Ferramentas como portarias virtuais, câmeras inteligentes e reconhecimento facial estão entre os itens mais valorizados por compradores de imóveis.
A segurança residencial é prioridade para 80% dos consumidores na hora de escolher um imóvel, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) em parceria com a Brain Inteligência Estratégica. Em resposta a essa demanda, construtoras e condomínios têm investido em tecnologia para oferecer soluções mais eficientes de monitoramento e controle. Ferramentas como portarias virtuais, câmeras inteligentes e reconhecimento facial impulsionam a percepção de valor dos imóveis, enquanto a inteligência artificial (IA) surge como uma aliada para aprimorar esses sistemas.
Globalmente, o uso de IA nas empresas cresce em ritmo acelerado: em 2024, 72% das organizações ao redor do mundo já haviam adotado alguma solução de IA, aumento significativo em relação aos 55% registrados em 2023, segundo o relatório “The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value” do McKinsey Global Institute. No Brasil, 19% das empresas do setor já utilizam IA, principalmente em sistemas de gestão e atendimento ao cliente, o que também abre caminho para inovações que reforcem a segurança condominial e melhorem a experiência dos moradores.
Em Santa Catarina, o Edify One, empreendimento de alto padrão localizado em Itapema, é um exemplo que se destaca pela adoção de inteligência artificial voltada para segurança residencial. Entre as inovações que serão implementadas, está um moderno sistema de monitoramento por IA, capaz de identificar comportamentos suspeitos em tempo real e oferecer maior proteção aos moradores. Com o sistema, as câmeras serão capazes de analisar as imagens captadas e identificar situações de risco, como invasões, sabotagens e movimentos fora do padrão. Essas câmeras enviam alertas automáticos para a administração do prédio, que pode agir rapidamente diante de qualquer ameaça.
Imagem: Divulgação/Edify One.
De acordo com especialistas, os sistemas de segurança com IA processam grandes quantidades de dados de forma contínua e melhoram seu desempenho ao longo do tempo por meio de algoritmos de aprendizado. Isso significa que a IA aprende com os dados gerados pelo próprio monitoramento, refinando suas análises e prevenindo riscos com mais precisão. Estudos mostram que um humano monitorando câmeras de segurança por longos períodos perde até 95% da atenção após 20 minutos.
“Itapema já é reconhecida por seus excelentes índices de segurança, o que torna a cidade um atrativo natural para quem busca qualidade de vida. No entanto, entendemos que um empreendimento como o Edify One exige um nível de proteção que vá além do padrão, especialmente considerando que vamos receber moradores de perfis diferenciados, incluindo atletas de renome internacional. Por isso, investimos em um sistema de segurança moderno, com inteligência artificial, capaz de identificar riscos em tempo real e atender as necessidades dos futuros moradores. Nosso objetivo é proporcionar tranquilidade e bem-estar, aliados à inovação em um dos destinos mais promissores do mercado imobiliário de luxo no Brasil”, afirma Manoela Passos Legarrea, sócia e diretora da construtora Edify.
Com reedição limitada da cadeira Dinna, comemoração ganha nova coleção de joias inspiradas na peça
Jader Almeida e a Indústria Sollos comemoram 20 anos de atuação conjunta no mercado brasileiro e internacional com uma das mais prestigiosas criações do designer para pontuar esta data comemorativa.Original de 2004, a cadeira DINNA está sendo celebrada com uma edição especial, limitada, com acabamento exclusivo.
São duas décadas de produção contínua da cadeira o que reforça o atributo de atemporalidade da peça. Para essa edição de aniversário, estarão disponíveis três tonalidades de madeira combinadas com a trama artesanal do revestimento em papel, de forma a valorizar a combinação do feito à mão com a tecnologia envolvida na peça.
O primoroso design da cadeira DINNA é um verdadeiro tributo à forma e à função, unindo beleza estética, conforto e resistência em uma peça única. Com proporções delicadas e refinamento sutil, a cadeira transcende o tempo, tornando-se um ícone do bom design que se adapta a qualquer estilo de ambiente e época. Esta nova coleção não apenas celebra a trajetória de sucesso da DINNA, mas também projeta sua contínua ascensão.
Segunda coleção de joias de Jader Almeida, desta vez o designer apropriou-se de um dos traços empregados na cadeira DINNA para criar uma coleção em homenagem aos 20 anos desta emblemática peça de seu mobiliário autoral. São colares e brincos, em versões ouro rosa e prata, com opção para o acabamento sofisticado em diamante. “As peças evidenciam a delicadeza do design, com o inconfundível cuidado e excelência na escolha dos materiais e na confecção. Cada detalhe é pensado para refletir não apenas o passado, mas também a aspiração contínua por momentos únicos”, explica Jader. “Cada peça se torna um símbolo de elegância atemporal, uma afirmação sutil e refinada de um compromisso inabalável com o design e a excelência”, completa.
“Desde a seleção dos materiais até o design dos sistemas de climatização, cada decisão tomada no processo de projeto e construção impacta diretamente o meio ambiente”, afirma Felipe Boni, sócio fundador da UGREEN
*Por Filipe Boni
A preocupação com as mudanças climáticas nunca foi tão urgente como nos dias de hoje. A arquitetura, que molda os espaços em que vivemos e trabalhamos, desempenha um papel crucial na redução das emissões de carbono. A eficiência energética emerge como uma estratégia essencial para alcançar a neutralidade de carbono nas construções, contribuindo significativamente para um futuro mais sustentável.
