Instituto Pedra realiza visita guiada e gratuita ao Conjunto Arquitetônico e Histórico da Vila Itororó

Vila Itororo Fot Mayra Azzi Acervo Instituto Pedra Easy Resize com

A visita tem como tema “Conhecendo a história de São Paulo através dos tijolos da Vila Itororó” . É necessário fazer inscrições e as vagas são limitadas.

 

O Instituto Pedra, organização da sociedade civil autora do projeto arquitetônico de restauro da Vila Itororó e da gestão do Galpão Aberto (entre 2013 e 2018), vem realizando obras na cobertura da “Casa 8”, também conhecida como “Clube Éden”, na Vila Itororó, no bairro da Bela Vista em SP, com a reforma do telhado e impermeabilização da laje, etapa viabilizada pelo Pro-Mac – Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e com o patrocínio da Marsh Brasil. No dia 30 de novembro (quarta-feira) será realizada uma visita gratuita e guiada ao projeto arquitetônico de restauração da Vila, no bairro da Bela Vista. É necessário fazer inscrição e as vagas são limitadas a 20 pessoas.

 

Vista geral da Vila Itororo sem data Acervo Milu Leite Easy Resize com

Vista geral da Vila Itororo com destaque para a Casa a esq sem data Acervo Milu Leite Easy Resize com

 

A Casa 8 é o principal palco de eventos e espetáculos na Vila Itororó desde a reabertura em setembro do ano passado e a recuperação de sua cobertura é fundamental para salvaguardar o patrimônio construído da casa que está na atual entrada principal da Vila.

 

Vista da Casa enquanto o time Eden Liberdade F C ocupava o terreo da edificacao sem data Acervo Benedito Lima de Toledo Easy Resize com

Vista da Casa enquanto o time Eden Liberdade F C ocupava o terreo da edificacao sem data Acervo Benedito Lima de Toledo Easy Resize com

 

A primeira etapa do projeto de restauração da Vila durou 5 anos e englobou a realização dos projetos arquitetônicos para todas as 11 edificações e áreas comuns do conjunto, o restauro de 4 casas, a elaboração e gestão do Programa Vila Itororó Canteiro Aberto e a edição de dois livros e dois vídeos sobre a Vila Itororó, sendo viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do BNDES, Itaú, Camargo Corrêa e IBM.

 

Vila Itororo Fot Mayra Azzi Acervo Instituto Pedra Easy Resize com

Vila Itororo Foto Mayra Azzi Acervo Instituto Pedra Easy Resize com

 

Sobre a oficina “Conhecendo a história de São Paulo através dos tijolos da Vila Itororó”, segundo os pesquisadores.

“Tijolos, telhas, manilhas hidráulicas e outros elementos construtivos cerâmicos, embora tenham origem milenar, somente se tornaram populares no Brasil com a industrialização do país, na virada do século XIX para o século XX. O seu uso, na cidade de São Paulo, foi um dos propulsores para o expressivo crescimento urbano vivenciado naquele momento, representando a “virada” da cidade colonial, que era produzida com técnicas construtivas em terra crua – mais lentas e artesanais – para a cidade “moderna”, onde a alvenaria de tijolos cerâmicos e outros elementos industrializados possibilitaram um encurtamento dos tempos construtivos e o surgimento de novas escalas arquitetônicas e urbanas.

A Vila Itororó é um conjunto arquitetônico que é testemunho desse processo, em que pode ser vista uma grande variedade desses materiais cerâmicos, de diversas procedências e com as mais variadas aplicações. Estudos recentes, realizados durante as obras de restauração do conjunto arquitetônico da Vila Itororó, trouxeram à tona essa variedade de origens e técnicas de aplicação, que acabam representando um momento muito específico da história da construção civil em São Paulo, onde a substituição de materiais, por conta da industrialização, ocorreu de forma muito intensa e, ao mesmo tempo, experimental.

Essas pesquisas fizeram uma abordagem de natureza arqueológica, ou seja, utilizando de análises qualitativas e métricas feitas no local, junto com informações bibliográficas, para compreender o contexto histórico e os fenômenos sociais que produziram aquele conjunto arquitetônico, formulando diversas hipóteses sobre a sua produção e modificação ao longo do tempo, que resultaram em uma arquitetura singular, hoje valorizada como patrimônio cultural.

Nesta oficina, convidamos o público a participar dessas reflexões, estimulando um olhar atento para os materiais e componentes construtivos de edifícios históricos, ao identificar sua diversidade e suas características, contextualizadas historicamente.”

 

Cartaz Oficinas Vila Itororo Easy Resize com

 

Sobre o Instituto Pedra

Instituto Pedra é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que desenvolve ações no campo do patrimônio cultural. Possui projetos nos estados de Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo como, por exemplo, o projeto de restauração de fachadas do Edifício Copan e a restauração, com criação de centro cultural, na Vila Itororó em São Paulo; recuperação do complexo arquitetônico e acervo histórico do Palácio Itamaraty no Rio de Janeiro; inventário do acervo de Frans Krajcberg e restauração do Parque do Queimado na Bahia; idealização da Escola de Ofícios Tradicionais de Mariana e a restauração da Igreja de São Francisco de Assis e da Casa do Conde de Assumar, em Mariana; e restauro e expografia do Museu Boulieu, em Ouro Preto, entre outros.

