ONU-Habitat lança guia prático para espaços urbanos

un habitat launches my neighborhood a practical guide for achieving sustainable urban spaces

Publicação é dividida em cinco temas que destacam aspectos desejáveis para uma vida urbana mais sustentável e resiliente

 

O Laboratório Urbano UN-Habitat publicou “My Neighborhood”, uma publicação que oferece uma lista de princípios de projeto urbano com o objetivo de criar cidades mais sustentáveis e resilientes. Contendo ações aplicáveis ​​à escala do bairro, o guia se dedica a apresentar uma abordagem integrada que responde a setores-chave, como transporte, iniciativas urbanas locais, moradia, espaços públicos, serviços públicos e outros.

 

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Fossgate em York / Fotografia: cktravels.com

 

A publicação da ONU-Habitat é dividida em cinco temas, cada um destacando aspectos desejáveis ​​da vida urbana: Cidade Compacta, Cidade Conectada, Cidade Inclusiva, Cidade Vibrante e Cidade Resiliente. Oferece princípios acionáveis ​​para ajudar atores urbanos-chave a colaborar e projetar soluções em escala local. O objetivo final da publicação é ajudar a criar bons bairros, entendidos como áreas que proporcionam um ambiente propício para uma melhor qualidade de vida para todos. A escala do bairro garante um impacto máximo dessas estratégias, sem perder de vista os sistemas da cidade que alimentam o bairro.

Juntos, esses capítulos cobrem uma diversidade de indicadores espaciais, como forma, distribuição, proximidade, diversidade, intensidade e conectividade. Em vez de criar uma abordagem linear que divide os assuntos em categorias isoladas, o guia visa conectar as dimensões espaciais de bairros, ruas, espaços abertos e unidades de construção, e destacar como essas características desejáveis ​​funcionam em todas as escalas e dependem umas das outras.

 

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O guia visa ser usado como um banco compartilhado de princípios, oferecendo também uma matriz digital interativa para servir como base para conversas. É dirigido a profissionais de planejamento, urbanistas, especialistas setoriais, grupos da sociedade civil, acadêmicos e representantes governamentais e ONGs. Pode ser usado para iniciar iniciativas interdisciplinares que envolvam grupos comunitários e criar responsabilidade para todos os atores envolvidos.

 

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Programa de Renovação de Habitação – Bairro Mugica – Bueno Aires / Fotografia: cortesia Special Projects Unit Barrio Padre Carlos Mugica

 

Várias outras iniciativas semelhantes se esforçam para ajudar líderes comunitários a criar espaços mais equilibrados, inclusivos e resilientes, com programas diversos voltados para reconsiderar o design apropriado das ruas, criar novos modelos de habitação coletiva ou repensar espaços públicos para receber categorias populacionais negligenciadas. Da mesma forma, em colaboração com a Associação Nacional de Serviços de Saúde, o Heatherwick Studio lançou a iniciativa Heath Street, um guia para repensar ambientes clínicos tradicionais e reimaginar como olhamos para o bem-estar e aspectos de saúde holística da vida urbana. Outras táticas mais subversivas para proteger a comunidade local podem incluir formas disruptivas de arte pública, como grafite de rua e a proteção de espaços para protestos.

CECarbon – Calculadora de Consumo Energético e Emissões de Carbono na Construção Civil

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Ferramenta desenvolvida pelo SindusCon-SP é citada em portaria do Ministério das Cidades e já vem sendo utilizada por construtoras, incorporadoras e projetistas para o cálculo das emissões de GEE.

 

Para a avaliação ambiental da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) dos projetos de obras habitacionais, elaborados no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o Ministério das Cidades recomenda a utilização da CECarbon – Calculadora de Consumo Energético e Emissões de Carbono na Construção Civil.

A CECarbon foi elaborada pelo SindusCon-SP, por meio de seu Comitê de Meio Ambiente (Comasp), em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do então Ministério do Desenvolvimento Regional, e com a Agência Internacional de Cooperação Alemã (GIZ). A ferramenta já vem sendo utilizada por construtoras, incorporadoras e projetistas para o cálculo das emissões de GEE.

A recomendação consta da Tabela 2 – Especificações Recomendáveis da Obra, do Anexo II da Portaria 725 do Ministério das Cidades, de 15 de junho (DOU de 16/6/2023).

A Portaria 725 traz as novas especificações urbanísticas, de projeto e de obra para empreendimentos habitacionais no âmbito das linhas de atendimento de provisão subsidiada de unidades habitacionais novas em áreas urbanas com recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial) e do FDS (Fundo de Desenvolvimento Social), integrantes do MCMV.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte e imagem: Grandes Construções

 

 

Jardim Filtrante: o que é e como funciona?

O sistema usa plantas aquáticas nativas para filtrar poluentes Foto Giselle Cahú ARIES CITinova Easy Resize com

Jardins Filtrantes unem tratamento da água com restauração natural do ecossistema.

