ONU Habitat: Circuito Urbano 2021

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A 4ª edição do Circuito Urbano selecionou 178 propostas que discutirão o tema ‘Cidades na linha de frente da ação climática’.

 

Para promover os debates do evento anual Outubro Urbano, realizado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), o escritório do ONU-Habitat no Brasil criou, em 2018, o Circuito Urbano, uma iniciativa de visibilidade e apoio institucional a eventos organizados por diversos atores em todo o país. O ONU-Habitat participa ativamente das agendas globais, como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, estruturada em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sendo responsável principalmente pelo ODS 11, que busca tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

A realização já apoiou aproximadamente 400 eventos e, em 2021, a 4ª edição do Circuito Urbano, a realizar-se entre 1º e 31 de outubro, selecionou 178 propostas encabeçadas por instituições de ensino, autarquias de arquitetura, iniciativas privadas e outras para integrarem a programação oficial do Circuito.  Novamente de forma virtual, os encontros ao vivo ou gravados previamente estarão sob a temática ‘Cidades na linha de frente da ação climática’, relacionando-se com os quatro eixos de discussão:

  1. Cidades Sustentáveis e Livres de Carbono;
  2. Cidades Inclusivas e Justas;
  3. Cidades Saudáveis;
  4. Cidades Resilientes.

 

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Um dos principais objetivos das Nações Unidas em 2021 é fortalecer a ação climática através da construção de uma coalizão global para neutralidade de carbono, adaptação e resiliência climática até 2050, limitando o aumento da temperatura global a 1,5°C (…). O debate sobre o tema vem em um momento fundamental após a revelação de dados alarmantes pelo recente relatório publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) estabeleceu-se em 1978, como resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos (Habitat I).
Com sede em Nairóbi, capital do Quênia, é a agência das Nações Unidas que atua em prol do desenvolvimento urbano social, econômico e ambientalmente sustentável.

Quanto ao Outubro Urbano, que se inicia com o Dia Mundial do Habitat (toda primeira segunda-feira do mês, neste ano 4 de outubro), e se encerra com o Dia Mundial das Cidades, celebrado em 31 de outubro, o evento é sempre guiado por dois temas estimulantes ao debate entre diversos atores sobre como melhorar a vida urbana.

Em 2021, de acordo com a linha de discussão do Circuito Urbano, o foco será no papel das cidades na luta contra a emergência climática – ‘Acelerando a ação urbana para um mundo livre de carbono’ e ‘Adaptando cidades para a resiliência climática’, abordados respectivamente durante o Dia Mundial do Habitat e Dia Mundial das Cidades. O evento é preparação para a COP26, que acontecerá entre 1º e 12 de novembro deste ano, em Glasgow, no Reino Unido.

 

Confira a programação completa!

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Circuito Urbano
Imagens: Divulgação

Expectativa para a COP-26 reacende debate sobre o mercado de carbono

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Se regulamentado, as discussões sobre o artigo sexto do Acordo de Paris podem colocar o Brasil como um dos maiores fornecedores do mundo de crédito de carbono

 

Apontado como uma das principais apostas para driblar a crise econômica gerada pela covid-19, mas ainda sem consenso global, o mercado de carbono é um dos assuntos mais esperados da última década e, caso seja regulamentado, pode se tornar importante fonte de investimento para o Brasil. Essa é a defesa da especialista em Direito Socioambiental Samanta Pineda.

A advogada explica que, com a aproximação da COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobreas Mudanças Climáticas), agendada entre os dias 1 e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, é chegada a hora dos Países que assumiram grandes responsabilidades durante a COP-21 prestarem contas e apontarem os avanços relacionados ao artigo sexto do Acordo de Paris.

O tratado, criado em 2015 e discutido por mais de 190 nações, substituiu o Acordo de Kyoto, que já havia tentado implementar mecanismos de desenvolvimento limpo, e visa reduzir o aquecimento global – isso inclui, principalmente, esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C, em relação aos níveis pré-industriais. Além disso, tem o propósito de proporcionar mais cooperação entre a sociedade civil e o setor privado e, entre outros pontos importantes, regulamentar o mercado de compra e venda de créditos de excedentes de redução de emissões.

