WELL: Certificação para SAÚDE e BEM-ESTAR

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Certificação WELL pode ser obtida em qualquer fase do ciclo de vida da edificação

 

A Certificação WELL surgiu em 2014 e é a primeira no mundo voltada exclusivamente sobre a saúde, qualidade de vida e bem-estar das pessoas que utilizam o ambiente construído. Durante a live de estreia da série BW Works, promovida pelo Movimento BW Expo, Summit e Digital, no dia 27 de maio, o engenheiro Eduardo Straub, sócio-proprietário da StraubJunqueira, afirmou que a certificação pode ser obtida em qualquer etapa do ciclo de vida da edificação, uma vez que é possível fazer adaptações no empreendimento construído. Após a primeira certificação, é necessário realizar uma recertificação a cada três anos justamente para verificar se suas características estão sendo mantidas. Como presidente do Comitê de Qualidade do Ar para adaptação da Certificação WELL na América Latina e atuando desde 2009 com as certificações de empreendimentos que buscam selos verdes, Straub comentou sobre os requisitos de desempenho da WELL, que englobam sete categorias: ar, água, alimento, luz, fitness, conforto e mente.

Todo esse processo é responsável por impulsionar o mercado e desafiar os arquitetos e designers a olharem não somente para o meio ambiente, mas também para as particularidades deste ambiente construído que impactam diretamente na saúde e bem-estar dos usuários. Portanto, a importância da certificação WELL é trazer à tona essa necessidade de reinventar os edifícios de forma que o usuário seja colocado em primeiro lugar.

 

“Sem dúvida, é mais fácil incorporar os requisitos da certificação no projeto, mas no Brasil existem dois edifícios construídos que foram adaptados para obtenção da WELL. Mesmo em construção, é possível também conquistá-la. Isso porque ela é uma certificação muito mais voltada à operação” – Eduardo Straub

 

Na avaliação de Straub, a WELL trabalha fortemente o Social da sigla ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), pois atua diretamente com o stakeholders internos das empresas, ao proporcionar condições adequadas ao ambiente de trabalho. A certificação contribui na implantação de políticas de Recursos Humanos relacionados à saúde e bem-estar dos profissionais, em questões ligadas aos benefícios, suporte ao colaborador e sua família.

Em termos de ambiente, ele trouxe exemplos para melhorar a qualidade do ar, a iluminação, a acústica e utilizar mais elementos naturais no interior dos edifícios. Além disso, a certificação incentiva as empresas a adotarem programas que podem ajudar as pessoas a buscarem novos hábitos saudáveis em sua rotina e a realizar mudanças positivas de comportamento.  “Ao promover um ambiente de trabalho que levem os colaboradores a se sentirem bem resulta em pessoas felizes, seguras e engajadas e como consequência há um aumento de produtividade”, reforçou Straub.

Em termos de valores, uma certificação, em geral,  impacta de 3% a 5% no custo total da construção, conforme calcula Straub. Mas, esse índice pode ser maior ou menor, de acordo com as intervenções no ambiente construído, durante a construção ou no projeto. Outro ponto importante é que a WELL é complementar as certificações verdes, em especial o LEED. “Não se pode tirar nem uma nem outra. Precisamos continuar com foco na sustentabilidade ambiental e, ao mesmo tempo, se preocupar com as pessoas que estão no ambiente construído”, finalizou.

 

O BW Works Well Certification está disponível no site oficial do Movimento BW.

 

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A certificação WELL foi resultado de sete anos de pesquisa, em colaboração com profissionais da saúde e do meio acadêmico. A Certificação foi lançada pelo International WELL Building Institute (IWBI) e administrada em parceria com o órgão certificador Green Building Certification Institute (GBCI), também responsável pela certificação LEED Green Building Rating System.
Esta nova agenda da sustentabilidade agora inclui as pessoas como peça central, a certificação WELL é baseada no monitoramento dos impactos dos empreendimentos na saúde e bem-estar de seus ocupantes. A certificação permite que proprietários e incorporadores projetem espaços que promovam a saúde e bem-estar, bem como o aumento da produtividade e conforto dos usuários baseado em medições periódicas.
O Well possui uma abordagem holística sobre elementos do ambiente construído através de sete conceitos:

  1. Ar
  2. Água
  3. Nutrição
  4. Iluminação
  5. Fitness
  6. Conforto
  7. Mente

 