 

Um estudo recente da Nature alerta que a poluição das águas poderá causar uma crise de abastecimento hídrico até o final do século 21. A qualidade da água será, especialmente, pior em parte da América do Sul, da África subsaariana e do sudeste da Ásia – regiões já vulneráveis. Reverter esse cenário exigirá que autoridades governamentais priorizem o desenvolvimento sustentável. Neste sentido, soluções baseadas na natureza, como é o caso dos jardins filtrantes, podem tornar-se cada vez mais comuns.

O jardim filtrante é uma abordagem que combina a eficácia do tratamento dos efluentes com a restauração natural do ecossistema aquático de rios. A tecnologia oferece uma solução “dois em um”: a poluição do esgoto e a contaminação das águas pluviais.

Um bom exemplo de aplicação de jardim filtrante ocorreu em Niterói, no Rio de Janeiro, com a criação do Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis. Buscando melhorar a qualidade da água da Lagoa de Piratininga, foram inseridas plantas que ajudam a limpar a água para filtrar as impurezas da águas pluviais e das três principais bacias hidrográficas que desaguam no local: Bacia do Rio Cafubá, Bacia do Rio Arrozal e Bacia do Rio Jacaré.

 

Jardim Filtrante no Parque Orla de Piratininga Niterói (RJ) Foto Arquivo Phytorestore Easy Resize com
Jardim Filtrante no Parque Orla de Piratininga. Foto: Arquivo Phytorestore.

 

Mais recentemente, o sistema de jardim filtrante foi aplicado na foz do Riacho do Cavouco, um afluente do rio Capibaribe em Recife, Pernambuco. No projeto, o tratamento 100% natural ocupa uma área de 7 mil m².

 

Jardim Filtrante no Riacho do Cavouco Recife (PE) Foto Arquivo Phytorestore Easy Resize com
Jardim Filtrante no Riacho do Cavouco. Foto: Arquivo Phytorestore.

 

Ambos projetos foram realizados pela empresa Phytorestore, a mesma que atuou na despoluição do rio Sena, em Paris, e há anos implanta projetos também no Brasil. O jardim filtrante já foi inserido, por exemplo, no Centro de Pesquisa e Inovação da L’Oréal, no Rio de Janeiro, e no complexo industrial da Natura – o Ecoparque, no Pará. 

Os jardins filtrantes são tecnologias baseadas na natureza para tratamento de águas efluentes e lodos. Em tal sistema, a vegetação substitui o uso de agentes químicos artificiais, mantendo o ecossistema equilibrado sem prejudicar os biomas aquáticos e as diversas formas de vida presentes ali.

A empresa Phytorestore Brasil explica que o jardim filtrante utiliza um sistema de fitorremediação, uma filtragem biológica, composta por camadas de vegetação e substrato natural, que trabalha em conjunto para remover eficientemente os poluentes do esgoto. O processo garante o tratamento dos resíduos poluentes antes que sejam lançados no meio ambiente. Além de tratar águas residuais, o sistema de jardim filtrante também pode ser projetado para o tratamento das águas de rios e cursos d’água contaminados. 

“Por meio de uma combinação de processos naturais, a água é filtrada e despoluída à medida que flui por meio das áreas de vegetação específicas. Isso não apenas melhora a qualidade da água, mas também estimula a regeneração de ecossistemas fluviais degradados” – Thierry Jacquet, paisagista, engenheiro ecológico e planejador urbano, fundador da Phytorestore Brasil.  

 

O sistema usa plantas aquáticas nativas para filtrar poluentes Foto Giselle Cahú ARIES CITinova Easy Resize com
O sistema usa plantas aquáticas nativas para filtrar poluentes. Foto: Giselle Cahú.

 

Desta forma, a solução promove a conservação da água, a proteção da vida aquática e a mitigação da poluição do solo, contribuindo para um ambiente mais saudável e equilibrado. Altamente adaptáveis, os jardins filtrantes podem ser implementados em diferentes escalas, desde residências até grandes instalações industriais. Independentemente do tamanho do projeto, a eficácia e os benefícios ambientais desta solução são mais do que garantidos.

As soluções baseadas na natureza são reconhecidamente ferramentas úteis para combater as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade. Neste ano, por exemplo, uma relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) estimou que tais soluções podem gerar mais de 20 milhões de empregos. Ainda assim, há poucos projetos sendo realizados em grande escala no Brasil. Uma pesquisa conduzida pelas universidades de São Paulo (USP) e da Federal do ABC (UFABC) revelou que tais soluções são pouco adotadas em municípios brasileiros mesmo quando os gestores conhecem o conceito.

 

 

Casa e Mercado promove Ciclo de Palestras na Belas Artes

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Ciclo de Palestras promovido pela CM pretendeu fomentar aprendizados aos alunos do Centro Universitário Belas Artes e permitir um diálogo aberto entre bem sucedidos escritórios do cenário atual e futuros profissionais.

