Empresas e negócios podem ajudar a manter a floresta de pé e fortalecer a bioeconomia na Amazônia

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Iniciativas fortalecem a economia da região com a valorização da população local e seus produtos e serviços.

 

Os debates sobre o desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia nunca estiveram tão em alta quanto em 2023. Com o crescimento de alertas mundiais sobre a urgência de medidas de conservação da Amazônia e novos posicionamentos do poder público brasileiro sobre a importância de fortalecer economicamente a região, propostas e soluções para materializar esse desenvolvimento ganham cada vez mais atenção. Dentro dessas discussões, é fundamental não perder de vista o papel das pessoas que vivem na floresta.

A rede Origens Brasil® atua desde 2016 pela geração de valor para a floresta em pé e aqueles que vivem nela. Criada pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e Instituto Socioambiental (ISA) e administrada pelo Imaflora, Origens Brasil® opera em cinco grandes territórios da Amazônia – Xingu, Norte do Pará, Rio Negro, Solimões e Tupi Guaporé – e conecta mais de 3300 produtores de povos indígenas, populações tradicionais, instituições de apoio, organizações comunitárias e empresas, promovendo negócios éticos que valorizam os povos da floresta e a Amazônia viva.

Para promover esse desenvolvimento sustentável valorizando os povos da floresta  é preciso olhar para a remuneração justa para os produtos e serviços. A rede Origens Brasil® atua na articulação entre populações tradicionais, povos indígenas, empresas e instituições de apoio visando a construção de acordos ou contratos justos de longo prazo.

“A rede Origens Brasil ® tem a visão de trazer empresas que têm o mesmo cuidado com a Floresta e dos seus povos originários para próximo das associações. Hoje a gente tem isso com a VERT na comercialização da borracha. Os valores de incentivo que pagam para produtores são muito importantes para dar continuidade a esse processo, e pra gente foi um resgate dessa atividade que estava quase morrendo dentro da comunidade. Hoje os produtores recebem em cima da sua produção o valor do produto, o valor da premiação de qualidade, que é o FFL (Fair For Life), e a maior parte de composição do preço vem do PSA (Pagamento por Serviços Ambientais). Quando a gente junta todos esses valores chegamos em uma remuneração bacana, diferente de antigamente. E isso ajuda também a colocar os jovens de volta na produção” – Leomarques Silva Costa, Presidente da Associação Aguapé da Reserva Extrativista do Rio Cautário.

 

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O comércio ético proposto pela rede é norteado por um conjunto de princípios e critérios que visa relações comerciais equilibradas e diferenciadas, entre empresas e populações tradicionais e povos indígenas. Ele também cria relações de longo prazo e gera um ganha-ganha para as partes, respeita e valoriza o modo de vida tradicional dessas populações e contribui para a manutenção da floresta em pé. Além disso, as análises sobre a relação comercial são feitas de forma mútua, onde empresas e produtores se avaliam sob os mesmos critérios, tendo como compromisso a transparência, o resultado fica público no site da rede.

A VERT, que produz tênis ecológicos e sustentáveis, é uma das empresas que fazem parte da rede e que apoiam uma visão de longo prazo de valorização dos povos e de remuneração justa por todos os serviços prestados. Desde 2020 a VERT compra borracha do território Tupi Guaporé e contribuiu com a geração de renda e comércio ético para 15 comunidades no ano de 2022, em 3 áreas protegidas: RESEX do Rio Ouro Preto – RESEX Rio Cautário (Estadual) – RESEX Rio Cautário (Federal). A consequência é o aumento do impacto positivo para as comunidades em Rondônia, a partir também do valor acumulado de quase R$ 1 milhão de renda nos últimos três anos através dessa relação comercial. Além de praticar o comércio ético, a VERT possui um mecanismo próprio de precificação do produto no qual considera o pagamento pelos serviços ambientais, que traz um diferencial na composição do preço e valor agregado ao produto.

Leomarques destaca ainda que as associações têm um papel muito significativo de apoiar as comunidades extrativistas, incluindo na explicação de todo o processo de composição do preço, afinal, as famílias têm que entender o que estão recebendo. Além disso, as associações oferecem acompanhamento para que as famílias consigam entregar a produção, além da garantia de nota fiscal.

 

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Participação multisetorial

Ter a bioeconomia fortalecida exige a colaboração entre governo, sociedade civil e empresas. O governo pode subsidiar a composição dos preços para a valorização do trabalho das comunidades; enquanto o setor privado pode oferecer remuneração diferenciada pela qualidade e serviço de conservação ambiental; e as organizações intermediárias têm o papel de resguardar o comércio ético e o desenvolvimento sustentável do setor.

“Cada setor precisa de uma estratégia própria para fomentar e valorizar a bioeconomia na amazônia. Mas levando em consideração que as comunidades tradicionais prestam serviços socioambientais para toda a sociedade, devem ser remunerados tanto pelo setor empresarial quanto pelo governo”, explica Luiz Brasi, Coordenador da rede Origens Brasil® no Imaflora.

No âmbito das políticas públicas, o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) está voltando-se para o fortalecimento da bioeconomia na amazônia e reconhece que o pagamento por serviços ambientais vai possibilitar a valorização dos produtos e terras amazônicas. A Lei nº 14.119/2021 que cria a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA) foi sancionada, destinando-se a criar condições para produtores rurais, indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais conservarem as áreas de preservação.

