Eficiência energética permitirá redução de 6% do consumo elétrico da indústria em 2030

ENERGIA EOLICA

Compromisso do Brasil é atenuar o lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera em 37%, até 2025, e 43%, até 2030.

 

Entre os esforços do Brasil traçados para 2022 está o de frear o alto consumo de energia elétrica. É que o País foi eleito como um dos membros do Energy Efficiency Hub – plataforma global de colaboração para possibilitar benefícios ambientais, sociais e econômicos no que diz respeito à eficiência energética.

Este trabalho será realizado ao lado de outras 15 nações, sendo elas: Argentina, Austrália, Canadá, China, Dinamarca, União Europeia, França, Alemanha, Japão, Coreia, Luxemburgo, Rússia, Arábia Saudita, Reino Unido e Estados Unidos, as quais, juntas, têm por objetivo favorecer as comutações sobre política de eficiência, bem como regulação e implementação de medidas.

Entre as principais orientações do Energy Efficiency, está a procura por novas soluções para o uso racional e sustetável da energia sejam nas residências, empresas e indústrias. São tecnologias voltadas a garantir eficiência energética. Em seu pronunciamento no lançamento do Hub em Paris, Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia, disse considerar a eficiência energética “o ‘primeiro combustível’ porque ela é crucial para enfrentar as mudanças climáticas e tornar nossos suprimentos de energia mais seguros, deixando também dinheiro em nossos bolsos”. “Estou muito satisfeito em ver os países se unindo como parte do Hub de Eficiência Energética para acelerar esforços”, afirmou.

É importante lembrar que o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas) mostra que não há tempo e qualifica como urgente a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

 

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Indústria é vilão do consumo de energia

As maiores vilãs do consumo de energia no mundo são as indústrias. Isso se dá por conta do uso de motores elétricos na produção (muitas vezes antigos e nada eficientes), segundo Gustavo Batista, promotor técnico da Reymaster Materiais Elétricos e especialista em iluminação e eficiência energética.

Segundo ele, se as fábricas se comprometerem a implementar a cultura da eficiência energética, as chances de êxito na redução do consumo de eletricidade são bem grandes. “Eficiência energética é fazer mais com menos. Como? Utilizando motores mais eficientes; substituindo as lâmpadas convencionais por LED; automatizando os processos industriais; utilizando inversores de frequência; instalando painéis fotovoltaicos, e outras soluções”, lista.

Gustavo ressalta ainda, que as condutas de eficiência energética concretizadas pela indústria serão a chave na contenção das emissões de CO2, e as marcas que abraçarem essa causa sairão na frente. “Além de reduzir custos na produção e retrabalho, gerando economia de dinheiro e tempo, a inovação de automatizar processos para fazer mais com menos conserva o meio ambiente pela redução das emissões de gás carbônico, o principal causador do efeito estufa”

Cálculos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2030, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostram que os ganhos de eficiência energética reduzirão aproximadamente 6% da eletricidade da indústria em 2030.

A eficiência energética é um dos pilares da estratégia definida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apresentada na Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia, como um dos principais ativos do país em sua agenda ambiental. Entre os quase 200 países signatários do Acordo de Paris, o Brasil, assumiu um dos desígnios mais ambiciosos de redução de suas emissões de GEE. Fixando 2005 como base, o compromisso do País foi atenuar o lançamento de gases de efeito estufa em 37%, até 2025, e 43%, até 2030!

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Reymaster
Imagens: Divulgação

Câmara aprova projeto que reconhece Carmen Portinho como patrona do urbanismo no Brasil

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A urbanista foi uma das responsáveis pela introdução do conceito de habitação popular no País.

 

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1679/22, do Senado, que declara patrona do urbanismo no Brasil a engenheira e urbanista Carmen Velasco Portinho (1903-2001). A proposta irá à sanção presidencial.

Carmen Portinho nasceu em Corumbá (MS) e se formou em engenharia civil em 1925, na Escola Politécnica da antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1939, tornou-se a primeira mulher a obter o título de urbanista no País.

Junto a Bertha Lutz, Jerônima Mesquita e Stella Guerra Durval, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, associada ao movimento sufragista internacional, que buscava a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres.

Em 1945, após estagiar nas comissões de reurbanização das cidades inglesas destruídas pela guerra, Carmen sugeriu ao então prefeito do Rio de Janeiro a criação de um departamento de habitação popular para sanar a falta de moradias populares no município, o que ocorreu no ano seguinte.

 

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Carmen Portinho no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

 

Homenagem

Relatora da proposta, a deputada Soraya Santos (PL-RJ) afirmou que a homenagem a Carmen Velasco Portinho tem o apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo e de outras instituições de arquitetos e engenheiros do Rio de Janeiro. A votação foi acompanhada pelo sobrinho-neto da engenheira, senador Carlos Portinho (PL-RJ), autor da proposta.

“Carmem Portinho faz parte da história deste País como uma das primeiras sufragistas brasileiras [defensoras do voto feminino], uma das primeiras mulheres a defender os direitos de as mulheres ocuparem espaços de uma área em que não era prevista a sua atuação: engenharia e ciências exatas” – Soraya Santos, deputada.

Soraya Santos lembrou que a engenheira sofreu episódios de violência institucional no decorrer de sua carreira e acabou fundando uma associação para ajudar outras mulheres. “Ela se dedicou por muitos anos à defesa do direito do voto, da proteção de mães e filhos, da educação feminina e da necessidade de estimular o valor do trabalho feminino fora de casa”, disse. Para a relatora, a homenagem a Carmen Velasco Portinho é um símbolo de que as mulheres podem alcançar qualquer posição desde que tenham capacitação e competência.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Câmara dos deputados
Imagem: Divulgação

 

Para humanos e cães

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Projeto visa incentivar uma convivência respeitosa entre humanos e seus cães ao aproximar suas necessidades físicas num jogo de escalas nos espaço deste residência.

