

“A função do ONU-Habitat será apoiar o estado do Rio de Janeiro para garantir que ninguém e nenhum território seja deixado para trás” – Elkin Velásquez, representante regional para América Latina e Caribe.

 

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Representante Regional para América Latina e o Caribe, Elkin Velásquez, no lançamento do projeto de resiliência climática para municípios. Fotografia: Fabiano Veneza/Secretaria Estadual de Ambiente e Sustentabilidade.

 

Petrópolis será a primeira cidade a receber o plano, resultado da aplicação de uma metodologia nova no Brasil. O Planejamento de Ações para Resiliência da Cidade, também chamado de CityRAP, é uma ferramenta desenvolvida pelo ONU-Habitat, agência da ONU especializada na promoção do desenvolvimento urbano sustentável. O CityRAP permite que cada cidade identifique seus principais riscos e planeje medidas e ações para reduzi-los, aumentando sua capacidade de adaptação.

“Em 2022, Petrópolis foi atingida por uma tragédia da qual nós nos lembramos diariamente. Desde o início da gestão, investimos em obras de prevenção e de mitigação de desastres naturais e colocamos em prática programas e ações planejadas para que esse tipo de fenômeno não se repita. Esse novo plano é mais um avanço para que a gente não viva momentos tão dolorosos”, avalia o governador Cláudio Castro.

“Nesta primeira fase, foram escolhidos os municípios que demonstram maior urgência na necessidade de adaptação para os efeitos das mudanças climáticas. A expertise do ONU-Habitat, assim como a experiência que trazem de diversos países, agregará imensamente nos planos do estado do RJ, conhecido pela sua histórica vanguarda nas políticas ambientais brasileiras”, explica o secretário de estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.

 

Petropolis Rio Inclusivo Sustentavel

 

Ações previstas

Os planos de ação climática são apenas uma das entregas previstas na parceria. O projeto Rio Inclusivo e Sustentável é dividido em três trilhas de atuação, todas baseadas na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Com a trilha Rio Informado, o projeto vai produzir dados e informações para embasar políticas públicas focadas na resiliência urbana e climática. A trilha Rio Resiliente e Sustentável vai criar planos para aumentar a capacidade de resiliência das cidades e capacitar gestores e técnicos municipais e estaduais sobre os ODS e metodologias da ONU. Já a trilha Rio Inclusivo tem como objetivo incluir a população como protagonista na criação de soluções para o desenvolvimento sustentável.

Dentro das trilhas, estão previstas ações como a criação do Observatório dos ODS, painel de dados para monitorar ações e programas estaduais alinhados aos ODS; oficinas de desenho de espaços públicos com a participação de jovens e o desenvolvimento de uma moeda social para a população com foco na reciclagem.

 

Desafio dos ODS 

Em diálogo com o encontro do G20, a primeira edição do Desafio dos ODS inaugura as ações do projeto e será iniciada na próxima semana, com a Jornada dos ODS. O desafio é aberto aos 92 municípios do Rio de Janeiro, buscando acelerar soluções criativas para problemas municipais críticos e aprimoramento das políticas locais.

A Jornada dos ODS será realizada entre junho e julho nas cidades de Duque de Caxias, Resende, Paraíba do Sul, Petrópolis, Angra dos Reis, Mangaratiba, Piraí, São João da Barra, Itaperuna, Macaé, Cabo Frio, Nova Friburgo e Itaboraí. Nela, os participantes terão a oportunidade de conhecer melhor temas relevantes da agenda global, metodologias da ONU e educação ambiental climática.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: ONU-Habitat

Entre cheios e vazios

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Com influência japonesa, Casa Japão é um retiro em meio ao relevo de Mar de Morros no interior de São Paulo

 

A cerca de uma hora de São Paulo, a Casa Japão é um refúgio para criar e reviver memórias. Localizado em condomínio fechado com grandes extensões de mata preservada, o projeto, assinado pela Cité Arquitetura, foi pensado para aproveitar a acentuada declividade do terreno, criando uma gradação de intimidade entre seus ambientes.