As edificações são responsáveis por cerca de 40% do consumo global de energia e por uma parcela substancial das emissões de gases de efeito estufa. Desde a seleção dos materiais até o design dos sistemas de climatização, cada decisão tomada no processo de projeto e construção impacta diretamente o meio ambiente. Portanto, projetar edifícios energeticamente eficientes não é apenas uma tendência arquitetônica, mas uma necessidade imperativa para a sobrevivência do planeta.
Uma abordagem eficaz começa com o aproveitamento máximo da luz natural. Ambientes bem iluminados reduzem a necessidade de iluminação artificial durante o dia, economizando energia e melhorando o bem-estar dos ocupantes. Além disso, o uso de vidros de alto desempenho e sistemas de sombreamento inteligentes, como brises e persianas automatizadas, controlam a entrada de calor solar, mantendo o conforto térmico interno sem sobrecarregar os sistemas de ar-condicionado.
A ventilação natural é outra estratégia vital que deve ser incorporada desde as fases iniciais do projeto. Projetos arquitetônicos que favorecem a circulação de ar por meio de ventilação cruzada reduzem a dependência de sistemas mecânicos de ventilação. Isso não apenas economiza energia, mas também melhora a qualidade do ar interno, beneficiando a saúde e o conforto dos usuários.
A seleção de materiais sustentáveis também desempenha um papel significativo na eficiência energética e na redução das emissões de carbono. Optar por materiais com baixa energia incorporada, reciclados ou de origem local reduz as emissões associadas ao transporte e à produção. Além disso, a incorporação de vegetação através de telhados verdes, jardins verticais e paisagismo integrado contribui para o isolamento térmico, melhora a qualidade do ar e promove a biodiversidade urbana.
A integração de tecnologias de energias renováveis é indispensável na busca pela neutralidade de carbono. A instalação de painéis solares fotovoltaicos e sistemas de aquecimento solar de água transforma os edifícios em microgeradores de energia limpa. Quando combinados com sistemas de armazenamento de energia, como baterias de alta eficiência, é possível suprir grande parte ou até mesmo toda a demanda energética do edifício, diminuindo a dependência de fontes não renováveis.
Sistemas de automação e gestão energética avançados permitem monitorar e otimizar o consumo em tempo real. Sensores inteligentes ajustam a iluminação, a climatização e outros sistemas conforme a ocupação e as condições ambientais, evitando desperdícios e garantindo a eficiência operacional. A Internet das Coisas (IoT) aplicada à construção civil é uma aliada poderosa nessa jornada.
Além disso, a implementação de estratégias passivas de design, como o uso adequado da massa térmica e o isolamento térmico eficiente, contribui para a redução das necessidades energéticas do edifício. O estudo da orientação solar e do clima local permite adaptar o projeto às condições específicas do ambiente, maximizando o desempenho energético.
Por fim, é fundamental considerar o ciclo de vida completo do edifício. Projetos que facilitam a manutenção, a reutilização e a reciclagem de componentes prolongam a vida útil da construção e minimizam os resíduos ao final. A certificação de edificações sustentáveis, como LEED, BREEAM ou AQUA-HQE, fornece diretrizes e reconhecimento para projetos comprometidos com a eficiência energética e a sustentabilidade.
A eficiência energética na arquitetura é uma ferramenta poderosa para neutralizar as emissões de carbono.
*Filipe Boni, ao lado de Sami Meira, é sócio fundador da UGREEN, empresa que oferece cursos e consultoria em construções sustentáveis.
Sistema de inteligência chega como uma ferramenta que permite a regulação da luz mediante a fatores de luminosidade do decorrer do dia, proporcionado qualidade visual e atendendo as atividades realizadas no local.
Smart Lighting, traduzindo literalmente, significa “iluminação inteligente”. O conceito de inteligência envolve a integração e automação de equipamentos elétricos capazes de garantir uma alta eficiência que, através da tecnologia, podem ser controlados de forma automatizada e remota por meio de diferentes dispositivos. A técnica que ganha cada vez mais notoriedade e um grande espaço no mercado, uma verdadeira revolução na forma de iluminar e consumir energia, definido como uma tecnologia de iluminação desenvolvida para promover a eficiência energética.
Presente em diversas vertentes, como smart city, smart industry e smart home, a tecnologia analisa a área a ser iluminada, a luz natural combinada com a iluminação artificial, fatores do ambiente e assim, integra controles automatizados para realizar ajustes inteligentes entre iluminação artificial e natural, também, através da otimização com sensores de presença e ocupação.
A iluminação inteligente possui também um papel fundamental quando falamos sobre sustentabilidade, como tecnologia que proporciona redução no consumo de energia, contribui para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa associadas à geração de eletricidade. Fontes de energia LED e até integração com energias renováveis, como a solar, promove práticas mais sustentáveis e ajuda na preservação ambiental, gerando uma redução de mais de 90% do consumo, graças aos altos índices de eficiência quando aplicados a projetos luminotécnicos eficientes.
Os sistemas de iluminação inteligente visam também aumentar a segurança em todas as áreas, aplicados em ambientes residenciais, comerciais e até industriais. As luzes podem ser programadas para ligar e desligar em horários específicos, acionadas a partir de sensores de presença ou ocupação, favorecendo o ambiente, atividade executada e prevenir roubos e intrusões. Adaptada ao horário, a inteligência programa cenários de iluminação específicos, aproveitando a iluminação natural e a iluminação artificial de forma mútua, automática e sem a necessidade de intervenção manual.