 

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Com a conexão entre povos indígenas, populações tradicionais, instituições de apoio, organizações comunitárias, governos e empresas, é possível criar uma rede que promove negócios éticos e sustentáveis, gerando benefícios para todos os envolvidos. A valorização da floresta em pé também como fonte de matéria-prima e a adoção de práticas comerciais justas e transparentes são fundamentais para a construção de uma economia que respeite a natureza e as comunidades locais, e que ao mesmo tempo promova o desenvolvimento econômico e social.

A rede Origens Brasil® ultrapassou apenas em 2022 a marca de R$ 5 milhões de movimentação financeira e apoiou a conservação de 58 milhões de hectares de floresta feita por povos indígenas e populações tradicionais.

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora – é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995, que nasceu sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e a uma gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora acredita que a certificação socioambiental é uma das ferramentas que respondem a parte desse desafio, com forte poder indutor do desenvolvimento local, sustentável, nos setores florestal e agrícola. Dessa maneira, o Instituto busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola; colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer, de fato, a diferença nas regiões em que atua, criando ali modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em outros municípios, regiões ou biomas do País.

 

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Fonte e Imagens:  Imaflora – Andre Villas Boas e Aloyana Lemos

CAU/SP promove evento para debater patrimônio cultural

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Dentre diversas pautas, programação da atividade prevê série de visitas técnicas a edifícios reconhecidos como patrimônio cultural em São Paulo, além de discutir temas como documentação, acervo e memória.

 

No dia 9 de agosto, comemorando o Mês do Patrimônio Cultural no Brasil, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo promove o III Encontro sobre Arquitetura, Urbanismo e Patrimônio Cultural CAU/SP, que visa debater temas relacionados ao patrimônio cultural: aplicação da Assistência Técnica neste campo, prática do canteiro de obras com técnicas tradicionais, ensino e formação, documentação, acervo e memória, estudos de caso em restauro e conservação, e orientação profissional para projetos e obras de restauro. O evento tem entrada franca e é aberto a quaisquer profissionais de arquitetura ou cidadãos interessados, mediante inscrição prévia. Ele vai reunir, em seus painéis de debatedores, especialistas e representantes do CAU/BR e de outros Conselhos regionais, além de entidades e organizações da sociedade civil que receberam apoio por meio de parceria de fomento.

 

Mesas-redondas

O III Encontro sobre Arquitetura, Urbanismo e Patrimônio Cultural CAU/SPcontará com uma série de debates e apresentação de trabalhos. Uma delas é a mesa-redonda “A importância do Canteiro no Ensino e Formação do Arquiteto na área do Patrimônio Cultural”, às 11h, com a exposição do projeto Canteiros Modelo, fruto de uma parceria do IPHAN com universidades. Outro painel se debruçará sobre “O Projeto e Obra de Restauro e Conservação”, às 15h45, trazendo experiências de restauro apresentadas por especialistas de Pernambuco, São Paulo e Piracicaba. Às 18h15, está previsto o lançamento do “Manual de Orientação Profissional – O Projeto e Obra de Restauro e Conservação”, publicação organizada pela Comissão de Patrimônio Cultural do CAU/SP.

A programação completa pode ser conferida no site do CAU/SP.

 

Visitas técnicas

O evento também prevê, entre os dias 10 e 31 de agosto, visitas técnicas a edifícios reconhecidos como patrimônio cultural na cidade de São Paulo. Um deles é a própria sede do CAU/SP no Centro Histórico da capital paulista, prédio centenário projetado pelo Escritório Ramos de Azevedo, além da Praça das Artes e do Teatro Municipal.

Vale ressaltar que o CAU/SP tem lançado periodicamente chamadas públicas para fomentar projetos na área de patrimônio, além da realização do Concurso Público Nacional para selecionar propostas para reforma da nova sede da autarquia.

 

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Detalhe de fachada na Vila Itororó na zona central da capital paulista. Fotografia: André Mellagi/FlickrCC

 

Serviço
III Encontro sobre Arquitetura, Urbanismo e Patrimônio Cultural CAU/SP
Data: 9 de agosto de 2023
Horário: 8h30 às 19h
Local: Sede do CAU/SP (R. Quinze de Novembro, 194 – Centro Histórico – São Paulo/SP)
Inscrição: aqui 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: CAUSP

 

Restauração do Museu Nacional/UFRJ recebe parecer favorável do IPHAN

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De acordo com o cronograma geral para a reconstrução do Museu, o projeto executivo e detalhamentos de arquitetura e restauro serão concluídos até o final deste ano, já agregando recomendações técnicas do Iphan.

 

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (Iphan-RJ) aprovou em junho o Anteprojeto de Restauração e Arquitetura do Paço de São Cristóvão, a sede do Museu Nacional/UFRJ. O documento registra o acordo com o conceito geral do projeto e a disponibilidade da instituição de seguir colaborando com o desenvolvimento do projeto executivo para as intervenções no palácio e no seu entorno.

A proposta contou com o envolvimento de diversos especialistas multidisciplinares e apresenta um forte compromisso de conectar ainda mais o Museu aos jardins da Quinta da Boa Vista, garante todas as premissas de acessibilidade e sustentabilidade; e busca preservar a maior quantidade possível de elementos artísticos e históricos do palácio.

Uma das intervenções sugeridas e que já conta com o aval do Iphan é a instalação de uma cobertura transparente no pátio da escadaria monumental, o que vai garantir maior proteção e seguir permitindo a entrada de luz natural na área histórica do palácio. Todo o Paço de São Cristóvão será dedicado a exposições e atividades educativas, enquanto o prédio anexo Alípio de Miranda Ribeiro receberá salas técnicas, um auditório multiuso e terá sua estrutura revitalizada.

 

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Imagem do projeto para instalação de cobertura na escadaria monumental.

