A iniciativa do fotógrafo e ambientalista Mário Barila realiza ação com plantio de árvores e exposição retrospectiva dos 10 anos desta cultura de preservação pelo Brasil
De 23 de junho a 5 de julho, o fotógrafo e ambientalista Mário Barila, que realiza através de seu Projeto Água Vida iniciativas socioambientais e de reflorestamento por todo o Brasil, promove a revitalização de obras paisagísticas de Roberto Burle Marx e atividade educativa e socioambiental na cidade histórica de Tiradentes, em Minas Gerais, com o apoio da Prefeitura Municipal de Tiradentes e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Para revitalizar os largos do Centro Histórico – Largo das Mercês e do Sol -, o Projeto Água Vida promoverá nos dias 24 e 25 de junho, às 10h, a ação de plantio de árvores. O projeto vai fornecer e replantar, com a participação da comunidade local, mudas de árvores nativas as mesmas espécies usadas por Burle Marx em seu paisagismo original.
A etapa de Tiradentes do Água Vida contará ainda com uma exposição fotográfica, que contará com visitas guiadas com a presença do fotógrafo, para semear a conscientização e a cultura da preservação ambiental. A mostra, que acontece no Sobrado Ramalho, casarão do século XVIII, o mais antigo da cidade, situado no bairro Quatro Cantos, reunirá 30 fotografias dos biomas brasileiros ameaçados pela poluição e intervenções humanas, produzidas por Mário Barila ao longo de dez anos de atividades em prol do meio ambiente. A venda das obras será destinada às ações de preservação ambiental e socioeducativas do Água Vida.
Valorização das árvores típicas do Brasil
Em Tiradentes, Burle Marx criou em 1970 projetos paisagísticos para os largos das Forras, do Chafariz, do Sol das Mercês e do Rosário, além dos cemitérios da Matriz de Santo Antônio e das Mercês, utilizando espécies nativas da região. Com a falta de manutenção, as árvores morreram ou deterioraram-se, precisando ser cortadas.
Segundo Mário Barila, a ação para recuperar o legado de Burle Marx se deve à sua importância na cultura brasileira e representa uma valiosa lição. “Os mais de dois mil projetos do paisagista no Brasil e no exterior provam que é possível integrar com elegância arquitetura moderna e urbanismo com a natureza”, enfatiza.
As fotos e as iniciativas de Barila e do Projeto Água Vida já contribuíram para o plantio de milhares de árvores para o reflorestamento em regiões devastadas, como Mariana e Brumadinho (MG), região amazônica do Pará, Pantanal, Fernando de Noronha, Ilha do Mel e Niterói (RJ) e litoral de São Sebastião (SP). Mais recentemente atuou na Área de Proteção Ambiental do Sauim-de-Coleira, em Manaus (AM), e nas ações socioambientais na Lagoa Mundaú, em Maceió (AL), área impactada pela degradação ambiental e da mineração, que incluíram a recuperação da área do manguezal e coleta de resíduos sólidos na praia.
Projeto Água Vida – Etapa Tiradentes-MG
Replantio de árvores no Largo das Mercês e do Sol
Data: 24 e 25 de junho.
Horário: a partir das 10h
Exposição fotográfica de Mário Barila
Data: de 23 de junho a 05 de julho
Horário: das 9h às 17h
Local: Sobrado Ramalho
Endereço: Rua da Câmara, 124 – Centro – Tiradentes-MG
Entrada franca
A MADE – Mercado, Arte, Design – é a primeira feira internacional de design colecionável do Brasil, reconhecida como uma plataforma para discutir, apreciar e comprar o melhor do design contemporâneo.
Pelo terceiro ano, a MADE acontecerá simultaneamente à feira de arte ArPA no Pavilhão do Pacaembu, em São Paulo, local que passa por uma grande renovação e que, além de amplificar o uso esportivo, considera a retomada aos pilares originais do espaço, reconhecido por funcionar como uma grande arena da cena cultural paulistana.
A proposta da feira é reunir, a cada evento, conteúdo de qualidade dando destaque a designers nacionais e internacionais, revelando novos talentos, incentivando novas produções e, consequentemente, ampliando a cultura do design para milhares de pessoas.
A MADE é formada pelos sócios Waldick Jatobá, idealizador e diretor do evento, Bruno Simões, curador e cenógrafo, e Elcio Gozzo, diretor financeiro. Conta ainda com um Conselho Consultivo com o intuito de debater o design contemporâneo e propor ações específicas para o projeto, ampliando o campo de discussão e agregando repertórios distintos.