As cenas de iluminação para o Restaurante V, desenvolvido pelo escritório Livit Design, são predefinidas através do aplicativo, oferecendo controle total da iluminação. Cada cena é ativada automaticamente, no momento certo, com desvanecimentos lentos entre as mudanças para que os clientes sejam cercados pela luz certa enquanto o clima é alterado do almoço para o jantar. Fotografia: Divulgação.
Onde implementar?
Um fator importante é que com o smart lighting funcionando, a quantidade de manutenção é mínima. Não há necessidade de acompanhamento humano na maior parte do tempo. A tecnologia chegou como uma inovação para ser aplicada em diversos ambientes e nos mais variados segmentos:
Na indústria, o uso de iluminação inteligente pode trazer inúmeros benefícios, incluindo maior eficiência energética, melhor segurança, aumento da produtividade e melhorias no bem-estar dos trabalhadores.
Em supermercado e atacarejos, a aplicação de iluminação inteligente atua na eficiência energética, na melhor experiência de compra para os clientes, na segurança aprimorada e operações mais eficientes.
No shopping, a iluminação inteligente pode transformar a experiência de compra, melhorando a eficiência energética, a segurança, o conforto e a estética.
Em escola e universidade, a funcionalidade da iluminação pode transformar significativamente o ambiente de aprendizado, aumentando o conforto, a produtividade e a eficiência energética.
Em hospital, a aplicação de iluminação inteligente pode oferecer uma série de benefícios, desde a melhoria do bem-estar dos pacientes, visando adequação conforme o ciclo circadiano, até a eficiência energética e a segurança operacional.
Já em residência, a utilização da iluminação inteligente geralmente é feita de forma integrada com outros dispositivos, assim oferece uma série de benefícios, incluindo autonomia, maior eficiência energética, segurança aprimorada, conforto e personalização.
Para compreender como o smart lighting funciona, é preciso lembrar que uma característica essencial da tecnologia é o uso de sensores de ocupação, com temporizadores que sinalizam a unidade de controle eletrônico após períodos de inatividade pré-definidos. Podem ser instalados sensores infravermelhos, ultrassônicos ou híbridos.
Uma curiosidade! Os sistemas de smart lighting podem ser controlados via internet para ajustar o brilho da iluminação e os horários de utilização. Com tecnologia específica que envolve uma rede inteligente, inclusive atribuindo endereços de IPs às lâmpadas. Assim, o controle se torna muito mais simples.
Inteli é a primeira universidade de tecnologia baseada em projetos do Brasil. Sua missão é oferecer. Para esse fim, a equipe da PITÁ Arquitetura mudou a abordagem padrão para ambientes de aprendizado, adotando a tecnologia mais recente. Cada ambiente deste complexo é projetado para promover a curiosidade, colaboração e comunicação. Fotografia: Divulgação.
Organizado por Pedro Vannucchi e Silvana Romano, obra que celebra os 50 anos do escritório inclui ensaios críticos de importantes pensadores da arquitetura nacional
Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados e Romano Guerra Editora lançam o livro Königsberger Vannucchi [et al.] arquitetura. Mais do que uma retrospectiva, a publicação oferece uma visão crítica e reflexiva sobre o percurso dos arquitetos e sócios fundadores Jorge Königsberger e Gianfranco Vannucchi, enquanto revela a complexidade e a profundidade da produção arquitetônica do escritório.
O título da publicação, Königsberger Vannucchi [et al.] arquitetura, incorpora a abreviação “et al.”, do latim, assim, destaca a importância de todos que contribuíram na construção de uma prática arquitetônica notável, denotando o aspecto coletivo da produção da arquitetura. Jorge Königsberger, formado pela FAU Mackenzie, e Gianfranco Vannucchi, graduado pela FAU USP, fundaram um dos escritórios mais longevos, atuantes e respeitados do Brasil. A partir de 2010, Jorge e Gianfranco passaram a orientar o escritório para um futuro de continuidade, envolvendo coparticipação autoral e societária. Daniel Toledo juntou-se à equipe e à sociedade, implementando sua atual estrutura operacional e tecnológica e consolidando a prática da criação colaborativa que a caracteriza.
A narrativa visual e textual é permeada pelas muitas transformações sociais, políticas, tecnológicas e culturais vividas no Brasil, desde os anos 1970 até o presente, proporcionando uma leitura rica acerca do impacto da arquitetura na vida urbana e nos contextos históricos do país. Por meio de uma farta iconografia e de inúmeros desenhos como croquis, desenhos técnicos, perspectivas feitas à mão e perspectivas renderizadas, é possível acompanhar as mudanças pelas quais a produção e a representação da arquitetura passaram ao longo dos últimos 50 anos.
A obra inclui, ainda, ensaios críticos de importantes pensadores da arquitetura nacional, como Ruth Verde Zein, Luciana Tombi Brasil, André Marques, Cecília Rodrigues dos Santos, Agnaldo Farias, Luís Antônio Jorge, Renato Anelli e Luiz Alberto Backheuser. Cada autor explora aspectos distintos do trabalho do escritório, analisando temas como o racionalismo, a liberdade criativa e a integração entre o moderno e o pós-moderno. Os textos oferecem uma análise aprofundada de alguns dos princípios que orientam os projetos da Königsberger Vannucchi, refletindo sobre a relação entre trabalho e contexto, forma e função e o diálogo entre passado, presente e futuro.