 

Na primeira quarta-feira do mês de dezembro, a Casa e Mercado promoveu, junto ao Centro Universitário Belas Artes, um ciclo de palestras destinadas aos alunos sobre os seguintes assuntos: Arquitetura, Urbanismo e Design. A ocasião contou com a especial participação do estúdio ACIA Arquitetos e dos escritórios BLOCO Arquitetos e TRIPTYQUE Architecture. No final de cada apresentação foi aberto um bate-papo para perguntas e respostas no momento presente, enriquecendo a experiência dos alunos e palestrantes.  

Em síntese, os principais assuntos abordados pelos primeiros profissionais em palco, da ACIA Arquitetos, navegaram sob o tema “O Futuro das Cidades”. Fabio Aurichio e Ricardo Baddini, Sócios-fundadores do estúdio, iniciaram a apresentação comentando sobre como o período pandêmico do Covid-19 afetou a convivência humana e transformou o cenário atual urbano, sinalizando que se estabeleceu em sociedade um certo “efeito pendular” (ficar indo de um ponto ao outro). A apresentação dos arquitetos então sugeriu algumas ideias e reflexões sobre como melhorar esse impasse e assim regenerar a comunidade, colocando a cidade como fomentadora de integrações. A policentralidade também foi levada em pauta como um modelo humano – a cidade de 15min, o Plano de Paris: viver, trabalhar e prosperar sem grande deslocamento.

“As cidades devem se adaptar às pessoas, transformando os espaços em “placemaking” – que significa criar lugares, mas o conceito vai muito além dos espaços físicos. Essa abordagem tem o objetivo de transformar bairros, cidades e regiões. E o foco dessa transformação é a conexão entre as pessoas, ou seja, o futuro das cidades é pelo caminho da humanização!” –  Fabio Aurichio, sócio-fundador da ACIA Arquitetos. 

 

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Logo em seguida, o escritório BLOCO Arquitetos, formado pelo trio Daniel Mangabeira, Matheus Seco e Henrique Coutinho, discutiram sobre questões de  “Processo e Identidade”. Diante disso, apresentaram cases singulares, esmiuçando projetos e técnicas utilizadas na elaboração de cada um deles. Dentre alguns destaques, o sistema “Off Grid” – sistema isolado e autônomo que tem como principal característica o “auto sustento”, ou seja, um sistema não conectado à rede elétrica que armazena a energia solar excedente em baterias para ser utilizada quando não houver outro meio de produção; e a “Fossa Ecológica” – um sistema de tratamento de esgoto que utiliza processos naturais para a decomposição da matéria orgânica sendo uma alternativa à fossa séptica, que utiliza produtos químicos para o tratamento do esgoto. 

O projeto da Casa Bacuri, que pertence a Mariana Siqueira, foi um dos mais detalhados pelos sócios. Os arquitetos relataram os desafios de criação, trazendo aos espectadores um pouco das soluções elaboradas às demandas solicitadas. O ideal, por exemplo, era conseguir manter as árvores do local e otimizar os recursos disponíveis, como criar uma estrutura de madeira laminada para coletar a água da chuva, que posteriormente teria usos diversos. “Tivemos a ideia de dar o nome à casa de Bacuri, que faz referência a uma planta do cerrado, por ser muito resistente”, explicaram. 

“Uma coisa que a gente tenta é não chegar com uma ideia pré concebida. Queremos primeiro entrar no lugar, sentir o lugar, pois ele é que orienta nosso trabalho. As ideias são projetos que não tenham o que ser tirado deles, ou seja, os princípios continuam sendo os mesmos, de repetição e adaptação de linguagem.” – BLOCO Arquitetos

 

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Por fim, foi a vez da TRIPTYQUE Architecture que trouxe como tema central “O Vocabulário Sustentável”. Gustavo Panza, diretor de Arquitetura do escritório, apresentou a história da arquitetura e da própria TRIPTYQUE, apontando estratégias e modificações que ocorreram com o tempo. Para conduzir a conversa no momento atual, foram citadas teorias e dados de pesquisas, apontando características e singularidades da Arquitetura Européia e Brasileira. Gustavo contou sobre como sua experiência no “Xingu” o ensinou a trabalhar com elementos mais sustentáveis e os desafios de aplicar tais conceitos. Dentre alguns projetos que melhor ilustram as premissas do escritório, Edifício De Uso Misto, Conjunto Modular e Conjunto Multifamiliar,  destacou o retrofit na Cidade Matarazzo.

“As cidades foram sendo geradas com discrepância e mal planejamento fazendo com que haja uma forte resiliência à natureza. Por isso, realmente procuramos meios mais sustentáveis.” –  Gustavo Panza, diretor de arquitetura da TRIPTYQUE Architecture. 

 

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Por Redação
Imagens: Phoética

 

Jogo de tabuleiro com soluções urbanas é lançado no Catarse

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“Trilhas Urbanas” diverte enquanto estimula a cooperação para resolução de problemas, a construção de cidadania e o debate de políticas públicas.