 

O anteprojeto apresentado ao Iphan em agosto de 2022 foi desenvolvido pelo consórcio H+F Arquitetos e Atelier de Arquitetura, contratado pelo Projeto Museu Nacional Vive (cooperação entre UFRJ, UNESCO e Instituto Cultural Vale), que conta com apoio financeiro do BNDES e patrocínio platina do Bradesco e da Vale.

Em fevereiro deste ano, o presidente do Iphan, Leandro Grass, visitou as obras no palácio. Desde então, representantes do órgão federal tem participado do Comitê Institucional do Projeto e de um grupo de trabalho para acompanhamento e contribuições aos projetos de arquitetura, restauração e complementares, que seguem em desenvolvimento.

O recente parecer do órgão apresenta recomendações para as diversas frentes de atuação e destacam, de modo especial, a importância do restauro de ornamentos que resistiram ao incêndio, da revelação de marcas deixadas pelo fogo no antigo auditório, e da incorporação de achados arqueológicos aos projetos de arquitetura, engenharia, museografia e comunicação visual.

O monitoramento arqueológico do Paço foi iniciado em 2021 e já tem revelado um conjunto de artefatos e estruturas arquitetônicas de interesse. Entre eles, partes da estrutura de uma antiga capela, que foram encontradas em bom estado de preservação e vestígios de pisos e calçamentos que ligavam o pátio principal do palácio ao Jardim das Princesas. Um minidocumentário audiovisual do Projeto Museu Nacional Vive sobre o trabalho dos especialistas está disponível aqui.

 

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Imagem da visão geral noturna do palácio e seu anexo;

 

 

 

 

 

 

 

Fonte e imagens: Museu Nacional Vive – Museu Nacional/UFRJ – IPHAN

Construtivo leva tecnologias para projeto inédito em BIM na reconstrução do Museu Nacional/UFRJ

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Companhia de tecnologia fornece sistemas de visualização de nuvem de pontos e modelo, de colaboração e comunicação e de gestão de documentos para todas as etapas de reconstrução do patrimônio.

 

Após quatro anos do trágico incêndio que atingiu o Paço de São Cristóvão (Rio de Janeiro) e abalou uma das mais importantes instituições científicas da América Latina, o Museu Nacional/UFRJ está sendo restaurado e reconstruído por meio do Projeto Museu Nacional Vive. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (Iphan-RJ) aprovou em junho o Anteprojeto de Restauração e Arquitetura do Paço de São Cristóvão, a sede do Museu Nacional/UFRJ. O documento registra o acordo com o conceito geral do projeto e a disponibilidade da instituição de seguir colaborando com o desenvolvimento do projeto executivo para as intervenções no palácio e no seu entorno.

O Construtivo, companhia de Tecnologia da Informação com DNA em Engenharia, é uma das empresas contratadas pela iniciativa e está apoiando o desenvolvimento de projetos técnicos por meio de um trabalho inédito em BIM (Building Information Modeling). Nesta execução desenvolvida integralmente em HBIM (em português, BIM aplicado a edifícios históricos), metodologia que garante precisão, qualidade de representação e informações adequadas para obras de restauro e intervenção, três soluções do Construtivo estão em operação: o Cintoo, o BIM Track e o Colaborativo.

A primeira passou a ser utilizada na etapa inicial do projeto, cuja metodologia envolveu o escaneamento a laser e o trabalho de pesquisa e arqueologia para trazer conhecimento dos elementos da construção, como a estrutura e os objetos, ou seja, a representação precisa, que tecnicamente é obtida por meio do escaneamento a laser, gerando arquivos de nuvem de pontos para apoiar as atividades de estudo e desenvolvimento do projeto.

Para visualizar todo esse processo, a equipe utilizou o Cintoo, que funciona como uma plataforma streaming para armazenar e suportar o fácil acesso de diferentes partes interessadas à nuvem de pontos e às imagens captadas a partir da realidade. Até o momento, a plataforma recebeu 768 escaneamentos e cerca de 240 GB em imagens.

“O Cintoo possibilita que todos os participantes visualizem o material de forma facilitada. Se não fosse ela, seria necessário que todos os envolvidos tivessem computadores com alta capacidade de armazenamento e conhecimento técnico em nuvem de pontos. Além disso, a possibilidade da plataforma de associar modelos à nuvem de pontos dá condições de tomar decisões considerando as condições retratadas nas imagens. Por exemplo, se o objetivo é fazer um furo em determinada parede, a nuvem de pontos associada a este modelo irá mostrar se a intervenção é apropriada” – Sérgio Leusin, coordenador BIM do projeto e sócio-gerente da GDP – Gerenciamento e Desenvolvimento de Projetos.

 

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Imagem: Museu Nacional Vive / UFRJ

 

Paralelamente ao Cintoo, ocorre o processo de coordenação de projetos, contemplando a comunicação e a colaboração entre os projetistas no BIM Track, que permite acessar o modelo virtual 3D para fazer as análises e as compatibilizações das diversas disciplinas existentes. Sem uma ferramenta de apoio como a BIM Track, seria necessário fazer desenhos e sobrepô-los no computador para verificação de incompatibilidades e conflitos, o que traria além do aumento de tempo na comunicação e na interação entre os envolvidos, a ampliação dos riscos e, consequentemente, o custo do projeto.

“A discussão via uma plataforma de colaboração é essencial num processo BIM, pois otimiza e agiliza o processo de compatibilização resolvendo os problemas antes da execução da obra, além de diminuir a exposição ao risco de atrasos e retrabalhos. Ao todo, 158 arquivos e mais de 1,8 mil questões são administradas dentro da solução. A previsão é finalizar o projeto com cerca de 5 mil tópicos de discussão solucionados”, comenta Leusin.