  1. AR

52% dos empreendimentos apontam (Occupational Safety and Health Administration, 1999) que os problemas relativos a qualidade do ar estão intrinsicamente ligados a ventilação inadequada. Em segundo lugar foi apontado problemas de contaminação interna do ar, com 16%, seguindo por fontes de contaminação externas ou desconhecidas.
A abordagem do WELL é otimizar e alcançar um desempenho superior na qualidade do ar no interior da edificação. Dentre os temas que representam esta categoria estão: o teste de qualidade do ar e seu monitoramento; filtragem e tratamento do ar interno; ventilação mínima necessária para a saúde dos usuários; controle de umidade do ar; seleção de materiais atóxicos; utilizar processo de construção que garantam uma melhor qualidade do ar para os trabalhadores durante a obra, reduzindo a quantidade de particulado em suspensão.

 

  1. ÁGUA

A grande preocupação no requisito de água, não é o consumo, mas sim, a qualidade da água consumida, acesso a água potável e filtragem da água. Uso de cloro e outros produtos para desinfecção; bactérias; sedimentos; quantidade de minerais dissolvidos na água; dureza da água são alguns critérios que devem ser considerados para a atendimento do WELL.

 

  1. NUTRIÇÃO

O WELL incentiva melhorias no habito alimentar através de cultivo de alimentos no empreendimento, respeito a restrições alimentares, local adequado para estoque e preparo de alimentos e pontos para higienização das mãos no empreendimento.

 

  1. ILUMINAÇÃO

Um projeto de iluminação adequado, dimensionamento de aberturas e controle de iluminação podem auxiliar no ritmo circadiano, além de melhorar a produtividade e humor dos usuários.
Os empreendimentos devem ser atentar aos seguintes conceitos para atendimento do WELL:  acesso a iluminação natural; iluminação artificial apropriada para a tarefa; ofuscamento; temperatura de cor.

 

  1. FITNESS

Para o atendimento desta categoria, o empreendimento deve estimular a atividade física. Os requisitos são voltados a incorporar atividades no dia a dia dos usuários, através da inclusão de escadas ergonômicas, projeto exterior agradável e com conexão a infraestrutura local, incluindo ciclovias, se possível.

 

  1. CONFORTO

As estratégias incorporadas no tema Conforto incluem: conforto térmico; acústico; ergonômico; e olfativo, acessibilidade e controlabilidade dos sistemas.

 

  1. MENTE

Os requisitos têm como objetivos melhorar a saúde mental e emocional dos usuários do empreendimento. O projeto deve acomodar espaços que promovam o relaxamento, desenvolver pesquisa de satisfação entre os funcionários sobre a qualidade do ambiente construído.

 

 

 

 

Fonte: BW e GBC Brasil
Imagens: Divulgação

 

Concreto VERDE

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Respeitando a topografia em aclive, casa é construída com materiais e sistemas sustentáveis

 

 

Localizada em Salto de Pirapora, uma cidade satélite a 25 km de Sorocaba, a casa de 220 m²  projetada por João Paulo Meirelles de Faria, do Vereda Arquitetura, foi construída em um terreno aclive, com vista para uma pequena reserva legal, que margeia um córrego. “O projeto se estrutura a partir de três volumes de alvenaria parcialmente enterrados e com níveis variados de acordo com a topografia”, explica o profissional.

Em busca de uma construção sustentável – tanto em uso de materiais, como em sistema de infraestrutura – a casa possui cobertura de concreto apoiada em quatro pilares. “Ela foi concretada a partir de formas de painéis pré-moldados e sua forma regular – um retângulo de 14 X 10,40 m – não coincide com os perímetros dos demais blocos, produzindo áreas cobertas abertas, varandas e jardins internos”, explica. As lajes se tornaram telhados verdes que captam água de chuva e, ao fundo do terreno, placas solares e caixas d’água atendem a casa, aproveitando o desnível.

Respeitando a inclinação do terreno, que possui cerca de mil m², a casa foi construída com materiais simples, que dispensam pintura. É dividida em três volumes – no primeiro está a cozinha e lavanderia; no segundo, os quartos e, por último, o banheiro, closet e quarto principal.