Vista da rua, a residência se debruça sobre a paisagem de forma discreta, permitindo que o olhar atravesse a residência e respeitando a baixa densidade da construção frente ao campo, dando protagonismo ao céu e ao Mar de Morros. Seu acesso sugere uma casa térrea e transparente e, à medida que se adentra nos ambientes, uma sucessão de diferentes relações de escala surpreende, revelando a residência gradualmente.

 

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Projetada para um casal e dois filhos, os 524,33 m² abrigam um programa para o núcleo principal e expandido da família, assim como espaços de lazer próprios de um retiro. A residência é dividida em três pavimentos, que distribuem os usos ao longo de cotas adaptadas à topografia em uma implantação em formato de L, pensada a partir do entorno: a fachada mais opaca volta-se para a única lateral com vizinhos, retirando a necessidade de muros, em contraponto à transparência em constante relação com o horizonte sinuoso das fachadas internas.

 

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O contraste entre cheios e vazios, a partir do uso dos diferentes pés-direitos e fenestrações de luz, percorre todo o projeto, acentuando a vista para os morros e vegetação circundante, garantindo um ar acolhedor para toda a casa. Esta relação sensível com a entrada do sol, a projeção da sombra e o limiar entre dentro e fora são fruto de um desejo dos moradores de incorporar sensações e ambiências vividas no Japão, país em que residiram por muitos anos antes de voltarem ao Brasil.

Muito aplicável à arquitetura, há na cultura japonesa o conceito de Ma, que pode ser interpretado como “entre”, um intervalo vazio onde se cria a vida. Escrito em kanji através da combinação dos símbolos para porta (門) e sol (日), o Ma (間) é o espaço em que o vazio da arquitetura deve ser pensado a partir das qualidades naturais que o abraçam, inspirando a busca por uma casa que existe, primeiro, a partir das sensações despertadas por seus ambientes, sem artifícios de superfície.

 

 

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Baseando-se neste preceito, a casa foi desenhada com as sensações guiando a forma, pensando as diferentes qualidades ambientais de acordo. Com os espaços íntimos, como quartos e escritório, correndo na lateral do lote, o volume menos privativo foi desenhado paralelo à rua. Partindo da escala do pedestre na entrada da residência, a sala é o ápice da aplicação da ideia de “espaço entre”, com um pé-direito duplo de 6 metros que provoca surpresa a quem da rua acredita ver a completude da construção. Com um atravessamento espacial e visual entre o exterior e interior, o ambiente age como varanda e sala simultaneamente.

Este cuidado espacial se repete em outros momentos, sempre mantendo a ventilação cruzada e iluminação natural em toda a residência. Na circulação, rasgos para entrada de luz na forma de seteiras, revelam discretamente a paisagem, aumentando, por contraste, o impacto das grandes aberturas de varandas e janelas nos quartos e garantindo a passagem constante do ar. Na cozinha, contígua à sala, o teto mais baixo traz a monumentalidade do pé-direito duplo para a escala do corpo e aninha o ambiente ao trabalhar junto a outros elementos como a laje em balanço do deque e a jardineira suspensa da fachada frontal.

 

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Nos revestimentos mantém-se a valorização do jogo de luzes e da paisagem, usando de cores neutras e elementos filtrantes, como os brises fixos e ripados, que se relacionam tanto com a arquitetura japonesa, de portas shoji translúcidas, quanto com a brasileira, de cobogós e brises-soleil. Fortalecendo a referência espacial nipônica, estes mesmos elementos de fachada aparecem usando madeira carbonizada tratada com a técnica Shou Sugi Ban. Existente em construções milenares, a técnica de queima superficial da madeira prolonga a vida útil do material.

 

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Imagens: Leila Viegas

 

 

 

Anacláudia Rossbach é nomeada diretora-executiva do ONU-Habitat

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Com mais de 20 anos de experiência em políticas urbanas e de habitação, Rossbach será a brasileira em cargo mais elevado no secretariado das Nações Unidas.