 

 Quarta-feira – 30 de novembro – 14h

Visitas guiadas trazem um panorama do projeto de restauração até a execução de parte da obra de restauro, e o projeto para a Casa 8. A atividade será conduzida por Mariana Victor, arquiteta coordenadora do Instituto Pedra, e Alan Gualberto, gerente de projetos da instituição.

Link para Inscrição: Limitado a 20 pessoas

Inscrição para a oficina “Visita mediada às obras na Casa 8 da Vila Itororó” (google.com)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagens: Mayra Azzi, Acervo Instituto Pedra, Acervo Milu Leite e Acervo Benedito Lima Toledo.

 

Intercambiando as vistas!

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Estrutura em aço, uso abundante do vidro e uma camada de videiras cobrindo o exterior estabelecem limite visual indefinido para que moradores possam ser expostos à natureza.

 

A casa Hillside está localizada em uma encosta a oeste da cidade de Hue, no Vietnã. Os arquitetos da Cote Arquitetos tornaram isso o mais simples possível devido à beleza inerente do terreno circundante. A casa foi projetada com dois andares no ponto mais alto do local, proporcionando uma vista deslumbrante das encostas circundantes.

 

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O primeiro e o segundo andares são duas caixas empilhadas com vazios sólidos continuamente entrelaçados para ventilar eficazmente e trazer mais luz natural para cada canto, criando o ambiente de vida para a própria casa. As vistas são penetradas através de muitas camadas de vazios, gerando a profundidade do espaço.

O mezanino é formado pela diferença de altitude entre o subsolo e o primeiro andar; é um terraço projetado para conectar a vista das encostas à casa e vice-versa. A ampliação do segundo pavimento acima do bloco do primeiro pavimento e do mezanino permite que a casa controle os ângulos de sol e crie uma área de sombra ao redor do nível inferior. A área sombreada entre o segundo e o mezanino serve como amortecedor de ar, permitindo que a casa seja ventilada e resfriada.

 

hillside house cote architects Easy Resize com

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hillside house cote architects Easy Resize com

 

A casa destina metade da área para open space para facilitar o acesso das pessoas à natureza, enquanto a outra metade é destinada às necessidades essenciais do proprietário. Do primeiro ao segundo andar, os espaços são interligados por uma cadeia de ligações entre escadas, corredores e terraços que circundam o núcleo vazio no meio da casa. O grande vazio promove a convecção do ar de resfriamento da casa e amplia a vista da casa para as encostas.

Ao nos aproximarmos da casa, nos sentimos imersos na natureza tropical graças à fachada e ao corredor verde. A fachada com videiras verdes ao longo do telhado, corredor e varanda modera a luz direta do sol, permitindo efetivamente que os raios de sol fluam para o vazio e proporcionando privacidade para a área interna. Esta é uma maneira útil de minimizar a radiação e filtrar a luz solar. A casa tem uma estrutura de estrutura de aço com uma casca de cobertura, incluindo uma porta de alumínio, uma superfície de concreto leve e uma camada de videiras cobrindo o exterior.

 

hillside house cote architects Easy Resize com

hillside house cote architects Easy Resize com

hillside house cote architects Easy Resize com

 

Um caminho cortado no chão se abre para um porão, permitindo que veículos familiares acessem o centro da casa. Existem duas passarelas ajardinadas ao longo da encosta em direção ao salão e um pátio para churrasco em ambos os lados.

 

hillside house cote architects Easy Resize com

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Fonte: Archdaily
Imagens: Hoang Le

 

24ª Premiação IABsp está com inscrições gratuitas para arquitetos e urbanistas

Imagens SITE T Easy Resize com

A premiação procura contemplar projetos e obras referenciais, ao identificar os avanços e desafios enfrentados na produção da arquitetura.

 

Estão abertas as inscrições para a 24ª Premiação IABsp 2022 – tradicional e reconhecido prêmio da área de arquitetura e urbanismo – organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – entidade com mais de cem anos de existência. “Esta edição procura consolidar os avanços da edição nacional, celebrada em 2021, afinando as categorias e subcategorias à realidade de nossa profissão.” Hannah Machado, Co-presidente do IABsp

Até dia 21 de novembro, arquitetos e urbanistas poderão fazer a inscrição gratuita pelo site https://www.iabsp.org.br/?concursos=24a-premiacao-iabsp-2022. A participação é aberta somente a associados do IAB de qualquer um dos Departamentos Estaduais de todo o país, que tenham trabalhos e propostas executadas no estado de São Paulo a partir de janeiro de 2017. Mas, a boa notícia é poder se associar durante o período das inscrições.

Valem arquitetos e urbanistas com produções individuais, autônomos, organizados em escritórios, assessorias técnicas, coletivos, cooperativas, grupos de pesquisa, grupos de extensão e outras formas de organização de trabalho coletivo. E também organizações não governamentais, órgãos e empresas públicas, empresas privadas e coletivos, desde que tenham pelo menos um autor ou coordenador técnico arquiteto. “Não serão aceitos trabalhos finais de graduação, dissertações de mestrado, teses de doutorado e de pós-doutorado, assim como projetos de iniciação científica e de extensão universitária”, ressalta Jaime Solares, coordenador desta edição do prêmio.