Os membros deste conselho são figuras destacadas nos campos do design, arte contemporânea e arquitetura, formado por Cláudia Moreira Salles, Corinna Sagesser, Pascale Mussard, Marcio Kogan e Mauricio Eugenio.
12ª edição – 26 a 30 de junho. Mercado Livre Arena pacaembu – SP (Rua Capivari. Portão 23)
O designer e arquiteto Ádamo Thiers, da Ádamo Studio, apresentará sua nova coleção Calmaria na MADE – Mercado Arte Design. O Gaveteiro Maré combina funcionalidade e design, com gavetas que se abrem suavemente através de puxadores de linhas sinuosas. A base orgânica realça a conexão com a natureza. Fotografia: Marco Antônio.
Projeto integra materialidades encontradas na natureza, como cerâmica, pedra portuguesa, folha de madeira natural e tons quentes.
Uma jovem moradora teve como principal pedido para sua primeira residência um apartamento clean, com tons suaves, que abrigue um dia a dia confortável. Dando prioridade para a sala de jantar na varanda, o layout do projeto assinado pelo escritório Nati Minas & Studio do centro da área social é trabalhado em ilha, tendo um anteparo para preparo das refeições, espaço para sentar-se na bancada além de abrigar as costas do sofá do living-home.
A principal materialidade explorada nesse projeto idealizado pelas arquitetas Natalia Minas e da Gabriela Mestriner foi a cerâmica, que através da sua matéria prima natural e processos manuais envolve a moradora em uma atmosfera acolhedora. Ela aparece aplicada em todo o painel que divide a área social da intima, além de mimetizar as portas de acesso para o quarto, escritório e lavabo.
Para fazer contraste com os tons suaves, a mesma cerâmica na cor terracota foi eleita para demarcar a área da cozinha em forma de caixa, já presente no layout do imóvel. Como é um tom facilmente encontrado na natureza, apesar da sua força, traz conforto ao olhar, além de um toque de surpresa.
A marcenaria é trabalhada com bordas curvilíneas, para ao invés de criar barreiras ou delimitações, transmitir continuidade e fluidez para o espaço. Presente no rack, ilha da cozinha, desenho de estantes do escritório e banheiro, o traço curvo se torna uma particularidade no projeto, aparecendo também nas cavas dos puxadores e detalhes do mobiliário.
O lavabo tem aura de caverna, todo revestido em pedra portuguesa branca tanto nas paredes como no teto, é vestido com espelhos disformes e arandela frontal em uma composição de parede.
Nessa categoria, o Forno de 90 cm Tecno é o que conta com a maior capacidade, elevando a experiência culinária a um novo patamar.
Seja cozinhando apenas para você ou para mais pessoas, como amigos e família, preparar uma refeição é um ato de amor. Nesses momentos especiais, ter eletrodomésticos versáteis e nos quais você possa confiar torna-se imprescindível. Afinal, o que seria de uma cozinha sem um forno multifunções, espaçoso e potente? Nessa categoria, o Forno de 90 cm Tecno é o que conta com a maior capacidade, elevando a experiência culinária a um novo patamar.
Com seu amplo espaço interno de 138 litros, convecção dupla, cinco alturas para prateleiras e mais 16 funções, o modelo oferece uma gama surpreendente de possibilidades. Seu AirFry, por exemplo, atinge até 260°C, garantindo resultados excepcionais em alimentos distribuídos em suas duas bandejas, cada uma com capacidade de até 3 litros. Por fora, conta com um acabamento refinado em aço inox 304, na linha Vintage, um puxador tubular cromado e na linha Professional, o puxador tubular cromado.
Desde assados tradicionais até preparos mais elaborados, as 16 funções do Forno Tecno oferecem um calor homogêneo ideal para uma variedade de receitas. Sua capacidade de assar pratos doces e salgados simultaneamente, sem misturar aromas, e sua rápida capacidade de aquecimento sem a necessidade de pré-aquecimento fazem deste produto um aliado indispensável na cozinha.
E ainda tem mais: com um potente grill infravermelho controlado, rápido e preciso, os clássicos churrascos, grelhados e gratinados dos domingos vão ganhar novos sabores. Para finalizar com um toque de sofisticação e tecnologia, seu painel digital oferece uma experiência de uso intuitiva, enquanto seu design harmoniza elegantemente com outros produtos das linhas Tecno Professional ou Tecno Vintage.
