EFICIÊNCIA comprovada!

Imagens Recorte MIDIAS Easy Resize com

Conheça as principais certificações ambientais e pelos selos de sustentabilidade para a construção civil.

 

A construção civil é um grande gerador de resíduos e emissor de gases de efeito estufa. Com o objetivo de incentivar mudanças no setor para reduzir os impactos gerados, vários países desenvolveram sistemas de certificação ambiental para edificações. Também conhecidos como “selos verdes”, os selos ambientais tem a função de atestar sustentabilidade e são voltados principalmente para questões relativas a impactos ao meio ambiente e consumo de recursos naturais. Infelizmente, a indústria da construção contribui com uma quantidade significativa de resíduos de obra e demolição, e representam a maior parcela do uso final global de energia e das emissões de CO2 relacionadas à energia. 

Um dos desafios da agenda 2030 — que corresponde ao conjunto de programas, ações e diretrizes que orientarão os trabalhos das Nações Unidas e de seus países membros rumo ao desenvolvimento sustentável — é construir cidades cada vez mais sustentáveis e ambientalmente eficientes. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são metas estabelecidas pela ONU e relacionadas aos principais desafios para o desenvolvimento econômico e social do planeta. Muitas dessas metas estão relacionadas aos impactos causados pelas atividades do mercado de Engenharia e Construção. Incorporadoras e construtoras estão apostando em selos de certificação sustentável como posicionamento de marca, já que traz um viés de qualidade por se tratar de um empreendimento certificado e fortalece a credibilidade, atestando a responsabilidade social e ambiental.

Dentre os principais benefícios alcançados ao construir edifícios verdes é justamente a economia significativa em consumo de energia, aquecimento e refrigeração durante a vida útil do edifício. Certificações valorizam o valor do edifício sustentável, identificando uma propriedade que reduziu as despesas operacionais, aumentando a satisfação do ocupante e apresentando reduções significativas: despesas com resíduos; despesas de energia; despesas de água; despesas de financiamento; custos de manutenção e reparo; custo de seguro; custo de financiamento; taxa de ocupação; rent premium e valor da propriedade. 

“Há anos o SindusCon-SP apoia e incentiva o uso de fontes renováveis alternativas, defende a democratização de geração energética e o consumo racional de água e energia em projetos, edificações e uso final dos empreendimentos imobiliários. Para ser considerada sustentável, uma construção precisar ter olhar para alguns quesitos e pensar em vários aspectos; a escolha dos materiais, a escolha dos sistemas construtivos e, por fim, como será definido o próprio empreendimento.” – SindusCon-SP

Grande desafio ao adotar estratégias de design sustentável tende a ser o custo associado à seleção de materiais e sistemas construtivos que atendam aos critérios do sistema de classificação, e o mercado geralmente não está preparado para todos as estratégias ecológicas determinadas. Equipes operacionais de construções mais sofisticadas também podem não estar preparadas para executar sistemas mais avançados e um treinamento adequado acaba gerando custos ao proprietário. No Brasil, existem diversos sistemas de classificação que atendem a diferentes tipos de projetos ou objetivos e diferem em seu foco e aplicações.  Por meio delas estabelece-se métricas e atinge-se patamares superiores comparado à construções sustentáveis tradicionais. 

 

LEED

Os projetos que buscam a certificação LEED – Leadership in Energy and Environmental Design – são analisados por 8 dimensões. Todas possuem pré-requisitos (práticas obrigatórias) e créditos (recomendações), que a medida que atendidos, garantem pontos à edificação. O nível da certificação é definido, conforme a quantidade de pontos adquiridos, podendo variar de 40 a 110 pontos. Os níveis são: Certificado, Silver, Gold e Platinum. A certificação LEED pode ser aplicada a diversos tipos de projetos, em qualquer fase da construção, incluindo novas construções, reformas, operação e manutenção. As tipologias variam entre: BD+C (Novas Construções), ID+C (Design de Interiores), O+M (Edifícios Existentes) e ND (Bairros). Avaliando um empreendimento em diversas categorias, é o selo ecológico com maior reconhecimento a nível internacional, sendo adotado nos cinco continentes.