Entre as vantagens, um mesmo titular poderá inscrever quantos trabalhos desejar, desde que não seja inscrito em mais de uma categoria. Por falar em categorias da premiação, as quatro definem um conjunto de práticas profissionais no campo da arquitetura e do urbanismo, que serão avaliados por comissões julgadoras específicas: edificações; interiores e design; urbanismo, planejamento e cidades e cultura arquitetônica. Serão divididas em subcategorias, que dialogam entre si dentro de uma mesma categoria, mas que apresentam expressões, escopos, objetivos e objetos distintos, ainda que por vezes complementares.

 

Em edificações serão avaliados obras concluídas e projetos de edificações nas diversas tipologias e programas.

  • residencial e habitação de interesse social: habitação unifamiliar, multifamiliar, habitações de interesse social ou qualquer programa residencial de qualquer escala, além de Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social (ATHIS).
  • equipamentos, indústria e serviços: equipamentos públicos e privados institucionais, culturais, educacionais entre outros; programas industriais tal como fábricas, plantas fabris, galpões, laboratórios, centrais de distribuição; além de programas ligados ao setor de serviços, tais como mercados, shoppings centers, lojas, clínicas, escritórios e espaços ligados ao setor terciário ou terciário superior.
  • restauro, retrofit e requalificação: restauro, retrofit, requalificação, reforma, ampliação, renovação de edifícios considerados patrimônio cultural de caráter histórico, necessariamente tombados em ao menos uma das instâncias públicas de proteção ao patrimônio cultural (municipal, estadual ou federal).

 

Na subcategoria Interiores e Design serão avaliadas obras construídas e projetos de interiores, ou que agenciam temporalidades e escalas reduzidas.

  • arquitetura de interiores arquitetura de interiores e decoração, notadamente reformas ou qualificação de espaços internos novos.
  • arquitetura efêmera: projetos com ciclo de vida determinado, com montagem e desmontagem, destinados a um uso esporádico ou terminativo, como cenografias, expografias, instalações, stands de venda e pavilhões.
  • objeto: desenho industrial, de mobiliários e de objetos em geral.

 

Em Urbanismo, Planejamento e Cidades a avaliação será de projetos, obras, planos, programas e ações, executadas ou não, voltados ao espaço público, ou privado de uso coletivo.

  • desenho urbano e paisagismo:projetos de reestruturação urbana; de espaços públicos; de infraestruturas; de sistemas urbanos ambientais; de áreas verdes e espaços livres, seja de uso público ou privado.
  • planejamento urbano: planos de ordenação territorial; planos diretores municipais; programas e planos de políticas setoriais; governança e gestão urbana.
  • ativismo urbano Travessias: em consonância com as agendas políticas discutidas na 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, serão avaliados em separado as propostas que envolverem as ações de ativismo urbano e iniciativas de promoção do direito à cidade.

 

Em Cultura Arquitetônica, serão considerados os produtos de iniciativas artísticas, culturais, acadêmicas e educacionais de difusão, reflexão e ensino pertinentes ao campo da arquitetura e do urbanismo.

  • publicação: de diversos formatos e fins (que tenham código ISBN), como livros, compêndios, manuais e periódicos.
  • visualidades:  produtos e processos com temáticas relativos ao campo da arquitetura e urbanismo, como mostras de fotografia; produções audiovisuais; exposições de artes plásticas e ilustrações; projetos de comunicação visual, e sinalização.
  • técnicas e tecnologia: pesquisa concluída ou produção de novos materiais; projetos estruturais inovadores; softwares, aplicativos e equipamentos; patentes; projetos e programas de inovação social; pesquisas e construção que utilizem técnicas tradicionais locais, que inclui a valorização de saberes autóctones ou que discutam a sustentabilidade na prática.

 

Desde a primeira edição, em 1967, a Premiação IABsp constituiu-se como uma importante plataforma de promoção da crítica e da divulgação da arquitetura e do urbanismo. A premiação busca premiar propostas engenhosas e significativas, principalmente aquelas que contribuem para o desenvolvimento da técnica, do conhecimento e do ambiente construído em diálogo com a natureza, sociedade, economia e cultura em todo o território nacional. 

Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo  –  Com 101 anos, o Instituto de Arquitetos do Brasil é uma entidade sem fins lucrativos que se dedica a temas essenciais ao arquiteto, à cultura arquitetônica e urbanística e à sociedade.   Fundado em 1943, o Departamento de São Paulo (IABsp) promove diversas atividades, como debates, palestras, cursos, oficinas, projeção de filmes, além da premiação e da bienal de arquitetura. O IABsp se propõe a refletir e debater as questões contemporâneas da arquitetura e do urbanismo e tem núcleos localizados em Bauru, Campinas, Franca, Guarulhos, Jundiaí, Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte e Sorocaba.

 

24ª Premiação IABsp 2022
Inscrições gratuitas até 21 de novembro de 2022.
Link para inscrições: https://www.iabsp.org.br/?concursos=24a-premiacao-iabsp-2022
Site do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo – www.iabsp.org.br

Carlos Vergada, Hugo França e Marga Pasquali em Trancoso

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Exposição “Natureza Inventada” de Carlos Vergara chega à Galeria Hugo França e lenços estampados com imagens inéditas são destaque na mostra.

 

Um encontro de amigos de longa data com muito em comum. Uma relação de amizade e profunda ligação com a natureza e com o Sul da Bahia levaram a exposição “Natureza Inventada” de Carlos Vergara, um dos mais importantes artistas da atualidade, à Galeria Hugo França, em Trancoso, com abertura marcada para 12 de novembro, às 16h.