 

Vencedor do 5o Prêmio de Design do Instituto Tomie Ohtake (2023), o Trilhas Urbanas é um jogo de tabuleiro no qual, a cada passo, os jogadores mudam o futuro da cidade, une divertimento, imaginação e soluções urbanas avançadas. Para garantir sua produção, a Pistache Editorial está em um financiamento coletivo pela plataforma Catarse. A campanha fica aberta até 10 de outubro. O Trilhas Urbanas tem design de jogo de autoria da urbanista e arquiteta Beatriz Martinez e ilustrações de Bruna Martins.

 

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Enquanto um jogador cria desafios que podem acontecer no território-tabuleiro, os outros participantes precisam encontrar as soluções nas cartas que têm nas mãos – e que cartas! O jogo traz, em suas cartas de soluções, o que há de mais inovador em temas como mobilidade urbana, meio ambiente, patrimônio histórico, cultura, espaços de brincar na cidade, entre outros. Todas as soluções são baseadas em ferramentas implementadas e testadas por urbanistas de vanguarda pelo mundo.

O jogo foi testado durante 3 anos e passou por 2 protótipos. Foi utilizado em processos participativos com crianças, em jogatinas com a família, em eventos de jogos com adultos. É uma ótima pedida para escolas, na discussão sobre temas urbanos.

Pensado para crianças a partir de 7 anos, a mecânica de jogo valida o conhecimento dos participantes e ajuda o grupo a se desenvolver e a pensar junto sobre questões da vida real. Ao mesmo tempo em que é divertido, o Trilhas Urbanas promove a reflexão de forma natural e instigante. “Eu aprendi muito com esse jogo porque inventei soluções para os problemas da cidade que eu nem imaginava que podiam ser resolvidos. Mesmo os desafios mais difíceis, quando pensamos juntos, chegamos numa boa solução. Além disso, comecei a pensar no que posso fazer para melhorar a praça aqui na frente do CCA”, contou Pedro, 12 anos, que participou de uma partida em um processo participativo em São Paulo conduzido pelo CoCriança, parceiro implementador do jogo.

 

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Tabuleiro: caminho que se cria

O tabuleiro do Trilhas Urbanas é formado por 9 peças: a casa (início), a escola (fim) e 7 territórios que devem ser selecionados no início da partida, de acordo com a escolha dos jogadores – é nesses territórios que os desafios acontecem e as soluções serão aplicadas.

No processo de desenho do tabuleiro, Beatriz Martinez chegou a um formato curvo. “As peças tortuosas do tabuleiro representam uma forma de sair do quadro, de romper a margem, de se enveredar pela cidade e por um caminho que nunca é reto”, explica Beatriz.

Por isso, também, o formato do tabuleiro proporciona diversas formas de montagem: a partir da experiência dos jogadores, pode-se selecionar os territórios onde os desafios irão acontecer, e montar da forma que mais fizer sentido para o grupo. As ilustrações contribuem com cor, movimento e diversão – e, não importa a forma de montagem, as ilustrações sempre se encaixam.

Os sete territórios são: avenida, praça, escadaria, rua comercial, patrimônio histórico, rio e praia.

 

Mecânica do jogo

É o jogador da vez, com os dados de ícones, que formula o desafio que será enfrentado pelos outros participantes. Por isso, cada rodada tem uma história diferente para ser solucionada.

Já os outros jogadores buscam em suas cartas de solução a melhor ferramenta para o desafio proposto – e precisam defendê-la com bons argumentos, pois todos os jogadores votam na melhor solução. Cada voto é transformado no número de casas que o jogador irá andar. Quem chegar primeiro ao final do tabuleiro é o vencedor. “É um jogo divertido para pensar em soluções que podem virar realidade. A gente usa muito a criatividade, brincando”, conta João, 10 anos, que jogou o Trilhas Urbanas na fase de testes.

Mas o jogo é semicooperativo: há sempre dois problemas gerais da cidade que precisam ser solucionados na partida, e só há um vencedor se todos, em parceria, puderem resolver esses problemas durante o jogo.

 

O financiamento coletivo

Para tornar o jogo realidade, a Pistache Editorial vai iniciar um financiamento coletivo, de 29 de agosto a 10 de outubro. É possível apoiar com contrapartidas a partir de 45 reais. A contrapartida que inclui o jogo é de 245 reais (nas primeiras 48 horas, o jogo estará com desconto, saindo a R$ 220). Há também opções de kits de jogos para escolas e uma opção inovadora: a recompensa “Apoie uma escola” – nela, o apoiador pode escolher ou sugerir uma escola pública para receber um kit de jogos e debate.