Para obter a certificação LEED é preciso que o projeto esteja registrado junto ao USGBC. No Brasil, quem fornece essa certificação, adaptada de acordo com as condições e realidade do país, é o GBC – Green Building Council Brasil, dentre outras certificações. 

“Nossa missão é transformar a indústria da construção civil e a cultura da sociedade em direção à sustentabilidade, utilizando as forças de mercado para conduzir a adoção de práticas de green building em um processo integrado, contribuindo para garantir o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, impactos socioambientais e uso de recursos naturais.” – Green Building Council Brasil.

AQUA-HQA

O selo foi desenvolvido a partir da certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environnementale) e aplicado no Brasil exclusivamente pela Fundação Vanzolini. Avalia o desempenho ambiental de uma construção por sua natureza arquitetônica e técnica, bem como pela gestão de projeto, e estrutura-se em dois instrumentos principais: o Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e o referencial de Qualidade Ambiental do Edifício (QAE). As fases analisadas são programa, concepção, realização da obra e uso do edifício. O desempenho associado pode ser Bom, Superior ou Excelente. São emitidos 6 tipos de certificação: Edifícios Habitacionais; Escritórios e Edifícios Escolares; Renovação; Hospedagem, Lazer, Bem Estar, Eventos e Cultura; Bairros e Loteamentos e os benefícios de um empreendimento com o selo AQUA são os seguintes: a qualidade de vida do seu usuário, a economia de água, a energia elétrica, a disposição de resíduos e respetiva manutenção e a contribuição para o desenvolvimento sócio-econômico e ambiental da localização em que se insere.

 

WELL

A certificação ambiental WELL é o primeiro que se foca na saúde e no bem-estar dos usuários, sendo um complemento e uma alternativa às outras certificações ambientais. Criado pelo International Well Building Institute em 2015 parte da premissa de que o maior custo de uma edificação comercial são das pessoas que as habitam. Em três níveis de certificação, Prata, Ouro e Platina, a classificação final é calculada a partir de 102 características descritivas, divididas em sete áreas de avaliação, como o ar, água, alimentação, iluminação, saúde física, conforto e mente.

 

PROCEL

PROCEL Edifica é um selo ambiental desenvolvido pela ELETROBRAS/PROCEL, dirigido a edifícios comerciais de serviços ou públicos e residenciais, com o objetivo de promover a eficiência energética e é uma das certificações ambientais que classifica o desempenho da construção. São incentivados projetos que estimulem e aproveitem a iluminação e ventilação natural dos edifícios, na busca por combater o desperdício, assim como reduzir custos e os investimentos setoriais. O Selo Procel Edificações é outorgado tanto na etapa de projeto, válido até a finalização da obra, quanto na etapa da edificação construído, sendo avaliados três sistemas: envoltória, iluminação e condicionamento de ar.

 

SELO CASA AZUL

O Selo Casa Azul é uma classificação socioambiental dos projetos habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal. Foi o primeiro sistema de certificação criado para a realidade da construção habitacional brasileira e é um instrumento de classificação destinado a propostas de empreendimentos que adotem soluções eficientes na concepção, execução, uso, ocupação e manutenção das edificações. São elegíveis projetos novos em fase de análise ou já analisados e contratados, desde que a obra ainda não tenha sido iniciada.

 

BREEAM

BREEAM são as iniciais de Building Research Establishment Environmental Assessment Method, um selo de certificação ambiental de edifícios criado em 1990 com base em critérios relacionados com o bem-estar ambiental, aos quais atribui uma pontuação que varia entre os resultados de aprovação, como: Bom, Muito bom, Ótimo e Excelente. Sendo a principal certificação ambiental de edifícios utilizada no Reino Unido atualmente está disseminado nos cinco continentes e avalia todas as fases do empreendimento de construção, considerando o consumo de menos energia e água, a contaminação resultante do empreendimento, os materiais utilizados, a saúde e o bem-estar de todos os envolvidos direta e indiretamente, o transporte, a gestão de resíduos, o uso do terreno e a também a inovação empregada.