A arquitetura da casa foi constituída a partir de quatro pilares, que apoiam a cobertura de concreto. A cobertura da casa foi feita a partir de painéis com capa pré moldada (M3SP Engenharia) e, depois, preenchidos com concreto moldado in-loco. Como o terreno tem inclinação acentuada, isso levou a criação de diferentes alturas de pé-direito. As lajes tornaram-se jardins, que se mesclam com o verde do entorno e garantem conforto térmico. Aproveitando o aclive, placas solares e caixas d’água foram alocadas no fundo do terreno.

 

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Internamente, a casa tem área social integrada, com pé direito de 4 metros. Uma arquibancada de concreto é, além de escada, também uma boa prateleira. Além do concreto, o vidro (Blindex) aparece como um material importante, como divisória e porta, que permite entrada de luz natural. A madeira (Armazém Brasil – Móveis e Projetos) também aparece, ao fundo, na porta.

Aberta para o exterior, a área social é fluida e sem barreiras. No mezanino, o quarto do casal pode ser fechado com cortinas, quando a privacidade for desejada. O mobiliário é solto e leve. O piso é de cimento queimado, feito no local.

A laje se estende, em um dos lados da casa, sombreando uma pequena varanda, perfeita para aproveitar a vista. Toda a casa se conecta com o exterior e é constantemente banhada por luz natural. Sua arquitetura privilegia a ventilação cruzada, garantindo conforto térmico.

 

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A casa foi construída para se adaptar ao formato do terreno, bastante íngreme. Em busca de sustentabilidade, diversos estudos foram feitos, considerando uma laje com jardim e captação de água pluvial.

 

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Por Marcela Millan
Imagens: André Scarpa

Contemplação INTEGRADA

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Projeto faz de grande deck externo, com vista para o mar, a área social mais importante da casa

 

A Casa da Feiticeira foi idealizada para uma família que desejava um ambiente prático e seguro para passar os finais de semana e pudesse bem receber amigos. O projeto desenvolvido pelo escritório HUS Arquitetos conta com 400m² de área construída em um terreno de 1200m², e foi criado atento aos acessos, à praticidade e à paisagem natural. Localizado em Ilhabela, São Paulo, o terreno situa-se em lugar privilegiado, caracterizado por um forte declive, protagonista na elaboração do projeto; os volumes do complexo edificado desenvolvem-se nos diferentes níveis existentes, permitindo uma decida viável até o mar. A construção principal possui um pavimento térreo com rooftop de cobertura e o projeto contempla também um anexo que engloba o espaço para hóspedes e a habitação do caseiro.

A parte central do projeto é o grande deck externo situado na frente da fachada principal.  Nessa área social, onde o conceito foi criar um confortável ambiente de estar externo, área de descanso, solarium, convívio e contemplação com vista para o mar, se encontra a piscina com borda infinita e o acesso principal à casa. Minimalista, o projeto fez uso de três materiais principais: o concreto, a madeira nos ambientes internos e o vidro, que faz a integração com o externo e permite grande luminosidade. Desenvolvida atenta à sustentabilidade, conta com ventilação cruzada e permanente; aproveitamento da luz natural e conforto térmico; para um melhor desempenho energético.

 

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 A casa é um grande pórtico de concreto com a fachada principal voltada para a vista. A proposta foi utilizar todos os níveis do terreno da melhor forma possível, permitindo uma descida de acesso ao mar.

A fachada principal é formada por vidro e pelas grandes portas camarões, tendo assim a possibilidade de transformar o espaço com interação com a natureza em um espaço inteiro mais íntimo. O deck externo, área de descanso e convívio, convida à contemplação da paisagem.

 

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O bloco principal, onde se encontram os quartos, sala e cozinha, foi projetado de maneira que permitisse com que todos os ambientes da casa estivessem voltados para a mesma vista.

 

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Por Redação
Imagens: Pedro Mascaro

ACE abre inscrições para certificação em ESG

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Programa é pioneiro na educação prática e aplicação de  boas práticas referentes ao tema com consultoria de Susan Winterberg e Carlo Pereira

 

Com a agenda de sustentabilidade ganhando força nos meios corporativos, surgiu o que hoje é chamado de ESG – sigla em inglês para environmental, social and governance (ambiental, social e governança corporativa, no português). Levando em conta que a inovação é uma grande aliada na sustentabilidade dos negócios e mercados, a ACE Cortex, braço de inovação corporativa da ACE, lançou o GrowthReport ESG e Inovação com mapeamento mais atualizado do Brasil de startups que atuam no setor. Além disso, trouxe uma iniciativa pioneira com um programa de certificação conduzido pela empresa e participação de nomes como Susan Winterberg, consultora da Universidade de Harvard e Carlo Pereira, Diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU. As inscrições vão de 19 de abril a 17 de maio e podem ser feitas pelo site.