Composta por esculturas em aço corten, monotipias, gravuras e impressões inéditas estampadas em lenços, a mostra apresenta a multiplicidade da obra de Carlos Vergara e sua constante reinvenção de linguagem, matérias e técnicas, realizadas ao longo de mais de cinco décadas dedicadas à arte.

Mais do que ocupar o espaço de 300 metros quadrados em meio à mata atlântica, já muito frequentado pelo artista, a exposição, idealizada e realizada a partir de uma parceria entre a Galeria Bolsa de Arte e Hugo França – que inaugurou a galeria para inserir Trancoso no circuito da arte nacional e internacional -, propõe um convívio harmônico entre obra, espectador e paisagem.

 

Carlos Vergara e Hugo Franca

 

Entre os destaques da mostra está a série de lenços estampados com imagens criadas pelo artista, produzidos especialmente para a exposição. Eles são resultado de monotipias inseridas sobre as formas dos tecidos amassados e sobre um colorismo alquimista, que fazem parte do universo experimentalista desenvolvido por Vergara no campo da pintura contemporânea, desde os anos 80.

 

CV canga Carlos Vergara Sem titulo Monotipia X cm Easy Resize com

CV canga Carlos Vergara Sem titulo Monotipia sobre tela X cm Easy Resize com

Marga Pasquali e Hugo Franca Easy Resize com
Marga Pasquali e Hugo Franca/Divulgação.

 

Nas esculturas em aço corten, o artista busca evidenciar a passagem do tempo. De uma estrutura pesada e com presença altiva no espaço, a escultura logo se converte em um corpo suscetível a instabilidades. A oxidação e o surgimento de “imperfeições”, relevos, crostas, “desgastes” sobre a sua superfície associam-se a uma metáfora sobre a passagem de tempo e o envelhecimento de um corpo.

Carlos Vergara I da Serie Natureza Inventada Aco corten X X cm Easy Resize com

Carlos Vergara Sem titulo Aco Corten X cm Easy Resize com

 

Por fim, a série de gravuras feitas com os moldes das esculturas revela alguns sentidos, como a simultaneidade entre projeto e acaso, uma marca da produção do artista como um todo. Se, em um primeiro momento Vergara planeja os cortes de aço para montar as estruturas, em um segundo, ao usar a tinta, o acaso entra em cena e o resultado é uma mescla do que foi calculado e do comportamento imprevisível do contato entre matérias-primas.

 

Natureza Inventada montagem Easy Resize com

Natureza Inventada Easy Resize com

 

Nesta exposição, a natureza não está apenas presente nas criações, ela é o meio, a própria obra. Tanto as monotipias – processo de decalque da natureza no qual o pigmento, a cor, a textura e os materiais que vêm da terra constroem uma nova forma de expressão para a pintura – quanto as esculturas e as pinturas fazem uso da natureza como matéria.

A cada obra, a mutabilidade do meio ambiente traduzida em expressão artística, é um verdadeiro convite para o público lançar um olhar mais presente e sensível às mudanças e situações que, por estarem todos tão concentrados em si mesmos, acabam despercebidos.

 

Sobre Carlos Vergara

Nascido na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 1941, Carlos Vergara iniciou sua trajetória artística nos anos 60. Em 1965, participou da mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, exposição seminal na história da arte brasileira. Nos anos 70, seu trabalho passou por grandes transformações e começou a conquistar espaços de destaque, principalmente com fotografias e instalações.

Desde os anos 80, pinturas e monotipias têm sido o cerne de um percurso de experimentação. Novas técnicas, materiais e pensamentos resultam em obras contemporâneas, caracterizadas pela inovação, mas sem perder a identidade e a certeza de que o campo da pintura pode ser expandido. Em sua trajetória, Vergara realizou mais de 180 exposições individuais e coletivas com o seu trabalho. Integrou, em 1980, a 40ª edição da Bienal de Veneza e participou de 5 edições da Bienal de São Paulo, em 1963, 1967, 1985, 1989 e 1994.

 

Vergara Galeria Hugo Franca

 

Carlos Vergara – Natureza Inventada

Abertura: 12 de novembro, às 16h.
Galeria Hugo França – Trancoso (BA)
Visitação: até 28 de fevereiro – segunda a sábado, das 10h às 17h. Aos domingos, mediante agendamento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Galeria Hugo França
Imagens: Divulgação

 

Logística reversa: implementação efetiva da agenda de governança social e ambiental

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Startup Central de Custódia consolida dados de mais de 600 mil toneladas de embalagens.

 

Atuando como verificador independente dos resultados da logística reversa de embalagens no Brasil, a startup Central de Custódia apresenta um balanço em que verificou a recuperação de 602 mil toneladas de embalagens pós consumo ao ciclo produtivo, as quais estão lastreadas em 62.000 notas fiscais eletrônicas. Para se ter uma melhor visualização desses resultados, essas quantidades de materiais recuperados equivalem, em peso, a 200 estádios Maracanãs, representando assim, uma reinserção de 30 bilhões de toneladas ao ciclo produtivo.

Esses resultados foram alcançados pelo trabalho de 647 operadores da reciclagem instalados em 843 cidades brasileiras e nas 27 unidades federativas. Grande parte desses, 65%, são cooperativas e associação de catadores que, como preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos, devem ser priorizados nos investimentos de logística reversa.