 

Esta casa, de 700 m² e localizada na Tailândia, foi construída para um homem que ama cães. No início, ele desejava construir um lugar, não apenas para ele morar, mas que fosse um lugar para seus cães se divertirem o quanto quisessem, acomodando inclusive uma parte da casa de seu cachorro como um hotel outros cães. Para refletir essa atitude do cliente, o escritório EKAR começou a pesquisar o contexto do projeto para entender como a arquitetura seria configurada.

“Nakhonpathom é a província agrícola conhecida como a ‘cozinha nacional’ onde carne de porco, frango e arroz no mercado são exportados, então pesquisamos e encontramos muitos personagens arquitetônicos interessantes remanescentes do passado até os dias atuais, como por exemplo ‘o telhado’.” – EKAR

 

 

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Para o escritório, a palavra ‘Contexto’ não é usada apenas para o edifício próximo, árvores existentes, clima, geologia ou qualquer uma das coisas físicas que percebemos por meio de nossos sentidos, mas também inclui a coisa abstrata, o relacionamento que os usuários desenvolvem com seu meio, entre si e seus animais. Encontraram, relativamente entre cães, humanos e arquitetura, uma coisa simples chamada ‘Escala’.

‘Escala’ é a diferença mais significativa percebida por cães e humanos. Sempre que queremos nos comunicar com o cão, precisamos nos curvar um pouco para nos aproximarmos para torná-lo mais confiante e diminuir a distância entre o cão e o ser humano, física e mentalmente. Assim, a residência projetada usando o caráter do edifício agrícola local, que tem um design de telhado baixo para combinar com a escala de frango e porco, mas usamos o elemento do telhado para lembrar as pessoas da existência de outras vidas. O telhado indica onde as pessoas podem andar, onde não podem, onde podem ver, onde podem sentar, onde os cachorros podem correr, onde os cachorros podem deitar, ou mesmo onde as árvores podem crescer.

 

 

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A base da coluna é projetada para se ajustar à forma do cão quando ele dorme e para ser usada de maneira funcional para facilitar a limpeza. Os degraus da piscina também são projetados para atender não apenas à escala humana, mas também para o cão subir da piscina adequadamente. O telhado é projetado sem a calha do telhado para deixar a água tocar o solo diretamente. Todos os projetos visam incentivar a convivência, aproximá-los, fazê-los crescer juntos e tornar os humanos mais respeitosos com as outras vidas na Terra.

 

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Imagens: Rungkit Charoenwat

 

 

Comunicação visual: dicas para criar Mood Boards!

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Painéis comumente usados ​​em práticas de design de interiores são poderosas ferramentas de comunicação visual em arquitetura, design de moda, design de produto e design industrial.

 

Os projetos de design dependem fortemente de ferramentas visuais que ilustram os recursos do projeto e a atmosfera geral, e seja você um arquiteto, designer de interiores, designer de móveis ou engenheiro, o termo ‘mood board’ definitivamente surgiu em algum momento durante os estágios iniciais de processo do projeto. De um modo geral, as imagens têm imenso poder de influenciar e inspirar seus espectadores, portanto, montar um poderoso moodboard pode ser uma virada de jogo para o arquiteto, o artista visual e os clientes, e pode ampliar o processo de contar histórias do projeto.

Por definição, um moodboard é um conjunto de cores, texturas, estampas, materiais ou outros elementos de design que compõem a identidade de um projeto. Esses elementos geralmente são reunidos durante o processo de design e a fase de concepção e servem de inspiração para a aparência do projeto. No entanto, os arquitetos descobriram que os moodboards tendem a ser muito úteis também durante a fase de visualização e renderização , pois podem dar ao artista 3D um vislumbre de como os usuários se sentirão dentro do projeto e, assim, facilitar o processo de renderização.

Então, como criar um?

 

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– Primeira regra para criar um moodboard: não há regras. Mood boards são montados para comunicar conceitos de design facilmente com pessoas que não estiveram envolvidas no processo de design. Também não existe uma maneira certa ou errada de montar um, porque tudo se resume ao arquiteto e ao que você está tentando transmitir, portanto, seja o mais explorador possível.

– Existem muitos tipos de painéis de humor: amostras de materiais, paletas de cores, acabamentos, experiência e humor, aparência geral, etc. e cada um é projetado de maneira diferente. Portanto, certifique-se de definir o que está apresentando para evitar qualquer confusão.

– Entenda seu projeto: Faça a si mesmo perguntas como ‘ como eu quero que o usuário se sinta dentro do espaço? Quem está ocupando meu espaço e o que farão dentro dele? Se meu projeto fosse uma cor, qual seria? O que meu projeto deve lembrar as pessoas de ‘? Embora muitas vezes essas questões sejam definidas logo no início, é muito importante entender o seu projeto e o que ele vai oferecer aos seus usuários para que você possa montar um quadro que represente com precisão o seu projeto.