 

O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) dá as boas-vindas a uma nova diretora-executiva: a brasileira Anacláudia Rossbach. A economista foi nomeada pelo secretário-geral das Nações Unidas durante reunião da Assembleia Geral realizada no último dia 7, para um mandato de quatro anos. De 2024 a 2028, ela liderará o programa que promove cidades e comunidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis, bem como a urbanização como força transformadora positiva para pessoas, a fim de reduzir a desigualdade, a discriminação e a pobreza.

Com mais de 20 anos de experiência nas áreas de habitação e políticas urbanas, Rossbach atualmente é diretora para a América Latina e o Caribe no Lincoln Institute of Land Policy, nos Estados Unidos. Ela contribuiu ativamente para as discussões globais sobre políticas urbanas na Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Habitat III), em 2016, com um papel crucial na formação da Nova Agenda Urbana. Ela também esteve presente nos principais eventos da ONU, incluindo a COP e o Fórum Urbano Mundial, realizado pelo ONU-Habitat. No IABsp, Anaclaudia Rossbach foi debatedora do ‘Seminário Emergência Climática e Cidades’, organizado em 2023, pelo Grupo de Trabalho Clima e Cidade do IABsp e realizado em parceria com a Escola da Cidade.

 

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Anacláudia Rossbach, nova diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). Imagem: Divulgação Anacláudia Rossbach.

 

Entre 2014 e 2022, Anacláudia atuou como gerente regional para a América Latina e o Caribe na Cities Alliance, facilitando a transferência de conhecimento e oferecendo consultoria sobre políticas urbanas e de habitação no Sul Global. Seu trabalho incluiu a criação do Urban Housing Practitioners Hub (UHPH), uma rede de especialistas e profissionais dedicados ao desenvolvimento urbano e à habitação. Sua mais recente contribuição foi na elaboração de estratégias institucionais e operacionais para ampliar o acesso à moradia adequada no Peru, em colaboração com o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Anteriormente, de 2005 a 2014, Rossbach atuou no Banco Mundial supervisionando o desenvolvimento e a implementação de políticas brasileiras de habitação e de melhoria de favelas, incluindo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para Favelas e o programa Minha Casa, Minha Vida. Como diretora fundadora da organização sem fins lucrativos Interação, desenvolveu projetos de alto impacto com comunidades informais no estado de São Paulo e na cidade de Recife.

A nova diretora-executiva possui uma vasta carreira acadêmica, incluindo numerosas publicações e aulas em cursos de pós-graduação sobre habitação e planejamento urbano. Ela é bacharel em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e mestre em Economia Política pela mesma universidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: ONU-Habitat

Inovações em revestimentos funcionais e personalizados

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Versátil, a Trisoft destaca-se por soluções sustentáveis de isolamentos térmico e acústico, de forma personalizada.

 

A Trisoft, indústria 100% nacional, detém um registro invejável: a marca já reciclou o equivalente a mais de cinco bilhões de garrafas PET. Retiradas, enquanto resíduos, do meio ambiente, e após passarem por um processo de seleção, lavagem, moagem e secagem, resultam em um produto denominado Flake, matéria prima para a fabricação das fibras que compõem seus produtos.

Todo o processo de produção, a partir da fibra de PET, é realizado em seus mais de 30 mil m2 de plantas fabris (em Itapevi-SP, Blumenau-SC e Fortaleza-CE), adequando seus produtos para cada projeto, de acordo com as especificações do consultor acústico ou do escritório de arquitetura. São várias as opções, de 1mm a 50mm de espessura para ambientes diversos. Importante saber que a Trisoft consegue moldar, cortar, vincar, estampar, enfim, adequar suas soluções para o melhor desempenho possível, sem alterar o projeto do arquiteto.

 

Painéis adequados a quaisquer ambientes, de fácil aplicação

De acordo com o CEO Maurício Cohab, “os produtos Trisoft são recomendados tanto para áreas internas quanto externas, a depender da necessidade de cada cliente. Temos soluções para escritórios, cinemas, hospitais, restaurantes, residenciais, academias e muito mais. Sempre que houver a necessidade de um tratamento acústico para minimizar ruídos, para promover melhora de um coeficiente térmico ou para simplesmente atender à vontade de se utilizar um produto sustentável, com características de personalização e maleabilidade distintas do convencional de mercado, pode-se pensar produtos Trisoft”.