Com a discussão ocorrendo no BIM Track, o processo administrativo e contratual é gerenciado no Colaborativo, que faz a gestão de aproximadamente sete mil arquivos simultaneamente, entre desenhos 2D, projetos, aprovações dos modelos e documentos em geral. Ou seja, todos os entregáveis são processados e aprovados no Colaborativo e já se sabe que esse volume deve dobrar até o final da obra.

O projeto em BIM para a reconstrução do Museu Nacional envolve 21 empresas, entre projetistas, gerenciadoras e consultorias. Ao todo, mais de 100 especialistas em 32 disciplinas atuam no projeto. O desenvolvimento integrado otimiza recursos financeiros e evita conflitos entre as soluções apresentadas para cada área. O mais emblemático resultado deste processo colaborativo em 2022 é o Anteprojeto de Restauração e Arquitetura do Paço de São Cristóvão e de reforma do Anexo Alípio de Miranda Ribeiro, que foi submetido no mês de agosto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Para Marcus Granadeiro, sócio-diretor do Construtivo, atender projetos com alta complexidade e necessidade de integração em BIM é um dos diferenciais das ferramentas da empresa. “Um projeto dessa dimensão sem a adoção do BIM seria mais longo, teria menos precisão e a obra seria mais cara. Neste modelo, a quantificação para o orçamento é muito mais precisa. O Museu Nacional/UFRJ será uma referência no Brasil em HBIM, abrindo precedentes para que mais instituições adotem o modelo para antecipar problemas e economizar tempo de obra”, finaliza Granadeiro.

O Construtivo é uma empresa de tecnologia com DNA de engenharia. Pioneira no conceito de nuvem, atende aos maiores projetos de infraestrutura do Brasil. Fundado em 2000 como uma joint venture do Grupo Santander, o Construtivo passou por um processo de MBO (Management buy-out) em 2004 e se tornou uma empresa nacional. Atende mais de 100 mil usuários e cerca de 200 clientes ativos, entre eles Norte Energia, AES, CPFL, EDP, Taesa, Alupar, CTG, Energisa, CSN, Rumo, Promon, Concremat, EGIS, Intertechne, Systra, LBR, Voith, Andritz e Weg, a empresa mantém uma sede em São Paulo e uma filial em Porto Alegre.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Museu Nacional Vive / UFRJ e Construtivo

Princípios fundamentais

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Projeto de sede administrativa evidencia a transparência, com vidros em profusão e um vazio que integra os quase 2 mil colaboradores.

 

A Natura, multinacional brasileira de cosméticos e produtos de higiene e beleza, realizou um concurso de arquitetura em 2011 para a construção de sua nova sede administrativa em São Paulo. O projeto vencedor, localizado próximo à Via Anhanguera e assinado por Lilian Dal Pian e Renato Dal Pian, do escritório Dal Pian Arquitetos Associados, foi concebido como uma torre horizontal transparente, integrando-se harmoniosamente à vegetação densa do terreno de 112 mil metros quadrados. Com área de 29.700 m², o edifício abriga espaços corporativos para 1.600 colaboradores, além de áreas de apoio, serviços e utilidades. 

 

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A estrutura é composta por seis pavimentos, sendo um térreo, três andares-tipo e dois inferiores, todos organizados em torno de um vazio integrador. Jardins internos e passarelas que atravessam as copas das árvores criam uma conexão com a natureza. Elevadores panorâmicos e escadas reforçam a ideia de um edifício extrovertido, que expõe o fluxo e o movimento dos usuários. Uma cobertura unificadora com elementos de vidro e brises perfurados filtra a luz natural que adentra o interior do edifício. 

“Os elementos e a transparência expõem o fluxo e o movimento dos usuários, legitimando o conceito de um edifício extrovertido, em que todo mundo está se enxergando em todas as atividades. É possível nitidamente visualizar os acontecimentos.” – Lilian Dal Pian e Renato Dal Pian

 

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A ecoeficiência foi um princípio fundamental no projeto. A torre horizontal apresenta fachadas envidraçadas contínuas nas direções norte e sul, protegidas por brises metálicos. Já as fachadas leste e oeste possuem uma pele bioclimática composta por passadiços metálicos e brises de vidro temperado e laminado serigrafado, proporcionando alta qualidade ambiental. A cobertura verde intensifica o isolamento térmico do edifício. Oferecendo espaços de trabalho pouco convencionais, porém dinâmicos, fluídos e extrovertidos, a arquitetura do NASP (Nova Administração São Paulo) busca expressar os valores da empresa, como sustentabilidade, inovação, compromisso socioambiental e transparência, oferecendo espaços de trabalho dinâmicos e extrovertidos.

Desde o planejamento inicial, a implantação do complexo tem o objetivo de reduzir o impacto de sua ocupação e absorver em seus espaços a magnitude da paisagem e do ambiente natural. Com as árvores mantidas no terreno, o verde passa a ser um integrante fundamental da arquitetura proposta e não apenas um residual de áreas não ocupadas. 

 

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Os espaços internos se articulam ao entorno de um vazio integrador, que percorre todos os pavimentos. Para esse vazio se voltam jardins internos escalonados e se debruçam as circulações horizontais dos pavimentos. Uma ampla cobertura unificadora, composta por caixilhos horizontais envidraçados e brises perfurados metálicos, filtra a luz natural incidente no interior do edifício.