 

“Essas revisões ocorrem a cada cinco anos. Então, a expectativa é que o mundo fale sério e regulamente esse mercado oficialmente em novembro. Como o mecanismo de desenvolvimento limpo apresentado pelo Acordo de Kyoto não aconteceu, e sem a presença de um mercado oficial mundial de carbono, passou a ser
executado um mercado voluntário, onde, sem exigências legais, as empresas que emitem, compram daquelas que não emitem. Por isso que a expectativa em Glasgow é tão grande” – Samanta Pineda, especialista em Direito Socioambiental.

 

Se aplicado, a troca de ITMOs (Resultados de Mitigação Internacionalmente Transferidos), prevista no artigo 6.2, mas ainda pouco definida, será uma boa oportunidade para o Brasil – inclusive para a iniciativa privada. Isso porque o termo faz referência a transferências de resultados de emissões ou remoções de gases de efeito estufa de um País para o outro. Havendo consenso, ganha quem tem potencial para excedente de NDC (em português: Contribuição Nacionalmente Determinada). A sigla envolve compromissos voluntários criados por cada país signatário do Acordo de Paris para colaborar com a meta global de redução de emissão. E os dados estão a favor do Brasil.

Ainda de acordo com Samanta Pineda, esses países que emitem precisam pagar para quem emite menos, no caso o Brasil. “Nós temos um grande potencial de captação de gases de efeito estufa e a gente precisa desse mercado regulamentado”, finaliza a advogada, lembrando que o território brasileiro tem capacidade de ser um dos maiores fornecedores do mundo em crédito de carbono.

 

Brasil no mercado de carbono

Segundo um levantamento feito em 2018 pelo Seeg (Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa), que avaliou as nações que mais provocam desequilíbrios no efeito estufa, o Brasil aparece bem abaixo de regiões como a China, Estados Unidos, União Europeia e Índia. Naquele ano, ocupou a sétima posição do ranking e emitiu 1,9 gigatonelada de carbono.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Juliana Rangel
Imagem: Divulgação

Prêmio Zayed de Sustentabilidade 2022 expande alcance global

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Com inscrição recorde de 151 países, Brasil, Índia, Quênia, EUA e China estão entre os principais países inscritos

 

Após um período de seis meses para as inscrições, em meio às restrições mundiais impostas pela pandemia da COVID-19, o Prêmio Zayed de Sustentabilidade, dos Emirados Árabes Unidos, prêmio global pioneiro em sustentabilidade, encerrou oficialmente as inscrições dos candidatos para a edição 2022. Com um notável número total de 4.000 inscrições, o Prêmio registra um aumento expressivo de 68,5% nas aplicações em comparação com o ciclo anterior. Ao passo que o Prêmio adiou a cerimônia de 2021 devido às circunstâncias do momento, as candidaturas para 2021 foram incluídas automaticamente no ciclo 2022, somando-se a novos pretendentes. O apetite maior por inscrições é um indicativo da prioridade que é dada à ação climática por parte de pequenas e médias empresas, organizações não-governamentais e escolas secundárias, que veem no prêmio um catalisador da inovação humana e de seu impacto subsequente.

Atraindo inscrições de um recorde de 151 países, o equivalente a mais de três quartos dos países do mundo, o Prêmio se mostra verdadeiramente global em termos de alcance e impacto. Isto representa uma quantidade robusta de iniciativas de economia sustentável baseadas em conhecimento e inovação, todas elas almejando o reconhecimento de suas soluções propostas para transformar o mundo, modeladas em meio a um cenário global dinâmico.

As iniciativas inscritas para esta próxima edição, que será realizada em janeiro de 2022, refletem as expectativas para a COP 26 e seguem na esteira da recuperação pós-pandemia, sendo as categorias com maior número de registros Comida (1.201) e Saúde (879), seguidas por Energia (759) e Água (627). E com 534 inscrições, o resultado talvez mais inspirador foi o de escolas secundárias globais, que completaram as inscrições mesmo enfrentando suspensões e encerramento das atividades, evidenciando o compromisso da juventude em todas as partes do mundo com um futuro sustentável.

