Biomateriais – Tendência de mercado

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Experimentação, otimização e inteligência: novas matérias-primas desenvolvidas em prol da causa ambiental

 

No mundo, as edificações são responsáveis por grande porcentagem de emissão de CO2, considerando emissões diretas, indiretas e incorporadas (no ciclo de vida dos produtos de construção). Ao mesmo tempo, como é um setor que consome e ainda consumirá grande quantidade de materiais, carrega consigo a oportunidade de ajudar no enfrentamento às mudanças climáticas, priorizando e incentivando o uso de biomateriais.

Resíduos de cana-de-açúcar se convertem em plástico, folhas de cactos e ramos de cogumelos resultam em alternativas para o couro. Biomateriais podem ser definidos como aqueles de origem biológica, sendo os mais empregados na arquitetura e construção civil: madeira, bambu, plantas na forma de coberturas, fachadas e muros e outras fibras naturais como o sisal, cânhamo, linho, etc.

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Fachada Carabamchel Housing – FAG

Em um recente estudo publicado na Nature (CHURKINA et al. 2020) estima-se que uma adoção agressiva no uso de biomateriais estruturais nas edificações a ser empregado em novas construções, em todo o mundo, entre 2020 e 2050, tem o potencial de estocar de 7 a 60 GtCO2.  Além das estruturas, os biomateriais podem ser empregados em diversos elementos de uma edificação: paredes, revestimentos e até mesmo mobiliários. Em 2019 o termo biomaterial  foi incorporado ao vocabulário do design quando, na ocasião, foi eleito material do ano pelos organizadores do London Design Festival.

A Fundação Ellen MacArthur, organização internacional difusora dessa ideia, diz em seu guia de design que, manter os materiais dentro da cadeia produtiva pelo maior tempo possível colabora para frear a extração de recursos finitos e promover a regeneração de ecossistemas.

 

“O designer, hoje, deve se preocupar com a procedência e o destino dos ingredientes que usa em seu trabalho. Ele precisa planejar o descarte de suas peças, e como desmontar e reinserir cada parte delas no ciclo de fabricação” –  arquiteta Léa Gejer, fundadora da Flock, consultoria para projetos de design e arquitetura circulares, e sócia do site educativo Ideia Circular.

 

No guia sobre construções verdes publicado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) tem muitos exemplos com o uso de biomateriais, principalmente para casos no Brasil e na América Latina. O guia também mostra as principais vantagens, desvantagens e o que é preciso considerar quando se pensa em construir com esses materiais. O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) publicou um estudo especial que apresenta o papel do uso de biomateriais como uma das formas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Na elaboração de novos produtos, o mindset da colaboração responde por algumas das junções de talentos mais interessantes dos últimos tempos no desenvolvimento de biomateriais. Em Maceió, por exemplo, os designers Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Ambrosio e o Instituto A Gente Transforma uniram forças com a comunidade de catadores de sururu do entorno da Lagoa de Mundaú, e especialmente com o artesão Itamácio Santos, para criar o cobogó Mundaú, elemento vazado que incorpora as cascas descartadas do molusco em uma manufatura semiartesanal. À nível internacional, a mescla entre os universos do design e dos biomateriais já rendeu frutos como o Desserto, couro vegano feito de cactos, o Carbon Tile, ladrilho de cimento e carbono capturado da poluição do ar, e o Mylo, tecido com aparência de couro composto de micélio (a parte fibrosa dos cogumelos).

 

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Cobogó Mundaú

 

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Bio Concreto de Bambu – Vanessa Andreola

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Redação
Imagens: Divulgação, Itay Sikolski, FAG, Vanessa Andreola.

 

 

 

CAU/RS – Edital de Patrocínio 2021

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Propostas podem ser enviadas até 31 de agosto. Participe!

 

O Edital de Chamamento Público 01/2021 lançado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) disponibiliza R$ 259.236,00 – divididos em cotas de até R$ 40.000,00 por proposta – para patrocinar projetos relevantes para o desenvolvimento da Arquitetura e Urbanismo no Rio Grande do Sul!