Principais características:

• Fomento à cooperação para resolução de problemas

• Estímulo à cidadania e ao direito à cidade

• Fomento ao debate de políticas públicas

• Tomada de decisão para a construção de cidades mais humanas

• Proporciona um ambiente lúdico e criativo de aprendizado urbanístico

• A cidade como cenário para diferentes disciplinas escolares, baseando-se nas habilidades da BNCC (Base Nacional Comum Curricular)

• Introduz os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) de forma lúdica, mas aplicado em contexto real e cotidiano

• Design e mecânica de jogo vencedores de prêmios: Projeto vencedor do 5o Prêmio Design Tomie Ohtake

 

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SERVIÇO – TRILHAS URBANAS

Tipo Jogo de tabuleiro
Idade A partir de 7 anos
Número de jogadores 3 a 4 (jogo base); 3 a 6 (jogo completo)
Design de jogo Beatriz Martinez
Ilustrações Bruna Martins
Publicação Pistache Editorial
Financiamento coletivo De 29 de agosto a 10 de outubro
Entrega dos jogos dezembro de 2023

Imagens: Divulgação Trilhas Urbanas

 

Estudo inédito faz análise do cenário das Cidades Inteligentes e aponta caminhos

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Levantamento realizado pela Deloitte e encomendado pela NEC entrevistou representantes dos governos – nas esferas municipal, estadual e federal – da indústria e das universidades, com o objetivo de identificar recomendações para a viabilização de cidades mais modernas e estruturadas.

 

O fato de mais da metade da população mundial viver atualmente em áreas urbanas faz com que as grandes cidades estejam inchadas e, consequentemente, enfrentem enormes desafios no sentido de atender às necessidades dos seus habitantes. Ao observar as perspectivas para o futuro, é possível encontrar dados indicando que, até 2050, esse índice alcançará os 68%, quando 2,5 bilhões de pessoas adicionais vão popular as metrópoles. No Brasil, por exemplo, 84% dos 210 milhões de habitantes vivem, atualmente, distribuídos em áreas urbanas. Tendo em vista que são organismos complexos, ligados a ações das iniciativas públicas e privadas, os municípios precisam contar cada vez mais com recursos tecnológicos a fim de tentarem solucionar problemas nas mais diferentes vertentes, como mobilidade, energia, saneamento e, principalmente, segurança.

Com um olhar analítico junto aos municípios que já introduziram as diversas ferramentas de tecnologia em suas rotinas, a Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, elaborou um estudo, a pedido da NEC, no intuito de fazer um Raio-X desse segmento: o de Cidades Inteligentes (Smart Cities). O material intitulado “Insights sobre Cidades Inteligentes no Brasil para formuladores de políticas e gestores públicos | Alavancando tecnologias para o desenvolvimento sustentável” ouviu profissionais da área pública – das esferas federal, estadual e municipal -, da indústria, como fabricantes, fornecedores, prestadores de serviços e associações, além de acadêmicos, para entender quais são as dores e as carências no âmbito das cidades brasileiras e como elas podem evoluir para serem mais modernas e eficientes.

“A segurança de uma cidade inteligente se faz com tecnologia, integração da vizinhança, inclusão social, soluções urbanísticas, espaços compartilhados e ocupação das áreas públicas, gerando pertencimento ao lugar. Adotando diversas soluções inovadoras, como análise de dados, é possível proporcionar ambientes mais harmoniosos, facilitando as tomadas de decisão mais claras sobre os desafios urbanos. Iniciativas como essa só podem ser elaboradas com um olhar mais amplo, dentro de um ciclo de planejamento com diagnóstico e análise, metas e projetos em todas as escalas da cidade” – Alberto Boaventura, gerente-sênior para a indústria de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte.

“O conteúdo traz recomendações de priorização de políticas públicas, focadas em políticas que propiciem o desenvolvimento de aplicações TIC (tecnologia da informação e comunicação) e investimentos associados. Entre as prioridades sugeridas estão: coordenação de políticas em todas as esferas do poder público; planos de longo prazo; padronização de um modelo de acesso e unificação de dados; padronização na gestão pública digital; arquitetura padronizada; criação de desenvolvimento e inovação; viabilização da infraestrutura de conectividade; promoção e ampliação das parcerias público-privadas (PPPs);  Modelo de concessão pública exclusiva para a exploração de serviços da Cidade Inteligente; acesso ao financiamento de projetos de Cidade Inteligente e, finalmente, Segurança pública como grande promotora do bem-estar social” – Márcia Ogawa, sócia líder da indústria de Tecnologia, Media e Telecomunicações da Deloitte.

O estudo também se baseou em pesquisa documental, fonte que trouxe muitas informações sobre as práticas de sucesso no País e no exterior. Os casos de sucesso de centros urbanos, como os municípios de Tigre e Buenos Aires, na Argentina, de La Reina (distrito de Santiago), no Chile, e de Santander, na Espanha, mostram que é possível conseguir uma melhora consistente em áreas nas quais as respectivas administrações enfrentavam grandes desafios. A cidade argentina de Tigre, por exemplo, tinha problemas com a segurança da população e, por isso, implantou um sistema de segurança, composto por mais de 2 mil câmeras estrategicamente instaladas nas ruas, sistemas de Inteligência Artificial, Detecção de Comportamento e Reconhecimento Facial, tudo isso interligado no Centro de Comando e Controle. Desde o início do projeto, que foi implantado pela NEC, no papel de integradora, em 2011, foi possível reduzir cerca de 80% da taxa de roubos de veículos e o turismo no local cresceu 20%.