O programa tem como foco executivos de empresas nacionais e multinacionais de grande porte, que ocupem cargos estratégicos em nível de coordenação, gerência e diretoria e estejam diretamente ligados a iniciativas de inovação e/ou ESG (Ambiental, Social e Governança).Os inscritos passarão por um processo de análise de perfil para compor a turma. O resultado dos aprovados será divulgado via e-mail no dia 18 de Maio de 2021. Os módulos de preparação acontecerão AO VIVO, via Zoom, nos dias 25, 26 e 27 de Maio, das 18h30 às 21h30.

 

Um dos princípios da ACE é transformar o Brasil por meio da inovação. Essa missão se torna também nossa principal abordagem dentro de ESG. Ou seja, a ACE Cortex ajuda na transformação de empresas, trazendo princípios e valores éticos, em linha com as ambições e negócios futuros estratégicos, com uma imagem de ESG na prática. Queremos despertar nas empresas o desenvolvimento de capacidades e habilidade de perdurar no tempo e sobreviver a mudanças” – Luis Gustavo Lima, CEO da ACE Cortex.

 

Confira abaixo o programa completo do ESG management Certificate

25 de Maio | Módulo 1: Contextualizando o ESG

  • Contexto de mundo: desafios e oportunidades da sustentabilidade;
  • Agenda 2030 e ESG da ONU;
  • ESG: Surgimento, definição e objetivos;
  • ESG Frameworks;
  • Boas práticas ESG e Cenário Brasil.

26 de Maio | Módulo 2: ESG na prática

  • Transformações organizacionais alinhadas ao ESG;
  • Inovação com startups e ESG;
  • ESG aplicado ao RH (iniciativas, diversidade e inclusão, e indicadores de performance ESG);
  • Relações com investidores: investimentos sustentáveis, fundos ESG e investimento de impacto;
  • Índice ESG.

27 de Maio | Módulo 3: Cenário Brasil do ESG

  • Questões legais do ESG;
  • Live Cases

 

Growthreport ESG e Inovação

No dia 15 de abril, a ACE lançou o Growthreport ESG e Inovação, que além de conteúdos sobre o tema, traz um mapeamento de startups que desenvolvem soluções relacionadas ao tema. O time de research de ACE Cortex dividiu as companhias por principal segmento de atuação: E (ambiental), S (social) e G (governança). Entendendo que as três dimensões são indissociáveis, é importante ressaltar que o recorte é apenas uma forma de facilitar a compreensão da atividade principal de cada uma dessas companhias.

Assim, foram mapeadas 343 startups com soluções relacionadas à ESG no Brasil. Destas, 180 atuam principalmente no mercado de meio ambiente, 130 delas possuem negócios relacionados ao contexto de impacto social e 33 desenvolvem soluções de governança.A metodologia se deu em parceria com a Great Place to Work, combinando o banco de dados de mais de 15 mil startups avaliadas pela divisão ACE Startups, informações públicas de mercado e a rede de contato da ACE Cortex com mais de 80 parceiros corporativos, sendo este o material mais atualizado sobre esse mercado no Brasil.

A ACE, fundada em 2012 por Mike Ajnsztajn e Pedro Waengertner, é uma empresa líder no ecossistema empreendedor do Brasil, com objetivo de transformar grandes empresas em organizações mais inovadoras, ágeis, e startups em negócios de nível global.