Projeto do governo permite novas construções no Setor de Embaixadas, Asa Sul, Setor Hoteleiro e Noroeste. Lei foi aprovada por 18 votos a favor e seis contra.
Deputados distritais aprovaram nesta quarta-feira (19), na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB), projeto que propõe regras sobre o que pode e o que não pode ser feito na área tombada da capital federal.
O projeto é de autoria do governo do Distrito Federal (GDF) e foi enviado para apreciação da CLDF em março passado, após 15 anos de discussão sobre as regras. O texto passou por cinco comissões e depois foi à votação no plenário onde acabou aprovado, em primeiro e segundo turno, com 18 votos a favor e seis contra.
Quais são as principais mudanças aprovadas?
Setores de Clubes Norte e Sul: criação de lotes
W2 Sul: mudanças no traçado
Noroeste: desconstituição de lotes – mesmo em área de relevante interesse ecológico
Setor de Embaixadas Norte e Sul: construção de comércios varejistas que vendam alimentos, bebidas e cigarro. Também serão autorizadas lojas de materiais de construção
Setor Hoteleiro Norte e Sul: construção de prédios mais altos, a poucos metros da Esplanada dos Ministérios. Os hotéis mais baixos poderão chegar a 35m de altura, passando de 3 para 12 andares
Final da Asa Sul: libera lojas, restaurantes e um camping no gramado que fica no fim do Eixão Sul, perto do viaduto da L4 Sul
Quadras 700 e 900 Sul e Norte: possibilidade de construção de pousadas, apart-hotéis, hotéis e motéis
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disse em nota que analisou todo o projeto e que fez recomendações ao GDF. O presidente do instituto, Leandro Grass, diz que a entidade não atua como órgão de controle urbano porque não exerce controle administrativo ou político sobre o GDF. “O papel do Iphan e a posição da instituição é de que Brasília precisa ser cuidada. As intervenções em Brasília precisam considerar, sim, as necessidades da população e um plano não pode ser apenas um conjunto de regras, um plano precisa ter metas, estratégias, objetivos e prazos”, diz o presidente do Iphan.
Polêmicas
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Vaz, afirmou que a pasta realizou um estudo técnico detalhado sobre as mudanças. Segundo o secretário, os “pontos polêmicos” do projeto foram retirados para viabilizar a aprovação da proposta. Alterações na quadra 901 Norte, por exemplo, foram retiradas do PPCUB.
Sobre o aumento dos prédios no Setor Hoteleiro, o secretário diz que a alteração não prejudica a paisagem do local, visto que já existem edificações altas na região. Sobre o impacto nas vagas para veículos, Marcelo Vaz afirma que deve ser feito um estudo de sistema viário que ateste que o aumento dos prédios não causará prejuízos no trânsito.
“Os deputados se preocupavam com a usurpação de poderes da Câmara Legislativa. Isso não existe. Inclusive, todas as emendas de redação que foram feitas pra esclarecer que as competências continuam as mesmas, a lei orgânica continua sendo soberana, foram acatadas e vão passar a fazer parte do PPCUB” – Marcelo Vaz, em entrevista para a Globo.
Durante a sessão da CLDF, na tarde desta quarta (20), também foi retirada uma emenda que autorizava a concessão do autódromo Nelson Piquet para a iniciativa privada. O autódromo continua com o Banco Regional de Brasília (BRB).
Título de Patrimônio Cultural da Humanidade
A especialista Luiza Coelho, conselheira do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-DF), alerta para as mudanças propostas na matéria, que podem afetar o título da capital de Patrimônio Cultural da Humanidade. “Se aprovado da forma que está, sem debates, sem outras atividades, centralizando poder numa única pasta, sem comitê gestor, sem participação da sociedade civil organizado, a gente corre risco de perder o título de patrimônio mundial”, diz a conselheira.
Brasília foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1987. Naquele ano, a Muralha da China também obteve o mesmo título. Desde então, a capital federal detém uma das maiores áreas tombadas do mundo (112,5 km²).
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Vaz, declara que não há possibilidade de Brasília perder seu título. “O texto foi todo pensado com diretrizes de preservação, há uma parte específica que coloca tudo aquilo que tem que ser seguido pra que Brasília continue com o título, continue sendo esse maior sítio urbano tombado do mundo”, fala Marcelo Vaz.
Já os deputados da oposição apontaram a complexidade da matéria. “Esse projeto mexe com questões estruturais da cidade. Foram 170 emendas apresentadas. É impossível ler o relatório e todas as emendas em apenas um dia”, disse Fábio Félix (Psol).