-Liste as palavras-chave que representam a emoção do usuário enquanto está no projeto, como extravagante, confinado, festivo, liberado, etc., e encontre imagens e materiais que representem essas palavras-chave. Por exemplo, se uma das palavras-chave do projeto for ‘ liberado ‘, não se limite a imagens que representem esse termo literalmente. Inclua materiais de fluxo livre, transparência e/ou texturas e estampas perfuradas para caracterizar a definição deste termo. Você pode até adicionar fotos de eventos ou locais que façam as pessoas se sentirem liberadas. Certifique-se de observar que ter esses materiais no quadro não indica que eles estarão presentes no projeto real, eles apenas representam o clima desse projeto. Se você sentiu que as imagens não são explícitas o suficiente,

-Pense fora da caixa digital. Embora existam milhões de fontes online, a inspiração vem de qualquer lugar e de qualquer lugar, então não se limite a passar horas coletando imagens online. Integre exemplos de revistas, livros, roupas, filmes, videoclipes, comida ou sua própria fotografia e esboços feitos à mão e crie uma colagem dinâmica.

-Consistência é a chave (a menos que o projeto determine o contrário). Ter imagens inconsistentes pode dar a impressão de que você ainda não está confiante com o design final do seu projeto, o que pode ser problemático para clientes ou professores. Certifique-se de ter um tema universal claro.

-Muitos arquitetos e designers preferem usar um modelo semelhante a uma grade para seus painéis de humor, no entanto, as grades não são o único caminho a percorrer. A menos que o cliente, artista visual 3D ou professor esteja solicitando um modelo específico, sinta-se à vontade para organizar suas imagens inspiradoras de uma forma que complemente seu projeto e traduza sua identidade.

-Acione a resposta emocional do seu público, permitindo que o painel de humor faça parte do projeto. Por exemplo, se o projeto estiver situado em uma floresta escura cercada por grandes árvores, certifique-se de traduzir essa experiência no quadro de humor reunindo as imagens inspiradoras em um quadro de cor escura e cobrindo partes dos desenhos com folhas (ou esboços de folhas) para traduzir a sensação de estar sobrecarregado com a natureza circundante. Se o tema do projeto for transparência, monte as figuras e diagramas em folhas transparentes em vez de um quadro real para que os espectadores possam entender o quão aberto e leve o projeto será. Se a estrutura for muito rígida e geométrica, enquadre os desenhos com traços grossos para retratar a sensação de volume.

-Não apresse o processo. Reserve um tempo para selecionar seu quadro de humor e certifique-se de incluir os recursos visuais mais influentes em seu projeto.

-Se você estiver apresentando o moodboard pessoalmente em vez de on-line, apoie sua apresentação com elementos 3D, como materiais texturizados, plantas e acessórios que as pessoas possam tocar e experimentar para ilustrar o clima do projeto. Se você quiser dar um passo adiante, integre a música em sua apresentação. A música é uma das mídias mais emocionantes, então monte uma lista de reprodução poderosa que possa cativar seu público.

-Teste seu moodboard com seus amigos que não são designers. Os designers têm a capacidade de imaginar um espaço com o mínimo de suporte visual, portanto, apresentar um quadro de humor para alguém que não seja designer ajuda a estabelecer se ele é descritivo o suficiente e transmite o ambiente do projeto.

-Divirta-se.

 

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Por Dima Stouhi/Archdaily
Imagens: Divulgação Material 2.0

 

CAU/SP lança novo portal e campanha de valorização da profissão

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Iniciativas acontecem a partir de 15 de dezembro, considerado o Dia do Arquiteto e Urbanista.

 

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP), em comemoração ao Dia do Arquiteto e Urbanista, que acontece em 15 de dezembro, lança um novo site. Mais moderno, o portal irá permitir maior acessibilidade, além da mudança no layout, o que facilita a navegabilidade. O site contabiliza cerca de 2,3 milhões de visualizações/ano. A previsão é que em 2022, os acessos aumentem em torno de 15%.

Além disso, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) lançou a campanha do Dia do Arquiteto e Urbanista 2022. Para comemorar a data estão sendo publicados diversos conteúdos com histórias reais de arquitetos e arquitetas que venceram diversos desafios na carreira e na vida. O objetivo é promover a valorização profissional, mostrando como a Arquitetura e Urbanismo trazem mais qualidade de vida para as pessoas.

A campanha tem como tema “Para cada história, um arquiteto ou uma arquiteta”. São histórias de duas arquitetas de interiores; uma arquiteta cadeirante que fez projeto para um casal igualmente cadeirante; e de uma arquiteta cujo trabalho na comunidade em que nasceu, e onde segue vivendo, já ganhou fama internacional. Essas histórias serão divulgadas nas redes sociais, em sites especializados e redes nacionais de rádios. Todos os conteúdos serão reproduzidos pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP).

 

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Divulgação CAU BR

 

A presidente do CAU/SP, Catherine Otondo, avalia que a campanha é resultado de um processo de escuta feito ao longo do ano, envolvendo os escritórios regionais. “O intuito foi de buscar compreender ainda mais o papel do Conselho e sua relação com as localidades, visando demonstrar o verdadeiro papel da Arquitetura na sociedade, que também é o de colaborar para a melhoria da qualidade de vida da população”, afirma.

Desde 2018, o Dia do Arquiteto e Urbanista é comemorado oficialmente no dia 15 de dezembro. A data passou a fazer parte do calendário nacional após a sanção da lei 13.627/2018 e homenageia o arquiteto e urbanista Oscar Niemeyer, nascido nesse dia em 1907. Além disso, 15 de dezembro é o dia da fundação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), que realiza a fiscalização e regulação da profissão no país.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: CAU/SP e CAU/BR

 

 

Brasil possui o único laboratório independente e acreditado da América Latina para análise de geossintéticos

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Reconhecido internacionalmente, espaço fica no campus do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul.