Com a ACE Startups, entrega uma plataforma com capital, expertise e networking de alto nível ao investir e trabalhar junto com as startups desde a etapa de validação e crescimento, até a escala; Já na ACE Cortex fazem uma consultoria de inovação corporativa, que alavanca grandes corporações ao futuro de seus atuais e novos mercados, e não só constrói, mas também executa junto à liderança e colaboradores, estratégias de inovação com metodologia própria baseada em insights do Vale do Silício proporcionando resultados reais. São pioneiros na aproximação entre grandes corporações e Startups no Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: VCPR
Imagem: ACE

Estar em POUSO

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Respeitando e otimizando as características originais do terreno, projeto prima por decisões inteligentes que minimizam impactos ambientais

 

A fim de valorizar a topografia e a vista que o terreno em declive proporcionava, a Casa Cigarra, com 782 m2, idealizada pelo escritório FGMF, é dividida em dois níveis bastante contrastantes, em materialidade e volumetria. O projeto para esta casa de veraneio localizada em Porto Feliz, São Paulo, adota uma estratégia de inversão: o nível inferior, em que se encontram a ala íntima, garagem e parte dos serviços, é denso, totalmente revestido de placas de concreto aparente de diferentes formatos, com abertutas precisas que se relacionam com a mata aos fundos do terreno, resguardando privacidade; já o nível superior, por onde se dá a chegada do pedestre e que abriga sala, jantar e cozinha, é composto por dois volumes realizados em estrutura metálica, leves e extremamente envidraçados, que como uma ponte, apoiada no sólido nível inferior, se estende em direção a vegetação de fundo, recurso que expande a casa em relação a “base” e abre um espaço plano maior para piscina e atividades externas.

O efeito volumétrico destaca ainda mais a materialidade da construção, enfatizando a relação funcional entre os espaços. As áreas íntimas são mais reservadas, enquanto as sociais são generosamente abertas para a paisagem e para o pátio elevado, formado pela laje de cobertura do bloco inferior. A residência integra grandes áreas de ventilação cruzada, aquecimento solar, reúso de água de chuva, painéis verdes, brises para insolação nas áreas envidraçadas e orientação solar dos quartos, para melhor desempenho térmico e minimização do uso de ar condicionado.

“Usamos elementos que estão ai há muito tempo e buscamos uma construção que respeitasse o meio ambiente, insistindo em compreender os materiais e suas tecnologias, além da questão plástica, mas seus desempenhos. Todos os projetos precisam nascer sustentáveis, precisam ser pensados de maneira completa desde o início. Mais interessante do que ter a lâmpada que gaste menos é não precisar passar o dia inteiro com a luz acessa porque a casa é escura.” – FGMF

Conquistando o 1° lugar no Global Future Design Awards 2020, na categoria Casa Construída, e o Prémio Lusófono de Arquitetura e Design de Interiores, na categoria Arquitetura Habitação – Vivendas individuais (Bronze Medal), a Casa Cigarra causou baixo impacto de movimentação de terra graças à estratégia de inversão – ala íntima embaixo e ala social em cima. É na implantação cuidadosa e contraste entre volumes que se encontra a investigação de setorização, embasamento e relações do objeto com a topografia.

Da MCC, a estrutura metálica envidraçada com brises em aço patinado contrasta com a sobriedade do revestimento em concreto do pavimento inferior.

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O pavilhão superior se apoia no andar inferior, com implantação inclinada, em balanço em relação ao seu apoio. Os arquitetos buscaram dualidade e contraste para enfatizar a relação funcional de volumes e espaços.

O nível inferior, de formato regular planejado em placas de concreto pré moldadas da Breton, funciona como uma espécie de “bandeja” para a vida social mais intensa no nível superior. A piscina revestida em pedras Palimanan e o espelho d’água se encontram dentro dessa “base”, que por sua vez é furada em determinado trecho para ventilação e iluminação da distribuição inferior.

 

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Protegendo os volume envidraçados, lâminas de aço corten criam um brise irregular que os envolve e filtra a insolação, melhorando o desempenho térmico e minimização o uso de ar condicionado. Painéis verdes criados por Raul Pereira incrustados nas estruturas metálicas também têm papel importante na fachada principal.

O volume superior, por onde se dá a chegada do pedestre, funciona como uma ponte para quem chega à área social e se “arremessa” em direção a densa vegetação de fundo. 50% da construção foi realizada com estrutura metálica e elementos secos.

 

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Por Redação
Imagens: Pedro Mascaro e divulgação

Biomateriais – Tendência de mercado

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Experimentação, otimização e inteligência: novas matérias-primas desenvolvidas em prol da causa ambiental

 

No mundo, as edificações são responsáveis por grande porcentagem de emissão de CO2, considerando emissões diretas, indiretas e incorporadas (no ciclo de vida dos produtos de construção). Ao mesmo tempo, como é um setor que consome e ainda consumirá grande quantidade de materiais, carrega consigo a oportunidade de ajudar no enfrentamento às mudanças climáticas, priorizando e incentivando o uso de biomateriais.