O Design deve responder às expectativas humanas, físicas e psicológicas, relativas ao conforto.
Design é planejamento, projeção de soluções na dimensão dos espaços, dos objetos, das relações humanas, a corresponder aos anseios de quem deles faz uso, promovendo qualidade de vida, bem-estar. Assim, Design é conforto.
“Sentir-se confortável é uma das necessidades primárias do ser humano, quando se considera sua relação com os artefatos ou com o ambiente que o envolve. Segundo o dicionário Houaiss (2021), o conforto está relacionado tanto a uma experiência agradável e à sensação de prazer e plenitude quanto à satisfação em relação a uma comodidade física, aconchego e bem-estar material. Ao estabelecer um paralelo entre o Design e o conforto, é possível que se vinculem as questões subjetivas de conforto aos estímulos proporcionados pelos caráteres estético e simbólico dos espaços, dos objetos, dos produtos de vestuário, das comunicações e dos serviços”, escrevem Paula Glória Barbosa, Maria Tereza Paulino Aguilar e Rosemary Sales, em artigo esclarecedor sobre design, arquitetura e engenharia e conforto ambiental, publicado em Pensamentos em Design (UEMG, v.1, n 1, 2011).
De acordo com as articulistas, “as características dos produtos que dependem de certas particularidades do processo de percepção são denominadas características intangíveis (KARANA et al., 2009), qualidades essas que relacionam-se à experiência de uso, ao repertório cultural do usuário, à percepção, interpretação e assimilação de estímulos, à identificação e à apropriação dos produtos1 como parte de uma individualidade, sendo, portanto, consequência do que se percebe, do que se respira, do que se escuta, do que se toca e do que se prova em uma determinada situação de tempo e espaço (RHEINGANTZ, 2001)”. Continuam: “O conforto ambiental, em seu aspecto objetivo, está diretamente atrelado aos atributos tangíveis do projeto, que dizem respeito, especialmente, às características técnico-práticas”.
Projeto Sede administrativa Natura – Dal Pian Arquitetos Associados. Os espaços internos se articulam ao entorno de um vazio integrador, que percorre todos os pavimentos. Uma ampla cobertura unificadora, composta por caixilhos horizontais envidraçados e brises perfurados metálicos, filtra a luz natural incidente no interior do edifício.
Projeto Sede administrativa Natura – Dal Pian Arquitetos Associados. A ecoeficiência foi um princípio fundamental no projeto, que apresenta nas fachadas leste e oste uma pele bioclimática composta por passadiços metálicos e brises de vidro temperado e laminado serigrafado, proporcionando alta qualidade ambiental.
Promover confortos visa adequar-se elementos envolventes de uma edificação a condicionantes ambientais, respeitados aspectos funcionais, técnicos, mas também estéticos e simbólicos dos ambientes construídos. Assim, o Design é necessariamente direcionado ao conforto ambiental, sendo relevante compreendê-lo subjetiva e objetivamente, avaliado a partir de seus desempenhos acústico, térmico, lumínico, tátil.
Projeto Hub da Construção/Sinduscon-BA – Santo Projeto! Arquitetura. Assinado pelas arquitetas Flávia Porto e Giovanna Portella, e com as parcerias da Trisoft e da Audium, o Hub da Construção trata-se de um projeto pioneiro para a criação de um ecossistema voltado para a inovação na construção.
O projeto teve como base a neuroarquitetura, com a proposta de criar espaços mais humanizados e estimulantes voltados para a essência da natureza, incorporando elementos de design biofílico em cada detalhe da estrutura, com materiais recicláveis, alinhados com o propósito da entidade. Na imagem, elementos acústicos desenvolvidos pela Trisoft.
Se conforto acústico promove saudabilidade auditiva do usuário, o planejamento, no quesito acústica, deve considerar níveis toleráveis de ruído e reprodução satisfatória do som no ambientes. Já o conforto tátil relaciona-se às características específicas das superfícies (aspereza, suavidade, temperatura, rugosidade, textura etc.), considerando inclusive o escoamento e absorção da água de chuva quando em revestimentos em fachadas, por exemplo. O conforto térmico expressa a satisfação do homem com o ambiente térmico no qual está inserido, é uma sensação de bem-estar ambiental em relação à temperatura, à umidade relativa do ar, à radiação solar ou à radiação emitida por lâmpadas.