 

EDGE

A certificação Edge – Excellence in Design for Greater Efficiencies – é uma certificação para edifícios sustentáveis, focada em questões que mais causam impacto ambiental na construção civil, considerando 3 categorias: consumo de energia, consumo de água e na energia incorporada nos materiais. Presente em 150 países, ele certifica 6 tipologias de projeto e tem como objetivo incentivar a prática sustentável em empreendimentos de países emergentes. O EDGE é composto por um software que roda em uma plataforma web, uma norma, e um sistema de certificação de sustentabilidade e pode ser acessado gratuitamente, permitindo a avaliação de um projeto de construção de acordo com uma linha de base, apropriada e calibrada ao país em questão. Mais simplificado, o sistema eliminou o comissionamento de gestão de resíduos, de obra, de controle de erosão e poluição durante o período da construção e possui uma ferramenta online onde é possível imputar dados relativos à eficiência energética e hídrica, como orientação solar de vidro, brise, materiais de cobertura e fachada, desempenho de sistemas de ar condicionado, impactos no consumo de água, e assim por diante. Para que você obtenha a certificação, precisa ter minimamente um desempenho em 20% menor de energia, 20% melhor em consumo de água e 20% a menos de energia incorporada nos materiais, em comparação com um edifício referência de mesma localidade, no caso do Brasil. 

Recorte Instagram Easy Resize com

Mas boas práticas vão além da certificação! Não adianta só se falar em economia de energia e de água se o empreendimento não preenche todos os requisitos básicos desde a sua concepção, e para isso é preciso pensar na certificação desde o projeto em um contexto geral e não só em alguns itens. É antecipar soluções que evitem a criação de um problema e não lidar com ele quando já existente, e incentivar a adoção de práticas que contribuam ao real valor de se aplicar a sustentabilidade na construção civil. O reconhecimento por meio das certificações deixam claro quais são as especificidades necessárias no quesito ecológico. A certificação ambiental atesta que as construções são saudáveis para o meio ambiente, com critérios sustentáveis para os edifícios, uma vez que eles são os grandes consumidores dos recursos naturais.

A CM buscou maiores informações sobre processos com o CTE – Centro de Tecnologia de Edificações, uma empresa de consultoria e gerenciamento especializada em qualidade, tecnologia, gestão, sustentabilidade e inovação para o setor da construção atuando de forma integrada em 8 áreas.  

Dentre as valorizações já citadas, a implantação de boas práticas de governança tem sido primordial. Para as empresas, aderir aos padrões ESG – Environmental, Social and Governance, é uma oportunidade de buscar sustentabilidade a longo prazo, conquistar mais eficiência nas operações e elevar a resiliência durante crises. Estratégias ESG estão deixando de ser uma tendência para virar algo mandatório. “Ao implantar o sistema é preciso considerar aspectos como mudanças climáticas, gestão da água e da energia, riscos ambientais, qualidade urbana e uso do solo, entre outros pontos. No âmbito social, as empresas precisam estar atentas a aspectos como direitos humanos, relações de trabalho, diversidade e equidade, além de relações com a comunidade. Na dimensão da governança, por sua vez, são trabalhados temas como estrutura de compliance, gestão de crises e planos de contingência, segurança e proteção de dados, etc.” – explica Roberto de Souza, CEO do CTE.  

“Uma adesão bem-sucedida ao Sistema ESG requer condução da alta administração das empresas, consolidada em um documento de referência, com o detalhamento das diretrizes, requisitos e indicadores. A partir desse referencial, podemos estabelecer padrões e ferramentas de controle para garantir a implementação do ESG, a identificação de não conformidades e a adoção de ações corretivas, preventivas e de melhoria.”-  CTE

 

 

 

 

 

 

 

Por Redação
Imagens: Divulgação