O trabalho de John Graz em exposição

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Exposição na Pinacoteca revisita a arte visual de John Graz, um dos mais importantes modernistas brasileiros

 

Inaugurada em 31 de julho pela Pinacoteca de São Paulo, a exposição John Graz: idílio tropical e moderno reúne cerca de 155 itens que revisitam a trajetória de Graz, um dos mais importantes nomes do modernismo no Brasil, com foco em sua atuação como artista visual e a dedicação de seus trabalhos à temática indígena, a fauna e flora, a história e cultura popular brasileiras.

A programação acontece no ano que antecede o centenário da Semana de Arte Moderna, que teve Graz como um dos participantes.

 

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A curadoria de Fernanda Pitta, curadora sênior, e Thierry Freitas, assistente curatorial do museu, ressalta a dedicação de Graz à criação de um imaginário moderno e tropical a partir de suas pinturas, desenhos e estudos, refletindo também a multiplicidade e versatilidade do artista.

 

john graz pinacoteca

 

A organização expositiva das obras segue núcleos temáticos relacionados aos principais assuntos trabalhados pelo artista: Arcádia; Temática Indígena; Natureza brasileira, História e cultura popular; indigenismo e abstração e design. Ainda que o foco seja a produção visual, a exposição exibe mobiliários que demonstram o interesse de Graz pela criação de um design moderno e brasileiro, além de estudos de arquitetura, decoração e fotos dos ambientes que o artista idealizou.

Em 1925, Graz apresenta em São Paulo móveis tubulares, feitos de canos metálicos e laminados de madeira, com formas geometrizadas. Dotado de grande conhecimento técnico e fabril, acompanha pessoalmente a produção das peças no Liceu de Artes e Ofícios, onde conta com a colaboração de Federico Oppido (1877 – 1950).
Ao projetar os móveis, prevê sua distribuição no espaço e sua relação com painéis, vitrais e afrescos, sendo inovador na decoração de ambientes. A integração dos elementos é uma característica das casas decoradas por John Graz: a mesma proposta estende-se dos painéis pintados aos móveis, objetos e iluminação.

O artista desenhava os modelos em papel, em alguns casos executava projetos que demonstravam como havia pensado todo o interior da residência. Sua qualidade artística permitia que os clientes visualizassem suas ideias e certamente encantava àqueles que contratavam seus serviços.

 

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John Graz; guache e grafite sob papel; 70 x 100 cm.

 

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Residência Cunha Bueno; Jardim projetado por John Graz; Anos 30.

 

 

Serviço John Graz: idílio tropical e moderno

De 31 de julho de 2021 a 31 de janeiro de 2022

Estação Pinacoteca – Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia

De quarta a segunda, das 10h às 18h

Ingresso Gratuito, mas a entrada só é permitida com a reserva pelo site www.pinacoteca.org.br

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Pinacoteca
Imagens: Divulgação

 

MAM iniciou em maio as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna

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“Desafios da modernidade” é o ponto de partida das celebrações que o MAM trará sobre a Semana de 22

 

O Museu de Arte Moderna de São Paulo iniciou em maios as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna com a exposição “Desafios da modernidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930”, com curadoria de Maria Alice Milliet. A mostra é o ponto de partida das celebrações que o MAM trará, a partir deste ano, sobre a Semana de 22, e lança luz sobre a interface entre artes visuais e design enquanto uma vertente do modernismo brasileiro.

Os artistas Antonio Gomide, John Graz e Regina Gomide Graz foram figuras pioneiras no art déco e na introdução das composições geométricas abstratas no Brasil por meio de objetos utilitários. Regina e John Graz colaboraram com Warchavchik na montagem dos interiores da Casa Modernista, considerada um marco na introdução de um novo modo de morar. Cerca de 80 obras serão expostas, entre pinturas, painéis, móveis e tapeçarias; a mostra contará com um video documentário que trará para dentro do museu a atmosfera da época.

 

 

Gregori Warchavchik e John Graz, iniciaram a produção de móveis sob encomenda e estabeleceram o design de interiores como uma área de atuação profissional. Atendendo aos interesses de uma elite ávida por novidades, os artistas realizavam projetos pensando cada peça de maneira exclusiva. A partir de 1923, John Graz executa projetos de decoração de residências na capital paulista e cria inúmeros vitrais, além do design de móveis e peças como portas, fechaduras, luminárias, tapetes e afrescos.

Em 1925, Graz apresenta em São Paulo móveis tubulares, feitos de canos metálicos e laminados de madeira, com formas geometrizadas. Dotado de grande conhecimento técnico e fabril, acompanha pessoalmente a produção das peças no Liceu de Artes e Ofícios, onde conta com a colaboração de Federico Oppido (1877 – 1950).
Ao projetar os móveis, prevê sua distribuição no espaço e sua relação com painéis, vitrais e afrescos, sendo inovador na decoração de ambientes. A integração dos elementos é uma característica das casas decoradas por John Graz: a mesma proposta estende-se dos painéis pintados aos móveis, objetos e iluminação.

O artista desenhava os modelos em papel, em alguns casos executava projetos que demonstravam como havia pensado todo o interior da residência. Sua qualidade artística permitia que os clientes visualizassem suas ideias e certamente encantava àqueles que contratavam seus serviços.

 

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John Graz; guache e grafite sob papel; 70 x 100 cm.

 

A residência Cunha Bueno (Jardim América) é exemplo do seu pioneirismo: para a decoração, o artista elabora inclusive o desenho geométrico do piso dos jardins. Infelizmente, a incipiência da indústria brasileira impossibilita a transformação dos protótipos de sua autoria em utensílios produzidos em larga escala.

 

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Residência Cunha Bueno; Sala de estar projetada por John Graz; Anos 30.

 

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Residência Cunha Bueno; Jardim projetado por John Graz; Anos 30.

 

A particularidade do design de interiores brasileiro

As criações desses pioneiros são uma forma de marcar a ruptura com o modelo europeu de mobiliário vigente no país, ocorrida, principalmente, a partir da década de 1930. Na época, as peças com ornamentações e tecidos pesados, que continham o nome de reis e rainhas do velho continente, já não combinavam mais com a proposta da arquitetura moderna, que ganhou força após a Semana de 1922, em São Paulo.

Nesse sentido, eles seguiam as novas propostas do estilo art déco francês e do estilo Bauhaus alemão, em que o “menos é mais”, adequando a concepção de mobiliário às novas referências vigentes, além de incorporar a cultura e a matéria-prima brasileiras em suas criações, modificando o que era considerado moderno pelos europeus.
Segundo afirma o curador da última exposição sobre mobiliário de John Graz, Sergio Campos: “Os arquitetos tiveram de criar seus próprios móveis, para que fizessem sentido com suas obras. Os móveis com o estilo rebuscado europeu, além de não conversarem com os projetos arquitetônicos que surgiam, também não combinavam com o estilo de vida que se iniciava”. Além dos arquitetos que passaram a projetar peças de mobiliário adequadas para seus projetos, alguns artistas plásticos, como John Graz, influenciaram a concepção do design de interiores brasileiro.

 

Desafios da modernidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930
Curadoria: Maria Alice Milliet
Período expositivo: 25 de maio a 15 de agosto
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Maiores informações: mam.org.br
@man

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Instituto John Graz

Imagens: Divulgação