Há extensa e variada literatura para a aquisição de conhecimentos vários por parte dos especificadores. Conhecer conceitos objetivos (e também subjetivos) dos sistemas propiciadores de confortos ambientais confere ao especificador da arquitetura e do designer de interiores fundamentação imprescindível de suas escolhas e capacitação de argumentação junto a seus clientes. E também trabalhar com equipes interdisciplinares, o que faz bem pra alma.
Projeto Residência Ipê – Leo Romano Grandes aberturas e ventilação cruzada otimizam a qualidade do ar. O conforto térmico da casa é garantido através das paredes ventiladas que envelopam a residência – materiais como a madeira e os planos de concreto são grampeados afastados, garantindo que o ar flua na cavidade intermediária. A luz natural é filtrada nos ambientes através de persianas e esquadrias que facilitam este controle. Para garantir eficiência acústica, a sala de pé direito duplo recebe teto em madeira, persianas em tecido e móveis acolchoados.
Elementos curvos e retos compõem a residência, que preservou árvores originais do terreno e está dividida em dois partidos: uma caixa de madeira, que abriga a ala íntima, e outra de concreto, para a área social, concebida de modo a causar o mínimo de impacto ambiental, desde sua construção até a manutenção diária.
Imagens: Nelson Kon, Pedro Mascaro, Gabriela Daltro e Edgar Cesar
Com mais de 1400 inscritos, Projeto de Edificações Institucionais se destaca como grande vencedor em noite de premiação.
Na última semana, os arquitetos responsáveis pelos projetos finalistas da 10ª edição do Prêmio Saint-Gobain AsBEA de Arquitetura, se reuniram para a premiação que reconhece os melhores talentos do mercado arquitetônico brasileiro. Este ano, o número de inscrições foi o maior comparado aos anos anteriores, totalizando 1.440 projetos, um aumento de 25% em comparação a 2023
O evento, realizado no dia 10 de junho, contemplou duas categorias principais, subdivididas em cinco tipologias distintas: Residências, voltada para projetos de uso residencial unifamiliar; Edifícios e Conjuntos Residenciais, destinada a projetos de uso residencial multifamiliar; Comercial, Serviços & Industrial, para empreendimentos com área predominantemente comercial; Institucional, que abrange projetos de edifícios públicos ou privados, como hospitais, centros de saúde, aeroportos, creches, escolas e universidades; e Arquitetura Corporativa e de Interiores, focada em interiores de escritórios de empresas e áreas comuns de edifícios residenciais ou comerciais, públicos ou privados.
Os projetos foram avaliados por onze jurados de renomados escritórios espalhados pelo Brasil, que também tiveram a tarefa de julgar a nova categoria Retrofit, focada na reabilitação e revitalização de edifícios existentes, destacando a preservação histórica sem interferir nos elementos arquitetônicos originais.
Renato Holzheim, diretor geral da Saint-Gobain, deu início à cerimônia, destacando a missão da empresa, “Making the world a better home”, e ressaltando o compromisso não apenas de melhorar a qualidade de vida das pessoas, mas também de enfrentar os grandes desafios globais, como as mudanças climáticas. Ao seu lado, Gustavo Garrido, presidente da AsBEA-SP, enfatizou os propósitos da associação e o comprometimento em promover a inovação e incentivar projetos socialmente sustentáveis, além de agradecer e parabenizar todos os participantes.
Em seguida, Henrique Mélega, vice-presidente comercial da AsBEA-SP, inaugurou a entrega dos prêmios, começando pela categoria Acadêmica, destinada aos recém-formados. Ana Caroline Borile, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, venceu com o projeto Pavilhão Agroecológico, enquanto Brune Fonseca de Freitas, do IFESP, recebeu menção honrosa pelo projeto Mbara’ká: Unidade Básica de Saúde Indígena.
Ao longo da cerimônia, mais de 20 escritórios e equipes foram premiados. Os anúncios foram feitos por Carlos Mattar, diretor de Vendas Técnicas da Saint-Gobain, e Vinicius de Araújo, diretor de Marketing da empresa. Mônica Caparroz, gerente de Marketing da Cebrace Vidros, também participou, ficando responsável por declarar os projetos que levaram prêmio de destaque.
Ao final, Renato Holzheim e Gustavo Garrido anunciaram o Prêmio Especial Roberto Cláudio dos Santos Aflalo, concedido ao melhor projeto da edição. O vencedor foi o escritório Hereñu + Ferroni Arquitetos, responsável pela restauração do Museu do Ipiranga. Eles receberam o Certificado em Ouro de R$ 25 mil e o troféu.