O evento de lançamento ocorre nesta terça-feira, 10 de dezembro, no térreo do SESC Avenida Paulista. A programação inclui a exibição de um filme sobre o livro e uma sessão de autógrafos com Jorge Königsberger, Gianfranco Vannucchi e Daniel Toledo.
Königsberger Vannucchi [et al.] arquiteturaorganização
Pedro Vannucchi, Silvana Romano Santostextos Maria Alice Junqueira Bastos, Ruth Verde Zein, Luciana Tombi Brasil, André Marques, Cecília Rodrigues dos Santos, Agnaldo Farias, Luís Antônio Jorge, Renato Anelli, Luiz Alberto Backheuser projeto gráfico Dárkon V Roqueedição Romano Guerra Editora dados técnicos 504 p., 23,4 x 27 cm ilustrado, colorido, desenhos e fotos
Visando a conexão entre diferentes bens da arquitetura paulistana, o espaço ganhou forma graças a soluções sustentáveis
Somando-se ao conjunto de edifícios da Pinacoteca de São Paulo, que hoje é composto pela Pinacoteca Luz e Pinacoteca Estação, o Pina Contemporânea foi idealizado para ser uma praça pública onde variadas atividades artísticas e culturais são apresentadas. Com projeto assinado pelo escritório Arquitetos Associados, o projeto tem 6.858 m², o que inclui Duas galerias para exibição de obras em grandes formatos, ateliês para atividades educativas, Biblioteca de Artes Visuais, além de loja, auditório, mirante e espaço de acolhimento.
Um dos principais objetivos do Pina Contemporânea é que ele atue como um eixo de circulação, paralelo à Avenida Tiradentes, interligando os diversos imóveis tombados da região, como a Estação da Luz, o Museu de Arte Sacra, o Convento de São Cristóvão, e até o bairro do Bom Retiro, onde estão instalados vários equipamentos culturais. Houve também um trabalho de preservação de bens tombados no próprio lote do projeto, tais quais a Escola Modelo da Luz de Ramos Azevedo, e a EEPG Prudente de Moraes, que foram dedicados a atividades compatíveis às suas estruturas e espacialidades originais.
Os espaços foram projetados com maior flexibilidade, de modo ampliar as possibilidades de uso de acordo com as atividades culturais propostas. Além disso, o escritório Arquitetos Associados apostou na integração de entre física e visual dos ambientes, enfatizando o viés público do projeto e estimulando a livre circulação. Esteticamente, o projeto dialoga com o modernismo, mas sem abrir mão da versatilidade que permite diferentes obras de arte a serem expostas.
A Pina Contemporânea busca integrar-se à cidade, preservando e adaptando edifícios históricos, concebendo espaços públicos abertos e promovendo a sustentabilidade. Fotografia: Nelson Kon.
O Pina Contemporânea foi viável graças a variadas soluções sustentáveis, dentre elas a construção industrializada na cobertura e no anel de circulação, estruturados em madeira laminada colada (MLC) e aço, que buscam reduzir o impacto que a implantação geraria tanto na edificação existente quanto no Parque da Luz. O projeto conta ainda com infraestruturas para o reaproveitamento de água e geração de energia, o que lhe trouxe a certificação LEED Silver. Com o projeto, passado e presente se encontram para vislumbrar possíveis futuros.
A organização espacial dos remanescentes da antiga Escola Modelo da Luz e do Convênio Escolar orientou o projeto a constituir um conjunto de grande unidade, reforçado pela acolhedora sombra iluminada definida pela cobertura em continuidade ao bosque do parque. Além do reuso adaptativo das edificações históricas, as soluções sustentáveis, como a construção industrializada na cobertura e anel de circulação, estruturados em MLC e aço, buscam reduzir o impacto da implantação para a edificação existente e, especialmente, para o Jardim da Luz.
A organização espacial dos remanescentes da antiga Escola Modelo da Luz e do Convênio Escolar orientou o projeto a constituir um conjunto de grande unidade, reforçado pela acolhedora sombra iluminada definida pela cobertura em continuidade ao bosque do parque. Fotografia: Nelson Kon.
Além do reuso adaptativo das edificações históricas, as soluções sustentáveis, como a construção industrializada na cobertura e anel de circulação, estruturados em MLC e aço, buscam reduzir o impacto da implantação para a edificação existente e, especialmente, para o Jardim da Luz. Fotografia: Manuel Sá.
A criação de um pavimento em subsolo para a área de exposição evita bloqueios visuais além de dar destaque aos bens tombados. A Grande Galeria, compatível com as variadas demandas da arte contemporânea, oferece espaço expositivo flexível.
Em vez de construírem torres inteiramente do zero, incorporadoras e arquitetos investem na revitalização de prédios históricos e subutilizados
O Edifício Martinelli, considerado um marco na verticalização de São Paulo (SP), completou seu centenário em 2024. Em celebração, o espaço foi reaberto para diferentes atividades, desde desfiles de moda a baladas noturnas e eventos gastronômicos, depois de um longo processo de degradação e revitalização. Se hoje, contudo, o Martinelli está de volta à atividade, é graças ao chamado retrofit, solução arquitetônica que permite a reestruturação de edificações antigas sem descaracterizar o que foi originalmente construído.