 

A Engenharia Civil brasileira avança mais uma etapa para se fortalecer no cenário internacional. O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), por meio do Centro de Pesquisas (CP), é reconhecido internacionalmente como o único laboratório independente e acreditado da América Latina a oferecer ensaios acreditados para geomembranas, um tipo de geossintéticos, isto é, produtos industrializados constituídos por polímeros, sintéticos ou combinados com materiais naturais, utilizados para reforço estrutural, impermeabilização, drenagem, controle de erosão e filtração, em obras geotécnicas na Engenharia Civil e Ambiental (aterros sanitários, áreas contaminadas, saneamento básico e energia e mudanças climáticas).

Antes da conclusão do processo de acreditação para ensaios de geomembrana feito pelo IMT, fabricantes e demais interessados em realizar ensaios contavam apenas com laboratórios independentes no Canadá e nos EUA. Além de acarretar um aumento do custo final, tendo em vista a necessidade de despachar as amostras para o exterior, também havia um impacto negativo sobre o próprio amadurecimento do mercado brasileiro, pois isso aumentava a dependência de serviços prestados por profissionais estrangeiros.

“A iniciativa tomada pelo Instituto Mauá de Tecnologia, acreditando 14 ensaios de geomembranas, foi um primeiro passo dado em direção à autossuficiência da indústria brasileira de geossintéticos, aumentando a disponibilidade de laboratórios capazes de atender à demanda de ensaios acreditados. Por fim, o contato direto entre prestador de serviço e cliente traz maior credibilidade ao mercado” – Leonardo Sanches Previti, engenheiro civil do Centro de Pesquisas, Divisão de Ensaios e Análises, do IMT.

 

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Inaugurado em 2019 pelo Instituto Mauá de Tecnologia, o laboratório passou por várias etapas para receber o reconhecimento internacional. Foi necessária uma prévia da preparação que incluiu treinamento dos técnicos, para padronizar a realização dos ensaios e controlar possíveis fontes de não conformidade, integrando equipes das áreas de Engenharia Mecânica, Química e Civil.

O fato de os laboratórios administrados pelo Centro de Pesquisas já possuírem uma cultura de controle rigoroso, devido à implementação da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025, facilitou todo o processo, já que o maior desafio esteve relacionado com a produção de dados que atestassem a repetibilidade dos ensaios. “Vale lembrar que para a engenharia civil brasileira esse laboratório é motivo de orgulho, uma vez que o País poderá tornar-se uma referência para o mercado latino-americano, assim como o Canadá e os EUA eram para nós até 2021. As empresas que desejarem analisar ou testar mantas de geomembrana deverão, portanto, procurar o suporte técnico do IMT”, completa o engenheiro Henrique Satkunas, Gerente da Divisão de Ensaios e Análises do CP.

O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) promove o ensino científico-tecnológico há 60 anos, visando formar recursos humanos altamente qualificados. Com dois campi, localizados em São Paulo e São Caetano do Sul, o IMT conta com um Centro Universitário e um Centro de Pesquisas. O Centro Universitário oferece cursos de graduação em Administração, Design e Engenharia, e recentemente dois cursos de TI  – Ciência da Computação e Sistemas de Informação. Na pós-graduação, são oferecidos cursos de atualização, aperfeiçoamento e especialização (MBA), nas áreas de Gestão, Design, Engenharia e Tecnologia da Informação. O Centro de Pesquisas desenvolve tecnologias para atender às necessidades da indústria e atua como importante elemento de ligação entre as empresas e a academia.

 

Biomimética: Observando a natureza!

ICDITKE Research Pavilion

Você sabe o que é biomimética?

 

“Bio”, significa vida, e “mimética” significa imitar. A biomimética consiste basicamente em buscar soluções inspirando-se na natureza.

Um design inteligente muitas vezes é fruto de uma sequência de versões que não deram tão certo, ele vai sendo aprimorado e novos produtos vem com melhorias baseadas nas imperfeições da versão anterior, de acordo com feedbacks. É na busca por um design inteligente que a natureza aparece. Afinal, ela nada mais é que um sistema formado por anos de evolução e ciclos de feedback.

A biomimética é uma das principais tendências de design dos próximos anos, ela busca entender mecanismos da natureza para aplicar na tecnologia. Observar e aprender é um bom caminho. Na arquitetura, explorar a biomimética absorvendo as formas da natureza e compreendendo a função dos elementos naturais é um caminho para construções mais orgânicas. Essa função pode ser uma estratégia, um sistema ou uma estrutura, e sua aplicação pode resolver praticamente qualquer problema! A biomimética garante que a solução encontrada seja uma solução sustentável. Afinal, a natureza é a própria sustentabilidade.

 

Um bom exemplo é o The Gherkin, um dos edifícios mais icônicos da Inglaterra. Ele foi um dos primeiros a adotar conceitos modernos de biomimética em sua concepção. A torre de 180 metros de altura possui sistema de ventilação de ar semelhante a esponjas do mar e anêmonas, essas espécies se alimentam direcionando o fluxo da água do mar através de seus corpos. Da mesma forma, o Gherkin é apoiado por uma estrutura de exoesqueleto e é projetado para que a ventilação flua por todo o edifício.