 

“Inspirado no legado do pai-fundador dos Emirados Árabes Unidos, o Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan, o Prêmio continua a demonstrar o comprometimento dos Emirados Árabes Unidos com a sustentabilidade e o humanitarismo. Estamos orgulhosos e motivados por ter recebido tantas inscrições apesar das condições difíceis que o mundo está enfrentando, e seguiremos em frente com dedicação, pois o Prêmio continua a cumprir o seu papel de apoiar agentes inovadores e organizações com visão de futuro, que buscam mudar nosso mundo para o melhor. À medida que a comunidade internacional continua a se unir em torno de ações climáticas ambiciosas à espera da COP 26, o alto número de participantes registrado este ano demonstrou que soluções criativas sustentáveis podem surgir em todas as partes do mundo e, o mais importante, têm condições de oferecer benefícios econômicos tangíveis com o progresso social.” – Dr. Sultan bin Ahmed Al Jaber, o Ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos e Diretor Geral do Prêmio Zayed de Sustentabilidade.

 

O destaque vai para as inscrições do Brasil, Índia, Quênia, EUA e China que reforçam a importância do Prêmio como o principal reconhecimento global à inovação, impacto e inspiração no campo da sustentabilidade, em importantes mercados globais emergentes. Essa alta notável evidencia a natureza multifacetada dos desafios e oportunidades no caminho para um futuro sustentável. O número expressivo de candidatos e a diversidade no alcance geográfico, compreendendo países desenvolvidos e emergentes, incluindo áreas remotas como Fiji e Kiribati, reflete a busca do Prêmio pela excelência em atrair agentes pioneiros operantes em uma estrutura de visão globalmente compartilhada, que estimula a abordagem da integração para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS, da ONU) e transformar a vida de milhões de pessoas.

Além disso, o Prêmio testemunhou um aumento notável das inscrições oriundas de países claramente focados em inovação sustentável, ao passo que mantém os esforços na capacitação de PMEs e organizações sem fins lucrativos, bem como incentiva e qualifica a juventude a assumir papel ativo no apoio a suas comunidades como futuros líderes de sustentabilidade. Os principais exemplos disso seriam as candidaturas substanciais da África do Sul, Ruanda, Japão, Indonésia, Dinamarca, México e Colômbia, entre outros.

A forte representatividade de projetos na categoria Saúde está alinhada aos desafios mundiais em curso apresentados pela pandemia. Dentre as soluções apresentadas, um grande número é voltado para as doenças transmissíveis, incluindo ações de resposta e mitigação de efeitos da COVID-19, seja por meio da telemedicina, clínicas móveis ou plataformas de TI. Além disso, muitas soluções enfocaram a saúde do recém-nascido, infantil e materna, promovendo um cruzamento entre saúde e o empoderamento das mulheres, que também foi atrelado a outros aspectos centrais da agenda de sustentabilidade. Na categoria Comida, que teve o maior número de inscrições, há uma presença marcante de soluções inovadoras de apoio à cadeia de valor agrícola, enquanto iniciativas relacionadas à agricultura e ao processamento de alimentos destacam a contínua transformação dos sistemas alimentares mundialmente.

Na categoria Energia, um foco preponderante em promover o acesso à energia e aplicação da energia solar está alinhado com a queda consistente de custo da tecnologia solar no mundo. Soluções para gerar eficiência energética e armazenamento de energia são temas comuns, com destaque para uma tendência para a transição energética. Por fim, na categoria Água, um grande número de soluções é orientado para a tecnologia de extração, filtração e purificação de águas residuais, especialmente em meio a pandemias e desastres naturais. Uma grande quantidade de propostas relacionadas à transmissão e distribuição de água pode guardar relação com respostas à escassez de água e à crise hídrica que cada vez mais o mundo enfrenta.

 

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Outra tendência animadora para o futuro da sustentabilidade é a quantidade robusta de inscrições de escolas secundárias, refletindo a voz cada vez mais amplificada dos jovens para acelerar a ação climática e o desenvolvimento sustentável. Um grande número de inscrições propôs projetos de horta escolar para ajudar a abastecer a escola e as famílias mais necessitadas em suas comunidades, atestando ainda mais a compreensão dos jovens sobre as complexidades e a natureza intersetorial da sustentabilidade.