Podem participar entidades exclusivas de arquitetos e urbanistas ou com instâncias deliberativas compostas exclusivamente por arquitetos e urbanistas, com sede e atividade no Rio Grande do Sul. As propostas, planos de trabalho e documentos para habilitação jurídica deverão ser enviados até dia 31 de agosto, para o e-mail parcerias@caurs.gov.br.

Propostas que podem ser aceitas

  • Eventos: feiras, encontros profissionais, palestras, cursos, conferências, seminários, congressos, premiações e atividades afins;
  • Curadoria de eventos: palestras, dinâmicas de grupo, oficinas e palestras de abertura, a serem concebidas ou organizadas para eventos do CAU/RS;
  • Produções: audiovisuais, exposições, catálogos, publicações, aplicativos para computador e dispositivos móveis, sites e outras produções.

Leia o edital completo AQUI!

 

Com a realização de editais para a sociedade civil e entidades, o CAU/RS ajuda a financiar ações de valorização e divulgação da Arquitetura e Urbanismo! Nos três anos da gestão anterior (2018-2020), os editais de Patrocínio e Apoio foram responsáveis pela concretização de 84 iniciativas, realizadas por cerca de 22 entidades. Ações que contribuíram para promover e ampliar o conhecimento sobre a profissão em todo o Rio Grande do Sul. E o trabalho para que esse número seja cada vez maior segue firme: a cada ano, o CAU/RS busca aperfeiçoar ainda mais os processos de divulgação e execução de editais, para que todas as etapas sejam mais ágeis e menos burocráticas.

 

 

 

 

Fonte: CAU/RS
Imagem: Divulgação

EFICIÊNCIA na medida

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Sede empresarial tem projeto eficiente e ganha selo LEED Platinum

 

Buscar soluções ecológicas e sustentáveis durante a obra e após sua conclusão foi o desejo dessa empresa de laticínios para a construção de sua sede, em Goiânia. Com cerca de 8.430 m² dividos em cinco pavimentos, tem projeto da arquiteta Christiane Abrão Helou, em parceria com os engenheiros Luis Antônio Maciel Pitaluga e Stayllon Patrick de Souza e Silva, e conquistou a Certificação LEED Platinum, com 97 pontos. “Além da preocupação ambiental, o projeto deveria priorizar por um ambiente agradável para seus usuários, proporcionando alto rendimento das equipes”, afirma Christiane.

Estruturada em concreto armado, a sede possui fachada composta por alumínio, mármores regionais, vidros de alta eficiência e isolamento térmico e acústico, criando uma envoltória leve e resistente. “Internamente, produtos como tintas, colas, silicones, selantes e afins, foram definidos de acordo com seu índice de emissão de compostos orgânicos voláteis (COV) para garantir a qualidade do ar no ambiente interno”, explica a profissional, que tinha a eficiência nas instalações como um pré-requisito do projeto. “Os resultados obtidos foram frutos de estudos e simulações prévias, analisando desde a localização do terreno, até os pontos onde eram extraídas as matérias primas dos materiais que foram agregados ao edifício. Buscou-se proporcionar a seus colaboradores uma edificação eficiente, confortável acessível e agradável”, diz. 

“O projeto foi concebido como uma edificação prática e eficiente, compatível com a visão da empresa de trabalhar a sustentabilidade não apenas atendendo a exigências legais, mas com um objetivo maior” – Christiane Abrão Helou

Para a constituição da fachada, vidros de alta performance (Cebrace) permitem a conservação a temperatura interna e iluminação natural. Também para auxiliar no conforto térmico, a sede conta com um telhado verde.

Além da utilização de materiais inteligentes como os vidros de alta performance, que auxiliam no conforto térmico e acústico, o prédio conta com placas fotovoltaicas que geram uma economia de 50% de energia em relação a edifícios similares – o que garantiu ao projeto o selo PROCEL Nível A em eficiência energética. Um sistema de reuso de água pluvial economiza 47% desse recurso.

São mais de 10% – ou cerca de 950 m² – de áreas de paisagismo, que se distribuem em zonas internas e externas. Foram escolhidas espécies vegetais nativas da região, evitando um desequilíbrio na flora das imediações. Toda a irrigação é feita com água coletada da chuva.