 

Home Carousel

 

esponja de mar

 

 

Exemplos de biomimética também são aplicados na tecnologia. A moda dos prédios espelhados causou um grave problema ambiental nas cidades. Essas fachadas provocam ilusões de ótica nos pássaros, eles não conseguem visualizar o vidro, que para eles reflete o céu, e acabam esbarrando. Ao observar o comportamento de pássaros na natureza, cientistas perceberam que eles desviavam das teias de aranha. Contudo, as teias de aranha também são praticamente transparentes, mas analisando as características de uma teia de aranha, percebeu-se que elas refletiam raios ultravioletas e os pássaros eram capazes de enxergar esses reflexos e, então, desviavam da teia. A solução encontrada foi desenvolver uma película de vidros que reflete raios ultravioletas. Com essa película, evita-se que os pássaros esbarrem em edifícios com fachadas espelhadas.

 

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Outro bom exemplo é a de determinada textura, que evita a proliferação de bactérias. Embora a água do mar esteja repleta de microorganismos a pele dos tubarões está sempre limpa e isso ocorre porque sua pele possui uma textura que impede que bactérias se comuniquem e deste modo elas não se reproduzem. A partir da observação desse fenômeno, pesquisadores criaram uma textura que inibe o crescimento de bactérias. A Sharklet se tornou uma ótima opção para substituir o uso excessivo de produtos químicos em hospitais, por exemplo.

 

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Por fim, considerando que a natureza possui milhões de espécies, sistemas e estratégias, a biomimética leva sempre a uma solução original. Cada vez mais, empresas que adotam estratégias sustentáveis têm vantagens competitivas no mercado. Além disso, elas apostam na coexistência harmônica das pessoas com o meio natural e garante uma visão sistêmica.

É a busca por soluções em um sistema que é fruto de muitos anos de evolução: a natureza, que se regenera e utiliza recursos de maneira estratégica. Não existe modelo mais eficiente de reciclagem que uma planta que morre e serve de adubo para que outra planta cresça em seu lugar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Ugreen: www.ugreen.com.br
Imagens: Divulgação

De ponta a ponta

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Em obras, a gestão de resíduos deve ser planejada desde o desenvolvimento do projeto até o descarte final dos materiais.

 

Para que um projeto de construção ou reforma seja eficientemente sustentável, todas as etapas devem ter um plano efetivo de gestão de resíduos. O planejamento adequado pode tanto reduzir o volume de descartes como garantir que a disposição final siga as normas nacionais e regionais. Entidades do setor, desde empresas privadas a órgãos do Estado, confirmam que os cuidados com a geração de resíduos devem ser de ponta a ponta.

A analista de meio ambiente do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Vanessa Dias, esclarece que a gestão sustentável dos descartes engloba diferentes fatores. Dias pontua a importância de se trabalhar com mão de obra qualificada que saiba evitar retrabalho e desperdício de produtos.

 

“A redução da geração de resíduos se inicia na escolha do terreno, passa pelo desenvolvimento do projeto, pela escolha dos materiais e sistemas construtivos e pela execução da obra (transporte, armazenamento e manuseio dos materiais). Sendo assim, o desafio está em todos os momentos da obra” – Vanessa Dias, analista de meio ambiente do SindusCon-SP

 

Do início

A VG Resíduos desenvolveu um software para auxiliar a gestão de resíduos de diferentes empreendimentos, incluindo obras da construção civil, trazendo levantamentos de como reduzir a geração de resíduos e como descartá-los corretamente. “A primeira coisa a se fazer é estabelecer o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), pontuando quais resíduos serão gerados e informando os dados do empreendimento” diz Victor Gomes, analista de sucesso do cliente da empresa.

Seguindo a mesma linha, a arquiteta Veronica Polzer, PhD em resíduos sólidos e sócia fundadora da Polzer Ambiental, explica que toda a gestão se inicia na fase de projeto. “Os canteiros devem prever a segregação correta dos RCCs para que quase 100% dos resíduos sejam valorizados”, diz. Segundo a arquiteta, no projeto é possível prever o fluxo de resíduos do empreendimento e assim determinar espaços adequados para armazenamento de recicláveis, rejeitos e até permitir a compostagem.

Um dos trabalhos iniciais é a retirada de terra em processos de terraplanagem. Contudo, a terra que não tem serventia em determinado terreno pode ser fundamental em outro. Desse modo, segundo Victor Gomes, uma das soluções utilizadas pelas construtoras é o reuso do material descartado em obras da mesma empresa. “Tenho visto clientes nessa fase mandarem a terra para suas outras obras, em vez de mandar para aterros”, conta.

Veronica Polzer ainda afirma que o planejamento deve prever técnicas para redução de desperdícios. Um exemplo é a racionalização da alvenaria, com tamanhos de paredes sem quebras irregulares de blocos. “Assim, todas as peças devem ser projetadas para que os blocos terminem a fiada inteiros ou na metade, gerando menos resíduos”, pontua.

É nesse contexto que construções modulares se tornam apropriadas. A Modularis é uma empresa desse setor e, de acordo com o CEO Paulo Salvador, esse tipo de construção possibilita um amplo reaproveitamento de materiais. “As peças vão se juntando como um lego. O que sobra você guarda e reaproveita. Toda matéria prima tem esse mindset”, explica. Não apenas os materiais podem ser reaproveitados, como obras inteiras. “Fechamos contrato de fabricação de 100 unidades de lojas de varejo. Para isso, contamos com 30 módulos de lojas que estavam em estoque”, conta.

Algumas empresas têm apostado na produção de materiais já com a intenção de facilitar a gestão de resíduos, como é o caso das peças de concreto da Isobloco. Os produtos têm dimensões modulares, mas não se limitam às construções desse tipo. Além disso, dispensam o uso de reboco e chapisco, diminuindo o consumo de matéria-prima e água. “Obras que utilizam esse produto reduzem em até 50% a geração de resíduos. E o que sobrar é reciclado na própria obra, sem necessidade de retorno à fábrica, sem logística reversa”, explica Henrique Ramos, CEO e fundador da Isobloco.