Leve e de fácil instalação, cada produto tem sua própria caracterização: por exemplo, um painel de revest ness pode ser simplesmente colado na parede; já as soluções “nuvens” e baffles devem ser  penduradas (neste caso, os produtos vêm acompanhados de kit instalação). “Para todos os nossos produtos de linha, contamos com vídeos de instalação, disponíveis em nossos canais, ou ainda indicamos equipes de instalação. Para projetos especiais como fachadas, por exemplo, são estudadas e
desenvolvidas as melhores maneiras de fixação, a depender do local e das condições às quais os produtos serão expostos”, enfatiza Maurício Cohab.

Vale lembrar que, assim como as próprias garrafas PET, os produtos Trisoft podem levar anos e anos para deteriorar-se. Em todo seu ciclo de vida, mantêm suas propriedades acústicas, térmicas e estéticas.

“Poder utilizar produtos a partir do PET na indústria da construção, no design, é incrível. É uma maneira da gente conseguir fazer dele um bom uso. Isso porque o PET tem qualidades únicas. Ele é leve, extremamente forte, resistente à água e às intempéries. Ele é manipulável, cortável. Então, sem dúvida, a lã de PET é um dos materiais do futuro. E não somente por conta das qualidades que possui, mas por ser absolutamente reciclável. A gente está encontrando maneiras nobres de utilizar esse produto. Adoro a Trisoft. O Maurício é super inovador” – Arquiteto Lula Gouveia, Superlimão Studio.

 

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As Fachadas Ventiladas entregam personalização e economia, graças a leveza de sua estrutura. Projeto: Superlimão.

 

Maior eficiência energética

Por serem produzidos exclusivamente a partir de PET reciclado, além de sustentáveis, os produtos Trisoft apresentam naturalmente melhor performance térmica, pois o PET não absorve calor. Ao se produzir, por exemplo, uma fachada com esse material (o mesmo uma cobertura de teto), o calor proveniente do sol não é absorvido, diferentemente de uma fachada metálica, que absorve calor e o irradia para dentro da edificação. Dessa forma, o projeto arquitetônico pode apresentar um melhor coeficiente energético, pois promoverá maior eficiência e menor custo para manter controlada a temperatura interna dos ambientes.

 

Exigências de mercado

São várias as instâncias normativas com as quais a Trisoft está comprometida: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Autoextinguível Classe II A do corpo de bombeiros, laudos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), certificação pela ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), membro da ProAcústica (Associação Brasileira para a Qualidade Acústica), da United Nations Global Compact (UN Global Compact) e dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU. Não é
pouco.

Por fim, Maurício Cohab ressalta que “a Trisoft acredita na economia circular. Não basta que o nosso produto seja feito de matéria prima reciclada; ele continua sendo reciclável. Praticamos, assim, a logística reversa, ou seja, quando o cliente cansar de um produto específico pode mandá-lo de volta para a Trisoft, para que seja novamente reciclado e transformado em um novo produto”. Vale conferir!

 

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Na imagem acima, um protetor auricular gigante e amarelo foi instalado na escultura de Baleia na Praça B32, em São Paulo, como parte de uma ação de alerta da Trisoft e ProAcústica acerca da conscientização sobre poluição sonora durante o INAD 2024.

 

 

 

 

 

 

Imagens: Divulgação

Resíduos plásticos: um problema global

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Garrafas PET, sacolas, copos, embalagens de plástico são de fato duráveis e resistentes à degradação. Mas seu custo ambiental pode ser avassalador.