 

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Jardins, áreas verdes e espelhos d’água surgem como incisões e elementos que invadem sua massa construída e equilibram sua volumetria. A escada metálica central é revestida com chapas de alumínio e possui guarda-corpo metálico; seu conjunto de escadas interliga ainda mais o vazio integrador. 

 

 

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Por Redação
Imagens: Nelson Kon e Pedro Mascaro (drone)

 

 

Associação Brasileira do Drywall anuncia novo posicionamento no mercado

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Entidade passa a se chamar Associação Brasileira da Construção Leve e Sustentável com o objetivo de expandir sua atuação no segmento.

 

A Associação Brasileira do Drywall que atua no mercado há mais de 20 anos, anuncia o lançamento de seu novo posicionamento: a entidade passa a se chamar ABCLS (Associação Brasileira da Construção Leve e Sustentável). A mudança faz parte de uma estratégia robusta para ampliar o escopo de atuação da Associação que passa a englobar não só o Drywall, mas também o Light Steel Framing e o Light Wood Framing.

A expansão do escopo de atuação, englobando todos os sistemas construtivos industrializados leves é um passo significativo para a ABCLS. Com essa iniciativa, a Associação visa promover a inovação e o desenvolvimento sustentável do setor, buscando soluções tecnológicas, eficientes, econômicas e sustentáveis para a construção civil. É um reflexo da crescente demanda por métodos construtivos mais modernos e adaptáveis às necessidades do mercado. As tecnologias em construção leve e sustentável têm se destacado por sua versatilidade, durabilidade e menor impacto ambiental, tornando-se opções cada vez mais viáveis e atrativas para empresas e profissionais da construção civil.

“É um passo muito significativo em direção ao amadurecimento do setor. Afinal, somos referência no assunto, somos garantia de conhecimento, garantia de qualidade. E quando estamos falando de qualidade, estamos falando de lei e de direito do consumidor. Esse é o nosso compromisso.” – Luiz Antonio Martins Filho, Presidente Executivo da Associação Brasileira da Construção Leve e Sustentável.

Criada em 2000 para o desenvolvimento do drywall no Brasil, vem nos últimos anos se reinventando para continuar colaborando com o desenvolvimento de um mercado em constante movimento. Atualmente, com vinte e uma associadas busca difundir suas iniciativas com outros fabricantes.

Entre os feitos da Associação, a busca pela qualidade dos sistemas construtivos leves ganhou notoriedade no mercado com o Programa Setorial da Qualidade do Drywall (PSQ-Drywall), criado em 2004 com a finalidade de ser a principal fonte de referência de qualidade deste sistema construtivo. O programa vem atuando fortemente para combater a comercialização e utilização de componentes para drywall que estejam fora das normas vigentes. Além disso, a Associação atua no desenvolvimento de normas técnicas, contando com o Comitê Brasileiro do Drywall – ABNT|CB217 e disponibiliza treinamentos e publicações técnicas ao mercado.

“Nosso objetivo é continuar colaborando para o desenvolvimento dos sistemas leves e sustentáveis e sendo referência para o mercado e para todos os profissionais em relação a conhecimento técnico, padrões de qualidade e desempenho. Isso reflete a importância de nosso papel na construção leve e sustentável do Brasil”, comenta Luiz Martins.

Para acompanhar todas as atualizações sobre a Associação Brasileira da Construção Leve e Sustentável basta se cadastrar no site Link

 

CONHEÇA AS EMPRESAS ASSOCIADAS

Adfors; Ananda; Barbieri; Brasilit; Ecofiber; Ecophon; Espaço Smart; Eternit, Infibra; Isover; Knauf; LP; Multiperfil; Perfilgerais; Placo; Placlux; Quartzolit; Rockfibras; Smart Pods; Sika e Walsywa.

 

A Associação atua em construção leve e sustentável no Brasil, com os Sistemas Drywall, Light Steel Framing e Light Wood Framing. Com sua abrangente atuação, a ABCLS contribui para o desenvolvimento do mercado de soluções construtivas inovadoras e sustentáveis para o mercado brasileiro. Essas soluções possuem diversas vantagens em relação às opções tradicionais, tais como, maior resistência, flexibilidade de projeto, facilidade de montagem e aumento de produtividade.

Contato: 11 3842-2433 | contato@abcls.org.br

Seja um Associado ABCLS! | Link

 

 

 

Saiba mais sobre as novas exigências para bicicletas e patinetes elétricos

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Novas regras do Contran estabelecem algumas obrigatoriedades para os condutores.

 

As mudanças no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em vigor desde o início de julho, estabelecem novas exigências para veículos como motos elétricas, que agora devem ter placa e CHN. As bicicletas e patinetes elétricos estão incluídos em outra categoria, no entanto, os condutores também precisam estar atentos às novas regras.

Mesmo que não seja necessária Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e emplacamento, as bicicletas devem ter motor elétrico auxiliar, com limite de 1000W de potência e velocidade máxima de 32 km/h. Já os patinetes elétricos, que fazem parte dos chamados autopropelidos, precisam possuir, no máximo, 4000W de potência e limite de velocidade de 32 km/h.

As novas regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) são uma tentativa de disciplinar o trânsito e garantir um uso mais seguro desses modais. Além das velocidades máximas permitidas, o pacote de medidas determina as características de cada veículo, locais onde podem circular e diferencia o que são ciclomotores, bicicletas elétricas e equipamentos de mobilidade individual, como patinetes e skates.

 

Formalização e melhora na mobilidade

Uma das prerrogativas da nova medida é normatizar o uso dos modais eletrificados, o que irá garantir mais segurança operacional e aumentar a proteção para os pedestres. “A regulamentação é sempre bem-vinda, pois define os caminhos para os negócios e também para os consumidores, possibilitando o aumento nas vendas e no uso deste tipo de modal”, opina o engenheiro e especialista do centro de pesquisa, tecnologia e inovação Lactec, Carlos Gabriel Bianchin.