O número recorde de países representados nas inscrições em 2021 reflete a natureza dinâmica do Prêmio, que, como a maioria das premiações globais teve que se ajustar a um cenário em transformação, atestando um alinhamento com a Década de Ação para compromissos globais acelerados, visando alcançar os ODS da ONU. Em consonância com esse mandato intersetorial, a maioria das soluções focou na resiliência dos ecossistemas e no  acesso a soluções, tornando um caso claro de benefícios econômicos da inovação sustentável e ação climática, enquanto muitas dessas soluções alavancam tecnologias das próximas gerações, focadas em Inteligência  Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) para dar propulsão ao impacto.

Após o encerramento das inscrições, o Prêmio entra agora na fase de avaliação. Todas as inscrições serão verificadas por uma consultoria independente de pesquisa e análise. Um Comitê de Seleção composto por especialistas do setor renomados mundialmente avaliará as inscrições selecionadas e escolherá os finalistas. A terceira e última fase do processo de avaliação é o Júri, que se conectará em outubro, para selecionar os vencedores em cada categoria.

Desde o seu lançamento em 2008, o prêmio anual de US$ 3 milhões tem, direta e indiretamente, transformado a vida de mais de 352 milhões de pessoas em 150 países. Seu impacto global continua a crescer, à medida que catalisa ainda mais o alcance humanitário e o desenvolvimento sustentável. O vencedor de cada categoria recebe um prêmio de US$ 600.000. Os ganhadores da categoria Escolas Secundárias Globais dividem o mesmo valor entre seis instituições de seis regiões do mundo, cada uma recebendo até US$ 100.000.

Os vencedores dos prêmios de 2022 serão anunciados na cerimônia de premiação anual do Prêmio, que ocorrerá durante a Semana de Sustentabilidade de Abu Dhabi, em janeiro de 2022.

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Fonte Sherlock Communication

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Acesso RESPONSÁVEL

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Gestão dos recursos hídricos com foco em sustentabilidade e melhoria de uso da água são imprescindíveis para ecossistema saudável.

 

Há vinte anos atrás, em 8 de janeiro de 1997, foi sancionada a Lei nº 9.433, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh), mudando para sempre o paradigma dos recursos hídricos no país. Em 1998, foi instalado o Conselho Nacional de Recursos Hídricos na função de estabelecer diretrizes complementares à implementação da política e a gestão nela previstos.

Uma vez que a União e os estados, cada um em suas respectivas esferas, têm o dever de implementar o Singreh, legislar sobre as águas e organizar um sistema de administração de recursos hídricos que atenda às necessidades regionais; o governo, a sociedade civil organizada e os usuários da água atuam em conjunto na definição de políticas acerca dos recursos hídricos. Segundo a Lei das Águas, a Política Nacional de Recursos Hídricos tem seis fundamentos e prevê que a gestão dos recursos deve proporcionar os usos múltiplos das águas, de forma descentralizada e participativa, contando com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

Também determina que, em situações de escassez, o uso prioritário da água é para o consumo humano e para a dessedentação de animais e que a bacia hidrográfica é a unidade de atuação do Singreh e de implementação da PNRH. Pela lei, não existem águas particulares ou privadas com domínio ligado à propriedade da terra. E também não existem recursos hídricos de domínio dos municípios. Todas as águas pertencem à União e aos estados.
Para apresentar as definições internacionalmente acordadas sobre esse tema, o Grupo Assessor do Sistema ONU no Brasil lançou em março de 2018, em Brasília, o glossário de termos do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 – Água potável e saneamento.

“A conscientização e a educação são as principais ferramentas para superar barreiras sociais, culturais e de consumidores. Em um mundo onde as demandas de água doce estão crescendo continuamente e onde os recursos hídricos limitados são cada vez mais desgastados por excesso de captação, poluição e mudanças climáticas, negligenciar as oportunidades decorrentes da gestão melhorada de águas residuais é nada menos que impensável”, diz o relatório oficial das Nações Unidas.