A Trashin, startup focada na gestão de resíduos, aposta na parceria com a Isobloco, utilizando unidade móvel nas próprias obras para reciclar e reutilizar as peças dos produtos descartados. A empresa ainda trabalha em conjunto com a Refaz Mobília, iniciativa que reutiliza madeiras de construção em mobiliários e projetos de interiores. “Trabalhamos com cerca de 60 toneladas ao mês de resíduos de construção. Conseguimos ter o reaproveitamento de plástico, de papel e até mesmo produzir madeira sintética com alta durabilidade com os resíduos gerados”, diz Sergio Finger, CEO da startup.

 

Segregação correta

Para que os materiais possam ser reciclados e reutilizados é fundamental que a segregação seja de acordo com sua classificação. “Não pode haver caçambas mistas, cada material deve ser acondicionado na sua baia, big bag ou caçamba”, explica Veronica Polzer.

A segregação adequada evita a contaminação dos produtos e facilita os processos de reutilização e reciclagem, ideais para reduzir a disposição dos resíduos em aterros. “Se os blocos de concreto não tiverem contaminação, podem ser reaproveitados para outros materiais, como areia, brita, pedriscos, e ser utilizados na mesma obra”, afirma Sergio Finger.

Segundo o CEO da Trashin, os pequenos geradores são os que têm menor aproveitamento dos resíduos, embora os materiais descartados sejam mais concentrados. “Os pequenos geradores têm o problema dos custos da destinação adequada. Geralmente contratam carroceiro para fazer uma destinação irregular. Há muita perda por conta disso”, explica.

Finger lamenta que, nas atuais construções, não se separa nem os resíduos que são coletados pelos municípios. “O correto é separar o reciclável dos outros materiais e procurar empresas que ofereçam soluções regionais. Além disso, é importante olhar o que pode ser reutilizado, doado ou comercializado, como torneiras, portas, entre outros”, pontua.

A arquiteta Veronica Polzer informa que a equipe de obra deve determinar os locais de armazenamento de cada resíduo, de acordo com o fluxo e a geração naquele momento da construção. “A caçamba ainda é vista como uma grande lixeira, onde se pode misturar tudo, quando na realidade os resíduos de obra são fáceis de ser separados, são mais homogêneos que os resíduos domésticos e são gerados em fases distintas da obra”, diz.

O entulho pode ser triturado e transformado em agregado não estrutural, utilizado para pavimentação e enchimento. Já o gesso pode ser beneficiado e se transformar em placas de drywall, A madeira pode ser encaminhada para biomassa. “O objetivo é buscar soluções para promover a não geração dos resíduos, mas se esses forem gerados, o próximo passo é procurar oportunidades de reuso e valorização através da reciclagem e compostagem”, frisa a especialista.

 

Reciclagem e reuso

Leonardo Miranda, professor da Universidade Federal do Paraná, defende que no Brasil falta incentivo para estimular o reaproveitamento dos materiais descartados em obras. “Principalmente resíduos classe A, que são 50% do resíduo gerado. A reciclagem reduziria o descarte irregular e diminuiria os custos da obra, evitando o transporte de entulho, economizando na quantidade de agregado natural. As prefeituras teriam menos gasto com limpeza”, defende o especialista, autor de cerca de 90 artigos sobre reciclagem e reuso na construção civil.

De acordo com o professor, em grandes empreendimentos é possível ter alta economia. Leonardo Miranda relata, como exemplo, o caso de uma construtora que obteve redução de R$ 500 mil nos custos a partir da reciclagem de resíduos nas próprias obras. “Alugaram britador móvel e reciclaram o entulho para subir base dentro do condomínio. Obras pequenas têm menor economia, mas seguem padrão semelhante. Gerar entulho e colocar na caçamba é como jogar dinheiro pela janela”, defende.

Uma vez que os resíduos classe A são gerados em maior volume e têm grande potencial de reciclagem, o professor aposta nesse tipo de material para ser processado nas próprias obras. Eles podem ser utilizados em pavimentação, argamassa para tijolos, revestimento ou contrapiso. “Se substituir cerca de 40% do agregado natural por resíduos de construção, já se consegue reusar todo entulho gerado na obra. As argamassas, por exemplo, trazem economia na quantidade de cal que deverá ser usada na construção”, acrescenta.

Considera-se reciclagem quando o resíduo passa por britador ou moinho e tem redução de tamanho de partícula. Pode ser feita na obra por meio de um moinho ou uma usina móvel pequena, que pode ser colocado em qualquer lugar da construção. “Se não for na obra, pode ser feita reciclagem numa usina, seja ela fixa ou móvel. Mas essas usinas seguem uma planta que eu considero meio ultrapassada”, diz Leonardo Miranda.

O professor desenvolveu uma usina móvel, com apoio do BNDES, que funciona com menos mão de obra, controlando a distribuição glanurométrica, removendo as impurezas dos entulhos por meio de ventilação. “Essa usina possui esteiras que fazem movimento radial e jogam o agregado em camadas, de forma a homogeneizar e diminuir variação das propriedades físicas. Fazendo isso, há garantia de que o agregado produzido tenha boa qualidade”, afirma o professor da UFPR.