 

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A madeira certificada foi destaque em alguns dos ambientes internos, de acordo com sua utilização. Um sistema de iluminação (Mingrone Iluminação) foi ainda dimensionado para complementar a iluminação natural.

Internamente, o edifício ganhou piso de porcelanato ou PVC, que alia o efeito estético à alta resistência mecânica. O sistema de forros modulares de gesso acartonado (Placo) proporcionou fácil acesso às instalações dispostas acima deste.

 

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Na área de escritório, o piso vinílico (Beaulieu) foi o escolhido. Um sistema de controle central automatizado (LG) para climatização, iluminação, bombeamento e persianas que acompanham a luz solar (Uniflex) garante eficiência.

Espaço de descompressão e refeitório fazem parte da composição da sede, que conta com iluminação (Philips) controlada pelo sistema Dynalight. Com preocupação ambiental em todas as etapas de projeto,  94% dos resíduos gerados durante a construção foi reciclado.

 

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Por: Marcela Millan
Imagens: Edgard César

Portobello – Cobogó da Mundaú é identidade nacional

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Cobogó da Mundaú, lançamento sustentável da Portobello, é finalista do Prêmio Human City Design Award.

 

Desenvolvido pelos designers Marcelo Rosenbaum e o Instituto A Gente Transforma em parceria com o designer Rodrigo Ambrosio e o artesão Itamácio dos Santos, o produto será lançado pela Portobello, por meio de sua marca de design democrático Pointer (em breve estará disponível nas lojas Portobello Shop).

O projeto Cobogó da Mundaú está entre os 10 finalistas do Prêmio Human City Design Award 2020, que identifica designers e instituições envolvidos em projetos que contribuem para o relacionamento harmonioso e sustentável entre as pessoas e o meio ambiente. O reconhecimento vem da criação do Cobogó de Sururu, elemento construtivo vazado produzido com a casca do sururu, de identidade nacional e alagoana, e que reforça a economia circular.

 

Portobello Cobogo Sururu Revestir Easy Resize com

 

Cobogó de Sururu da Mundaú nasceu do projeto Maceió Mais Inclusiva Através da Economia Circular – Cooperação Técnica do BID Lab, o Laboratório de Inovação do Grupo BID, em parceria com o IABS (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade) e a Prefeitura de Maceió. A pesca do sururu, molusco considerado patrimônio cultural imaterial de Alagoas, é uma das atividades mais tradicionais da economia local. Porém, apenas na Comunidade do Vergel, localizada às margens da Lagoa do Mundaú, na zona urbana de Maceió (AL), o resíduo gerado pela pesca chega a mais de 300 toneladas/mês em cascas de sururu. O Cobogó da Mundaú, elemento vazado utilizado para possibilitar maior ventilação e iluminação no interior de imóveis, traz a casca do sururu em sua composição, tornando-o um produto com identidade nacional e alagoana.

 

Cobogo de Sururu da Mundau Easy Resize com

Materia prima casaca Sururu Easy Resize com

 

O prêmio é uma iniciativa do Governo Metropolitano de Seul e a Seoul Design Foundation, que tem como apoiadores o Human Cities EU Network, World Design Organization (WDO), The UNESCO Creative Cities Network, Cumulus, The Silk Road Universities Network (SUN), Korean Federation of Design Associations.

O ‘Human City Design Award’ foi criado há cinco anos com o objetivo de contribuir para uma relação harmoniosa entre o ser humano e o meio ambiente por meio do design. A proposta do prêmio é discutir o design como uma solução criativa para problemas sociais complexos na cidade e expandir os efeitos curativos do design em todo o mundo, fazendo com que o setor de design contribua para o desenvolvimento da humanidade. O prêmio é concedido a designers que contribuíram para a construção de uma relação mais harmoniosa e sustentável entre pessoas e pessoas, pessoas e sociedade, pessoas e meio ambiente, e pessoas e natureza.

 

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Fonte: Portobello
Imagens: Divulgação

 

 

Puro AFETO!

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Convivência. Essa é a palavra que permeia conceitualmente 4 criações selecionadas pela CM.

