Concurso Parklet 4.0 destaca melhores projetos

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Projetar elege ganhadores em disputa que propõe criação de espaços de convivência urbana.

 

Elaborada pelo Portal Projetar, a disputa rendeu projetos atraentes à convivência pública, dotados de tecnologia, em seu 34º concurso de arquitetura à acadêmicos e jovens profissionais.  

O desafio foi criar, em local à própria escolha, um Parklet 4.0, com o objetivo de explorar as interseções entre arquitetura e tecnologia como um espaço de convivência urbana no âmbito da indústria 4.0. O resultado destacou três ganhadores e ofereceu quatro menções honrosas, dentre os 189 projetos recebidos das cinco regiões brasileiras.  

Como um projeto efêmero de pequena escala e rápida implantação, cujo propósito é promover a convivência urbana, o parklet apresenta-se como o objeto ideal para que esta experimentação se materialize. A ideia do concurso surgiu diante deste período de isolamento social em razão da pandemia causada pelo COVID-19, quando se explicita a carência de convívio em espaços urbanos e, ao mesmo tempo, nota-se o papel central da tecnologia em favor da superação de tal dificuldade, no intuito de provocar a exploração e descoberta de um novo universo de possibilidades projetuais aberto pela revolução digital. 

 

“Essa interseção entre convívio social e tecnologia, que vemos se desenvolver de inúmeras formas em meio à crise que enfrentamos, nos inspirou a propor um desafio arquitetônico que também mistura os dois universos, imaginando que em um futuro próximo as pessoas voltarão a ocupar as cidades, ávidas por oportunidades de socialização.” – Portal Projetar 

 

1º COLOCADO

Paola Bonetto Ferrari 

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte/MG 

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2º COLOCADO

Larissa de Carvalho Fioravante 

Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora – CES/JF – Juiz de Fora/MG 

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3º COLOCADO

ROGER MARCUS DA SILVA DA COSTA 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro/RJ 

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MENÇÕES HONROSAS

Matheus Vieira de Paiva 

Universidade Paulista – UNIP – São Paulo/SP 

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Laura Flach Aurvalle 

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS – Porto Alegre/RS 

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Maria Izabel Feitosa Barbosa 

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Iago Almeida Alves  

Universidade Federal de Roraima – UFRR – /RR 

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Por Redação

Imagens: Divulgação

 

 

Transformação Urbana

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Arquitetura sustentável com foco em mobilidade urbana na criação de espaços para uso alternativo de locomoção.

 

 

A intensidade com que os problemas do processo de desenvolvimento urbano têm atingido as cidades não foi seguida por um acompanhamento proporcional de ações que garantissem o devido desenvolvimento da mobilidade urbana. Soluções viáveis para a democratização do espaço público vem sendo a premissa de novos projetos em busca de significativo planejamento para melhor circulação nas cidades, alternativa aos automóveis e ônibus, trens e metrôs.  

 

No Brasil, a exemplo de outros países em desenvolvimento, a facilitação e o incentivo ao uso de meios de transporte alternativos poucas vezes foi alvo de planejamento efetivo. Fruto de um acelerado processo de urbanização e incentivo ao transporte motorizado individual em detrimento do transporte coletivo e do transporte não motorizado, o contexto viário brasileiro traz consigo inegáveis prejuízos econômicos somados a uma sensível redução da qualidade de vida nos centros urbanos.  

 

Muito embora esses problemas sejam resultado de um crescimento econômico favorável, que permitiu que cada vez mais pessoas tivessem acesso ao transporte individual, atualmente é necessário considerar que, diante dos problemas contemporâneos emergentes e cada vez mais perceptíveis, o produto desse crescimento trouxe implicações que se tornaram intoleráveis para a manutenção de um ambiente urbano equilibrado a longo prazo e as consequências desse desequilíbrio é que decorrem altos índices de gases poluidores, barulho excessivo e necessidade da construção de um traçado físico complexo que consiga atender o trânsito, mas que poucas vezes satisfaz o fluxo de movimentação de veículos que a cidade demanda e comporta.  

 

Vanke Community A1-B2 and Bus Station – China

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A arquitetura cumpre um papel fundamental no incentivo a meios alternativos de locomoção, como o uso da bicicleta, não mais somente utilizada apenas para esportes ou atividades recreativas, mas como principal meio de transporte para alguns. O uso de bicicletas é um grande ator na preservação do meio ambiente e qualidade de vida, sendo um dos principais expoentes de mobilidade ativa sustentável. Sob esta ótica, é importantíssima a necessidade de fomentar cada vez mais sua implementação como meio de transporte urbano, principalmente na hora de projetar. Uma cidade equipada com ciclovias seguras, bicicletário e áreas livres para lazer inspira as pessoas a deixarem seus automóveis. 