Em La Reina, por sua vez, a substituição da infraestrutura pública de iluminação por lâmpadas de tecnologia LED e o monitoramento das luminárias em tempo real melhorou a eficiência energética na vizinhança e também a percepção de segurança, por tornar o lugar mais bem iluminado. A segurança, inclusive, é um ponto importante no estudo, uma vez que se trata do tema mais recorrente apontado entre as cidades da América Latina. A oferta de serviços de saúde vem em seguida, entre as preocupações dos latinos, como se vê na tabela abaixo:

 

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O levantamento realizado pela Deloitte traz um conteúdo subdividido em seis domínios, sendo eles Transporte e Mobilidade, Indústria e RH, Qualidade de vida (segurança pública, saúde, gerenciamento de espaços urbanos e controle de poluição), Recursos e Energia, Governança e Construção e Infraestrutura.  Tendo em vista esse contexto, foi adicionado um capítulo exclusivamente dedicado às barreiras para implantação das Cidades Inteligentes, agrupadas de acordo com a natureza de cada uma delas, como: ordem político-administrativa; conhecimento e capacitação; econômica; jurídica ou tecnológica. Com relação às barreiras político-administrativas, por exemplo, os entrevistados destacaram a falta de planejamento e de foco que existe no Brasil. O desafio neste quesito, segundo os depoimentos, é dissociá-lo do ciclo eleitoral de quatro anos, colocando em prática uma visão de longo prazo, que saiba onde se deseja chegar e contenha um plano de ação com etapas a serem cumpridas.

“Como um dos principais players mundiais desse mercado, atuando no fornecimento de soluções e integração de projetos, a NEC encomendou esse estudo com o objetivo de trazer à luz as necessidades que ainda existem no nosso país e que, em muitas vezes, podem ser melhoradas com a utilização da tecnologia. Esse estudo pode servir como um farol a nos indicar o caminho por onde seguir na estruturação de cidades mais modernas, justas e preparadas para atender às necessidades dos cidadãos com a ajuda de ferramentas que já existem e estão trazendo excelentes frutos ao redor do mundo” –  José Renato de Mello Gonçalves, presidente da NEC no Brasil.

Quando a questão são as tecnologias mais facilitadoras no contexto das Cidades Inteligentes existentes, é possível destacar Internet das Coisas (IoT), Plataformas de Gestão para Cidades InteligentesBig DataAnalytics e Inteligência Artificial, Identificação Biométrica, Blockchain, conectividade e 5G; Realidade Virtual, Digital Twin e Metaverso, cada um em seu respectivo estágio de maturidade. O capítulo que se dedica às tecnologias, como IoT, Big Data, Analytics, IABlockchain e 5G, se aprofunda na utilização dessas ferramentas no contexto das cidades.

Para conferir o estudo na íntegra, acesse o link, mediante preenchimento do formulário:
https://docs.nec.com.br/insights-sobre-cidades-inteligentes-completo

 

Crea-SP lança Manual REURB

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Material foi elaborado por Comitê do Conselho com diretrizes sobre regularização fundiária urbana.

 

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP) lançou, durante o 2º Workshop sobre Regularização Fundiária Urbana (REURB), realizado no último dia 15/08, um manual orientativo sobre a atuação dos profissionais da área tecnológica nesse processo tão importante para o planejamento urbano, que é a formalização de moradias.

O Manual REURB é fruto de um trabalho do Comitê de Regularização Fundiária do Crea-SP e tem como objetivo servir de apoio para profissionais e poder público. Com explicações detalhadas, a cartilha está disponível para download no link. “É um material vasto, que teve a participação de especialistas não só da área tecnológica, para que os gestores públicos possam ser mais assertivos em suas ações”, ressaltou o engenheiro Joni Matos Incheglu, conselheiro do Crea-SP e membro do Comitê.

“A iniciativa é significativa para trazer as novidades da área e temas em alta para o nosso aperfeiçoamento profissional, como é a discussão sobre REURB. Uma questão social e fundamental nas cidades que o Conselho está nos permitindo aprofundar” – geólogo Laert Rigo, Presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São Carlos (AEASC).

Fora o lançamento do conteúdo, o workshop contou com painelistas convidados que trataram das diversas frentes relacionadas ao tema, como modalidades das Engenharias, Agronomia e Geociências, aplicabilidades técnicas e demais questões que envolvem a regularização de moradias, além da apresentação de estudos de caso do planejamento urbano. Foram três painéis sobre processos jurídicos e a importância da integração com profissões, uma vez que a regularização fundiária urbana requer um conjunto de medidas e ações voltadas para o desenvolvimento das cidades de maneira mais sustentável. “O intuito foi trazer essa discussão técnica, buscando cada vez mais a presença de profissionais capacitados no mercado de trabalho”, enfatizou a coordenadora do Comitê de REURB do Crea-SP, engenheira Caroline Macedo.

Sobre o Crea-SP - Instalada há 89 anos, a autarquia federal é responsável pela fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades profissionais nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências. O Crea-SP está presente nos 645 municípios do Estado, conta com cerca de 350 mil profissionais registrados e 95 mil empresas registradas.