 

Que o Design vai muito além da forma e funcionalidade já se sabe. No campo da criação, ele pode ser inusitado e vir a propor o que não se conhece, isso chamamos de inovação. Mas no campo afetivo, seu maior valor está no relacionamento que ele incentiva estabelecer-se entre objeto e usuário, na comunicação que paira entre as funções práticas das linhas, nas sensações de materialidade, na coexistência harmoniosa e no belo observável, que agrada aos olhos e a alma.

Objetos que tragam certa história, que contem algo sobre determinada cultura, técnica e localidade, que representem uma ideia, são os que mais propõem zelo e melhor interagem com nossos hábitos e rotinas diários. Que o desenho seja além do comum ou a proposta ousada, quando o Design resgata elementos sensíveis, familiares, e os configura tridimensionalmente com afeto, só nos cabe mesmo usufruir. 

 

 

MESA ALMA

Muitos produtos são feitos de materiais inovadores, tecnológicos ou inusitados. Mas a peça criada pela designer Roberta Rampazzo é feita com a sobra de um dos materiais mais nobres do planeta, a madeira. Segundo ela, nobre porque vem da natureza, traz beleza e acolhimento e é um elemento que tem vida. Peça feita em acrílico e sobras de madeira certificada, a designer sugere uma interpretação além, paralela à expressão humana: a parte interna como representação das emoções, suas irregularidades e contrastes, e a parte externa como algo mais rígido, definido e racional, mas que ao mesmo tempo, através desta moldura, expõe a Alma para o mundo. 

De objetos marcados por um traço simples e forte, Roberta desenha de forma cuidadosa para que se suas peças se tornem únicas e eternas. Ao criar, ela acredita que um bom design deve conter fatores além da forma, função e beleza, mas elementos que transmitam emoção ao usuário. 

“O processo começa com a inspiraçãoQuem trabalha com criatividade está sempre em atividade. O que você aprende com o tempo é sintetizar suas ideias e direcioná-las para um caminhoGosto de saber que estou desenhando um objeto que vai contribuir para o bem estar físico e emocional de alguém.” – Roberta Rampazzo 

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POLTRONA MARESIAS

Inspirada na natureza, a peça inicialmente tinha nome de passarinho: Tim. O designer Carlos Motta planejou um móvel versátil, resistente às intempéries das áreas externas, especificando trançados de percintas especiais tanto para o assento como para o encosto. Depois, desenvolveu novas peças e criou uma linha completa, premiada, produzida em escala industrial pela parceira Butzke. De linhas delicadas e beleza atemporal, Maresias é uma peça sustentável, com estrutura de madeira certificada e percinta em material reciclado. 

Buscando alinhar qualidade e elegância ao uso de materiais corretos de procedência certificada e conceito sustentável, Carlos tem como premissa criar um objeto agradável, afetivo, que resulte em si um processo de fabricação consciente e respeitosa, desde a matéria prima até a mão de obra. 

Há uma responsabilidade ambiental e social para a arquitetura e o design: usar a matéria-prima correta, desenvolver técnicas construtivas responsáveis e que toda cadeia produtiva participe do lucro. É importante que o resultado final tenha afeto.” – Carlos Motta

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TALL CACHE CABINET

palavra ‘Cache’ em francês significa esconder. De forma quase abstrata, a designer Zoë Mowat permite que uma cor específica, um material ou um gesto inicie um conceito de design. A intenção era criar uma peça de  armazenamento vibrante que servisse de esconderijo para itens valiososSurgiuinconscientemente, um móvel à sua semelhança: de  sobre pernas e possuindo sua própria altura, com um núcleo central e compartimento secreto no topoTall Cache Cabinet tem quatro pernas altas e consiste em três espaços de armazenamento coloridaspersonalizável um espaço projetado na parte superior da peça para armazenamento oculto. 

Através de uma manipulação escultural e intuitiva de cor, forma e material, Zoë busca compreender e responder às relações únicas que formamos com os objetos quais nos cercamos. Sua abordagem é uma produção artística  impulsionada pelo interesse à experiência humana.