 

Atualmente, Dinamarca e Holanda lideram a lista em projetos de arquitetura para bicicletas, sendo considerados o paraíso dos ciclistas pela enorme quantidade de infraestrutura e obras voltadas a este meio de transporte ativo. Confira uma série de projetos que serve de inspiração para o desenvolvimento de cidades ativas e sustentáveis, incentivando a integração da bicicleta em diversas escalas. 

 

LightPathAKL – Nova Zelândia

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Instalações esportivas – Bélgica

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Superkilen – Dinamarca

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Praça Pública Karen Blixens Plads – Dinamarca 

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Melkwegbridge – Holanda

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Twisted Valley – Espanha

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Lex van Delden Bridge – Amsterdã

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Peace Bridge – Canadá

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Pavilhão da Dinamarca, Expo Xangai 2010

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Bicycle Club – China

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Cuyperspassage – Amsterdã

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Strawinskylaan Bicycle ParkingAmsterdã

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Por Redação
Imagens: Chao Zhang, Russ Flatt, Visit Limburg, Iwan Baan, Rasmus Hjortshøj, Jesus Granada, Thijs Wolzak, Alan karchmer, Jannes Linders, Jan de Vries  e divulgação.

 

Cidade CONECTADA

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Aplicativo une municípios e cidadãos em um só objetivo: facilitar o cotidiano através da internet das coisas e do design. 

 

 

Conforme a tecnologia vem encontrando seu lugar de destaque em cada canto das grandes cidades, ideias que acompanham tamanha agilidade começam a surgir de maneira fundamental no cotidiano. Atualmente, a conectividade é uma palavra que não se refere apenas ao poder de manter as pessoas em contato, mas também levá-las a um lugar onde o desenvolvimento da inteligência artificial facilita as mais simples atividades diárias. Juntando-se à comunicação pública, a necessidade de incluir plataformas integradas a ambientes, unindo cidadãos, agentes públicos e prefeituras em um espaço de livre acesso, fez com que o designer Guto Indio da Costa idealizasse o projeto MyCitySmart. 

 

Previamente lançada pela Metalco do Brasil, companhia que reforma espaços através de um design mais prático, a iniciativa promove ao mobiliário urbano a possibilidade de uma área repleta de câmeras, sensores e tecnologia. A partir da transmissão de dados, pontos de uma região, como bancos, bicicletários, postes de iluminação, lixeiras e abrigos de ônibus, por exemplo, podem passar a promover a comunicação entre o município em questão e seus frequentadores através de um aplicativo.  Por meio do MyCitySmart, sensores de tiro ou explosão devem ser incluídos nos postes de rua para que o sistema alerte o policial mais próximo sobre um incidente. As informações sobre a posição exata da ocorrência, incluindo imagens das câmeras adjacentes, facilitam o trabalho dos agentes, para que ajam com mais rapidez. 

 

 “É um sistema vivo, dedicado a ajudar no gerenciamento da cidade e a conectá-la com os cidadãos. O poder público, por sua vez, receberá em tempo real os dados coletados por essa rede integrada ao mobiliário urbano, contribuindo assim para uma enorme melhoria no planejamento urbano. O MyCitySmart está disponível para ser trabalhado em conjunto com as cidades, mas sempre com o compromisso de melhorar a qualidade de vida das pessoas e de serviços essenciais” – designer Guto Indio da Costa, idealizador do MyCitySmart by Metalco.

 

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Os módulos inteligentes ainda realizam o monitoramento de vagas para um estacionamento coletivo. Com o modelo de conectividade em mãos, o motorista tem a possibilidade de encontrar o local exato em que há vaga disponível mais próxima e ainda realiza o pagamento pelo próprio sistema. Por outro lado, quem lida dia após dia com o transporte público também recebe o auxílio do projeto através de totens colocados em abrigos de ônibus. Com câmeras e sensores, o usuário pode visualizar o tempo de espera dos coletivos e, ao mesmo tempo, ter acesso à rede Wi-Fi e opções de carregamento de celular. 

 

A cidade conectada faz parte de um futuro que pretende atingir não somente serviços recorrentes dentro da urbanização, mas também objetos que possuem seu lugar em ambientes públicos. No caso das lixeiras, a inteligência artificial permite que empresas de coleta de lixo recebam um informativo, indicando quais estão cheias e vazias, o que economiza o combustível de caminhões e facilita o trabalho dos garis. A base para um bom funcionamento da conexão urbana é a propriedade do Wi-Fi, rede presente em todos os locais que receberão a iniciativa, incluindo até mesmo bancos de praça. Nesse caso, os cidadãos podem carregar celulares nos ambientes, além de conseguirem chamar a ambulância ou bombeiro mais próximos por meio de um botão presente nos assentos. 

