Mostra ‘Futuro Agora – Revisitando a Arquitetura em Terra’

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Na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, o pavilhão expositivo aliado à programação do UIA2021RIO explora técnicas de construção naturais e desafios da arquitetura contemporânea

 

 

Até 17 de outubro, a Praça Mauá, no Rio de Janeiro, que já abriga o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR), apresenta mais uma experiência arquitetônica através do Future Now Pavilion, pavilhão de exposições ao ar livre ‘Future Now – Revisiting Earthen Architecture’ (‘Futuro Agora – Revisitando a Arquitetura em Terra’). O projeto é uma das poucas exposições físicas integradas à 27ª edição do Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2021RIO), e trata de inovações nas tecnologias de construção em terra, como forma de refletir sobre os desafios da arquitetura contemporânea, com questões ambientais urgentes. Em dois formatos, exposição e webinars gratuitos, a mostra apresenta inovação tecnológica, fabricação digital, cultura e história do pisé (técnica de construção em argila, por nome taipa, no Brasil), e suas aplicações mais contemporâneas.

Construído em madeira de reflorestamento e cultivada localmente, o pavilhão de exposições reúne 24 painéis fotográficos e tipográficos e foi projetado pelos arquitetos chilenos Diego Baloian, Sebastián Silva, Matías Baeza e Juan Pablo Peró, em colaboração com a ITA Construtora, empresa brasileira de construção especializada em madeira sustentável e principal patrocinadora da iniciativa. O trabalho conjunto garantiu estrutura completamente reutilizável e reciclável, e pegada de carbono 100% compensada por projetos de economia de carbono da MyClimate.

 

A geometria circular do pavilhão, que propõe um sistema de construção modular e pré-fabricado baseado em peças de madeira, interage com o público por meio de uma rampa de acesso livre e um espaço interior capaz de se adaptar a múltiplas formas de apropriação pelo cidadão”-  arquiteto Diego Baloian.

 

FutureNowPavilion RiodeJaneiroBrazil InsightArchitecture PhotoPabloCasalsAguirre

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Um dos destaques é o projeto mais recente de Roger Boltshauser, a Kiln Tower, que revela a experiência dos alunos com a construção em terra. Outra obra exibida na mostra é a Robotic Clay Rotunda, da Gramazio Kohler Research, que funde a aplicação de argila com fabricação digital, construindo através da robótica e sem desperdício. “O processo de manufatura aditiva agrega cilindros de argila – os chamados ‘tijolos macios por prensagem’ -, que possibilita a produção de estruturas geometricamente complexas”, descreve. Concluído em março de 2021, na Suíça, o Robotic Clay Rotunda faz parte da estrutura externa aparente do laboratório de música Hi-Fi.

 

Devemos reconhecer que nada é para a eternidade e que o ambiente de construção precisa de manutenção e transformação constantes. Esta descoberta simples torna imperativo construir com desperdício zero e materiais neutros em carbono para procurar uma expressão arquitetônica radicalmente contemporânea, é necessário escrever um novo capítulo sobre a rica história das construções de argila, que é radicalmente projetada no futuro. E o futuro é agora” – Fabio Gramazio, da ETH Zurich.

 

FutureNowPavilion RiodeJaneiroBrazil InsightArchitecture PhotoPabloCasalsAguirre

 

Programação de Webinars – Futuro Agora

Integrante à mostra e paralelo ao congresso UIA2021RIO, a Insight Architecture também produz, em colaboração com a Swissnex Brasil, quatro webinares acerca de desenvolvimentos tecnológicos e  impacto na arquitetura contemporânea. AQUI. 

10/9, às 14h – Revisando a arquitetura da terra

29/9, às 14h – Earth, Clay and Context

6/10, às 14h – Sobre fabricação digital na arquitetura

14/10, às 14h – Uso da madeira na construção

 

 

 

Futuro Agora – Revisitando a Arquitetura em Terra
Local
 Praça Mauá, s/n – Centro do Rio de Janeiro
Período expositivo até 17 de outubro de 2021
Horário 10h às 18h
Acesso Entrada Franca
Site

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Archdaily e UIA2021RIO
Imagens: Pablo Casals Aguirre e Divulgação

Sinuoso HORIZONTE

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Projeto resgata técnica ancestral e incorpora terra retirada do próprio terreno.

 

 

Os clientes deste projeto, idealizado pelo arquiteto Guilherme Paoliello,  fizeram apenas dois pedidos especiais: um espaço mais isolado da casa para a prática de yoga e uma adega generosa, já que possuem uma pequena produção de vinho. A construção da casa de 702,64 m² e 2 pavimentos, localizada na Serra da Mantiqueira, em São Paulo, se deu de forma alongada e sinuosa, conformando um “S” aberto que se encaixa perfeitamente no relevo quase sem movimentação de terra, com vista para o horizonte sobre a mata nativa adjacente.

A residência utiliza técnicas construtivas adaptadas ao local e de baixo impacto ao meio ambiente. Toda a terra gerada pela movimentação da terraplenagem e proveniente das escavações das fundações foram aproveitadas no embasamento, com paredes de terra socada na técnica ancestral revisitada da taipa de pilão, escolha que também ajuda a manter a temperatura ideal para armazenagem dos vinhos. A casa dispõe de sistemas sustentáveis próprios, como aquecimento solar, geração de energia fotovoltaica, captação e reaproveitamento das águas pluviais, o que torna esta construção praticamente autossuficiente em consumo de água e energia elétrica.

 

“O diferencial do projeto está justamente no sistema construtivo utilizado. As paredes de taipa, além de serem sustentáveis por reaproveitarem a terra retirada do próprio terreno, também auxiliam na questão térmica da armazenagem do vinho, algo solicitado pelo cliente.”- Guilherme Paoliello, arquiteto.

 

Pelo formato e topografia do terreno, a implantação da construção se deu de forma alongada, em três seções de reta conformando um “S” aberto. Desta forma, a construção se encaixa no relevo quase sem movimentação de terra, conformando o programa de maneira linear.

 

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Todos os ambientes da casa se voltam para o fundo do lote, com magnífica vista do horizonte. Na face oposta, voltada para a rua de acesso, um paliteiro de madeira, ao longo de toda a fachada, protege de maneira leve e não totalmente opaca os ambientes da casa, preservando sua privacidade.

Sem pilares, foram projetadas duas vigas de concreto longitudinais com balanços simétricos, para distribuir as cargas de maneira uniforme sobre as paredes de taipa no pavimento térreo. A estrutura de madeira laminada colada em eucalipto do pavimento superior repousa suavemente, através de uma sequência modular de vigas transversais de madeira, sobre as vigas de concreto.

 

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No pavimento superior, de um lado os dormitórios e banheiros e de outro o espaço de convívio social, bastante transparente para a vista. Aqui, com todas as funções integradas e abertas, reforçando a ideia do compartilhamento de atividades, desfrutando da paisagem e do horizonte variado.

Toda a estrutura foi montada rapidamente e coberta com telhas metálicas “sanduiche” (camada dupla de chapas metálicas com miolo de poliuretano expandido) protegendo desta forma as paredes e a estrutura de madeira das intempéries. As telhas metálicas se apresentam integralmente na arquitetura como cobertura e forro interno dos espaços, a camada superior foi pintada na cor terracota e na face inferior interna aos ambientes da casa foi pintada de branco.

 

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Por Redação
Imagens: Manuel Sá