 

 

Metaverso: Transpondo as barreiras do mundo físico

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Projeto Genesis, idealizado pelo escritório FGMF, conta com 10 mil unidades e cenários inéditos em um processo criativo sem fronteiras para a imaginação.

 

O escritório de arquitetura FGMF assina neste ano seu primeiro empreendimento imobiliário desenvolvido inteiramente no Metaverso, consolidando-se como um dos pioneiros de seu setor nesta empreitada. O Genesis, projeto desenvolvido em parceria com a brasileira Mint Studios compõe o metaverso Myland, será composto por três torres que incorporam mais de 10.000 unidades em conexão com um amplo ambiente de marketplace; o projeto é marcado por uma arquitetura sem barreiras para a criatividade.

As 10 mil unidades comportam setores residenciais, comerciais, de lazer e de serviços. A ideia foi criar um espaço único, voltado para o usuário e os negócios, que ofereça uma experiência completa para a nova vertente do mundo digital. As torres, com uma média de 80 andares, se erguem em mais de 400 metros do cenário programado com alta tecnologia que permite que o usuário vivencie um ambiente inovador, mas que ao mesmo tempo reflita premissas importantes da arquitetura FGMF: espaços fluidos, transição gentil entre interior e exterior e um paisagismo integrado.

A ideia de criar um metaverso voltado para pessoas, marcas e negócios surgiu a partir da observação do fundador Leonardo Bartz e sua sócia, Julia Svaiter, que consideravam os metaversos já existentes de difícil acesso para as pessoas e sem o realismo necessário parase tornarem atraentes. “Pensamos em desenvolver um projeto que fosse diferente, belo, real, com benefícios para os holders (compradores) e que chamasse a atenção também pelas possibilidades de negócios”, afirmam os sócios

 

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Um projeto inovador

Para Lourenço Gimenes, sócio diretor do escritório e responsável direto pelo projeto, criar o Genesis foi uma experiência até então inédita para o trio de arquitetos. “Foi um projeto divertido, mas ao mesmo tempo, um grande desafio entender as liberdades e limites de projetar no ambiente digital. Procuramos fazer algo que tivesse relação com o mundo real e, ao mesmo tempo, que fosse coerente com a interatividade dos avatares com o seu espaço virtual”, afirma

Cada usuário terá duas possibilidades: a de ver o cenário em primeira pessoa, e a de navegar observando o seu avatar em terceira pessoa. Além das três torres e seus interiores, o escritório é responsável pelo entorno, com lagos, áreas verdes e até estruturas rochosas que delimitam o espaço que compõem esse metaverso. Dentro do Genesis serão criados distritos (comparados a bairros no mundo real), que estarão ligados a temas como moda, música, mercado imobiliário, design, educação etc.

Nas áreas comerciais, o Gênesis explora o phygital, campo ‘híbrido’ que traz uma experiência virtual que pode ser passada para o ambiente físico. No futuro, os locais comerciais alocarão negócios e marcas, que poderão, além de comercializar outros NFTs, vender produtos e serviços dentro e fora do metaverso. Será possível, por exemplo, comprar uma roupa (NFT) para seu avatar e receber a mesma roupa na sua casa ou desconto na loja física, alugar e comprar unidades comerciais para ter interações com pessoas que não poderiam acessar o escritório físico. Por conta da alta tecnologia que envolve o projeto, texturas, cores, tamanhos e dimensões serão tão perceptíveis como objetos reais, gerando uma nova janela de oportunidade para o mercado.

 

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Novas Tecnologias

Diante das novidades e possibilidades introduzidas pelo Metaverso, é comum observar certo estranhamento entre usuários e marcas, comportamento padrão diante de novas tecnologias até sua assimilação diante da dinâmica de uso. O conceito, no entanto, tem como premissa aprimorar as experiências virtuais que foram acentuadas ao longo da pandemia e criar um desenvolvimento contínuo para as ferramentas digitais disponíveis, substituindo a interface atual por experiências imersivas em 3D, profundamente integradas ao dia a dia dos usuários. Para Gimenes, o caminho é aprimorar as tecnologias disponíveis às necessidades do usuário e esse é o grande papel a ser desempenhado pelo olhar do arquiteto neste novo momento
tecnológico.

“Na relação espacial, ainda que virtual, a gente ainda vai ter as mesmas necessidades de desenvolver espaços de qualidade e funcionalidade que se adequem às demandas comportamentais. Esses espaços já estão acontecendo, e, como arquitetos temos que nos posicionar para que eles sejam feitos considerando a escala humana e em diálogo com o mundo real. É importante entendermos que o real não será substituído, mas complementado. De maneira simplista, o metaverso é uma nova forma de realizar as atividades digitais existentes: compras, reuniões e redes sociais terão simplesmente um outro formato, muito mais eficiente e imersivo” – Lourenço Gimenes, FGMF.