As bicicletas e patinetes elétricos fazem parte de um conceito amplo: a micromobilidade. O termo, criado em 2017 pelo especialista em tecnologia romeno Horace Dediu, aponta os veículos elétricos levíssimos como alternativas vantajosas para os usuários nas grandes cidades, seja do ponto de vista ambiental ou da saúde.

Outra grande vantagem do uso desses modais de transportes é a possibilidade de se locomover de forma mais ágil, evitando engarrafamentos, aponta Bianchin. “Principalmente quando consideramos os centros urbanos, o adensamento de veículos torna o deslocamento um verdadeiro transtorno. Tais soluções permitem o deslocamento rápido e seguro em vias apropriadas para estes modais”.

 

Contribuição com o meio ambiente

Além de não emitir poluição sonora, os veículos eletrificados ainda contribuem para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera. A seu favor, ainda contam o pequeno porte, o baixo peso e a versatilidade. “Estes veículos também beneficiam novos modelos de negócio e trazem mais qualidade no deslocamento em centros urbanos e pequenas distâncias”, explica o especialista.

A nova regulação é um passo importante não somente para melhorar a qualidade do trânsito, mas também para formalizar o uso desses modais. Bianchin destaca que a regulamentação e a construção de vias apropriadas são pontos importantes para os consumidores aderirem a este tipo de transporte. O objetivo é fazer com que o uso seja feito com garantia e tratamento correto, pois são modais menores e individuais, não sendo possível disputar espaço com carros em vias urbanas”, afirma. Com isso, aumenta a segurança para o setor, para os usuários e também para o seu entorno.

 

 

 

 

 

Imagem: Ilustrativa/Divulgação

MAM São Paulo se expande pelo Parque Ibirapuera com exposição inédita em realidade aumentada

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‘Realidades e Simulacros’, exposição com curadoria de Cauê Alves e Marcus Bastos, explora o diálogo entre elementos virtuais e físicos no Parque Ibirapuera.

 

Explorar o diálogo entre o virtual e o físico,  perceber a realidade ao redor de outra maneira e interagir com as dimensões de uma mesma experiência. Esse é o convite que a nova exposição do Museu de Arte Moderna de São Paulo traz ao público. Em cartaz a partir de 22 de julho, Realidades e Simulacros apresenta obras inéditas em realidade aumentada no Jardim de Esculturas e em diferentes pontos do Parque Ibirapuera. A iniciativa é realizada pelo MAM e conta com patrocínio da 3M por meio da Lei de Incentivo à Cultura,  apoio da Africa Creative e parceria com a Urbia.

Com curadoria de Marcus Bastos, artista e pesquisador na convergência entre audiovisual, arte e novas mídias, e de Cauê Alves, curador-chefe do MAM, a exposição reúne obras do Coletivo Coletores, Daniel Lima, Dudu Tsuda, Eder Santos,  Fernando Velazquez, Giselle Beiguelman, Katia Maciel, Lucas Bambozzi, Regina Silveira e Paola Barreto. Cada artista recebeu convite da curadoria para criar experiências digitais, obras virtuais em realidade aumentada que integram o jogo de multiplicidades que é a exposição.

“As obras criadas especialmente para a exposição permitem o contato com diferentes realidades e/ou simulacros e propõe um jogo de tensões que sobrepõe camadas de informação e realidade. Um jogo entre o factual e o fabulatório, entre o visto e o imaginado, entre o concreto e o inventado”, refletem os curadores no texto que acompanha a mostra.

“O MAM é uma instituição conectada às possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias e busca, por meio de diferentes ações, democratizar o acesso à arte.A realização da exposição Realidades e Simulacros acontece nesse contexto. É mais uma iniciativa do museu para expandir sua atuação para além dos limites físicos e alcançar públicos diversos” – Elizabeth Machado, presidente do MAM.

 

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Vista da obra de Fernando Velázquez, Górgona 01, série Outras Naturezas, (2023), no lago do Parque Ibirapuera. Fotografia: Luís Felipe Abbud.

 

Obra digital, experiência presencial

No entorno do MAM, no Jardim de Esculturas, um disco voador paira sobre os visitantes. Trata-se de Rasante (2023), obra de Regina Silveira. A artista dialoga com o imaginário da ficção científica, muito presente em filmes e histórias em quadrinhos, e cria um disco voador que se coloca em relação à arquitetura de Oscar Niemeyer, no Parque Ibirapuera. “A sobreposição entre a realidade e a ficção ecoa a combinação entre o radioteatro e a notícia jornalística. Em 1938, uma transmissão de rádio do diretor de cinema norte-americano Orson Welles causou pânico ao dramatizar A Guerra dos Mundos, de Herbert George Wells. Entretanto, no século XXI o trabalho de Regina Silveira tende a gerar mais fascínio do que medo”, comentam os curadores.

Sombras pouco nítidas sugerem um percurso por uma floresta de sons plantada no entorno da Praça da Paz.  Em RevoAR :: a Vida é uma Utopia (2023), Dudu Tsuda convida o visitante a utilizar fones de ouvido para adentrar uma paisagem sonora que mistura sons da Mata Atlântica originalmente existente na região do Ibirapuera com sons de animais da região, de espíritos da floresta e de entidades fantásticas criadas a partir das cosmovisões dos povos originários brasileiros.