Móveis são uma coisa íntimaprojetados para nossos corpos e formas específicas de viver. Sinto que é importante realmente considerar o significado de um objeto e implicações potenciais ao desenvolver um trabalho.” – Zoë Mowat 

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LATTICE

Um armário normalmente é colocado perto da parede e as pessoas o enfrenta de frente. Suas portas e alças de acesso tem destaque e causam grande impressão. No entanto, de acordo com o designer japonês Daisuke Kitagawa, a ideia era criar um design simples e não ativo, que se misturasse com seu entorno: um móvel sem um manuseado óbvio. Inspirado pela arquitetura tradicional japonesa e pelas Shojis, portas translúcidas construídas a partir de uma moldura fina de madeira e uma grade estrutural na qual o papel japonês é colado, o designer idealizou as portas do Lattice de forma que o gesto da mão fosse um elemento completar. Implementando a Shoji e substituindo o papel japonês por têxteis, a peça ganhou prateleiras móveis, sendo possível alterá-las de acordo com o armazenamento.  

Buscando não se envolver em projetos por pura novidade, mas sim agregar valor à experiencia do usuário, Daisuke tem como objetivo criar a sensação de durabilidade e interatividade, projetando móveis simples e confortáveis no espaço, que estejam em harmonia com a vida cotidiana das pessoas.  

“Projeto com sinceridade e cuidado, tentando apresentar valores e conforto usando de novas perspectivas e métodos que não estavam disponíveis no passado, enquanto presto total respeito à história e ao que foi cultivado por nossos antepassados.” – Daisuke Kitagawa

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Por Redação

Imagens:  Hisashi KudoCarlos Mancini, Coey Kerr e divulgação. 

 

Bienal de Arquitetura de Veneza 2021

architettura grafica

A 17ª Biennale di Venezia está marcada para abrir em 22 de maio!

 

A 17ª Exposição Internacional de Arquitetura “Como viveremos juntos?” está marcada para abrir para o público presencialmente de 22 de maio a 21 de novembro de 2021. Organizada pela Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, a exposição foi adiada em um ano, inicialmente ela estava programada para acontecer entre os meses de  agosto e novembro de 2020.

“Precisamos de um novo contrato espacial. No contexto de crescentes divisões políticas e desigualdades econômicas, pedimos aos arquitetos que imaginem espaços em que possamos viver juntos com generosidade“ – arquiteto e curador da exposição Hashim Sarkis.

Para refletir sobre o tema, 110 participantes de 46 países representarão a comunidade internacional na Biennale –  em especial, vindos da África, América Latina e Ásia. Além disso, a edição terá 63 participações nacionais, que irão expor nos pavilhões Giardini, Arsenale e no centro histórico de Veneza. Quatro países estão participando pela primeira vez da Biennale: República do Azerbaijão, Granada, Iraque e Uzbequistão .

Em nota, a organização do evento explicou: “a Biennale Architettura 2021 é motivada pelos novos problemas que o mundo está colocando à frente da arquitetura, mas também é inspirada pelo ativismo emergente de jovens arquitetos e as revisões radicais que estão sendo propostas para enfrentar esses desafios. Mais do que nunca, os arquitetos são chamados a propor alternativas“.

A exposição será articulada entre o Pavilhão Central do Giardini e o Arsenale. Os dois espaços são independentes mas complementares ao mesmo tempo, no sentido de que fazem parte da mesma exposição.
Organizada em cinco escalas entre o Arsenale e o Giardini, a exposição também apresenta grandes instalações conectadas a uma das cinco escalas, que serão expostas nas áreas externas dos pavilhões.

A 59ª Bienal de Arte, que deveria acontecer ainda neste ano, foi adiada para 2022. O evento, que terá curadoria de Cecilia Alemani, ocorrerá entre 23 de abril e 27 de novembro de 2022.

 

arch pubblico

 

Eventos satélite e Exposição online

A Bienal de Arquitetura ainda terá 17 eventos satélites, alternativos à exposição principal no Giardini e Arsenale.
Organizados em vários pontos da cidade de Veneza, as exibições paralelas apresentam um amplo leque de projetos e participações que enriquecem o pluralismo de vozes e distingue a mostra de Veneza.

Na segunda-feira, 12 de abril, a 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza será apresentada ao vivo no site, Facebook, Twitter e YouTube oficiais da exibição. A transmissão inicia às 14h e irá dar uma ideia do que esperar da abertura oficial, que acontece no sábado, 22 de maio.