Resíduos de cana-de-açúcar se convertem em plástico, folhas de cactos e ramos de cogumelos resultam em alternativas para o couro. Biomateriais podem ser definidos como aqueles de origem biológica, sendo os mais empregados na arquitetura e construção civil: madeira, bambu, plantas na forma de coberturas, fachadas e muros e outras fibras naturais como o sisal, cânhamo, linho, etc.

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Fachada Carabamchel Housing – FAG

Em um recente estudo publicado na Nature (CHURKINA et al. 2020) estima-se que uma adoção agressiva no uso de biomateriais estruturais nas edificações a ser empregado em novas construções, em todo o mundo, entre 2020 e 2050, tem o potencial de estocar de 7 a 60 GtCO2.  Além das estruturas, os biomateriais podem ser empregados em diversos elementos de uma edificação: paredes, revestimentos e até mesmo mobiliários. Em 2019 o termo biomaterial  foi incorporado ao vocabulário do design quando, na ocasião, foi eleito material do ano pelos organizadores do London Design Festival.

A Fundação Ellen MacArthur, organização internacional difusora dessa ideia, diz em seu guia de design que, manter os materiais dentro da cadeia produtiva pelo maior tempo possível colabora para frear a extração de recursos finitos e promover a regeneração de ecossistemas.

 

“O designer, hoje, deve se preocupar com a procedência e o destino dos ingredientes que usa em seu trabalho. Ele precisa planejar o descarte de suas peças, e como desmontar e reinserir cada parte delas no ciclo de fabricação” –  arquiteta Léa Gejer, fundadora da Flock, consultoria para projetos de design e arquitetura circulares, e sócia do site educativo Ideia Circular.

 

No guia sobre construções verdes publicado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) tem muitos exemplos com o uso de biomateriais, principalmente para casos no Brasil e na América Latina. O guia também mostra as principais vantagens, desvantagens e o que é preciso considerar quando se pensa em construir com esses materiais. O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) publicou um estudo especial que apresenta o papel do uso de biomateriais como uma das formas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Na elaboração de novos produtos, o mindset da colaboração responde por algumas das junções de talentos mais interessantes dos últimos tempos no desenvolvimento de biomateriais. Em Maceió, por exemplo, os designers Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Ambrosio e o Instituto A Gente Transforma uniram forças com a comunidade de catadores de sururu do entorno da Lagoa de Mundaú, e especialmente com o artesão Itamácio Santos, para criar o cobogó Mundaú, elemento vazado que incorpora as cascas descartadas do molusco em uma manufatura semiartesanal. À nível internacional, a mescla entre os universos do design e dos biomateriais já rendeu frutos como o Desserto, couro vegano feito de cactos, o Carbon Tile, ladrilho de cimento e carbono capturado da poluição do ar, e o Mylo, tecido com aparência de couro composto de micélio (a parte fibrosa dos cogumelos).

 

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Cobogó Mundaú

 

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Bio Concreto de Bambu – Vanessa Andreola

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Redação
Imagens: Divulgação, Itay Sikolski, FAG, Vanessa Andreola.

 

 

 

EFICIÊNCIA na medida

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Sede empresarial tem projeto eficiente e ganha selo LEED Platinum

 

Buscar soluções ecológicas e sustentáveis durante a obra e após sua conclusão foi o desejo dessa empresa de laticínios para a construção de sua sede, em Goiânia. Com cerca de 8.430 m² dividos em cinco pavimentos, tem projeto da arquiteta Christiane Abrão Helou, em parceria com os engenheiros Luis Antônio Maciel Pitaluga e Stayllon Patrick de Souza e Silva, e conquistou a Certificação LEED Platinum, com 97 pontos. “Além da preocupação ambiental, o projeto deveria priorizar por um ambiente agradável para seus usuários, proporcionando alto rendimento das equipes”, afirma Christiane.