Esses operadores receberam pela coleta e triagem das embalagens em geral cerca de R$ 78.260.000,00 de 21 Programas de Logística Reversa, que representam mais de 6.000 fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos comercializados em embalagens em geral. Entre os programas estão: De a mão para o futuro (DAMF), Prolata, Pragma, Instituto Rever, Viraser, Pólen, European Recycling Platform (ERP), Instituto de Logística Reversa (ILOG), Tudo se Transforma, Inpar, Recicleiros, Grupo Muda, Controle Ambiental, Yatto, Ecocash, Valora, Ecoloop, Minha Coleta, 4 Habitos, Eureciclo e Abrabe.

 

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De acordo com Fernando Bernardes, Diretor de Operações da Central de Custódia, esses números consolidam a startup como principal verificador independente do mercado no Brasil, que detém a maior plataforma de dados sobre logística reversa de embalagens no mundo. Além de verificar a validade das notas fiscais junto à base de dados da Receita Federal, a conformidade da natureza jurídica dos operadores logísticos envolvidos e apontar oportunidades de melhorias dos requisitos formais exigidos pelas entidades gestoras, a startup analisa a ocorrência de duplicidade na utilização de notas fiscais pelos diferentes sistemas de logística reversa, o que garante a unicidade dos resultados, minimiza os riscos existentes quanto à duplicidade de contabilização destes e gera adicionalidade de novos resíduos na cadeia da reciclagem.

“A comparação de dados por estados deixa claro como o desenvolvimento da logística reversa no país depende de diversos fatores. Algumas unidades da federação reciclam mais resíduos por ter uma atividade econômica mais intensa, mas não são obrigatoriamente os locais que mais retornam materiais recicláveis por meio de programas voltados para o setor” – Fernando Bernardes, Diretor de Operações da Central de Custódia.

 

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As informações registradas na plataforma da startup possibilitam, ainda, listar quais foram os estados que mais receberam resíduos para reciclar e quais os que mais retornaram materiais recicláveis em programas de logística reversa no último ano. No primeiro grupo estão, pela ordem, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina, enquanto no segundo, também pela ordem, os cinco primeiros foram São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nesta última relação, apenas Rio Grande do Sul e Minas Gerais não dispõem de legislação específica que regulamente a logística reversa.

Segundo o Diretor, a questão regulatória é essencial para obter resultados nesse sentido, apenas cinco estados já possuem legislação consolidada para isso: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Piauí, mas outros já estão com decretos similares tramitando como Minas Gerais, Goiás, Pernambuco e Mato Grosso. “Por isso, outro objetivo que temos é o de disponibilizar dados precisos que possam ajudar a orientar e elaborar políticas públicas que estimulem o desenvolvimento desta cadeia no país”, afirma.

A disponibilização dessas informações torna-se fundamental para o avanço de questões relacionadas a esta cadeia em âmbito nacional ou local. “Alguns exemplos são a implementação mais efetiva da agenda de governança social e ambiental (ESG) nas empresas e da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), além da formulação de políticas públicas de diferentes estados que avançam na exigência de cumprimento das obrigações de logística reversa. Todas essas iniciativas são fundamentais para o desenvolvimento deste setor que, por sua vez, é importantíssimo para a geração de emprego, renda e sustentabilidade do país. Mas isso só será possível se elas estiverem baseadas em métricas objetivas”, comenta.

 

Legislação

O processo de logística reversa vem aumentando o seu nível de compliance desde o seu surgimento a partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei Federal nº 12.305/2010. Recentemente, em 13 de abril de 2022, o Governo Federal publicou o Decreto nº 11.044/2022, que disciplinou o setor, trazendo documentos obrigatórios para lastros dos resultados, como a Nota Fiscal Eletrônica e o Certificado de Destinação Final e a obrigatoriedade desses documentos serem enviados para fins de comprovação da veracidade, autenticidade, unicidade e da não colidência por um verificador independente. Importante destacar que o verificador independente deve ser uma figura isenta do mercado, ou seja, não pode executar atividades de entidades gestoras e/ou entidades representativas, bem como não pode ser formado, ser dirigido ou ainda ter associados fabricantes de embalagens e principalmente usuários de embalagens.

Essa autorregulação busca atribuir maior eficácia, bem como incrementar o nível de garantia quanto ao cumprimento da meta, mitigando o risco de resultados duplicados e sem lastro na origem, o que poderia impactar na agenda ESG da empresa. “Torna-se imprescindível a atuação de um verificador independente para maior segurança e transparência de dados para os órgãos ambientais, contemplando averiguações isentas e consistentes, facilitando auditorias e avaliações pelos programas”, finaliza Bernardes.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Goin Ggreen
Imagens: Divulgação

 

Toma que o lixo é seu!

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Por Antonio Cândido Carneiro de Azambuja Neto*

 

Muito se tem dito e feito a respeito da necessidade cada vez mais imperativa de se reciclar as coisas. E, consequentemente reciclar pressupõe coletar seletivamente o material para esse fim. E assim, coletando seletivamente os materiais, a sociedade tem entendido ser essa a melhor forma de preservar as coisas. Para onde tem ido o lixo coletado seletivamente? A melhor resposta são aterros sanitários, criados e administrados para esse fim: receber esse lixo. Mas será que isso é verdade? Será que esses aterros sanitários realmente existem e que o lixo coletado tem sido designado às empresas de reciclagem e o restante encaminhado para lá?