Ganhadores de cada categoria
Melhor projeto da edição: Restauro e Modernização do Museu do Ipiranga
Autor: Pablo Emilio Robert Hereñú
Escritório: Hereñú + Ferroni Arquitetos – São Paulo – SP
Projeto Institucional: Sesc Uberaba
Autor: Eduardo Pereira Gurian
Escritório: SIAA Arquitetos – São Paulo – SP
Projeto Residenciais: Casa Diorama
Autor: Denis Joelsons
Escritório: Denis Joelsons Arquiteto – São Paulo – SP
Projeto Edifícios Conjuntos Residenciais: 4D Complex House
Autor: Raul Tabasnik Rezende
Escritório: Studio Ronaldo Rezende – São Paulo – SP
Projeto Comercial, Serviços e Industrial: LAPI
Autor: Jose Luiz Furtado Gouveia
Escritório: Superlimão Studio – São Paulo – SP
Projeto Arquitetura Corporativa e de Interiores: Edifício Lemme – Áreas Comuns
Autor: Edgard Corsi
Escritório: Boscardin Corsi – São Paulo – SP
Projeto Acadêmico: Pavilhão Agroecológico | Agricultura urbana como agente de transformação socio-ambiental
Autora: Ana Carolina Borile
Instituição de ensino: Instituição de Ensino – Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Porto Alegre – RS
Edificação Comercial, Serviços e Industrial: Tex Cotton
Autor: Nicholas Andrew de Alencar
Escritório: Alencar Arquitetura – Blumenau – SC
Edificação Institucional: Restauro e Modernização do Museu do Ipiranga
Autor: Pablo Emilio Robert Hereñú
Escritório: Hereñú + Ferroni Arquitetos – São Paulo – SP
Edificação Arquitetura Corporativa e de Interiores: Nubank Spark
Autora: Mila Strauss
Escritório: MM18 Arquitetura – São Paulo – SP
Edificação Residências: Casa Verde
Autor: Diego Justo do Espirito Santo
Escritório: Espirito Santo Arquitetura – Criciúma – SC
Destaques
Inovação: Casa Noar
Autora: Ligia Agostini Silveira
Escritório: Ligia Agostini Silveira – São João Del Rei – MG
Conforto térmico: Fitness Center
Autor: Luis Antonio Capote Moreno Junior
Escritório: Capote Marcondes Longo Arquitetura e Urbanismo – São Paulo – SP
Menções Honrosas
Projeto Institucional: Nova escola técnica e criativa do Senac BA
Autora: Maria Cristina Motta
Escritório: Mira Arquitetos – São Paulo – SP
Edificação Comercial, Serviços e Industrial: Moinho Fluminense
Autor: Anibal Sabrosa Gomes da Costa
Escritório: RAF Arquitetura – Rio de Janeiro – RJ
Projeto Acadêmico: Mbara’ká: Unidade Básica de Saúde Indígena
Autora: Brune Fonseca de Freitas
Instituição de ensino: Instituição de Ensino – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus São Paulo
Edificação Residências: Casa Lua
Autora: Paula Otto
Escritório: Arquitetura Nacional – Porto Alegre – RS
Casa e Mercado conversa com Hitachi, Uniflex, Guardian e Rinnai sobre tecnologias que ganham cada vez mais espaço no setor e promovem maior eficiência em energia
Com a primeira certificação LEED em 2007, o Brasil passa a ter o reconhecimento internacional no mercado da construção civil sustentável, sendo hoje um dos países que possuem maior número de projetos que adotaram a metodologia enquanto referência em sustentabilidade e eficiência energética em empreendimentos do setor imobiliário. De acordo com o Eduardo Yamada, engenheiro civil formado pela Politécnica da USP e mestre em engenharia de sistemas prediais pela mesma instituição, “podemos dizer que antes da era LEED, ou seja, antes de 2007, muitas tecnologias de sistemas prediais e estratégias de eficiência energética eram muito pouco exploradas e implementadas nos projetos, ou mesmo raramente impostas ou recomendadas através de alguma legislação, norma técnica ou metodologia de eficiência energética ou sustentabilidade. Após o ingresso da certificação LEED, os projetos começaram a ter uma referência e metodologia que abrange as questões relacionadas não somente à eficiência energética, mas também eficiência hídrica, conforto térmico, qualidade no ambiente interno e outros quesitos de sustentabilidade”.
De fato, temas sustentabilidade e eficiência energética vêm ganhando força e se tornando termos comuns em muitos segmentos de mercado. Assim, em projetos como em atividades próprias da construção, o conceito sustentabilidade vem se intensificando com a demanda cada vez maior de certificações, bem como selos de eficiência energética.