A água potável limpa e segura é vital para a sobrevivência de todos os organismos vivos e para o funcionamento dos ecossistemas, comunidades e economias. O uso ineficiente, a degradação da água pela poluição, a superexploração das reservas de águas subterrâneas, atividades agrícolas e industriais que se expandem cada vez mais à medida que as populações humanas crescem e as mudanças climáticas já alteraram o ciclo hidrológico global. Se as tendências atuais persistirem a qualidade da água continuará a se degradar ameaçando a saúde humana e ecossistemas, contribuindo para a escassez de água e restringindo o desenvolvimento econômico sustentável.

 

ONU

Cerca de 12% de toda a água doce do planeta encontra-se em território brasileiro. Ao todo, são 200 mil microbacias espalhadas em 12 regiões hidrográficas, como as bacias do São Francisco, do Paraná e a Amazônica. É um enorme potencial hídrico, capaz de prover um volume de água por pessoa 19 vezes superior ao mínimo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) – de 1.700 m³/s por habitante por ano. Apesar da abundância, os recursos hídricos brasileiros não são inesgotáveis e o acesso à água não é igual para todos. As características geográficas de cada região e as mudanças de vazão dos rios, que ocorrem devido às variações climáticas ao longo do ano, afetam a distribuição.

No Brasil, independentemente da grande disponibilidade hídrica, a distribuição é irregular e desigual. O acesso ao saneamento básico por exemplo, segundo o Instituto Trata Brasil, contribui para a saúde da população e proteção dos recursos hídricos, uma vez que os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos reduz perdas e mau uso de água. Um estudo realizado pelo Instituto, aponta que o país atende somente 50,3% da população com rede coletora de esgoto e, desse total, trata apenas 42,67%; e revela ainda que 37 % da água tratada no Brasil é simplesmente perdida no processo de distribuição, em parte por vazamentos nos canos e tubulações, enquanto que uma quantidade considerável se perde por ligações ilegais.

Aqui, há uma oportunidade de ação para a construção civil, que cada vez mais vem incorporando aos seus empreendimentos operações ecoeficientes, como a instalação de reservatórios extras para a captação pluvial e o reúso de água. A redução do consumo e a aplicação de soluções inteligentes para instalações hidráulicas pode começar ainda na fase de projeto e definição do produto – com técnicas da chamada construção seca, por exemplo – e seguir até a etapa de especificação de equipamentos e implantação de sistemas que permitam o uso racional pelo cliente final.

Além dos sistemas de reúso, dentre as soluções existentes e mais comuns estão os sistemas de individualização dos registros de água, captação de chuva, válvulas de descarga com duplo fluxo, bacias sanitárias com caixa acoplada e instalação de arejadores para torneiras e de restritores de vazão. Na intenção de orientar o setor sobre o tema no estado de São Paulo, o Sinduscon/SP participou, em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Agência Nacional de Águas (ANA – entidade responsável pela elaboração e implementação de planos de recursos hídricos em bacias hidrográficas de domínio federal e oferecer apoio técnico para elaboração desses planos em outras esferas), da elaboração do Manual de conservação e reúso da água em edificações e o documento, publicado em 2005, está sendo relançado com atualizações.

A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a década 2018-2028 como a Década Internacional para Ação, Água para o Desenvolvimento Sustentável, que começou no Dia Mundial da Água, em 22 de março de 2018, e termina no Dia Mundial da Água, em 22 de março de 2028. Há uma necessidade urgente para a comunidade global – setores público e privado – de unir-se para assumir o desafio de proteger e melhorar a qualidade da água nos nossos rios, lagos, aquíferos e torneiras. Assim como a consciência individual de todos aqueles que se beneficiam pelo uso racional da água.

Produtos e programas economizadores de água vem sendo desenvolvidos em prol de um consumo mais razoável e grandes marcas levantam a bandeira, como é o caso da Deca. A empresa lançou o Programa Deca ProÁgua em julho de 2013, auxiliando na gestão consciente da água como por exemplo o diagnóstico hídrico de edificações, apontando quais produtos e locais de maior consumo de água e possíveis vazamentos.

 

“O aspecto mais importante que o profissional deve considerar é o de projetar e especificar produtos de acordo com o perfil de usuário e local em que o ambiente está inserido. Além disso, considerar sempre os princípios de sustentabilidade no projeto e levar em consideração a infraestrutura adequada a cada tipologia de produto escolhido”, orienta Fernanda Daya, gerente de marketing da Deca.

 

 

 

Por Redação

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