Alinhadas entre o MAM São Paulo, a Oca e o Pavilhão da Bienal de São Paulo, uma escultura digital do Coletivo Coletores reúne corpos que representam três povos: latinos, africanos e resistentes de outras partes do globo.  Monumento à Resistência dos Povos (2023) apresenta figuras brancas como o mármore em posição de defesa e aborda a ideia de contra monumentos ao problematizar questões sobre a cidade, a memória e a violência cotidiana sofrida pela população.

Em Rádio Detín (2023), Paola Barreto leva ao entorno da Oca imagens de um manto branco que carrega sons gravados pela artista em uma viagem ao Benim. A obra é um convite para interagir com as árvores do Ibirapuera pelas lentes de uma experiência visual e sonora que oscila entre o documental e o poético. O percurso permite refletir sobre um espectro amplo de sentidos da ancestralidade. A natureza e as culturas que antecederam o colonialismo são entendidas pela artista como vetores que permitem pensar um tempo que está além da duração da vida humana.

Flutuando no Parque e refletindo seu entorno, entre o MAM e o pavilhão da Bienal de São Paulo, a enorme Bolha (2023), de Katia Maciel, apresenta um aspecto lúdico.  Em geral, as bolhas duram pouco. Elas estouram quando a elasticidade que surge da junção das moléculas de detergente e água se rompe com a evaporação. Mas na obra A Bolha, esse momento é alargado, o instante em que a bolha estoura parece nunca chegar. Para os curadores, “no sentido metafórico, estourar a bolha é também alargar nossos horizontes, é nos relacionarmos com realidades diversas. A artista nos faz pensar que talvez a bolha em que vivemos seja mais resistente do que imaginamos, já que o dentro e o fora da bolha, o simulacro e a realidade, permanecem”.

Lucas Bambozzi explora processos de reconhecimento de padrões por meio de Incerteza artificial (2023), obra realizada a partir de inteligência artificial que escaneia a região entre a Ponte Metálica, a Praça da Paz e seu entorno no Ibirapuera, nomeando o que encontra.  Mas, para os algoritmos, as coisas nem sempre parecem ser o que são. Neste processo, os equívocos geram instabilidades resultantes dos limites da capacidade que as máquinas têm de identificar seres ou coisas.

Em Brejo das delícias (2023), Giselle Beiguelman faz uma incursão na história do Parque Ibirapuera, a partir de uma pesquisa das espécies nativas, anteriores à sua urbanização. Com base em estudos botânicos da flora paulistana, foram identificadas cerca de 50 espécies que habitavam sua área originalmente alagadiça.  Inspiradas em ilustrações botânicas, as criaturas aqui apresentadas foram feitas com inteligência artificial, fundindo as espécies originárias em novos seres vegetais, que ganham vida por meio de recursos de realidade aumentada. Dessa forma, abordam também a diversidade das imagens técnicas que povoam nossas noções de natureza e paisagem.

Logo em frente ao Planetário do Ibirapuera, Eder Santos posiciona a pirâmide nomeada Ouragualamalma (2023). A pirâmide é uma ligação entre o céu e a terra, uma arquitetura que conecta ambos, é uma imagem ancestral que se refere tanto a uma realidade anterior à colonização, quanto a uma realidade decolonial.

Fernando Velázquez leva ao Lago do Ibirapuera uma criatura feita de elementos orgânicos, vegetais e minerais.  Com Górgona 01 (2023), o artista reflete sobre um modo de viver em um planeta reconfigurado por suas catástrofes. A aparição da criatura no Lago pode surpreender tanto pelo caráter quimérico quanto pelo aspecto de porvir, refletindo sobre os caminhos por onde o antropoceno pode levar a vida.

Em outro ponto do Lago, próximo ao Portão 09 do Ibirapuera, Daniel Lima apresenta uma réplica da embarcação usada por Pedro Álvares Cabral na invasão da América em 1500. Reconstruída pelo governo brasileiro para homenagear os 500 anos de descobrimento do Brasil, por erros no projeto e problemas técnicos, ela naufragou e não participou do evento oficial em Porto Seguro, no ano 2000. Com seu Monumento à Colonização (2023), o artista propõe, não  sem ironia, um “monumento inverso” que aponta para o modo como esse tipo de celebração revela nossa mentalidade colonizada e incapaz de projetar um futuro emancipado para o país.

A jornada de visitação pode ser realizada de diferentes formas e trajetos. É possível fazer o percurso andando a pé, de bike ou com o Ibira Tour, um passeio feito em carrinhos elétricos com guias da Urbia. Dentro do Parque, haverá, também, sinalizações físicas instaladas em locais próximos às obras para otimizar o percurso do público. Ainda que as obras sejam digitais, a exposição foi desenvolvida para ser vista presencialmente no Parque, com o uso do celular, pelos mais de 55 mil visitantes que transitam diariamente ali.

Mais informações no site da empresa.

 

Nem site, nem aplicativo

O conjunto de obras em realidade aumentada foi instalado em diferentes pontos do Ibirapuera por meio de georreferenciamento – um processo de sistema de referência – e pode ser acessado pelo celular, através de uma plataforma criada para a exposição.

A plataforma realizada para a mostra não é um site e nem um aplicativo,  é um meio que conecta o virtual ao físico. Não é necessário fazer download para acessar, pois ela está integrada ao site do museu e também pode ser acessada pelo celular direto no link mam.org.br/realidades.