 

Dado preocupante: estima-se que mais de 6 milhões de toneladas de lixo são descartados em mares e oceanos a cada ano. Entre estes, milhares de resíduos plásticos, os quais animais marinhos ingerem, confundindo-os com alimentos. Sabe-se que aparelhos digestivos com presença de plásticos têm diminuída sua capacidade de assimilação de nutrientes advindos de alimentos naturais. Nos mares e oceanos, a médio prazo, colapso de determinadas populações: tartarugas marinhas, focas, leões marinhos, golfinhos, peixes-boi, aves marinhas, peixes vários, são algumas das vítimas da poluição plástica.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, voltado à proteção do meio ambiente e à promoção do desenvolvimento sustentável, 90% de todos os detritos dos oceanos são compostos por plástico. Existem em torno de 46 mil fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros quadrados de superfície. Pesam mais do que as algas marinhas e plâncton existentes, lembrando que esses organismos são os principais responsáveis pela oxigenação do planeta e alimentação de cadeias alimentares no ambiente marinho.

Claro que a poluição plástica é um problema global. Bilhões de toneladas de plástico produzidas no planeta tornam-se resíduos que, além de em mares e oceanos, acabam também em aterros sanitários e lixões. E esse problema não existe isoladamente. Os riscos ambientais, sociais e sanitários provenientes dos resíduos plásticos precisam ser avaliados em conjunto com outros fatores de estresse ambiental, como mudança climática e degradação de ecossistemas.

 

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Estudos apontam que os plásticos de uso único são os principais poluentes. Se medidas não forem tomadas, a quantidade residual pode dobrar até 2040. Imagem: RANDY OLSON/N ational Geographic

 

“Tanto as pessoas quanto o planeta estão sofrendo profundamente com os efeitos da poluição plástica”, disse Jyoti Mathur-Filipp, Secretária Executiva do Comitê de Negociação Intergovernamental – INC. A quarta sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação para desenvolver um instrumento internacional juridicamente vinculativo sobre a poluição plástica, incluindo ambiente marinho (INC-4), ocorreu de 23 a 29 de abril de 2024, no Shaw Centre em Ottawa, Canadá. O texto decorrente encontra-se disponível nas línguas oficiais da ONU. “Esta sessão (INC-4) de negociação é fundamental. É uma oportunidade de fazer progressos significativos para um acordo robusto que permita que as gerações futuras vivam em um mundo livre da poluição plástica”, ressaltou Jyoti.

A meta durante a INC-4 foi avançar com um texto preliminar de instrumento global para que posteriormente possa ser finalizado em Busan, na República da Coreia, em dezembro. Até o momento, as negociações têm se concentrado na redução da poluição durante todo o ciclo de vida dos plásticos, desde seu design até seu descarte.

O processo de negociação foi formalmente lançado em 2022 na quinta sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o principal órgão de tomada de decisões do mundo sobre o meio ambiente.

“A ciência é clara e as soluções estão disponíveis para acabarmos com a poluição plástica”, salienta. “Dado que a humanidade está a caminho de triplicar a quantidade de plástico que produzimos anualmente até 2060, é vital que continuemos a fazer progressos concretos e que cheguemos a um acordo até o final deste ano”.

A ONU declarou, em 2017, o período de 2021 a 2030 como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. Busca-se construir uma estrutura de apoio às ações de gerenciamento sustentável dos oceanos efetuadas por diversos países. No Brasil, o MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação é o representante científico na Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO e tem como missão promover atividades para o alcance dos resultados propostos.

Vale lembrar que mesmo sendo a poluição por plásticos a mais preocupante, os ambientes marinhos são também impactados por outras fontes poluidoras, como derramamento de petróleo, despejo de rejeitos de mineração e lançamento de esgoto doméstico e industrial sem tratamento.

 

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Um pássaro é cercado por plástico oceânico nas ilhas havaianas do noroeste. Imagem: Matthew Chauvin/The Ocean Cleanup.

 

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O ser humano tem acelerado processos de extinção através da destruição de ecossistemas e da exploração insustentável dos recursos naturais. Imagem: Divulgação Projeto Tamar.

 

 

Funcional e espontâneo

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Escritório Go Up Arquitetura assina reforma de apartamento atribuindo resoluções funcionais aos espaços, tornando-os leves, organizados e integrados.

 

O projeto, desenvolvido para um casal com dois filhos, um de nove e outro de 12 anos, deveria abarcar uma rotina de trabalho híbrida, com mais de um ambiente para home office em casa. Assim, os moradores, que gostam de ter momentos de lazer, conversar, beber, receber amigos e assistir streamings, podem escolher o lugar para trabalhar, estando ambos ou apenas um deles no imóvel.

