Universitários desenvolvem jogo virtual ambientado em ícones da arquitetura moderna brasileira

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Game levará os jogadores para uma jornada por dentro da história e dos edifícios do Museu de Arte Moderna (MAM), do Museu do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e do Monumento aos Pracinhas

 

Imagine jogar um game ambientado nas principais obras arquitetônicas do país e ainda saber todos os detalhes construtivos de forma lúdica e divertida? Essa é a proposta do primeiro jogo virtual do mundo voltado para o ensino da arquitetura – O Espírito da Arquitetura. A ideia foi do professor Carlos Murdoch que coordena o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Veiga de Almeida (UVA). Ele também orientou a pesquisa histórica, a projeção das maquetes e toda a programação para criação do game realizada pelos alunos.

Com lançamento previsto para este mês, o piloto foi apresentado no 27º Congresso Mundial de Arquitetos, o UIA 2021, que este ano, em função da pandemia da Covid-19, está sendo realizado virtualmente. O jogo possibilita uma verdadeira imersão nas obras, por meio de papos com grandes nomes da arquitetura (personificados como ectoplasma) que darão as informações necessárias para que o jogador possa avançar para as próximas fases.

Inicialmente a ambientação englobará três ícones da arquitetura moderna no Rio de Janeiro: o Museu de Arte Moderna (MAM), o Museu do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e o Monumento aos Pracinhas. Contudo, o objetivo é incorporar ao software as principais obras do país e do mundo ao longo do tempo.

 

“O primeiro cenário é o MAM, um marco da arquitetura mundial que abriga uma das mais importantes coleções de arte moderna e contemporânea na América Latina. Ou seja, ao mesmo tempo que joga e se diverte, as pessoas têm acesso à um acervo importante” – Carlos Murdoch

 

Segundo uma pesquisa da Brasil Game Show de 2020, cerca de 40% da população brasileira tem o hábito de jogar videogame. “Colocar essa ferramenta como parte do aprendizado torna o assunto mais atraente, desafiador, interessante e dinâmico. É uma porta de entrada para acessar outros novos níveis de absorção do conhecimento”, ressalta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: UVA
Imagem: Divulgação

 

MAM iniciou em maio as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna

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“Desafios da modernidade” é o ponto de partida das celebrações que o MAM trará sobre a Semana de 22

 

O Museu de Arte Moderna de São Paulo iniciou em maios as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna com a exposição “Desafios da modernidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930”, com curadoria de Maria Alice Milliet. A mostra é o ponto de partida das celebrações que o MAM trará, a partir deste ano, sobre a Semana de 22, e lança luz sobre a interface entre artes visuais e design enquanto uma vertente do modernismo brasileiro.

Os artistas Antonio Gomide, John Graz e Regina Gomide Graz foram figuras pioneiras no art déco e na introdução das composições geométricas abstratas no Brasil por meio de objetos utilitários. Regina e John Graz colaboraram com Warchavchik na montagem dos interiores da Casa Modernista, considerada um marco na introdução de um novo modo de morar. Cerca de 80 obras serão expostas, entre pinturas, painéis, móveis e tapeçarias; a mostra contará com um video documentário que trará para dentro do museu a atmosfera da época.

 

 

Gregori Warchavchik e John Graz, iniciaram a produção de móveis sob encomenda e estabeleceram o design de interiores como uma área de atuação profissional. Atendendo aos interesses de uma elite ávida por novidades, os artistas realizavam projetos pensando cada peça de maneira exclusiva. A partir de 1923, John Graz executa projetos de decoração de residências na capital paulista e cria inúmeros vitrais, além do design de móveis e peças como portas, fechaduras, luminárias, tapetes e afrescos.

Em 1925, Graz apresenta em São Paulo móveis tubulares, feitos de canos metálicos e laminados de madeira, com formas geometrizadas. Dotado de grande conhecimento técnico e fabril, acompanha pessoalmente a produção das peças no Liceu de Artes e Ofícios, onde conta com a colaboração de Federico Oppido (1877 – 1950).
Ao projetar os móveis, prevê sua distribuição no espaço e sua relação com painéis, vitrais e afrescos, sendo inovador na decoração de ambientes. A integração dos elementos é uma característica das casas decoradas por John Graz: a mesma proposta estende-se dos painéis pintados aos móveis, objetos e iluminação.

O artista desenhava os modelos em papel, em alguns casos executava projetos que demonstravam como havia pensado todo o interior da residência. Sua qualidade artística permitia que os clientes visualizassem suas ideias e certamente encantava àqueles que contratavam seus serviços.

 

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John Graz; guache e grafite sob papel; 70 x 100 cm.

 

A residência Cunha Bueno (Jardim América) é exemplo do seu pioneirismo: para a decoração, o artista elabora inclusive o desenho geométrico do piso dos jardins. Infelizmente, a incipiência da indústria brasileira impossibilita a transformação dos protótipos de sua autoria em utensílios produzidos em larga escala.

 

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Residência Cunha Bueno; Sala de estar projetada por John Graz; Anos 30.

 

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Residência Cunha Bueno; Jardim projetado por John Graz; Anos 30.

 

A particularidade do design de interiores brasileiro

As criações desses pioneiros são uma forma de marcar a ruptura com o modelo europeu de mobiliário vigente no país, ocorrida, principalmente, a partir da década de 1930. Na época, as peças com ornamentações e tecidos pesados, que continham o nome de reis e rainhas do velho continente, já não combinavam mais com a proposta da arquitetura moderna, que ganhou força após a Semana de 1922, em São Paulo.

Nesse sentido, eles seguiam as novas propostas do estilo art déco francês e do estilo Bauhaus alemão, em que o “menos é mais”, adequando a concepção de mobiliário às novas referências vigentes, além de incorporar a cultura e a matéria-prima brasileiras em suas criações, modificando o que era considerado moderno pelos europeus.
Segundo afirma o curador da última exposição sobre mobiliário de John Graz, Sergio Campos: “Os arquitetos tiveram de criar seus próprios móveis, para que fizessem sentido com suas obras. Os móveis com o estilo rebuscado europeu, além de não conversarem com os projetos arquitetônicos que surgiam, também não combinavam com o estilo de vida que se iniciava”. Além dos arquitetos que passaram a projetar peças de mobiliário adequadas para seus projetos, alguns artistas plásticos, como John Graz, influenciaram a concepção do design de interiores brasileiro.

 

Desafios da modernidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930
Curadoria: Maria Alice Milliet
Período expositivo: 25 de maio a 15 de agosto
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Maiores informações: mam.org.br
@man

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Instituto John Graz

Imagens: Divulgação