O projeto expográfico digital foi pensado a partir do conceito do cubo branco e concentra elementos que ajudam na jornada de visitação: a lente, uma espécie de câmera pela qual o visitante pode ver e fotografar as obras; o mapa, que apresenta a localização das obras no Parque e ajuda o visitante a chegar até os pontos de visualização; o mapa, que apresenta a localização das obras no Parque e ajuda o visitante a chegar até os pontos; e a ficha catalográfica, que concentra sinopses das obras, informações sobre os artistas e referências utilizadas no processo de pesquisa e criação dos trabalhos.

O desenvolvimento de Realidades e Simulacros contou com uma equipe técnica formada por Luís Felipe Abbud, do Estúdio Hiper-Real, responsável pelos modelos 3D e animações das obras; Bruno Favaretto e Renato de Almeida Prado, do Museu.io, que realizaram a programação da exposição, e Celso Longo e Daniel Trench, do cldt design, que assinam a identidade visual.

Sobre a expografia digital, Bruno Favareto e Renato de Almeida Prado explicam: “buscamos assim uma estética minimalista que auxiliasse os visitantes em seu fluxo pelo Parque e no uso da tecnologia em si, mas que ao mesmo tempo permitisse a experiência com a obra de forma isolada ou com o mínimo de informação desejada”.

 

Para além das paredes do museu

Realidades e Simulacros é mais uma iniciativa do Museu de Arte Moderna de São Paulo para expandir suas fronteiras físicas e proporcionar experiências que utilizem linguagens contemporâneas para impactar públicos diversos, traduzindo poéticas artísticas e cultura por meio da tecnologia digital.

A exposição dialoga conceitualmente e dá continuidade aos pensamentos das ações realizadas em 2020 e 2021. No primeiro, o MAM levou obras emblemáticas de seu acervo para as ruas de São Paulo por meio de projeções em grande escala em empenas cegas de edifícios da cidade. A iniciativa surgia como resposta às dinâmicas sociais impostas pela pandemia de covid-19 e buscava democratizar o acesso à arte. Já em 2021, em parceria com Microsoft e a Africa Creative, o museu lançou um projeto educativo inédito no jogo Minecraft: “MAM no Minecraft”, uma combinação de arte, educação e games, com reproduções do espaço do museu e de obras do acervo, jogos pedagógicos, atividades lúdicas e propostas de aulas.

Realidades e Simulacros integra a programação comemorativa dos 75 anos do MAM e 30 anos do Jardim de Esculturas. No decorrer do período expositivo, serão anunciadas ativações na exposição realizadas pelo Educativo do museu, como visitas mediadas, oficinas a partir dos temas e obras, e outros.

 

Serviço

Realidades e Simulacros
Mostra coletiva com Coletivo Coletores, Daniel Lima, Dudu Tsuda, Eder Santos, Fernando Velazquez, Giselle Beiguelman, Katia Maciel, Lucas Bambozzi, Regina Silveira e Paola Barreto.
Curadoria: Cauê Alves e Marcus Bastos
Abertura: 22 de julho, sábado, às 11h
Período expositivo: 23 de julho a 17 de dezembro de 2023
Local: entorno do Jardim de Esculturas, Praça da Paz e região dos Lagos do Ibirapuera
Endereço: Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº – Entrada pelos portões 1 e 3
Entrada gratuita

MAM São Paulo
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Coletânea “Seu Lar de Sensações” visa proporcionar conexão emocional com a casa

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Em nova coleção, Italínea convida a uma reflexão profunda sobre o vínculo emocional dos moradores com seus lares.

 

Baseada em pesquisas de tendências, feiras de design e inspirações em cores e texturas naturais, o lançamento da nova coleção da Italínea, “Seu Lar de Sensações”, traz proposta inovadora para a decoração de interiores. A marca busca criar experiências exclusivas, onde as cores se tornam o elo entre os moradores e seus lares, propondo sensações e emoções através de cada ambiente. Com um total de 21 padrões, sendo 11 deles totalmente novos, a coleção apresenta uma variedade de opções para atender aos mais diversos estilos, buscando estabelecer conexões com a natureza.

Entre os novos padrões, destacam-se o “Nômade”, um tom claro de madeira que remete à liberdade e à natureza selvagem, o “Louro Freijó”, que traz sofisticação e elegância, e o “Nimbo”, um cinza que transmite calma e equilíbrio. Além disso, há o “Nuble”, um tom suave de bege, o “Urbe”, um cinza vivo e marcante, o “Sunset”, um rosa intenso e acolhedor, o “Abissal”, um azul profundo, e o “Dust”, inspirado na areia, que traz uma sensação de conforto e tranquilidade. Também foram incluídos os padrões “Lavanda”, “Glacial” e “Himalaia”, este último com um sutil toque de rosa.

 

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Uma das principais inovações da nova coleção são os painéis ripados e chanfrados que já saem prontos de fábrica, permitindo uma instalação fácil e rápida. Além disso, a marca também apresenta tapetes emborrachados para gavetas, acessórios aprimorados para abertura e fechamento de portas, camas articuladas para otimização do espaço, novos puxadores e uma seleção de novas cores de pés metálicos, proporcionando versatilidade e personalização aos projetos. Destaque também para a nova tonalidade do acabamento PET, especialmente desenvolvida para essa coleção, o padrão “Abissal”. Além disso, a nova cor de tela, cinza, foi adicionada para complementar a paleta de cores.

A nova coletânea “Seu Lar de Sensações” convida a uma reflexão profunda sobre o vínculo emocional com o lar, que se torna um refúgio para momentos especiais e para o cotidiano. O uso da palavra “seu” no título aproxima o conceito da coletânea ao consumidor, enquanto “lar” evoca a ideia de aconchego e pertencimento, e “sensações” remete à conexão com a natureza.

Saiba mais em www.italinea.com.br

 

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Imagens: Roberta Gewehr