O casal, já clientes do escritório Go Up Arquitetura, capitaneado pelas arquitetas Juliana Silva e Amanda Mori, decidiram chamar novamente as profissionais, já que a organização espacial e o estilo do imóvel não condiziam com suas necessidades nem gostos pessoais. O maior desejo era resolver a disposição dos espaços que são distribuídos nos 147m², especialmente as áreas sociais e de acesso, proporcionar uma casa com cara de vida de verdade, com uma decoração funcional e que fizesse parte do dia a dia, num ambiente leve, organizado, integrado, porém sem luxos ou extravagâncias.

Todos os cômodos receberam repaginação, exceto a área de serviço e o banheiro social, que receberam apenas resoluções funcionais, como instalação de novos toalheiros. As soluções apresentadas trataram com muito respeito os produtos e os elementos que ali já existiam, sem necessidade de “quebrar tudo e jogar fora” para conseguir um projeto lindo e adequado aos moradores. A transformação permitiu que um imóvel com estilo complemente industrial e escuro, se transformasse num espaço com soluções relativamente simples, porém criativas.

 

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Seguindo um estilo boho, contemporâneo, com toques modernos e rústicos, as arquitetas utilizaram tons neutros com fundo acinzentado e aplicaram toques de cores em azul, verde e rosa neste projeto, além de materiais naturais, como a bancada de madeira de demolição, paredes de tijolinho e mobiliários com portas de palhinha.

Realizaram um clareamento completo do piso de madeira existente, baixando dois tons da madeira original e trocaram o verniz com brilho por verniz fosco/natural. Optaram por criar o hall social que não existia no layout com uma parede curva e pintura com efeito caiado na cor branca, molduras no elevador em MDF cor cumaru raiz e porta de acesso no ripado feito em marcenaria cor verde. Essa transformação setorizou o acesso e enalteceu a área mais importante da casa.

O quarto reversível, recebeu um painel branco com uma cama / sofá reversível, logo abaixo dos tijolinhos terrosos, foi colocada a mesa de trabalho ou estudo solta no ambiente e uma rede de balanço para relaxar.

 

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A sala de estar também recebeu iluminação técnica através de trilhos eletrificados, e a parede da lareira o mesmo efeito de pintura caiada do hall de acesso, o que destacou sua moldura grafite pré-existente. O layout com sofá azul em ilha no centro e poltrona Costella em couro caramelo compõe o conjunto. Já a sala de jantar ganhou uma mesa Saarinen oval com tampo em mármore Carrara. Paredes com battem board na cor branca e quadros e iluminação que envolvem a decoração.

 

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Na cozinha integrada com península e bancada em madeira orgânica, todos os acabamentos foram trocados, como os móveis em MDF cor verde Mint, MDF Cumaru raiz, tela Guararapes e MDF Corten dando acabamento à coifa. Apenas a bancada em quartzo cinza foi mantida.

 

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O quarto do casal teve sua varanda ampliada para incorporar um home office com uma mesa de madeira que também tem função de apoio de cabeceira. Recebeu pintura nas cores rippie chique e vermelho veneziano na marcenaria. As arquitetas trabalharam com uma prateleira superior na cor freijó puro. Demais móveis soltos como a cômoda, mesinhas de cabeceira e o espelho de piso, foram inseridos no projeto para finalizar o ambiente dando um toque ainda mais “espontâneo” ao apartamento.

 

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As profissionais tiveram dois grandes desafios no projeto. O primeiro foi a realização da parede curva da entrada e da lareira, com a pintura denominada como “efeito caiado”. Esse tipo de pintura e efeito não é daquelas que se vende pronto nas lojas e ainda nunca tinha sido produzida por nenhum fornecedor do escritório. Para incorporar essa pintura, tiveram um processo de trabalho com diversos testes de materiais e aplicação, até chegarem na melhor receita e então produzir à mão em todas as paredes que levaram o efeito.