Desde novembro, a Bienal está lançando uma série de podcasts em inglês com o curador da mostra, Hashim Sarkis, em que ele compartilha seus pensamentos e reflexões sobre a exposição em Veneza e sua sua história. Os episódios estão disponíveis no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.

A jornada virtual da exposição também pode ser vivida através de uma trilha sonora disponibilizada no perfil oficial do Spotify. A playlist contém uma música, canção ou composição escolhida pelos participantes que o inspirou na criação de seu projeto e representa sua identidade profissional. A exposição, quando inaugurada, poderá ser visitada ao som desta mesma trilha sonora personalizada.

 

copyright laurian ghinitoiu arsenale main exhibition of

 

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Fonte: Casacor
Imagens: Divulgação

Tecnologia em prol da saúde

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Deca e Duratex destacam produtos práticos, tecnológicos e mais seguros para os dias atuais

 

Com as novas rotinas que se estabeleceram em nosso cotidiano, principalmente nas residências, torna-se necessário buscar por soluções que ajudem a tornar os lares mais práticos e seguros. A Deca e a Duratex lançaram recentemente produtos com tecnologias que permitem vivenciarmos nossos lares com maior garantia de que os ambientes permanecerão saudáveis e livres da propagação de vírus, germes e bactérias.

Primeira empresa no Brasil a oferecer proteção antibacteriana em pisos laminados, o Durafloor lançou o Protekto Plus, uma tecnologia que cria uma barreira de combate aos vírus e bactérias, incluindo os vírus envelopados, não permitindo que se depositem nos produtos, mantendo a limpeza por mais tempo e, consequentemente, os ambientes mais saudáveis. O Protekto Plus foi testado e aprovado em laboratórios externos independentes, seguindo recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está presente tanto nos painéis de revestimento Duratex como nos pisos laminados Durafloor, com exceção dos produtos das linhas New Way e Spot.

 

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Já a Deca trouxe para o mercado a torneiras para lavatório Deca Touchless com acionamento inteligente e de amplo alcance, com liberação de fluxo condicionado apenas a aproximação em qualquer ponto do produto, sem a necessidade de toque. Isso reduz os riscos de contaminação e aumenta a mobilidade no uso, uma vez que não é necessário manter as mãos em uma única posição durante a higienização. Para desligar, basta afastar-se, o que se reflete também em uma alternativa sustentável, com maior economia de água. São 26 produtos que exploram linhas renomadas, cores e texturas e misturam inovação tecnológica e estilo.

 

 

A tecnologia toucheless também foi empregada nas descargas. O mecanismo que combina inovação, tecnologia e praticidade, traz um novo conceito de higiene para o banheiro, tornando o acionamento da descarga mais simples, por um mero gesto das mãos. Para ativar, basta passar a mão pelo sensor para acionar a descarga de 3 litros ou mantê-la sobre o sensor para acionar a descarga de 6 litros. Graças ao mecanismo duplo, as descargas, que também oferecem possibilidade de acionamento manual, ainda proporcionam até 60% de economia de água. O sensor pode ser acionado de uma distância de até 20 cm. Além disso, para maior praticidade, o mecanismo não necessita de ponto de energia, o que evita a necessidade de pequenas obras para instalação. Ele já acompanha quatro pilhas AA com duração média de até cinco anos, que equivale a 40.000 descargas.

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A marca traz também a bacia Eletrônica High Techm que combina várias funcionalidades em um único produto, como: sensor para abertura da tampa e acionamento da descarga localizado na base na bacia, ducha masculina e feminina; secagem com ar, controle remoto com alcance de até 15 metros e programação de perfis para personalização do uso. Além disso, o modelo é mais alto, proporcionando maior conforto, principalmente para pessoas com mobilidade reduzida.

 

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Fonte: a4&holofote
Imagens: Divulgação

 

 

Pavimentos PERMEÁVEIS

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Saiba um pouco mais sobre pavimentos permeáveis, forte aliado no combate às enchentes nos centros urbanos

 

A ausência de uma infraestrutura urbana para a adequada coleta e direcionamento da água da chuva, em tempo de alta pluviosidade, pode acarretar diversos danos para as áreas atingidas que vão além de um simples alagamento, como erosões em áreas desprotegidas e terrenos íngremes, assoreamento de corpos hídricos e problemas estruturais nos pavimentos, além de deslizamentos de terra e graves inundações.