 

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Um novo campo para a Arquitetura

Para os fundadores, o setor imobiliário pode ser considerado um dos mais promissores no metaverso, já que são muitas as possibilidades de negócios dentro do novo ambiente. “Além de comercializar as unidades, queremos atrair comércio e prestadores de serviço com objetivo de levar as pessoas a terem uma presença no mundo virtual de acordo com a popularização
da Web3.”, dizem eles. Ao adquirir uma unidade dentro do Gênesis, é possível mobiliá-lo, decorá-lo, alugá-lo, revendê-lo, organizar festas no espaço, eventos de trabalho, contratar serviços, entre outras infinitas possibilidades.

O FGMF faz parte de um seleto hall mundial de grandes nomes do cenário arquitetônico que estão participando ativamente da construção deste novo olhar sobre arquitetura. No processo de criação, desenvolver projetos com parâmetros tão diferentes apura a imaginação e cria soluções e experiências únicas. O escritório direcionou seu olhar para a exploração de um ambiente integrado à abundância de elementos naturais, proporcionando uma sensação de bem-estar nesta nova jornada tecnológica e chamando atenção para a relevância dos recursos naturais no mundo real. Com entusiasmo sobre o futuro, Lourenço reforça que “o metaverso é oficialmente um campo de trabalho para a FGMF”.

Conheça o projeto AQUI.

 

Precariedade habitacional na América Latina é tema de projeto colaborativo

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“Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis” analisa áreas marginalizadas em Macapá, São Paulo e Cidade Juarez, no México.

 

A falta de moradia adequada é um dos maiores desafios para os governos e populações dos países da América Latina. A precariedade habitacional se manifesta por meio de favelas, cortiços e conjuntos habitacionais degradados. Em busca de alternativas para melhorias concretas, uma grande equipe de acadêmicos, com participação de líderes comunitários, criou o projeto colaborativo “Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis”. O primeiro resultado das ações foi um documentário que mostra, por meio de entrevistas e registros audiovisuais, o uso do espaço público e esforços de mobilização social em áreas marginalizadas de três cidades: Macapá (conhecidas como ressacas, localizadas na Amazônia brasileira), Paraisópolis (a maior comunidade da capital paulista, que completou 100 anos em 2021) e Sendero de San Isidro (em Cidade Juarez, no México, fronteira com os Estados Unidos). Três universidades latino-americanas estão envolvidas no projeto: Universidade Federal do Amapá, em Macapá, Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, e Universidad Autónoma de Cidade Juarez, no México.

“A América Latina é o lugar mais desigual do planeta e na configuração de suas cidades é possível realizar aproximações espaciais que ultrapassam os limites geográficos. Entre Macapá, São Paulo e Cidade Juarez existem imensas distâncias geográficas, porém, encontramos problemas semelhantes entre eles: falta de infraestrutura, exclusão social e pobreza. A falta de água nas casas também é apontada no documentário como um problema grave enfrentado pelos moradores”, explica Bianca Moro de Carvalho, coordenadora do projeto, doutora em Arquitetura e Urbanismo e mestre em Planejamento Urbano.

 

 

A cidade de Macapá é apresentada através da problemática das ressacas, que são áreas alagadas que concentram moradias de risco na capital. Essas regiões recebem grande número de migrantes do interior da Amazônia que buscam encontrar novas oportunidades de emprego, saúde e educação para suas famílias. São Paulo, a cidade mais rica do Brasil, é apresentada através de Paraisópolis, a quinta maior favela do Brasil. A comunidade é reconhecida por sua força de mobilizações sociais fortemente organizadas. No México, na Cidade Juarez, a precariedade destaca-se no conjunto habitacional San Isidro. Construído pelo governo mexicano, na região há falta de infraestrutura e a localização distante da cidade tem provocado abandono de milhares de casas. “Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis” também analisa o papel das lideranças locais na construção de espaços inclusivos e no exercício da cidadania.

“Essas pessoas muitas vezes são relegadas ao esquecimento porque fazem um trabalho silencioso. Precisamos dar visibilidade a eles e suas ações inspiradoras. É importante a própria comunidade identificar pessoas que estão realizando trabalho de grande importância para a sociedade, e entrar em contato conosco através da plataforma Cipesin, pois o projeto traz mensagens que funcionam como gritos de socorro. Identifica carências de infra-estrutura de nossas cidades, ao mesmo tempo que revela a necessidade de melhoria da qualidade de vida” – Bianca Moro de Carvalho

 

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O próximo trabalho, que também vai incluir documentário e entrevistas, será realizado no sertão da Bahia, em Bom Jesus da Lapa. O projeto usa a metodologia da mídia participativa, que pode ser uma forma criativa para o exercício da cidadania dos moradores das áreas segregadas,além de ser uma ferramenta que permite a inclusão social de moradores de regiões vulneráveis. A técnica utiliza recursos audiovisuais e mídia como forma de compreensão da linguagem urbana, arquitetônica e cultural. A proposta é registrar as condições de habitabilidade, informalidade e organização social dos assentamentos precários das populações de áreas fragilizadas, trazendo a possibilidade de ouvir suas vozes.

Conheça o projeto Cipesin
Site: https://cipesin.com

 

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