“O retrofit, mais que uma reforma, é uma qualificação tecnológica, permitindo atualização de infraestruturas, diminuição de manutenções e mitigação de patologias”, explica Emerson Penso, sócio-fundador da Kuubu Studio, escritório de arquitetura focado em retrofit. Segundo o especialista, as tecnologias e processos em canteiros de obra também são diferentes, permitindo que parte do processo seja feito remotamente e de forma industrializada, diminuindo tempo, ruídos, resíduos e impactos na vida dos moradores e vizinhos. “Somado a esses aspectos, oferece uma qualificação que mantém, ou até aumenta, o valor de mercado dos imóveis”.
O Martinelli, que começou a ser construído em 1924 por Giuseppe Martinelli, com projeto arquitetônico de William Fillinger, foi revitalizado após diferentes tentativas de preservação do seu legado. O edifício ganhou má fama entre os anos 1940 e 1960, depois de ter sido palco de crimes que chocaram a cidade. Nos anos 1970, passou a integrar órgãos públicos e a contar com comércio no piso térreo. Em 1980, sua fachada foi tombada como patrimônio histórico, e desde então o prédio tem sido pouco usado para visitação. Em 2023, enfim, a Prefeitura concedeu o edifício para o Grupo Tokyo, que encabeçou o retrofit que viabiliza os atuais usos culturais e comerciais do empreendimento.
Construção do Edifício Martinelli, no centro de São Paulo. Fotografia: Acervo MIS/Divulgação.
Outras grandes edificações no Brasil podem ser frequentadas graças à revitalização por retrofit. Exemplos são a Pinacoteca de São Paulo, o Estádio do Maracanã, o Farol Santander e o Hotel Fasano. E diferentes iniciativas têm sido perpetradas, como forma de ampliar as possibilidades de uso de imóveis antigos. Em Recife, por exemplo, foi assinada a Lei do Retrofit (Lei Municipal nº 19.148/23) que oferece incentivos fiscais para o setor hoteleiro recuperar edifícios a fim de dar novo fôlego ao turismo local, que perdeu forças após a pandemia de covid-19.
Já no Rio Grande do Sul, a Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea-RS) levantou uma proposta de uso do retrofit para viabilizar novas moradias após as enchentes que afetaram o estado em maio deste ano. A ideia seria revitalizar edifícios do Centro de Porto Alegre, tendo como referência o município de São Paulo, onde, segundo estudo realizado pela associação, 40 prédios na região foram reocupados num período de 5 anos após processos de adaptação das estruturas.
Portanto, seja para fins de lazer, cultura ou moradia, o retrofit tem despontado como uma forte tendência, propondo um modelo de cidade que dialoga com responsabilidade socioambiental e preservação histórica. Como explica Grazzieli Gomes Rocha, sócia diretora do escritório aflalo/gasperini: “O retrofit é uma solução que valoriza a sustentabilidade ao atualizar a estrutura de prédios existentes sem comprometer suas características arquitetônicas e/ou urbanísticas originais. Ele permite também que edifícios icônicos continuem em uso, com ganhos em eficiência energética e acessibilidade, o que seria inviável com a demolição total e reconstrução. A chave para isso é um respeito profundo pela história e busca pela utilização de elementos originais do edifício”.
Usos diversos
Um dos exemplos de como o retrofit pode ser utilizado para diferentes fins é o Beyond The Club, projeto assinado justamente por aflalo/gasperini, possível graças à revitalização do antigo Hotel Transamérica, projetado nos anos 1980 pelo mesmo escritório. Neste caso, o retrofit não se preocupou em manter a estética original, mas sim sua estrutura, conferindo uma aparência mais contemporânea e expandindo as possibilidades de uso do edifício. O objetivo do projeto era criar um oásis urbano, que inclui praia artificial com ondas e uma série de espaços de convivência e lazer.
“Nesse processo de transformação, quartos privativos foram convertidos em áreas de convivência abertas e dinâmicas, enquanto o pé-direito foi ampliado com a remoção de lajes intermediárias para criar ambientes mais generosos e conectados. Esse tipo de intervenção requer soluções engenhosas, como reforços estruturais que garantem a integridade do edifício ao mesmo tempo em que atendem às novas exigências espaciais e funcionais”, explica a arquiteta.
Além de contar com espaços tradicionais em clubes, como academia e infraestrutura para práticas de esporte, o Beyond The Club inclui opções como área de hospedagem, coworking, simuladores de ski, pista de skate e prática de surf com uma piscina de ondas. “Um dos principais desafios é a necessidade de adaptação tecnológica sem comprometer elementos da estrutura original. Equipamentos modernos de ventilação e isolamento térmico, por exemplo, precisam ser integrados de forma sutil. Além disso, a instalação de acessibilidade e sistemas de segurança pode ser complexa, exigindo soluções sob medida para respeitar as limitações de construções mais rígidas e com menor flexibilidade estrutural”, pontua.
O Beyond é um clube high experience que oferece lazer, esporte, bem-estar e negócios. Imagem: divulgação.