A magnitude do problema é histórica e envolve fatores que vão desde a urbanização precária e caótica, desigualdades sociais até interesses políticos e econômicos. Problemas dessa natureza não são fáceis de serem resolvidos e exigem um elenco de medidas e soluções interligadas para um resultado mais efetivo. Um dos principais desafios dos administradores públicos e demais atores recorrem a projetos urbanísticos e de infraestrutura que possam minimizar ou até reverter as consequências destes fenômenos. Trata-se de uma constante busca de alternativas que possam influenciar na qualidade de vida das pessoas através da melhoria da infraestrutura urbana – principalmente às voltadas para acessibilidade e mobilidade (calçadas, ciclovias e vias urbanas), saneamento, espaços públicos e habitação.

Em áreas urbanas densamente ocupadas, as superfícies destinadas ao sistema viário e áreas industriais e residenciais ocupam espaços consideráveis, chegando a 30% da área da bacia de drenagem. De acordo com o engenheiro Cláudio Oliveira Silva, Gerente de Inovação e Sustentabilidade da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), a utilização de pavimentos permeáveis contribui para a diminuição do escoamento superficial e de problemas de inundações urbanas, sendo uma excelente alternativa no combate às enchentes.

Os pavimentos permeáveis podem ser utilizados em praticamente todos os tipos de obras. Seja uma edificação residencial, comercial ou industrial ou em áreas públicas como ruas e praças. Sua aplicação pode ser em calçadas, vagas de estacionamento ou grandes pátios. Em cada caso deve-se avaliar o tipo de carga a que o pavimento estará submetido e também se deve conhecer as condições pluviométricas do local.

“Ao permitirem a passagem da água através de sua estrutura, o pavimento permeável, minimiza a impermeabilização das áreas que ocorre com os sistemas convencionais e dependendo das condições de projeto, a água retirada da superfície pode retornar ao lençol d’água ou até ser reaproveitada, no caso das edificações industriais e residenciais, como água de reuso” – Cláudio Oliveira Silva, Gerente de Inovação e Sustentabilidade da ABCP.

O sistema de pavimentos permeáveis avançou bastante no Brasil nos últimos anos. Muitas obras – públicas e também privadas – já utilizam o sistema. Porém, o trabalho de divulgação do sistema e da norma técnica ABNT NBR 16416 (vigor desde 2015) deve ser continuo, principalmente junto aos órgãos públicos e aos principais especificadores (arquitetos, engenheiros e paisagistas) que podem utilizar o sistema permeável em seus projetos. A partir de um maior conhecimento por parte dos técnicos e responsáveis pela administração pública o sistema permeável deve ser cada vez mais utilizado. Além disso, pode-se aproveitar incentivos fiscais pela adoção do pavimento permeável, alguns Prefeituras já oferecem descontos no IPTU caso a edificação utilize este tipo de pavimento.

 

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Quando falamos em soluções orientadas a esses benefícios temos que destacar as características da principal matéria-prima comum a todas essas possibilidades, o cimento. Além de ser um dos materiais de construção mais consumidos pelo Homem, é um material versátil, que pode ser empregado em mobiliário urbano, pavimentos, edificações, obras de saneamento, pontes e viadutos, além, claro, de grandes obras e infraestrutura (barragens, estradas, portos e aeroportos). A indústria do cimento tem atuado fortemente nessa área e está empenhada em demonstrar o valor que o cimento agrega para os usuários, contribuintes e administradores públicos, como através do projeto “Soluções Para Cidades” , em que a cadeia produtiva do concreto reforça seu compromisso institucional de apoiar o desenvolvimento, a transferência de tecnologia e o uso adequado dos sistemas construtivos à base de cimento a favor da mobilidade nos centros urbanos.

A Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP foi fundada em 1936 com o objetivo de promover estudos sobre o cimento e suas aplicações. É uma entidade sem fins lucrativos, mantida voluntariamente pela indústria brasileira do cimento, que compõe seu quadro de Associados. Referência em tecnologia do cimento, a entidade tem usado sua expertise para o suporte a grandes obras da engenharia brasileira e para a transferência de tecnologia das mais diversas formas.