Projetos de arquitetura e design de interiores tem significativa participação no consumo energético de qualquer edificação. Assim sendo, “um projeto arquitetônico eficiente deve levar em consideração todos os efeitos da arquitetura bioclimática, de modo a estabelecer estratégias de concepção, desenho, escolha de materiais e sistemas de proteção passivas, com o objetivo de promover o conforto térmico, luminotécnico e acústico dos ocupantes e, também, reduzir a demanda de cargas internas, especialmente para o sistema de ar-condicionado”, ressalta Yamada.
De acordo com Gerson Robaina, diretor de Produto, Engenharia e Marketing da Hitachi, “a busca por equipamentos cada vez mais eficientes energeticamente é uma prioridade da marca Hitachi Cooling & Heating. Temos várias frentes de trabalho na questão eficiência energética, pois possuímos uma vasta experiência em tecnologia VRF”. Nesse sentido, a marca cota o lançamento de seu Split Hi-Wall airHome 600. “Classificado com INMETRP Classe A e equipado com um compressor rotativo DC Inverter, este sistema oferece desempenho superior, permitindo economias de até 70% no consumo de energia, graças ao modo ECO. Vale ressaltar que o airHome 600 utiliza um fluido refrigerante que causa menor impacto ambiental, o R-32, com potencial zero de destruição da camada de ozônio (ODP) e menor potencial de aquecimento global (GWP)”.
Compatível com Google Home e Alexa, o AirHome 600, da Hitachi, é equipado com o aplicativo airCloud Go, oferece controle remoto via Wi-fi e comando de voz. Permite personalizar a programação horária e ativar funções inteligentes como o Smart-Fence para desligamento automático. Split Hi Wall Inverter com fluido refrigerante R32, está disponível nas capacidades 9000, 12000, 18000, 24000 BTU e ciclos Só Frio e Quente e Frio.
Iluminação natural e conforto térmico são quesitos imprescindíveis quando do fazer projetual. Necessário de faz, assim, atentar para as tecnologias disponíveis em cortinas e persianas, enquanto integrantes de sistemas de vedação e proteção solar. Mais ainda quando inteligentes. A Uniflex, por exemplo, desenvolveu soluções exclusivas baseadas em um dispositivo denominado Carta Solar, uma representação gráfica que exibe a trajetória do sol ao longo do dia, em uma localização específica, permitindo compreender os padrões de incidência solar em diferentes períodos. “A automação de cortinas já é feita há anos por meio de dispositivos de assistentes virtuais como Alexa e Google Home. A partir da cortina automatizada, a Uniflex desenvolveu o exclusivo sistema Sun Tracking®, baseado na carta solar. Esse sistema gerencia de forma totalmente automática a movimentação das cortinas de acordo com a posição do sol ao longo de cada momento do dia. Dessa forma, surgiu acortina inteligente, que se adapta as condições do ambiente de forma automática e simultânea, garantindo um espaço interno sempre bem iluminado e com temperatura agradável”, ressalta a Uniflex.
Ascortinas assim respondem diretamente ao movimento do sol: se abrindo quando a luz não incide diretamente nas janelas; se fechando conforme essa incidência aumenta. “Essa funcionalidade não apenas proporciona conforto, mas também resulta em drástica economia de energia. Como a cortina Sun Tracking maximiza o aproveitamento da iluminação natural e protege o ambiente do calor excessivo, o uso da iluminação artificial e ar condicionado é reduzido, já que o sistema controla de forma automática e eficiente a entrada de luz natural e a sensação térmica”.
Baseado na carta solar e em sensores de luminosidade, o sistema de automação B32 tem as Cortinas Uniflex como aliadas indispensáveis para o alto nível de conforto térmico e visual internos. É capaz de garantir o perfeito posicionamento das cortinas de acordo com a incidência solar em cada momento do dia de forma gradativa e coordenada para máxima proteção UV, tudo de forma automatizada, permitindo a intervenção do usuário a qualquer momento, por meio de seu próprio celular. São 950 motores digitais RS485 e 14 mil metros quadrados de Cortina Rolô Uniflex Automatizadas no tecido Sheerweave Double Face, 6 fachadas inclinadas, com desenvolvimento exclusivo Uniflex de guias para inclinações positivas e negativas, seguindo o design e a cor da esquadria do prédio.