 

Resíduos perigosos

Um dos pontos cruciais das obras de construção são os resíduos perigosos, como tintas e solventes. Mesmo EPIs contaminados por esses produtos devem ter um descarte específico para que não sejam destinados a aterros irregulares, nem causem problemas de saúde para os trabalhadores. “É necessário cuidado principalmente na utilização do material completo. Não é possível reciclar um balde que ainda tenha tinta, mas se só restar uma camada fina, pode. Tem que haver esse cuidado na utilização”, explica Sergio Finger, CEO da Trashin.

A arquiteta Veronica Polzer informa que, no planejamento, os geradores devem elaborar uma tabela de inventário de todos os materiais e verificar se já existe no mercado um material similar sustentável. “Se não existir, a opção é entrar em contato com o fornecedor e verificar se existe programa de logística reversa para aquele produto”, diz. Se não houver como retornar o produto ou a embalagem para o fabricante, os resíduos devem ser armazenados de acordo com a NBR 11174 e identificados com as respectivas Fichas de Segurança do Produto Químico (FISPQ’s).

E o transporte dos resíduos deve ser realizado por empresas qualificadas para essa função, que atendam aos protocolos regionais exigidos para essa prática. Os meios de transporte utilizados devem garantir a máxima segurança, evitando que os produtos se misturem no trajeto ou caiam nas vias, causando acidentes e contaminações. A responsabilidade compartilhada, prevista pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, torna o gerador responsável por todas as etapas do descarte. “Ao contratar um transportador, é essencial verificar toda a documentação e os destinos que irão reciclar os materiais”, aconselha Veronica Polzer.

 

Situação atual

Na opinião de Levi Torres, coordenador da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e de Demolição (Abrecon), houve uma redução no volume de resíduos reciclados nos últimos anos, embora haja um evidente avanço na conscientização ambiental.

O papel do poder público é insuficiente, ainda mais agora com a legislação ambiental mais fragilizada, o que torna a fiscalização das prefeituras e dos estados inócua”, diz.

Segundo Alessandro Azzoni, advogado especialista em direito ambiental e econômico, ainda que a legislação sobre resíduos sólidos tenha aspectos muito positivos, a fiscalização ainda é insipiente. Na cidade de São Paulo, por exemplo, quem fiscaliza crimes ambientais é a Secretaria do Verde do Meio-Ambiente, enquanto quem executa as coletas é a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb). “Se houver destinação incorreta, tem que haver notificação e os funcionários das secretarias devem autuar, mas isso só pode ser feito em flagrante. Mas a comunicação entre as secretarias consegue pegar em flagrante? A dinâmica dificulta a aplicação da penalidade”, opina.

No Estado de São Paulo, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) informa oferecer para as prefeituras o SIGOR Módulo Construção Civil, ferramenta de gestão que rastreia os resíduos para garantir disposição adequada. A entidade ainda oferece o Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição (FECOP) e o Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO) para que os municípios adquiram recursos financeiros para reciclar RCC. Dessa forma, é fundamental que o gerador esteja atento para que seus procedimentos se adequem às especificidades regionais.

 

Cabe observar que a maioria das obras são aprovadas somente no âmbito municipal, lembrando que compete aos municípios a elaboração do Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil, no qual devem constar também as medidas visando a redução da geração” – CETESB.

 

Para Guilherme Arruda, CEO da VG Resíduos, nota-se que as empresas estão mais conscientes quanto à importância da gestão sustentável, impulsionadas principalmente pelos consumidores. “Recentemente fizemos reunião com construtoras de condomínios e o diferencial para a venda de lotes é a sustentabilidade. Por isso se vê, por exemplo, construção de praças com material que sobrou das construções”, relata. De acordo com Lilian Sarrouf, coordenadora técnica do Comitê de Meio-Ambiente (Comasp) do SindusCon-SP, ainda existe uma carência grande com relação à fiscalização nas ruas.

 

“Sabemos que a maior geração de resíduos das cidades é do pequeno gerador, que está mais sujeito às irregularidades, muitas vezes, por falta de conhecimento. Mas o setor tem avançado. Há pouco tempo a preocupação era apenas destinar os resíduos, hoje a busca é por soluções para reciclagem e reutilização, com foco na economia circular” – Lilian Sarrouf, coordenadora técnica do Comasp

 

Outra mudança de mentalidade na construção civil é deixar de ver os resíduos como passivos e sim como geradores de receita. “O segredo é separar os materiais para depois vender para recicladores e outras empresas que poderão usá-los como matéria-prima”, diz Arruda.

Para Veronica Polzer, a gestão sustentável é mais acessível do que se pensa, depende apenas de uma quebra de paradigma. “As caçambas que separam por tipo de material são mais baratas que as caçambas mistas. Uma obra sustentável está ao alcance de todos, não é difícil de implantar. São mudanças no processo e a conscientização das equipes de obra que fazem toda a diferença”, finaliza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Victor Hugo Felix, jornalista.

 

 

 

IAB lança 2ª etapa do Projeto URBAN 95

Amarelinha do Familia Que Acolhe foto Fernando Teixeira x

Iniciativa apoia municípios no desenvolvimento de ações para superar desigualdades e melhorar a qualidade de vida de crianças.

 

O Projeto IAB/URBAN 95 que é fruto de uma cooperação técnica entre a Fundação holandesa Bernard van Leer e o Instituto de Arquitetos do Brasil e (IAB) terá sua 2ª etapa com ações realizadas até 2024 nas cidades de Aracaju (SE), Sobral (CE) e Teresina (PI). O objetivo é assessorar os municípios na elaboração de políticas públicas e executar projetos de intervenção físico territorial voltadas ao bem-estar e qualidade de vida das crianças de 0 a 6 anos, facilitando o desenvolvimento de Bairros Amigáveis à Primeira Infância (BAPI).