Desafios também foram enfrentados pelo escritório Superlimão no projeto LAPI, um empreendimento de 20 mil m² que integra 29 imóveis em três quadras na Zona Oeste de São Paulo. As unidades terão os mais diversos usos, desde residências a comércios, criando um espaço multiuso e integrativo – o nome, LAPI, é a junção de Largo da Batata e Pinheiros. Para viabilizar o retrofit dos imóveis da região, no entanto, foi necessária até mesmo a regulamentação dos imóveis, uma vez que foram constatados tanto imóveis irregulares e unidades regulares com divergências entre a construção real e o documento aprovado pela Prefeitura de São Paulo.
“O principal objetivo do projeto LAPI é a requalificação dos imóveis compreendidos em sua totalidade e a consequente ressignificação do seu entorno. Por meio da regularização de todos os imóveis, foram necessárias demolições a fim de reverter as condições originais ou atender a parâmetros urbanísticos atuais. Desta forma garantimos permeabilidade, melhores condições de aerabilidade e luz natural para pontos antes totalmente cobertos. Ainda na nova aprovação pudemos usufruir dos incentivos de fachada ativa potencializando em até 20% a mais de área construída além do coeficiente existente básico da região”, explica Thiago Rodrigues, arquiteto e sócio do Superlimão.
Seguindo a proposta de tornar a região um espaço integrativo, o projeto unificou alguns dos 35 imóveis adquiridos e eliminou os muros de divisa entre eles, viabilizando a criação de praças internas nos lotes e possibilitando a fruição livre do pedestre entre as quadras cruzando de um ponto a outro. “A fruição promove o fluxo de pessoas por entre espaços de lojas e restaurantes, trazendo uma valorização direta para metros quadrados antes escuros e sem qualquer qualidade de conforto. Os materiais removidos nas demolições foram destinados a doação ou reutilizados na composição do novo piso e mobiliário das áreas comuns”, pontua o arquiteto.
O complexo urbano LAPI usa fachadas ativas e fruições por entre as quadras para dar nova vida à região. Fotografia: Maíra Acayaba.
Retrofit e o centro das cidades
A revitalização de edifícios históricos faz parte de um diálogo sobre a reocupação de grandes centros urbanos, onde prédios antigos se tornam subutilizados mesmo que sejam servidos boas opções de lazer, serviços e transporte. Tal reflexão é o que propõe o METRO Arquitetos no projeto requalificação e restauro do Edifício Renata Sampaio Ferreira, originalmente projetado pelo arquiteto Oswaldo Bratke em 1956. “Um edifício esvaziado numa região central com grande oferta de linhas de metrô, ônibus, espaços públicos, calçadas largas, significa um enorme prejuízo para a cidade. E quando você reativa esse lugar, ainda mais com moradia, significa que a infraestrutura urbana ali presente está sendo melhor utilizada, com mais moradores, menos dependência do carro, mais comércio de rua e, portanto, mais urbanidade”, diz Gustavo Cedroni, que comanda o escritório ao lado de Martin Corullon.
O Renata Sampaio é uma das seis edificações tombadas em 2012 pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) da chamada “São Paulo Moderna”, conjunto urbano de grande valor histórico e arquitetônico no centro de São Paulo. O edifício contemplado no Programa Requalifica Centro, que incentiva projetos de retrofit com benefícios fiscais, e o projeto de intervenção contou a participação direta do Departamento de Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Paulo (DPH). na aprovação de diretrizes de preservação e restauro.
Para tornar o edifício comercial em residencial, foram adotadas soluções programáticas juntamente com a Planta Inc, empresa especializada em ativação de imóveis subutilizados na região central. “A transformação compreendeu a adaptação das lajes de escritório para criar 93 unidades residenciais de diferentes tipologias (de 25m² a 284m²), além de novos espaços de convivência e lazer, como academia, sauna, piscina, restaurante, café e um bar. A configuração dos novos ambientes, com apartamentos para curta e longa estadia e áreas comuns, promove uma experiência de moradia que valoriza a história do bairro”.
O Renata Sampaio é uma das seis edificações tombadas em 2012 pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) da chamada “São Paulo Moderna”, conjunto urbano de grande valor histórico e arquitetônico no centro de São Paulo. Fotografia: Fran Parente.
No Largo da Misericórdia, próximo à Praça da Sé, outra intervenção está em andamento. A Somauma, incorporadora focada em reabilitação de edifícios vazios e subutilizados em São Paulo, está trabalhando na revitalização do Edifício da Misericórdia para levar moradia ao Centro Histórico. “O processo de reabilitação se iniciará em 2025. Enquanto o prédio aguarda as aprovações de projeto nos órgãos públicos, fazemos, de forma coletiva, ativações culturais como uma maneira de resgatar a nossa história e fortalecer o trabalho da arte autoral e independente”, explica Marcelo Falcão, sócio da Somauma e diretor de comunicação e novos negócios.
A primeira ativação cultural foi promovida pela própria Somauma, que convidou curadores que selecionaram um conjunto de artistas visuais, designers e artesãos para exposição de variadas obras, de pinturas a instalações, além de feira de produtos autorais. “Estas atividades não tem caráter de geração de lucro, mas sim de gerar impacto positivo para todos os envolvidos. A ideia é transformar espaços em lugares, gerar mais movimento, o que aumenta a sensação de segurança, ajuda a girar a economia e traz o senso de pertencimento com o centro da cidade. Para isso parar em pé, fazemos as adaptações necessárias de infraestrutura para garantir a acessibilidade e segurança”, afirma o executivo.
Aguardando aprovações de projeto, o Edifício da Misericórdia tem abrigado ativações culturais. Fotografia: Rodrigo Vargas.