Sem falsas especulações ou preocupação quanto à realidade dos fatos, convido-os a um passeio por uma proposta. Uma proposta simples que talvez possa revolucionar todo o processo social como hoje é conhecido e aceito. Vamos tomar por base toda mercadoria comprada por uma família no supermercado. Agora, vamos considerar o lixo gerado por essa família. De maneira bem simples e direta, bastaria que esse lixo, separado de acordo com as orientações vigentes – lixo orgânico, Metal, Vidro, Papel, Plástico – fosse devolvido ao lugar de onde ele veio, isto é, ao supermercado. Isso mesmo. Vamos devolver o lixo gerado – a caixa de sabão em pó, o vidro do palmito, a lata de ervilha, etc. para o supermercado, que seria o polo centralizador desse lixo.

Mas, vamos imaginar a expressão, muito popular nos anos 80, “Toma que o filho é seu!”. E, partindo dela vamos imaginar que o supermercado recepcionaria esse lixo e, digamos, o “devolveria” por sua vez aos distribuidores que venderam esses produtos: as caixas de sabão aos distribuidores de sabão, os vidros de palmito aos distribuidores de palmito e assim, a cada distribuidor seus “filhos”, ou melhor, seus lixos. E esses distribuidores fariam o mesmo com seus lixos, isto é, retornariam aos fabricantes que produziram inicialmente esses produtos, agora lixos.

Quero convidar a todos os gênios criativos a aguçarem suas mentes e começarem a projetar novas criações que envolvam, por exemplo, menos embalagens – o adoçante poderia ser uma pequena folha biodegradável adocicada que seria colocada diretamente na bebida, dispensando o atual saquinho. Que a indústria de higiene e limpeza aprimore o sistema utilizado nos caminhões que percorrem as ruas nos bairros oferecendo produtos de limpeza caseiros, isto é, bastaria que eu ou você levássemos as embalagens vazias e as recarregássemos no ponto de venda, simples e óbvio não acha? Sem falar no quanto de plásticos somos obrigados a levar para casa – tudo que compramos é embalado por plástico!!! E as bandejinhas de isopor? Foram banidas as caixinhas que embalavam os sanduíches nas redes de fast-food, mas as gôndolas de frios, e carnes nos mercados continuam repletas delas….

O que espero com esse exercício é imaginar que agindo dessa forma comecemos a mudar o mundo convidando todos os envolvidos no processo a conhecer e a reconhecer o lixo que produzem. A expectativa é que os fabricantes tenham uma melhor consciência na hora de conceber seus produtos, preocupando-se com o tipo, a qualidade e a quantidade de lixo que retornaria posteriormente e a consequente aplicação que esses poderiam ter.

Assim, receber seu “filho” de volta será algo muito melhor do que é hoje.

 

*Antonio Candido Carneiro de Azambuja Neto – Especialista em política e estratégia pelo NAIPPE/USP, Economista e professor do curso de Administração da Universidade Guarulhos e Faculdade Anhanguera.

 

 

 

Um novo lar!

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Reformulados totalmente, ambientes foram planejados para abarcar todas as necessidades dos moradores com funcionalidade e elegância.

 

Um casal jovem e arrojado, que gosta de misturar itens contemporâneos internacionais com objetos e móveis de grandes artistas nacionais, queria um projeto que contemplasse amplos espaços aconchegantes e quatro suítes, sendo que uma delas seria para hóspedes.

O apartamento de 815 m² nunca havia sido habitado e não estava em bom estado. Localizado em um prédio estilo neoclássico bastante bonito e simbólico, próximo ao emblemático hotel Unique, em São Paulo, o imóvel sofreu transformações estruturais complexas para que fosse possível dividir claramente o conteúdo programático em três andares: Pavimento Íntimo, Pavimento Social e Escritório. Para isso, o escritório do arquiteto David Bastos propôs alterar os dois elevadores sociais do prédio, visto que havia apenas uma saída na cobertura, transformando-a em duas (Intima e Social) – O prédio aprovou!

“O espaço foi completamente reformulado e pensado para ser elegante, funcional e atemporal.” – David Bastos

O pavimento íntimo integra apenas a área de serviço, as suítes, uma sala íntima e uma copa para conforto imediato. No pavimento social há uma grande sala de estar dividida em dois ambientes, a sala de jantar, o lavabo, a cozinha e um espaço gourmet em continuidade expressiva para a área da piscina. No pavimento do escritório há, para além do escritório, um lavabo e um sundeck com vista privilegiada para a copas das árvores dos jardins América e Europa.

Aqui, o espaço foi completamente refeito. No piso, mármore Travertino foi aplicado por todo o pavimento e, ao fundo, um painel em sanfona dá acesso à sala de jantar, com mesa e cadeira Sergio Rodrigues. Uma das principais exigências do prédio foi que prevalecesse as esquadrias de madeira. No amplo estar foi possível aproveitar estas janelas envolvendo-as pelos nichos da estante e emoldurando a vista com a marcenaria. Grandes tapetes, da Phenicia Concept, delimitam e aconchegam o ambiente.

 

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Nos pavimentos superiores o projeto previu revestimento de tecido almofadado para as paredes, com lâmina da madeira nogueira e um piso de travertino romano. No pavimento inferior optou-se por colocar um piso de madeira de demolição de canela retirado de uma fazenda antiga, material que se destaca no pavimento todo. Para integrar uma circulação vertical que não ocupasse muito espaço a opção foi projetar uma escada circular, caracol, em aço corten. A escada destacou-se e tornou-se um marco no projeto. 