Estruturada em concreto armado, a sede possui fachada composta por alumínio, mármores regionais, vidros de alta eficiência e isolamento térmico e acústico, criando uma envoltória leve e resistente. “Internamente, produtos como tintas, colas, silicones, selantes e afins, foram definidos de acordo com seu índice de emissão de compostos orgânicos voláteis (COV) para garantir a qualidade do ar no ambiente interno”, explica a profissional, que tinha a eficiência nas instalações como um pré-requisito do projeto. “Os resultados obtidos foram frutos de estudos e simulações prévias, analisando desde a localização do terreno, até os pontos onde eram extraídas as matérias primas dos materiais que foram agregados ao edifício. Buscou-se proporcionar a seus colaboradores uma edificação eficiente, confortável acessível e agradável”, diz. 

“O projeto foi concebido como uma edificação prática e eficiente, compatível com a visão da empresa de trabalhar a sustentabilidade não apenas atendendo a exigências legais, mas com um objetivo maior” – Christiane Abrão Helou

Para a constituição da fachada, vidros de alta performance (Cebrace) permitem a conservação a temperatura interna e iluminação natural. Também para auxiliar no conforto térmico, a sede conta com um telhado verde.

Além da utilização de materiais inteligentes como os vidros de alta performance, que auxiliam no conforto térmico e acústico, o prédio conta com placas fotovoltaicas que geram uma economia de 50% de energia em relação a edifícios similares – o que garantiu ao projeto o selo PROCEL Nível A em eficiência energética. Um sistema de reuso de água pluvial economiza 47% desse recurso.

São mais de 10% – ou cerca de 950 m² – de áreas de paisagismo, que se distribuem em zonas internas e externas. Foram escolhidas espécies vegetais nativas da região, evitando um desequilíbrio na flora das imediações. Toda a irrigação é feita com água coletada da chuva.

 

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A madeira certificada foi destaque em alguns dos ambientes internos, de acordo com sua utilização. Um sistema de iluminação (Mingrone Iluminação) foi ainda dimensionado para complementar a iluminação natural.

Internamente, o edifício ganhou piso de porcelanato ou PVC, que alia o efeito estético à alta resistência mecânica. O sistema de forros modulares de gesso acartonado (Placo) proporcionou fácil acesso às instalações dispostas acima deste.

 

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Na área de escritório, o piso vinílico (Beaulieu) foi o escolhido. Um sistema de controle central automatizado (LG) para climatização, iluminação, bombeamento e persianas que acompanham a luz solar (Uniflex) garante eficiência.

Espaço de descompressão e refeitório fazem parte da composição da sede, que conta com iluminação (Philips) controlada pelo sistema Dynalight. Com preocupação ambiental em todas as etapas de projeto,  94% dos resíduos gerados durante a construção foi reciclado.

 

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Por: Marcela Millan
Imagens: Edgard César

Portobello – Cobogó da Mundaú é identidade nacional

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Cobogó da Mundaú, lançamento sustentável da Portobello, é finalista do Prêmio Human City Design Award.

 

Desenvolvido pelos designers Marcelo Rosenbaum e o Instituto A Gente Transforma em parceria com o designer Rodrigo Ambrosio e o artesão Itamácio dos Santos, o produto será lançado pela Portobello, por meio de sua marca de design democrático Pointer (em breve estará disponível nas lojas Portobello Shop).

O projeto Cobogó da Mundaú está entre os 10 finalistas do Prêmio Human City Design Award 2020, que identifica designers e instituições envolvidos em projetos que contribuem para o relacionamento harmonioso e sustentável entre as pessoas e o meio ambiente. O reconhecimento vem da criação do Cobogó de Sururu, elemento construtivo vazado produzido com a casca do sururu, de identidade nacional e alagoana, e que reforça a economia circular.

 

Portobello Cobogo Sururu Revestir Easy Resize com

 

Cobogó de Sururu da Mundaú nasceu do projeto Maceió Mais Inclusiva Através da Economia Circular – Cooperação Técnica do BID Lab, o Laboratório de Inovação do Grupo BID, em parceria com o IABS (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade) e a Prefeitura de Maceió. A pesca do sururu, molusco considerado patrimônio cultural imaterial de Alagoas, é uma das atividades mais tradicionais da economia local. Porém, apenas na Comunidade do Vergel, localizada às margens da Lagoa do Mundaú, na zona urbana de Maceió (AL), o resíduo gerado pela pesca chega a mais de 300 toneladas/mês em cascas de sururu. O Cobogó da Mundaú, elemento vazado utilizado para possibilitar maior ventilação e iluminação no interior de imóveis, traz a casca do sururu em sua composição, tornando-o um produto com identidade nacional e alagoana.