Formatos diversos
É possível categorizar diferentes formas de retrofit, como a revitalização específica de fachadas. O programa Sto reStore, da empresa especializada em revestimentos e fachadas Sto Brasil, dedica-se integralmente à intervenções dessa modalidade, oferecendo uma linha de soluções a fim de corrigir problemas de umidade, melhorar a eficiência energética e renovar a estética das fachadas. Exemplo é o projeto realizado na Sede Mundial da Igreja Pentecostal Deus é Amor, um empreendimento de 16.800 m² de área.
“Inicialmente pensamos em outras soluções, mas ao compreender a necessidade do cliente vimos que o que contemplaria todas as especificações e anseios do projeto seria um sistema de revestimento de fachadas que garante conforto térmico, infinitas possibilidades de acabamento, além de proporcionar uma fachada sem trincas ou fissuras”, comenta William Medeiros, Gerente Técnico, Comercial e Marketing da Sto Brasil. “Entre os benefícios mais relevantes estão a velocidade de execução, facilidade da não remoção do antigo revestimento, aspecto repelente de água, evitando assim manutenção, e o custo x benefício”, finaliza.
Outra forma de revitalização é o retrofit no retrofit, como proposto pelo Studio VA em um projeto para um escritório de advocacia localizado no Edifício Bravo Paulista, em São Paulo (SP). O prédio havia sido retrofitado poucos anos antes pelo Dal Pian Arquitetos, assim a unidade sofreu intervenções para adaptar determinados aspectos que não haviam sido contemplados pelo retrofit da torre. “O grande desafio não foi melhorar o que estava danificado e sim trabalhar com projeto de interiores com situações que não foram pensadas no retrofit do prédio, como um dreno de ar-condicionado e pé direito baixo existente”, explica Vinícius Alves, arquiteto responsávelo pelo Studio VA.
Segundo o arquiteto, foi desenvolvido um projeto de interiores complexo em que a própria estrutura serviu como inspiração para a narrativa projetual. “Harmonizamos as linhas, brises e malha estrutural existentes com as formas volumétricas propostas em projeto, desde a ilha central revestida em formiwall curvo até a linearidade da estante que abraça todo o projeto. Adaptamos todo o sistema de ar condicionado chegando ao êxito de minimizar visualmente seu volume. Adotamos laje aparente, sem o uso de forro de gesso para tampar a estrutura. Trabalhamos com jogos de volumes entre a recepção e o staff para valorizar a mesma estrutura”, comenta.
No Edifício Bravo Paulista, a própria estrutura serviu como inspiração para a narrativa projetual de um escritório de advocacia em seu interior. Fotografia: João Paulo.
O que mais pode ser feito
Embora o retrofit não seja recomendado para toda e qualidade revitalização de edifícios históricos – alguns casos precisam, de fato, de restauro e conservação –, a estratégia ainda pode ser considerada um investimento para uma urbanização mais sadia. “O retrofit precisa ser mais praticado por grandes incorporadoras e investidores. O resultado é um ativo para a cidade que respeita seu histórico, gera muito menos resíduo, menor impacto no seu entorno respeitando a escala e o processo natural de amadurecimento da cidade. É uma oportunidade de promover novos usos, misturando serviços, consumo, moradia, educação e cultura em regiões em que os processos urbanísticos anteriores falharam”, diz Thiago Rodrigues, do Superlimão.
Emerson Penso, do Studio Kuubu, discorre que nas Parcerias Público Privadas (PPP) ampliar os usos do retrofit no Brasil. Nesses casos, parte do custo de revitalização de edificações históricas ou degradadas teriam em contrapartida benefícios como concessões temporárias ou exploração comercial, como ocorre na revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro (Porto Maravilha). “Outra possibilidade é fomentar fundos imobiliários dedicados a retrofit e revitalização de áreas centrais. O Poder Público pode participar como investidor inicial ou garantir facilidades regulatórias para a captação privada”, opina.
Existe ainda a possibilidade do retrofit auxiliar no enfrentamento ao déficit habitacional em grandes cidades, como aponta Grazzieli Gomes Rocha, do aflalo/gasperini. “Seria um caminho sustentável e de menor impacto ambiental comparado à construção de novos empreendimentos. No entanto, ele deve ser complementado por políticas habitacionais amplas, que garantam acessibilidade econômica e infraestrutura adequada para as populações mais vulneráveis, ao mesmo tempo, com incentivos que atraiam o investimento das incorporadoras e construtoras”, finaliza.
Premiada Galeria Diletante celebra a força do Modernismo e do Design Brasileiro com peças icônicas como a Poltrona Bowl de Lina Bo Bardi e o legado de Jorge Zalszupin.
A Galeria Diletante participa da Design Miami 2024, a maior plataforma global de design colecionável, de 3 a 8 de dezembro, no Pride Park, em Miami Beach. Em sua terceira participação no evento, a galeria apresenta um acervo que celebra a autenticidade e a inovação do design brasileiro, destacando peças icônicas como a Poltrona Bowl, de Lina Bo Bardi, e criações emblemáticas de Jorge Zalszupin.
Lina Bo Bardi e Jorge Zalszupin destacam-se como figuras centrais na construção da identidade do design nacional. Lina, com sua abordagem humanista e experimental, trouxe uma visão profundamente conectada às culturas populares e à funcionalidade prática, enquanto Zalszupin, com sua síntese refinada entre estética e funcionalidade, explorou a riqueza dos materiais brasileiros com um toque de modernismo global.