Para isso, a rede de colaboradores do IAB presta Assistência Técnica em Arquitetura e Urbanismo e desenvolve ações para apoiar os municípios na elaboração de diagnósticos locais sobre a experiência e o acesso do público infantil e seus cuidadores aos espaços urbanos, disponibilizando dados para embasar a construção de políticas públicas mais assertivas. Também está na pauta a capacitação de gestores públicos e técnicos, que recebem apoio para desenvolverem soluções que contribuem para o desenvolvimento integral das crianças a partir da experiência das cidades, identificando e atuando nos territórios onde os bebês e suas famílias estão, em especial aqueles mais vulneráveis.

“É preciso uma cidade inteira para educar uma criança. Uma cidade boa para as crianças será boa para todas as pessoas”, destaca Maria Elisa Baptista, presidente do IAB. Ela acredita que as intervenções propostas pelo projeto IAB/URBAN 95 promovem uma mudança de comportamento e um olhar mais gentil, ao ampliar os encontros e a vida coletiva. Melhoram o acesso e o uso dos serviços de que crianças, pais e cuidadores precisam, reduzindo ainda o estresse e despertando a curiosidade e a alegria.

 

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A seleção das cidades participantes na segunda etapa ocorreu a partir da indicação da Fundação Bernard van Leer, que já possui outras ações em curso nesses municípios. A parceria IAB/Urban95 começou em 2020 e contou inicialmente com a participação do município de Aracaju. Segue abaixo:

 

Teresina

Na capital do Piauí a prefeitura do município entra no contexto de ajudar a fundamentar o projeto IAB/URBAN 95 na cidade e disponibilizar ajuda no processo projetual através da Secretaria Municipal de Planejamento. A equipe ainda está contando com a metodologia elaborada pelo Laboratório Urbano de Paisagem (LUPA) da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A coordenação local do projeto é da arquiteta e urbanista Ileana Ferraz.

 

Aracaju

A ideia da segunda etapa é aplicar no território aracajuano algumas propostas presentes no “Caderno de Ferramentas: Soluções de Primeira Infância em espaços públicos e modos ativos de deslocamento em Aracaju”, buscando o engajamento da comunidade. Em 2020, a equipe técnica do IAB envolveu os profissionais do poder público no envolvimento com a agenda da Primeira Infância na cidade. O município contou com consultoria em diversas ações previstas no seu planejamento, oferecida pela URBAN 95, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Dentre as ações está o desenvolvimento de projetos de seis praças nos bairros Santa Maria e 17 de março. O projeto executivo foi finalizado e entregue, para que a prefeitura concretize a implantação desses espaços pensados para a primeira infância. A coordenação local em Aracaju é da arquiteta e urbanista Flávia Saldanha.

 

Sobral

No município de Sobral, no Ceará, a equipe do IAB conta com apoio dos servidores da Secretaria de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente. A primeira ação foi realizada em 18 de agosto, para conhecimento do bairro Sumaré, território prioritário onde estão sendo trabalhadas questões voltadas à primeira infância e intervenções urbanas. O roteiro da visita técnica incluiu praças, escolas, comércio e igreja do bairro Sumaré. A coordenação local do projeto é da arquiteta e urbanista Izabela Lima.

 

 

A URBAN 95 é uma iniciativa global da Fundação Bernard van Leer e busca incluir a perspectiva de bebês, crianças pequenas e cuidadores no planejamento urbano, nas estratégias de mobilidade e nos programas e serviços oferecidos nas cidades. Por isso, considera a experiência de uma criança de três anos de idade que, em média, tem até 95cm de altura.

A fundação privada holandesa busca desenvolver e compartilhar o conhecimento de experiências que funcionam no desenvolvimento da Primeira Infância. Ela fornece apoio financeiro e expertise para parceiros de governos, sociedade civil e privada para ajudar no teste e ampliação de serviços que efetivamente melhorem a vida de crianças pequenas e suas famílias. Nos últimos 50 anos, trabalhou em todas as regiões do mundo e firmou parcerias em mais de 25 países, levando a inovações na prestação de serviços e treinamento, amplamente adotados por governos e organizações sem fins lucrativos, sobre como incrementar a saúde, nutrição e educação de crianças pequenas.

 

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Projeto “Motocas na praça”, na Praça da República – Centro de São Paulo.

 

As intervenções estão organizadas em quatro eixos estruturantes. O primeiro é a tomada de decisões com base em dados, usados para melhorar a alocação de recursos e facilitar a coordenação entre os diferentes setores. O segundo eixo tem foco na transformação dos espaços físicos existentes em lugares onde as crianças pequenas brinquem sem perigo e explorem a natureza, e para que seus cuidadores se encontrem e descansem.

A mobilidade para as famílias é o terceiro eixo do projeto, para que cuidadores e crianças pequenas possam caminhar ou andar de bicicleta até serviços de saúde e creches, assim como a lugares onde seja possível brincar sem perigo, e a encontrar fontes de alimentação saudável. Já o quarto eixo tem foco na utilização de serviços, ou seja, visa apoiar programas e políticas que informem os pais e cuidadores sobre o desenvolvimento da primeira infância e compartilhem estratégias e boas práticas para o desenvolvimento infantil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: CAU +Fundação Bernard van Leer
Projeto Reinaldo Canato, divulgação Projeto URBAN 95 e Fernando Teixeira.