 

Conheça a MyCitySmart by Metalco idealizado pelo designer Guto Indio

 

 

 

Por Redação
Imagens: Divulgação

 

Smart CITIES e a eficência da informação

Em conjunto com as tecnologias, processos colaborativos entre gestores públicos e a sociedade civil é de extrema importância para o desenvolvimento funcional de smart city.

 

De acordo com dados das Nações Unidas (2017), atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades ou centros urbanizados e se espera que até 2050 esse número cresça para cerca de 70%. Dada a importância das cidades, a arquitetura e o urbanismo buscam essencialmente que estes espaços de assentamentos humanos proporcionem formas de serem inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis, com foco constante em melhorias de infraestrutura e redução de vulnerabilidades.  

 

A pandemia causada pelo coronavírus COVID-19 tem gerado mudanças significativas nos padrões de consumo, nos níveis de produção e estilo de vida das pessoas em todo o mundo. Evidenciou-se, por exemplo, uma crise sanitária com grande impacto na economia mundial e na forma de funcionamento das cidades, trazendo à tona maiores, mais urgentes e novas reflexões sobre smart city. Na busca por minimizar impactos, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, eficiência de recursos e serviços e uso das tecnologias de informação e comunicação, cidades inteligentes ganham destaque no campo do urbanismo e gestão pública.  

 

Figura B Plano Piloto Brasília

 

Um grande desafio é identificar áreas e grupos mais vulneráveis. Em conjunto com as tecnologias, processos colaborativos entre gestores públicos e a sociedade civil é de extrema importância. Plataformas colaborativas e modelos de negócio participativos tornem-se cada vez mais comuns no futuro próximo. Muitas cidades fazem uso de sensores integrados que realizam a coleta de uma quantidade enorme de dados, possibilitando a tomada de ações com base em inteligência artificial e machine learning para benefício dos cidadãos. Se utilizadas com responsabilidade e seriedade, tais ferramentas impactam profundamente o cotidiano e geram “armas” para enfrentar crises. Na China, Han (2020) aponta que a vigilância digital, proporcionada pelo uso do big data e ação de especialistas em informática e TICs, auxilia no enfrentamento ao Covid-19 tanto quanto a área de saúde. A coleta, tratamento e uso de dados será fundamental, principalmente durante e pós-eventos catastróficos, e deverão ser utilizados de forma adequada, com a devida proteção e sigilo dos cidadãos.  

 

Mas uma forma de pensar as cidades, amplamente discutida nos últimos anos, é com olhar voltado para soluções baseadas na natureza. Esse tipo de estratégia está relacionado ao conceito da biomimética, que pode ser definido como a área da ciência que tem por objetivo estudar e entender os fenômenos biológicos e suas funções, procurando aprender com a natureza, suas estratégias e soluções (Herzog, 2013). A infraestrutura convencional, produzida em sua grande parte por concreto, asfalto, entre outros materiais de grande impacto ambiental, normalmente chamada de infraestrutura cinza, deve ser gradativamente complementada e em alguns casos substituída por uma infraestrutura verde, baseada em um desenho urbano ecológico, que combine tais estratégias de soluções integradas à natureza. Utilizar a vegetação como um elemento fundamental para a entrega de algum serviço à cidade também é tecnológico, e de grande melhoria urbana, como por exemplo conforto térmico, aumento da biodiversidade e sequestro de CO2 e poluentes no ar.  

 

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Tem ganhado destaque as chamadas “cidades esponjas”, como um modelo que priorize a infiltração das águas da chuva em vez de seu escoamento, buscando por maior porosidade e permeabilidade dos espaços livres e construídos, para que a água possa ser absorvida. Com base nessas soluções, as cidades tendem a ser mais adaptáveis aos futuros impactos das mudanças climáticas, regulam melhor questões relacionadas à drenagem e ao tratamento de doenças e possibilitam regeneração de áreas até então degradadas. Um caso emblemático é a renaturalização do riacho Cheonggyecheon, localizado em Seul (Coreia do Sul), onde foi derrubada uma via expressa elevada para a construção de um espaço de lazer em torno ao riacho recuperado, trazendo uma nova realidade (regenerativa) para a região. 

 

Os impactos relacionados às mudanças climáticas e pandemias como a de agora incidirão de formas diferentes em cada cidade e nos diferentes grupos da população. A importância do benefício ao cidadão, como centro para qualquer projeto e gestão de uma cidade inteligente, é fundamental. Uma mudança de postura se faz cada vez mais necessária, buscando o replanejamento e a regeneração de cidades, mais resilientes e equilibradas ecologicamente, onde ações em conjunto parece ser a chave.  

 

 

 

 

 

Fonte: Archdaily 
Por Redação 
Imagem: Divulgação