 

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A área externa contempla uma piscina e um confortável ambiente para descanso. Conectado a ela, uma cozinha/churrasqueira gourmet e simultaneamente um estar íntimo. Todos os painéis se movem transformando o lugar para a função desejada.

 

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A cozinha longitudinal, toda feita sob medida pela Ornare, conta com um passa-prato que liga a cozinha com a copa e, posteriormente, a copa com a sala de jantar. Funcional, a bancada vira aparador apenas subindo a guilhotina. 

 

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O dormitório, bastante aconchegante, foi desenvolvido para pessoas que não entram com sapatos. A cabeceira recebeu couro La Notiva.

O banheiro é totalmente novo, inclusive no formato e localização. Um destaque é o posicionamento da janela correr, por trás do mármore da parede. A clássica banheira, centralizada no canto, é Vallvé.

 

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Por Redação:
Imagens: Tuca Reinés

Vem aí a COP27 2022

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A 27ª sessão da Conferência das Partes da ONU reunirá os líderes de todas as nações para debater sobre o clima. Brasil terá papel chave nas discussões.

 

O balneário de Sharm El-Sheihk, no Egito, será o palco do principal encontro climático deste ano: a 27ª sessão da Conferência das Partes, a COP27, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento, realizado desde 1995, reunirá os líderes de praticamente todos os países globais. Nos últimos anos, as COPs resultaram em alguns dos acordos mais importantes da história, como o Acordo de Paris, na COP21, e a criação do mercado global de carbono, na COP26.

A chamada COP27 estava originalmente prevista para ocorrer de 8 a 20 de novembro de 2021, mas por conta da pandemia de covid-19, a 26ª edição ocorreu em novembro do ano passado, deixando a 27ª edição para 7 a 18 de novembro de 2022. É possível esperar a participação de autoridades, como do alto escalão da ONU, entre eles Antonio Guterres, secretário-geral da ONU e Sanda Ojiambo, diretora-executiva do Pacto Global. Presidentes e representantes nacionais dos ministérios de clima, meio ambiente e sustentabilidade também são esperados.

 

O que é a COP?

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.

Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas.

Para além disto, líderes empresariais e a sociedade civil se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da do Pacto Global ONU Brasil, organização das Nações Unidas que congrega o setor privado. Veja a linha do tempo e entenda como esse debate vem se desenvolvendo ao longo dos anos:

 

LINHA DO TEMPO ESG COP

LINHA DO TEMPO ESG COP

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COP26: a COP das empresas

COP26, realizada em novembro de 2021 na cidade de Glasgow, Escócia, terminou com um acordo histórico que cria um mercado global de carbono. O documento, assinado por todos os países presentes, regulamentou as últimas cláusulas do Acordo de Paris e, dessa forma, permite aos países comercializar créditos de carbono entre si, um passo fundamental para fazer a transição para a economia de baixo carbono e conter o aquecimento global.

Essa conferência também ficou marcada pela participação decisiva do setor empresarial, que marcou presença em número recordo — por isso, a COP26 ficou conhecida como a “COP das empresas”. O resultado foi muito comemorado pelos empresários e executivos.

“A pressão do setor empresarial, que se posicionou de maneira contundente nesta COP — reunindo em um posicionamento 119 CEOs e 14 instituições do setor privado em torno dos principais pontos da pauta —, junto à expressiva participação da sociedade civil, academia, ambientalistas, indígenas e jovens, produziu resultados positivos”, afirmou, na ocasião, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), entidade que reúne quase metade do PIB brasileiro.

Sobre os fatos ocorridos em Glasgow, na Escócia, e as expectativas de futuro, os executivos Cristiano Teixeira, CEO da Klabin, Guilherme Weege, CEO da Malwee, Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade de Marfrig e Mariana Oiticica, co-head ESG & Impacto no BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) conversaram em painel mediado por Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global. Em um dos compromissos, por exemplo, países anunciaram acordo para reduzir emissões de metano em 30% até 2030, estando o Brasil incluso.

“Para a pecuária, quando a gente fala de desmatamento, isto se complementa com o acordo do metano. Na Marfrig, desde o início de 2020, já vinhamos trabalhando no desafio de redução do metano, com critérios baseados na ciência. Assim, temos a informação de todos os fornecedores de como ele está para colhermos amostras e quantificar isto”, diz Pianez.

Para o mercado de carbono, criado a partir da COP26, também será preciso metrificação de informações. “O mercado de carbono, do qual somos a favor, tem um papel de punir o que não investe e premiar o que investe, mas a gente sempre defendeu a contabilidade fidedigna do que for comercial em crédito de carbono”, diz Teixeira.

Para a transformação dos mercados, o setor financeiro precisa estar altamente incluído. “A gente ajuda os clientes a investir ou fazer a transição para uma economia mais limpa. Para isto, identificamos os que as empresas têm de enfrentar, quais são os desafios e os melhores caminhos”, diz Oiticica.

 

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COP26: os desafios dos países para transformar promessas em ações

As consequências desse acordo deverão ser amplas. A existência de uma bolsa mundial para compra e venda de títulos atrelados às emissões de carbono precifica uma substância com valor pouco mensurado até agora.