A exposição também inclui criações de mestres como Joaquim Tenreiro e Sergio Rodrigues, reforçando a diversidade do modernismo brasileiro. Essas obras-primas conectam o legado de Lina e Zalszupin à narrativa contemporânea do design, reafirmando a relevância do Brasil no cenário global.
Com 20 anos de atuação, a Galeria Diletante consolidou-se como uma referência internacional em design modernista brasileiro, reconhecida por sua curadoria criteriosa e pelo rigor na documentação histórica. Entre suas conquistas, destaca-se a venda de uma rara versão em fibra natural da Poltrona Bowl para a Carnegie Foundation, exemplificando o diálogo entre design, artesanato e cultura local. Em 2022, a galeria recebeu o prêmio Best of Show na categoria Best Historic Work durante a Design Miami, reafirmando seu papel como embaixadora global do modernismo brasileiro.
Sergio Rodrigues, Abajur J. Hirth | Joaquim Tenreiro, Mesa de Jantar | Acervo Diletante, Poltrona em Jacarandá. Fotografia: Divulgação.
O LEGADO ATEMPORAL DE LINA BO BARDI E JORGE ZALSZUPIN
A Galeria Diletante destaca Lina Bo Bardi e Jorge Zalszupin, cujas criações transcendem o tempo e continuam a inspirar o cenário do design global.
Concebida em 1951, a Poltrona Bowl reflete a visão inovadora de Lina Bo Bardi. Com sua forma arredondada e acolhedora, celebra o artesanato local por meio do uso de fibras naturais, evidenciando o compromisso da designer com materiais e técnicas que valorizam a cultura e o meio ambiente. Este exemplar, exibido pela Galeria Diletante, possui proveniência autêntica, tendo integrado a residência paulista projetada por Zenon Lotufo para Maurílio Telles de Meneses, conforme documentado pela revista Casa e Jardim em 1956.
Lina, nascida na Itália em 1914 e radicada no Brasil a partir de 1946, deixou um legado que inclui marcos como o MASP, tombado pelo IPHAN, e o Sesc Pompeia, considerado pelo The New York Times uma das obras mais importantes do pós-guerra. Sua obra é um testemunho de como o design pode ser integrado à vida cotidiana, combinando funcionalidade, acessibilidade e autenticidade cultural.
JORGE ZALSZUPIN: A elegância modernista
Poltrona Paulistana, Carrinho de Chá, Mesa Pétala e Poltrona Brasiliana. Fotografia: Divulgação.
O projeto especial “Mr. Leitão”, que será apresentado pela Galeria Diletante na Design Miami 2024, homenageia o legado atemporal de Jorge Zalszupin. Com peças adquiridas diretamente da família Leitão, o projeto recria o espírito de uma residência modernista, destacando o Carrinho de Chá, a Mesa Pétala, e as poltronas Brasiliana e Paulistana. Esses ícones do design evidenciam o equilíbrio característico de Zalszupin entre formas orgânicas, funcionalidade e sofisticação técnica.
Nascido na Polônia em 1922 e radicado no Brasil após a Segunda Guerra Mundial, Zalszupin trouxe ao design nacional influências europeias combinadas com o uso inovador e sustentável de madeiras brasileiras. Fundador da l’Atelier, ele foi pioneiro na transição de móveis sob medida para produção em série. Peças como a “Danish chair” (1959) e suas experiências com plástico injetado no Grupo Forsa consolidaram sua contribuição para o modernismo global, mesmo diante dos desafios econômicos dos anos 1980.
UM DIÁLOGO ENTRE ERAS: Modernismo e contemporaneidade
Coleção Imensidão | Paola Müller e Michell Lott | Tapetes Ilusão Noturna, Imensidão e Estrela Cadente. Fotografia: Divulgação.
Complementando os ícones do modernismo brasileiro, a Galeria Diletante apresenta na Design Miami 2024 peças de design contemporâneo que enriquecem a narrativa da exposição e dialogam com a ambientação modernista. Entre os destaques estão os tapetes da Coleção Imensidão, assinados por Paola Müller e Michell Lott, que exploram temas cósmicos e integram técnicas artesanais com fios reciclados, e o Banco Matuto, do designer carioca Marcelo Zalona, elaborado com madeira de demolição e a técnica de marchetaria. As obras contemporâneas criam uma conexão vibrante entre passado e presente, ampliando o impacto da exposição ao evidenciar a riqueza cultural e a continuidade da tradição criativa do Brasil. Essa integração harmoniosa entre eras distintas reforça o papel do design brasileiro como uma referência internacional, ao mesmo tempo em que celebra a autenticidade, a inovação e a diversidade que marcam sua trajetória.
Galeria Diletante na Design Miami 2024 Celebrando o Modernismo Brasileiro e o Design Contemporâneo
Estande: Booth G17
Preview Day (somente por convite): 3 de dezembro
Prévia para membros: 11h às 13h | Prévia para colecionadores: 13h às 19h
Dias de exibição ao público: 4 de dezembro
Prévia VIP: 11h às 13h | Exposição aberta ao público: 13h às 19h
De 05 a 7 de dezembro: 11h às 19h | 8 de dezembro: 11h às 18h
Local: Convention Center Drive & 19th Street, Miami Beach, EUA