O segundo desafio foi o tempo de obra. Como tratava-se de uma mudança de um apartamento antigo para um apartamento novo, com data de mudança já pré-estabelecida, muitas das soluções adotadas foram realizadas também em função do prazo, como por exemplo a escolha por preservar parte da caixaria dos móveis planejados existentes trocando todas as portas, acabamentos e iluminação em trilho, para que não fosse necessário rebaixar um forro com gesso para receber spots, os tijolinhos da parede do quarto reversível foram preservados nesse espaço, mas receberam cara nova com o ambiente inteiro transformado, entre outras soluções propostas.

 

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Imagens: Leo Giantomasi

 

 

CAU RS – Carta à sociedade e aos gestores públicos

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Carta aberta reconhece urgência e sugere estratégias para promover a transformação social e a regeneração do espaço urbano e ambiental no Rio Grande do Sul

 

Se na natureza tudo é sistêmico, cada elemento do espaço responde a uma série de pressões e de interações com os demais elementos deste espaço, que não somente busca se adaptar a eles, como também desempenha um papel importante para e, por vezes, sobre eles. O Impacto, portanto, é algo inquestionável: estamos afetando relações ecológicas complexas que buscam um equilíbrio dinâmico natural e sustentam a continuidade de seus processos.

Durante longo período, a estratégia da engenharia fluvial e hidráulica esteve focada em retificar o leito dos rios e córregos para que suas vazões fossem dirigidas pelo caminho mais curto e com a maior velocidade de escoamento possível, visando ganhar novas terras para a agricultura, novas áreas para a urbanização e minimizar os efeitos locais das cheias. E apesar de ser natural o ser humano estabelecer sua morada próximo a cursos d’água, construir cidades sob essa concepção gera consequências negligenciáveis, principalmente à nível de planejamento.

O fato é que em meio à urbanização, é preciso encontrar meios de conviver, seguir leis, fazer compensações e se atentar a impactos que possam ser provocados a curto, médio e longo prazos, e causam prejuízos cada vez maiores, por vezes irreversíveis. O que ocorreu nos 497 municípios afetados no Rio Grande do Sul exige um novo olhar sobre como as cidades são pensadas e planejadas. Atento às questões da moradia e do planejamento urbano e ambiental, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) elaborou a “Carta à sociedade e aos gestores públicos”, explicitando seu posicionamento e sugerindo contribuições para a reconstrução dos municípios gaúchos afetados pelas enchentes.

Leia abaixo na íntegra!

 

Carta à sociedade e aos gestores públicos

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul expressa sua solidariedade à toda a população gaúcha afetada pelas enchentes ocorridas. Estamos solidários e também mobilizados, em todo o Estado e em todo o país, para minimizar o sofrimento dos atingidos, com ações emergenciais humanitárias, com nossa estrutura colocada a serviço de abrigos e colegas voluntários.

Neste momento, o Rio Grande do Sul conta com a imensa maioria de seus 497 municípios afetados e cerca de dois milhões de cidadãos atingidos pelas enchentes, inundações e deslizamentos de terra, eventos extremos que reforçam as mudanças climáticas em curso. As consequências desse desastre foram agravadas pelo despreparo e descaso com os impactos ambientais pelo próprio poder público.

Esta tragédia revela problemas causados pela flexibilização extremada da legislação ambiental nacional e estadual, pela ocupação desordenada do território, sem intervenção dos governos municipais (ou até mesmo com sua aprovação) e pela negação e negligência para com a ciência e a técnica entre outros fatores.

Presenciamos sucessivos governos destruírem órgãos públicos capazes de pensar e executar o planejamento urbano e regional (vide METROPLAN), sucatear os serviços públicos com a diminuição e desvalorização dos quadros técnicos, impedindo assim que novos profissionais se incorporem à atividade pública e a qualifiquem. O que se vislumbra para nossos centros urbanos é a necessidade e urgência de mudarmos as velhas práticas de gestão do território e produção de espaços urbanos para que eventos dessa dimensão nos encontre menos suscetíveis aos eventos climáticos e não se transformem em calamidades como esta.