Em termos de performance, os vidros também oferecem diferenciais que já se mostraram eficientes para suprir as demandas de projetos arquitetônicos. Sua capacidade de filtrar os raios ultravioleta e infravermelho reduz a entrada de calor nos ambientes. Desta forma, contribui para um melhor conforto térmico, com controle da temperatura e da luminosidade, auxiliando na redução do consumo de energia elétrica de equipamentos de ar-condicionado e sistemas de iluminação artificial, e no combate ao desgaste e desbotamento de móveis e estofados. “Garantir o bem-estar e o conforto no local de moradia, é um movimento que ganhou ainda mais força no pós-pandemia, e tornou-se uma necessidade crescente. Conforto, nesse caso, se traduz em temperaturas agradáveis, luminosidade adequada, integração com o ambiente externo e maior sensação de amplitude dos espaços”, comenta Arthur Lacerda Souza, gerente de Inteligência de Mercado da Guardian Glass no Brasil.
Do ponto de vista estético, a evolução do vidro vem beneficiando o mercado residencial, onde havia certa preferência por vidros com aspecto neutro, semelhantes aos vidros incolores comuns, porém agregando as qualidades de bloquear o calor. Quando falamos do campo da arquitetura e construção, o salto tecnológico do vidro é grande. “Na Guardian Glass, os vidros de controle solar são fabricados com a tecnologia de deposição catódica à vácuo – “sputtering”. Este é um processo mais moderno, no qual as moléculas e íons são depositados na superfície do vidro de maneira uniforme, resultando em um produto com performance e qualidade consistente e, consequentemente, mais eficiente, e que dispensa a necessidade de aplicação de películas. Tecnologia que também contribui para minimizar o efeito estufa que pode ocorrer em dias muitos quentes, quando os ambientes superaquecem e se tornam desconfortáveis”, finaliza Arthur Lacerda Souza.
O Neutral Plus 50 laminado com pvb bronze, da linha A SunGuard® High Performance, da Guardian Glass, conta com 47% de Transmissão de luz, 19% de Reflexão interna, 25% de Reflexão externa e 61% de Bloqueio de calor.
Em se falando do Sol, importante destacar a importância, em eficiência energética, dos sistemas relativos a coletores solares para aquecimento da água. De acordo com o gerente de marketing da Rinnai, Leonardo Abreu, o “aquecimento de água é uma atividade que demanda uma quantidade considerável de energia e está ligada a algumas das mais importantes necessidades diárias das pessoas: higiene (banho) e alimentação (cozinha), por exemplo. Sistemas de aquecimento de água devem ser capazes de fornecer a quantidade de água demandada, à temperatura requerida, com o menor consumo energético possível e dentro de parâmetros de segurança adequados. Um sistema que utiliza energia solar tem potencial para ser a solução mais eficiente, quando bem dimensionado, projetado e instalado, afinal, o sol é uma fonte energética renovável e gratuita e a recuperação do investimento em equipamentos e serviços é quantificável”.
Fatores climáticos, no entanto, podem de fato afetar a capacidade de um sistema termossolar de absorver energia necessária e transferi-la para a água, ou seja, mesmo em determinadas épocas do ano, a capacidade de aquecimento de água pode ser insuficiente para atender demandas. “É onde entra a necessidade de um sistema de apoio para fazer a complementação do aquecimento. Neste sentido, aquecedores a gás, particularmente os digitais, se destacam pela capacidade de aquecer grandes volumes de água de forma rápida e eficiente”, complementa Leonardo Abreu.
Nesse aspecto, pode-se inferir que a energia solar, em si mesma, é um fator economizador: quando em plena capacidade, o aquecimento solar pode até mesmo zerar a necessidade do consumo de gás; quando a energia provida pelo sistema é pouca, representa de qualquer forma economia de gás.
Essas modelagens de eficiência energética em equipamentos relativos a sistemas prediais são hoje ferramentas importantes para auxiliar os projetos de arquitetura e design de interiores na busca de maior eficiência energética e, claro, redução de custos. Caminho sem volta para edificações efetivamente sustentáveis e eficientes.
A utilização de aquecimento de água por energia solar resulta em menor impacto ambiental, e obviamente menor consumo de recursos naturais. A água circula pelos coletores, absorvendo o calor captado da radiação solar, e é armazenada no reservatório, aguardando o consumo. Caracterizado por sua pintura seletiva a base de titânio que potencializa a absorção dos raios solares, o Coletor Titanium Plus XE da Rinnai tem estrutura feita em alumínio, vidro temperado prismático de alto rendimento e isolamento térmico, aumentando o seu potencial de aquecimento.