 

InfoGrafPavPerm Easy Resize com

 

SEÇÃO TIPO
Para cumprir sua função de revestimento, os pavimentos
precisam suportar e transmitir as cargas ao solo de
modo a resistir às solicitações. No caso dos pavimentos
permeáveis, além do tráfego, a estrutura dos pisos
precisa ser feita de modo a permitir o escoamento da
água superficial.
Os pavimentos permeáveis necessitam de uma estrutura
básica de fundação (veja ilustração ao lado)

 

 

 

P piso drenante casacor benedito abbud
Piso Drenante – Casa Cor Benedito Abbud

 

 

 

Fonte: ABCP
Imagens: ABCP

Sobre as águas

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Biblioteca flutuante une construção sustentável e educação ambiental

 

Flutuando sobre o Lago Mamori, na floresta amazônica, uma nova proposta de construção ecológica e socialmente inclusiva começa a ganhar forma. Trata-se da Biblioteca Comunitária Flutuante do Mamori, com cerca de 35 m², desenhada por Marko Brajovic em parceria com a bióloga e biomimetista Alessandra Araújo, com o designer Nacho Marti e com toda a comunidade local. “Com infraestrutura leve e simples, porém eficaz, o projeto funcionará como referência e aprendizado para a construção sustentável e educação ambiental. Ele apresenta um protótipo de arquitetura experimental, com uso de materiais locais e reciclados”, afirma Marko.

Como destaque de reaproveitamento, a cobertura da biblioteca será composta por telhas feitas a partir de garrafas PET recicladas. Além de ser uma solução sustentável, foi uma escolha pensada para resistir ao clima da região, com chuvas constantes e ventos fortes, que não permitem o uso de recursos tradicionais no teto. Para a estrutura, que deveria acompanhar o subir e descer da água, peças de madeira sobrepostas e parafusadas criam um sistema leve e eficiente.

O projeto propõe um processo colaborativo com a comunidade do Lago Mamori, na Amazônia legal, envolvendo construção sustentável e educação” – Marko Brajovic

Projetada para atender a população de quase 2.200 habitantes que vive à margem do Lago Mamori, a Biblioteca Flutuante contará com um acervo voltado à preservação cultural e natural, ecologia, tratamento de resíduos sólidos e reciclagem. Sua arquitetura foi pensada para se mimetizar com a paisagem.

 

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Com arquitetura orgânica e vernacular, a biblioteca contará com dois acessos. Sem vidros, as portas receberão apenas telas mosquiteiras. Construída essencialmente com materiais locais e reciclados, conta com teto de telhas de garrafas PET.

Em seu interior, a biblioteca contará com uma mesa para até oito pessoas, no centro, estantes para abrigar os livros e esteiras, no chão, para os pequenos. A estrutura foi projetada para comportar até quatro toneladas, mas a ideia é que apenas dez pessoas a utilizem simultaneamente.

 

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Depois de grandes pesquisas e experimentações em design e arquitetura com um forte relacionamento com a comunidade local, o Atelie Marko Brajovic apontou que muitos problemas locais estão diretamente relacionados à tecnologias e materiais de construção industrializados. Por isso, para a Biblioteca Flutuante, voltaram os olhos para técnicas e materiais locais, respeitando a comunidade.

Para que o sistema ficasse leve e se adaptasse às mudanças da água, que tem uma maré que sobe por volta de 8 a 10 metros por ano, o arco superior da biblioteca foi construído com uma técnica que Leonardo da Vinci utilizava na construções de pontes, com peças de madeira sobrepostas e parafusadas.

Envolver a comunidade local em todo o processo construtivo foi uma das preocupações do Atelie Marko Brajovic. Ainda em andamento, a previsão é que a biblioteca seja concluída no início de 2021.

 

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A Biblioteca Flutuante conta com uma estrutura de madeira, leve e em formato de arco, que é recoberta por um teto de telhas de garrafa PET. Internamente, o espaço foi pensado para comportar até dez pessoas.

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Por Marcela Millan
Imagens: Atelier Marko Brajovic