No longo prazo, o mercado global deve incentivar países poluidores a transferir recursos para países com florestas e tecnologias capazes de compensar a poluição alheia — e servir de pauta para a próxima COP, esperada para novembro de 2022 no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh. O acordo assinado em Glasgow cria um mecanismo financeiro global aos moldes do já existente em algumas regiões do planeta, como a União Europeia, a China e o estado americano da Califórnia.

O alcance mundial do mercado de carbono e as metas cada vez mais ambiciosas contra o aquecimento global têm tudo para forçar uma valorização crescente desses títulos. Na prática, o sistema deve trazer uma avalanche de investimentos em alternativas aos combustíveis fósseis emissores de carbono, como carvão e petróleo.

As minúcias desse mercado deverão ficar para a COP do ano que vem. Restam dúvidas sobre pontos fundamentais, como os padrões de transparência a ser respeitados por todas as partes envolvidas nesse tipo de negociação. “Daqui para a frente, o debate será sobre implementação e resultado”, diz Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, entidade ligada à ONU para reunir o setor empresarial na pauta climática.

 

 

 

Construção: economia circular através da tecnologia de polímeros

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Projeto WOOL2LOOP busca resolver um dos maiores desafios na utilização de resíduos de construção e demolição com uma abordagem de circularidade.

 

Ao abordarmos sobre reciclagem de materiais de construção há algumas dificuldades a se enfrentar para um resultado realmente abrangente e efetivo. Primeiramente, uma demolição sem cuidado pode tornar o processo muito complexo, misturando produtos com destinações distintas. Além disso, nem todos os materiais contam com processos realmente eficientes para sua reciclagem ou processamento como um outro produto. Muitos ainda são caros ou complexos demais. Mas a indústria da construção, sendo uma enorme contribuidora para a produção de resíduos e a emissão de gases do efeito estufa, também tem desenvolvido múltiplas novas tecnologias para melhorar suas práticas. É o caso do projeto WOOL2LOOP, que busca resolver um dos maiores desafios na utilização de resíduos de construção e demolição com uma abordagem de circularidade.

substituindo cimento por residuos economia circular atraves da tecnologia de polimeros

 

Um dos exemplos de possibilidade inexplorada de circularidade são as lãs minerais. Trata-se de materiais fibrosos formados pela fiação ou extração de minerais ou rochas fundidas, como escória e cerâmica. Estes funcionam como excelentes isolantes térmicos e acústicos, por terem uma densidade extremamente baixa. Por este motivo, também se tornam um problema durante uma demolição, pois ocupam um espaço significativo em aterros sanitários. São resíduos muito leves, mas altamente volumosos. Como aponta este artigo, “Na Europa, cerca de 2,5 milhões de toneladas de resíduos de lã mineral são gerados a cada ano na construção e demolição. Atualmente, os resíduos de lã mineral são quase totalmente depositados em aterros, resultando em um custo anual de cerca de 250 milhões de euros para o setor da construção.”

O projeto WOOL2LOOP tem o intuito de utilizar os resíduos de lã mineral, após processamento, em produtos como painéis de fachadas, chapas acústicas, lajotas para pavimentação e mesmo como agregados para impressoras 3D. Para tal, desenvolveu-se um processo que se inicia separando os resíduos de lã mineral, moendo-os e utilizando-os como produtos através da ativação alcalina (ou geopolimerização), convertendo-os em materiais cerâmicos ou semelhantes a concreto.

 

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Os geopolímeros são considerados boas alternativas para substituir o tradicional cimento Portland comum (Ordinary Portland Cement – OPC), principalmente devido às propriedades mecânicas comparáveis, mas liberando uma fração do dióxido de carbono. A grande vantagem é que diversos resíduos de processos industriais existentes podem ser utilizados para a fabricação de geopolímeros, como cinzas volantes ou escórias de forno, o que torna o processo ideal tanto ambiental quanto economicamente. Para se ter uma ideia do impacto, aproximadamente 5-10% de todas as emissões de CO2 provocadas pelo homem são geradas na produção de cimento.

A geopolimerização está se tornando um método mais amplamente aceito para preparar ligantes de baixo teor de dióxido de carbono, outros produtos e materiais de vários subprodutos industriais, sendo um deles o resíduo de lã mineral. Estima-se que o concreto geopolimérico de lã mineral produza aproximadamente 80% menos emissões de CO2 em comparação com o concreto comum e o produto final é duas vezes mais duro que o concreto convencional de alta resistência.

 

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Entre as áreas de atuação, a impressão 3D é uma das possibilidades mais promissores no projeto. Atualmente estão sendo testadas diferentes capacidades de impressão com diferentes misturas de geopolímeros que contêm materiais de isolamento recuperados de canteiros de obras. Com proporções de mistura adequadas e a adaptação da tecnologia de impressão, novas geometrias podem ser fabricadas que de outra forma não poderiam ser feitas com as técnicas tradicionais.

 

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WOOL2LOOP tem sido desenvolvido por um consórcio de 15 parceiros, com empresas, entre elas a Saint-Gobain Finland, uma ONG e instituições de pesquisa. Como aponta Anne Kaiser, Gerente de Sustentabilidade na Saint-Gobain Finlândia, “Ao transformar a lã mineral no final de sua vida útil em uma matéria-prima para novos produtos, nos tornamos parte de novos ecossistemas industriais e promovemos a eco-inovação na economia circular, reduzindo a quantidade de resíduos de construção”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Archdaily, por Eduardo Souza
Imagens: Divulgação