 

Cobogo de Sururu da Mundau Easy Resize com

Materia prima casaca Sururu Easy Resize com

 

O prêmio é uma iniciativa do Governo Metropolitano de Seul e a Seoul Design Foundation, que tem como apoiadores o Human Cities EU Network, World Design Organization (WDO), The UNESCO Creative Cities Network, Cumulus, The Silk Road Universities Network (SUN), Korean Federation of Design Associations.

O ‘Human City Design Award’ foi criado há cinco anos com o objetivo de contribuir para uma relação harmoniosa entre o ser humano e o meio ambiente por meio do design. A proposta do prêmio é discutir o design como uma solução criativa para problemas sociais complexos na cidade e expandir os efeitos curativos do design em todo o mundo, fazendo com que o setor de design contribua para o desenvolvimento da humanidade. O prêmio é concedido a designers que contribuíram para a construção de uma relação mais harmoniosa e sustentável entre pessoas e pessoas, pessoas e sociedade, pessoas e meio ambiente, e pessoas e natureza.

 

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Fonte: Portobello
Imagens: Divulgação

 

 

A produção de cimento pode ser sustentável?

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A “calcinação de argila” como alternativa sustentável no setor da construção.

 

Se a indústria do cimento fosse um país, seria o terceiro maior emissor de CO2 do mundo, superado apenas pelos Estados Unidos e China. Na América Latina, Brasil e México são produzidos mais de 100 milhões de toneladas métricas de cimento por ano (MTA). Argentina e Peru seguem em produção e consumo de cimento com mais de 10 MTA. No mundo, a produção de cimento responde por um total de 8% das emissões globais e 40% das emissões são provenientes da liberação de Dióxido de Carbono (CO2) encontrado no calcário, substância base utilizada na criação do cimento.

Este cenário climático global tem apresentado a necessidade de optar por alternativas menos poluentes e, assim, reduzir as emissões de CO2 associadas à produção de cimento. A FLSmidth, empresa que fornece soluções de engenharia, equipamentos e serviços inovadores para as indústrias de cimento e mineração em todo o mundo, estima que as emissões globais de CO2 poderiam ser reduzidas em 3% se o calcário fosse substituído por argila na produção. Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável do setor da construção, foi desenvolvida a tecnologia conhecida como “calcinação de argila” para substituir o calcário por argila.

 

“Quarenta por cento das emissões vêm da liberação de CO2 que está embutido em um material de base usado para a criação de cimento: o calcário.” –  Fleming Voetmann, vice-presidente da FLSmidth.

 

MissionZero é um dos projetos mais inovadores da FLSmidth, que visa orientar a indústria do cimento em um caminho mais sustentável e, portanto, atingir zero emissões de CO2 até 2030. Para atingir esse objetivo, a empresa iniciou projetos-piloto com clientes e instituições acadêmicas e o uso e os resultados deste novo cimento “verde” em estradas curtas e pequenas pontes têm sido promissores. No momento, há aproximadamente 70% da tecnologia necessária para cumprir a promessa do MissionZero de atingir zero emissões de CO2 até 2030. “Estamos confiantes de que a abordagem e o investimento que estamos fazendo em pesquisa e desenvolvimento fornecerão os 30% restantes em nos próximos anos”, disse Voetmann.

Além da técnica de calcinação da argila, existem outras iniciativas, como a eliminação gradativa de fontes de energia fóssil por meios como a eletrificação. Outro fator importante a levar em conta é a mudança de mentalidade do setor. Esse esforço exige não apenas investimentos em máquinas e equipamentos, mas também um compromisso com o combate aos desafios da desaceleração do aquecimento global. O setor público deve iniciar o processo para que essas iniciativas tecnológicas abram o caminho para os usuários finais: as fábricas de cimento. Os requisitos também podem ser estabelecidos para a pegada de CO2 deixada por edifícios recém-construídos, bem como a criação de um imposto sobre produtos que contenham carbono e pode-se até estipular que 30% ou mais dos materiais usados em grandes projetos de construção sejam sustentáveis.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Flsmidth
Imagem: Ilustrativa