Precisamos de cidades planejadas, respeitando a sua geografia e o meio ambiente, e regiões metropolitanas que funcionem de modo articulado e eficaz. Para isso, é absolutamente necessário manter um serviço público de qualidade na área do planejamento urbano e regional. Temos que levar em conta que as emergências, em maior escala, e em extensões menores ou maiores, podem acontecer em qualquer lugar, mas que tragédias como as que estamos vivenciando são consequências de má gestão. Acreditamos ser urgente que as diferentes escalas do poder público estejam atentas e preparadas para lidar com a eminência de desastres ambientais desta magnitude em seus territórios.

Além das insubstituíveis perdas humanas e das perdas patrimoniais, ambientais e sociais imensuráveis que se apresentam no presente, o futuro que desponta é de profundos impactos económicos, sociais e políticos no desenvolvimento do Estado. Teremos pela frente muitos anos de trabalho e reconstrução. Nessa linha, para evitar que tragédias de tamanha magnitude se repitam, sugerimos os seguintes pontos como contribuição à reconstrução:

  • Promover amplo debate sobre a legislação ambiental do Estado suspendendo Projetos de alteração e flexibilização;
  • Promover a elaboração e revisão dos planos diretores considerando a urgência e a importância do mapeamento e da revisão das áreas de risco e condicionantes de vulnerabilidade ambiental dos territórios, considerando dispositivos de monitoramento, e sua imediata implantação;
  • Garantir a efetiva implantação da Lei nº 11.888/2008, Lei de Assistência Técnica pública e gratuita para o projeto e construção de habitação de interesse social – ATHIS, como instrumento permanente nos órgãos públicos, não vinculada às gestões;
  • Promover a saúde pública através de planos de qualificação habitacional, ligados às ações de ATHIS;
  • Garantir a participação das instituições de planejamento nos Conselhos Municipais de Planejamento Urbano e da Cidade de forma obrigatória;
  • Promover a participação da população e o debate sobre meio ambiente e urbanização nas Conferências Municipais das Cidades;
  • Promover de forma permanente a capacitação institucional dos gestores municipais e estaduais em planejamento urbano e ambiental e gestão do território;
  • Promover a Inovação e a Tecnologia priorizando o planejamento e desenho urbano das cidades, os espaços livres e as pessoas;
  • Implantar e ampliar políticas públicas de proteção ao Patrimônio Histórico e Ambiental;
  • Garantir o cumprimento e observância à legislação urbana e ambiental existente, a partir de sua real implementação, e baseada em estudos técnicos;
  • Fortalecer os sistemas de Defesa Civil e Gestão de Riscos, a partir do Estado, para os municípios, e que se implemente a criação da(s) agência(s) técnicas que deveriam ser os braços executivos dos comitês de bacia (a exemplo da Lei Estadual do RS nº 10.350/1994);
  • Promover parcerias institucionais com as universidades locais, utilizando o saber científico na produção de dados e apoio à tomada de decisão, a partir do entendimento da importância da ciência e da educação de qualidade;
  • Priorizar a aplicação de recursos no desenvolvimento e execução de projetos com o objetivo de adaptação das cidades à mutação climática em curso.

É imperativo que as gestões municipais adotem uma nova abordagem, em diversas escalas, implementando estratégias que reconheçam a urgência da situação como uma oportunidade para promover a transformação social e a regeneração do espaço urbano e ambiental.

Salientamos que arquitetos e urbanistas são especialistas não só em habitação, mas também em planejamento urbano, e deverão ser responsáveis por coordenar as equipes multidisciplinares que irão atuar no processo de reconstrução das cidades.

Por fim, temos certeza absoluta de que o Rio Grande do Sul possui conhecimento e técnica suficientes para dar resposta à altura das necessidades do momento e do futuro. Nossos profissionais arquitetos e urbanistas, e nossas instituições são reconhecidos internacionalmente. Os profissionais gaúchos possuem conhecimento do território, conhecimento da ciência e compromisso com seu povo, três elementos necessários para reconstruir nossas cidades.

Andréa Hamilton Ilha – Presidente CAU/RS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: CAU RS
Imagem: EFE/ Isaac Fontana